O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 16
Ilha de Chipre - Filágeros, amigo ou inimigo?


Notas iniciais do capítulo

Ao fim de seus pesadelos, uma criatura surge para ajudar Layer e Élpis, quem é o estranho que é desprovido de poucas roupas e rodeado por fitas. Layer acorda na Ilha de Chipre, um paraíso perfeito para se viver e amar.



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Meus olhos se abriram em meio ao pesadelo, vi o rosto do garoto calvo a minha frente, exibindo olhos em tons de roxo e um sorriso demoníaco, então sua expressão se torna de dor, uma corrente com ponta triangular cruza o seu tronco e o lança para trás; um homem com pele acobreada estende a mão a mim.

— Você está bem? — perguntou, depois retesou — Não, ainda deve não está lúcido; a magia de Tromius é poderosa! Tenho que ajudar sua amiga!

Sua voz era como se três pessoas falassem em uníssono. O homem não vestia nenhuma roupa além de uma faixa que cruzava sua região genitália, e uma fita que rodeava seus membros ao esquerdo; seus músculos dos braços se esticaram, definindo os contornos do seu corpo perfeitamente, um modelo perfeito para da Vince.

Ele armou uma flecha ao arco que portava e atirou em direção ao outro demônio. A flecha cruzou os ares levando consigo uma corrente, o garoto-demônio foi ligeiro o suficiente para que não seja atingido no coração, mas suficiente para prender a manga de sua vestimenta ao casco.

— Filias?! — perguntou o garoto demônio, ele vestia trajes negros, seu rosto negro também era coberto de tatuagens tribais brancas de demônio, seus olhos eram vermelhos e penetrantes.

— Não, Fobius! — Gritou o ser provido de poucas roupas — Eu sou Filágeros! Senhor dos Amores, e peço que pelo carinho que parte de meu corpo sente por você, fuja!

O demônio Fobius, diferente de seu irmão, levantou voo e levitou para longe da embarcação, deixando o corpo inerte de Élpis ao chão, com um ferimento na região torácica. Ao fim do ataque, Filágeros voltou sua atenção a mim, abaixou a minha frente.

— Durma! — disse fechando meus olhos com os dedos — Está seguro por um período.

Talvez se tornasse costume, mas parecia que as virtudes gostavam de deixar-me adormecido, primeiro foi Omnimus que me acertou um golpe suficiente para dormir por horas, em seguida Prosochí e o teste dos trens, agora Filágeros mandava eu dormi, e eu obedecia como um cachorrinho.

Quando acordei, observei colunas se estendendo ao céu azulado e recheado por nuvens salpicadas por tons laranja e róseos. Por cima das colunas sem teto havia pequenas crianças querubins me observando, um deles possuía um olho de metal, outro asas de placas metálicas e braços mecânicos.

O solo era gramado, vapores pareciam exalar sobre a terra, ambientando um cenário nubiloso. Estava sobre uma maca extremamente fofa e relaxante, gostaria de dormir mais um pouco sobre ela.

— Oi! — disse alguém ao meu lado.

Levantei-me assustado, caindo do local em que me encontrava e retirando as cobertas de mim. Um erro, eu estava apenas com as roupas de baixo, voltei à pega os lençóis e me cobri. Os querubins riram e se afastaram.

A garota estava sentada ao me lado, também provida de poucas roupas, uma faixa cobria seus seios e as áreas genitais, e um laço cor de rosa circundava em torno de si. Sua pela era negra e possuía os cabelos soltos em cachos, seus olhos eram castanhos e transmitiam afeto.

— Quem é você?

Ela riu.

— Meu nome é Filias!

— Filias? — repeti. Por um momento imaginei ter ouvido este nome, sim, eu ouvi. — Você é a pessoa que aquela criatura mencionou! Onde estou? Cadê Élpis? Cadê minhas roupas? E Tsur-U?

Filias abaixou-se e retirou um conjunto de roupas dobradas por baixo da maca, que visto daquele nível era feita de nuvem, sim, nuvem, como é possível dormir em vapor no processo de condensação?

— Venha! Acompanhe-me, talvez queira falar com nosso mestre! — disse. — Posso lhe explicar alguns detalhes em meio ao caminho!

Ela me conduziu a um local em que pudesse me trocar, de algum modo minhas roupas estavam costuradas, limpas e novas. Não havia o corte feito pelas espadas dos piratas, nem as queimaduras causadas pelo Cubo de Rubik. Meu cinto parecia mais cheio e um no adereço incrementado, um par de óculos de soldador.

Caminhei ao lado de Filias silenciosamente a acompanhei entre vales de cordilheira de montanhas, em suas encostas havia templos gregos, eu havia saído de um, o que parecia ser uma enfermaria. Pégasos brancos cruzavam os ares, anjos e querubins se divertiam em uma perseguição matinal.

— Seu mestre... Você não disse mestra, então significa que não é Ékatrea?

— A temperança? Não, ela é muito selvagem... Ou dócil... Ou... Esqueça o que eu disse, você a encontrará a frente. Mas o mestre que estou falando é a junção dos três. — Talvez notasse que eu admirava cada centímetro do local. — Estamos na Ilha de Chipre, nosso mestre teve apreciação a este local, talvez porque o considera o centro do mundo, e o amor é o centro de tudo. Sua amiga já está a caminho de nosso mestre, nós tentamos manter os sexos meio que afastados.

— O que? Junção de três? Sexos separados?

Ela apontou ao outro lado do vale, o local não havia diferença nenhuma em relação a este. Por fim percebi que a ilha era basicamente fácil de ser dividida ao meio, pois cada lado refletia o outro como se completasse, a única diferença é que no vale oposto havia anjas e querubinas.

— Como disse eu sou Filias, a virtude da amizade e...

— Por que anda deste lado da ilha, você não é...

Ela corou.

— Suas perguntas são totalmente estúpidas, é claro que sou uma virtude feminina, mas sou uma virtude-mestra assim como meus irmãos! E talvez ele possa lhe colocar juízo nestes miolos lentos, ele se aproxima!

Antes que o irmão dela se aproximasse perguntei.

— Por que vocês usam poucas roupas...

— O amor é livre!

Um rapaz de pele caucasiana e cabelos loiros, ele trajava poucas roupas assim como a irmã, entretanto era totalmente diferente dela, suas fitas que o norteava eram azuis; Como poderiam ser irmãos? Ele também tinha um afeto em seu sorriso, um pouco mais abrasador. Vinha caminhando do lado oposto da ilha.

— Olá, escolhido e irmã! — disse em cumprimento, algo nele me transmitia à sensação de segurança, talvez seja os olhos familiares de meu pai, ou o aperto de mão igualmente — Acorda! — disse estalando os dedos a minha frente, por quanto tempo eu apaguei? — Sentimos, nós virtudes do amor têm este dom meio que hipnótico, diferente de minha irmã eu sou Ágape, a virtude da família.

— Virtudes do amor?

— Ainda abobalhado! — disse Filias.

— Seja paciente Filias! — disse Ágape — Sim, em nossa ilha abrigamos os sentimentos afetuoso, amoroso, prazeroso e etc. Tudo é comandada pelas três virtudes principal-mestres.

— Você é uma?

— Sim, Filias e eu — respondeu.

— Quem é o terceiro?

— Eros! Ele a virtude suprema da ilha, é como o nosso rei em nosso mundo perfeito! Eu filio o lado feminino da ilha, enquanto minha irmã filia o lado masculino.

— Por que os mantêm separados?

— É uma longa história, geralmente tem a ver sobre a pureza, mas eles não estão sempre separados, Eros por vez libera o relacionamento, ele acredita que o prazer é maior quando sentimos saudades de nosso parceiro, por exemplo, eu sinto falta de Affection.

Notei que Ágape mantinha distância do meio da ilha, e mesmo eu me afastando de Filias, ela me puxava de volta. O controle aqui era intenso, fiquei imaginando como seria viver esperando Anne do outro lado da ilha, não sei o que Eros diz sobre esse método torna-se mais prazeroso, para mim aquilo era tortura.

— Affection? — perguntei.

— É uma virtude secundária, a do carinho, nada demais! — respondeu Filias.

— Virtude secundária?! — respondeu Ágape — desculpe, mas não sou apenas eu que estou apaixonado por uma virtude secundária.

Com este comentário, das costas de Filias surgiu um martelo gigante, quase parecido ao meu se não fosse os detalhes de cores azuis e rosa, fitas e laços. Ela bradou em direção ao lado de Ágape, que quase o acertou se não fosse pelos limites da ilha e Ágape ter desviados.

— Acalme-se! — disse ele entre risos. — Prometo não falar de Fobius!

Ela bateu com o pé no chão, mas depois se acalmou e continuou a andar mais a frente murmurando algo sobre “a família sempre lhe trazer vergonha”.

— Vamos! — disse Ágape se recompondo — Eros nos aguarda!

Depois de alguns metros, chegamos a um templo grego, suas colunas tinham remendos de placas de metais, tudo ali parecia meio que distorcido, época grega antiga misturada com vitoriana. Autômatos de animais circulavam em nosso redor, pastando o capim, plantando semente, etc.

— Autômatos?!

— Temos bastantes aqui! — disse Ágape subindo as escadarias do templo, cruzando a entrada dos portões de bronze se encontrava um salão com braseiros acesos de ambos os lados na coluna, visto de fora o templo parecia fechado, por dentro não existia teto, alguns querubins anjos brincavam livremente. — Aqui nesta região é zona neutra, algumas virtudes são autorizadas a circular aqui, Filias e eu por exemplo.

Dois guardas vestidos como guerreiros espartanos descruzaram sua lança, um tapete se estendia ao chão até um trono de ouro vazio e dois tronos de bronze, um a cada lado. Ágape e Filias se ajoelharam, mas não havia ninguém, mesmo assim me ajoelhei.

— Lorde Eros, conceda sua presença. — disse Ágape e Filias em uníssono.

O salão ganhou vida, um baile entre virtudes estava acontecendo, casais de diferente tipo se juntavam para uma corte dançante, eram pares formados por homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres, era simplesmente amor.

Uma música clássica tocava enquanto os pares circulavam pelo salão, os tronos continuavam vazios, Ágape e Filias caminharam em suas direções e eu os segui. No trono que Ágape sentou havia gravura de uma mãe com um filho no colo, no trono de Filias, duas mãos se cumprimentando.

Seus corpos brilharam, eu apenas postei-me a frente deles esperando alguns comandos, então eles olharam para a direita; a um canto separados de todos estava de costas a mim o homem mais elegante que pude imaginar, qualquer garota na vila pediria sua mão em casamento.

Mais alto que as outras virtudes no salão, Eros estava de costa a mim e agachado, e mesmo sem poder vê-lo de frente, seu corpo era extremamente esbeltos aos padrões estéticos, gravitado por fitas douradas. Os músculos de sua costa eram definidos, seu tom de pele era de um mulato mais claro.

Quando por fim se virou para me recepcionar, outra pessoa surgiu atrás dele, era Omnimus, ele estava em uma cadeira de roda motorizada e possuía machucados em todo seu corpo, sua barba demonstrava ter sido arrancada as mãos.

— O que aconteceu com você?

Omnimus nada respondeu.

— Talvez seja a hora de termos uma conversa Sr. Layer! — disse Eros. — Filias e Ágape, vamos nos unir.


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do início desta aventura... Nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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