O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 12
Verdades


Notas iniciais do capítulo

Élpis e Layer acabaram de testemunhar o primeiro ataque das virtudes e sobreviveram, Layer que apenas saber mais sobre que são as virtudes, e o que Élpis em alguém confiável, verdades serão ditas. Sera?



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Encontrava-me sentado a proa da Vitória II, com uma lata de sementes de feijão cozido a mão, olhando para as nuvens que ganharam tons de laranjas, o Sol era apenas uma pequena bola de brilho distante que impedia à visão de outras estrelas, Ganimedes, a lua, se estendia ao Leste.

Élpis e eu passamos a manhã consertando os danos na embarcação, a balas de canhões se alojaram ao casco, mas felizmente a composição de ferro e o revestimento de aço carbônico impediram danos maiores ao interior. O motor foi alimentado com carvão, o destilador de gás funcionava normalmente, alimentei Tsur-U com o seu suprimento que mantinha o seu humor de dragão.

O painel mostrava o ambiente como hostil, o revestimento de vidro reforçador que sustentava a atmosfera respirável da cabine foi destruído, mas o beijo de Élpis ainda mantinha o ar em meus pulmões, digo amônia. Por isso desliguei o oxigênio, assim preservaria mais combustível.

— Droga! — gritou Élpis caída ao chão, ela tentava girar uma válvula com a mão, e talvez se queimou com o calor do metal.

Levantei-me e aproximei dela, ela estava exibindo suas queimaduras de suas mãos, estavam coberta de bolhas vermelhas de oleosidade e arranhões. Observei uma lágrima descendo pela maçã de seu rosto, voltei à cabine onde peguei uma maleta de primeiro socorros onde havia frascos com álcool, algodão, ataduras e algumas medicações.

— Aqui! — disse pedindo suas mãos, abri a minha frente.

— Isto dói! — disse Élpis no momento que passo uma pasta anti-inflamatória para queimaduras — O que é isso?

— Não sei bem! — respondi, então olhei o rótulo — uma pasta feita de Mentol, fluoreto de sódio e outras substâncias laxantes musculares!

— Obrigada!

Era difícil saber o humor de Élpis, mas talvez esteja ligado a sua idade, quando estava mais inocente, feliz e tranquila, sua aparência era de uma jovem, mas também a usava para duelar em alta potência como fez na embarcação de Dynami. Quando mais segura do que faz, ou apenas aprisionada como no calabouço ela aparentava uma jovem aos seus dezoito anos.

Ela estava nesta forma agora enquanto enfaixava as suas mãos com as ataduras, somente por um dia eu a vi conduzir bem uma lança de raios, voar sobre o convés, brilhar no escuro, ela era bastante forte a uma garota. Depois que enfaixei sua mão, retirei uma chave de macaco do cinto de marceneiro, apertei sobre a válvula e puxei a esquerda fechando o duto de gás.

— Acho que você quer uma explicação mais detalhada do que esta acontecendo! — disse ela.

— Que tal me conta enquanto almoçamos?! — a convido.

Eu guardava um segredo de Élpis, pois pela expressão de Omnimus, era muito importante que eu não revelasse a mais ninguém; quando recebi o martelo gigante de Omnimus, nele também havia preso um cordão com um tipo de pingente diferente, uma pequena rocha ígnea com cristais vermelhos que brilhavam na forma de uma espada em alguns momentos.

Talvez fosse magia ou algo do tipo, mas o pingente agia sobre mim, estava mais confiante do que dizer, preparado para qualquer desafio, íntegro de minhas escolhas, com vontade de bater em mil Spencer e suas burradas e... Acalme-se Layer, é apenas o colar.

Élpis e eu sentamos a beira da proa novamente, com o Sol se pondo ao Oeste e as luas Jupterianas surgindo parcialmente no céu azul, ainda carregava a mão a lata de feijão, enquanto levava uma colher de metal à boca. O sabor salgado do feijão diminuía minha tensão, então ofereci uma colherada a Élpis.

— Não! — recusou — Eu sou apenas um plano da consciência humana materializada, nós não no alimentamos com este tipo de comida, e...

— Vamos! — insisti — Tenho certeza que você vai gostar!

— Ok! — disse ela com um pouco de receio.

Ela pegou a colher de minha mão, fixou na linha de seus olhos e observou a semente. Por fim levou a boca, em primeiro momento fez-se uma cara de nojo, depois olhou seriamente ao céu e avaliou o gosto do que provava por fim se levantou, foi até a amurada e vomitou.

— É... Talvez não fosse uma ótima ideia — disse rindo um pouco — Você está bem?

— Estou seu humano idiota! — disse se apoiando na amurada, por um tempo se fez silêncio enquanto os seus olhos observavam o distante e os cabelos esvoaçavam pelos ventos jupterianos.

Pigarreei.

— Ah sim... Onde parei, As Setes virtudes unidas juntaram força para criar a Grande Tempestade.

— E quando atingir nossa colônia na ilha, a tempestade destruíra todos os homens e mulheres, para impedir tal calamidade, nós temos que enviar um humano como sacrifício, ou para uma das virtudes, ou para a tempestade. Duas perguntas, como conseguiram convencer a sociedade com isto e por que não posso simplesmente me entregar a uma das virtudes?

— Como disse, somos suas virtudes, ainda podemos influencia-los, apenas sussurramos em seus ouvidos, e...

— E o que?

— A virtude da Sabedoria e a Consciência foram forçadas a agir sobre vocês humanos, Sabedoria deu a resposta de como destruir a tempestade, e a Consciência, no caso eu, manipulei os pensamentos dos cientistas.

— Você?!

— Entenda Layer, as Sete se tornaram poderosas e dominaram as outras virtudes, você viu o que aconteceu na tripulação de Dinamy, cada marujo ou pirata ali era uma virtude, ou um sentimento, etc.! Sobre deixar ser consumido, quando viemos a este planeta, decidimos ter corpo físico, aqui encontramos elementos suficientes para nos formar e o universo ajudou com alguns detalhes.

— Então vocês é uma vida interplanetária de Júpiter!

— Engraçado! — disse rindo e exibindo seu sorriso simpático — A maioria dos Escolhidos me chama de extraterrestre. Quando ganhamos condição física, nós nos nutrimos de vocês humanos, nós os devoramos, sabe, realmente você será comido.

Imaginei Dynami abri sua boca e começar a me engolir, a tinha visto como o comandante pirata malvada, mas saber que ela realmente me comeria, literalmente, transformava seu adjetivo de “malvada” para “cruel”.

— E também existe uma profecia!

— Que profecia?

— A profecia de que existe um “Escolhido” que nos libertariam, nós virtudes e emoções menores, da tirania dos Setes! Conta-se que se tal Escolhido surgiria três milênios após a chegada dos humanos a Júpiter, ele enfrentaria os setes e por fim se lançaria na Grande Tempestade.

“Aos terceiros de três milênios chegaria.”

“O herói que nos libertaria.”

“Dos setes vitus enfrentaria.”

“A Grande Tempestade, ao seu fim teria!”.

— Cantou Élpis.

— Nossa! — digo — E vocês têm esperança de que seja eu o da Profecia, puxa... Já não basta ser o Escolhido, agora talvez eu seja o escolhido de uma profecia!

— Não se sinta honrado Layer, como disse, o escolhido surge depois de três milênios, viemos tentando desde o escolhido de três mil e dezoito, talvez...

— Talvez eu não seja o escolhido. — completei.

Élpis estava certa, e por que não estaria? Sou apenas Layer Olyver, um filho de um engenheiro morto nas minas e uma mãe em que estou preocupado em saber o seu estado mental. Entretanto lembrei-me das palavras de Júlio: “você é mais esperto que imagina ser, você sempre quer descobrir mais, sempre busca respostas, não tenha medo de suas curiosidades!”. Levantei e encostei-me à amurada ao seu lado, olhando para o horizonte.

— Qual é o nome da próxima? — perguntei.

— Prosochí — respondeu. — Ela é a segunda virtude, em geral aparece ao por do sol, temos tempo ainda de lhe passar instruções sobre como detê-la e...

— Élpis?

— O quê? — Élpis se virou e olhou na direção em que apontava.

— Então você deveria avisar a ela!

Uma nuvem negra se aproximava a alguns quilômetros de distância da Vitória II, mas o surpreendente era o objeto voador entre a escuridão, uma grande esfera de metal com abertura que deveria levar ao centro da estrutura. Ao meu lado Élpis lançava sua mão no interior do vapor que exalava a embarcação e de dentro retirou sua lança.

— Como? Isto é algum encantamento ou algum truque de magia?

Ela me olhou cético — Magia?! Você acredita mesmo nisso! Isso é apenas reagrupamento das moléculas de água! — respondeu como se aquilo fosse a ação mais natural.

— Bem explicado de sua parte Élpis — disse uma voz logo atrás de nós.

Viramos ao mesmo tempo, peças de metais se reuniram em um ponto ao ar atraído por alguma força gravitacional, um corpo masculino começou a se formar, um autômato com uma chave de corda girando as costas, a cada passo em nossa direção um zunido ou barulho de metal tilintando era produzido.

— Para trás! — Apontou Élpis com a lança a minha frente ao estranho ser de metal.

— Élpis, a virtude da consciência, enganando a todos, menos a mim! — disse o homem de metal com um toque à ponta da lança de Élpis, uma descarga de energia girou em torno da mesma e atingiu-a, lançando para trás. — Mil desculpas pelos meus modos, mas ela não poderá lhe ajudar nos desafios.

Corri para socorrer Élpis, ela não tinha nenhum machucado, mas seu rosto estava diferente, seus lábios haviam sumido, como se a pele se fundisse como cola. Ela abriu os olhos e começou a emitir sons pelo nariz.

— O que ela está enganando? Quem é você? E o que você fez com ela?

Por um momento Élpis e o homem de metal trocaram palavras silenciosas, parecia que eles escondiam algum segredo que não desejavam compartilhar, por fim Sapiens respondeu as minhas perguntas, pelo menos a maioria.

— Pensei ser tão óbvio, eu sou Sapiens, a virtude da Sabedoria, e como afiliado de Prosochí, eu não lhe darei o direito de usar a esperteza de Élpis para trapacear em seu teste.

— Está bem! — disse olhando a Élpis que estava angustiada ao chão tentando abrir a boca — Mas ela terá sua fala de volta?

— Sim! Se você vencer Prosochí! Aliás, é melhor levar suas armas por completo, depois que minha senhora soube que você escapou facilmente de Dinamy, ela resolveu esquentar mais as coisas. Agora vamos! — exibiu um sorriso feito de polcas — Minha senhoria o aguarda!

Vitória II deslizou em direção à abertura da esfera, Élpis de pé e em silêncio portava sua lança, eu segurava o machado com o cordão de Omnimus preso e Sapiens entre nós misteriosamente surgiu um livro debaixo de seu braço, sua capa era de metal.

— O que nos aguarda...


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do início desta aventura... Nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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