A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 6
Paranoia


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não morri, embora eu ache que vocês pensaram nisso em algum momento.
Pois bem, estou aqui, e trouxe mais um capítulo de A Casa Caiu para vocês.
Antes de irmos a ele, quero agradecer os comentários e acompanhamentos. Isso me deixa muito feliz, e nunca deixarei de me incentivar por eles. São a forma que tenho de saber como estou com vocês, o quanto a história os atrai. Obrigada mesmo.
Quero me retratar também porque não terei como responder os comentários agora, mas o farei em breve!

Então, deixando de lengas-lengas por agora, bom capítulo e até breve!
:*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628542/chapter/6

Havia se passado quatro dias desde o início da tortura da vida de Hermione. Agora desabafava com a amiga — de tantos anos e confidências — os dias e noites sem sossego que estava sendo obrigada a passar com o ruivo.

Era hora do almoço, e as duas estavam no Caldeirão Furado aproveitando a tarde ensolarada daquela quinta para, finalmente, se encontrarem.

— Gina, essa situação está, realmente, insuportável. Eu sei que o Ronald é seu irmão, mas ele é irritante demais. Por tudo gera um problemão. A convivência está complicada demais.

— Acredito que não esteja sendo nada fácil pra você, Mione. Ainda mais depois de tantos anos longe dele — Gina falou simplesmente, dando uma mordida grosseira na torta de fígado que comia, continuando de boca cheia, fazendo com que Hermione lembrasse de Rony instantaneamente — Eu sei o quanto o Rony consegue ser insuportável quando quer.

— E como você está? — Hermione indagou, observando a voracidade da amiga grávida de quatro meses — Você está bem faminta, não é?

— É esse menino — a ruiva respondeu tranquilamente, ainda de boca cheia — Mamãe diz que vou virar uma bola de tanto que tenho comido.

— Que nada. Você é linda. Claro que não virará uma bola – Hermione falou sem muita convicção.

— Não seja mentirosa, Hermione — Rony interrompeu a conversa, aparecendo repentinamente, atravessando o umbral da porta na companhia de Harry — A buchuda vai explodir — concluiu beijando a cabeça da irmã.

Harry também se aproximou de Gina, sentando ao seu lado após beijar seus lábios com leveza. Hermione ficou levemente irritada pela intromissão, mas relevou ao ver o outro amigo se direcionar a ela.

— Oi Mione — ele lhe deu um beijo no alto da cabeça — Desculpem o atraso. Tivemos uma reunião de última hora com os novatos. Como vão as coisas por aqui?

— Tudo normal — Hermione respondeu feliz em ver o amigo.

— Rony — Gina falou assim que engoliu o pedaço de torta que mastigava — Quantas vezes tenho que pedir que não me chame de buchuda?

— Melhor mesmo nem pedir, eu não vou dar ouvidos — ele respondeu brincalhão indo sentar na única cadeira vaga à mesa, ao lado de Hermione.

— Você é irritante, sabia? — Gina concluiu, olhando complacente para Hermione.

Depois de Rony e Harry fazerem seus respectivos pedidos, todos ficaram em silêncio observando Gina comer por alguns instantes. Hermione se sentia tensa por estar tão perto do ruivo e, por mais que tentasse disfarçar, sabia que os três à mesa conheciam seu incômodo. Perguntou-se se ele havia ouvido a conversa das duas e que falava mal dele.

— E então? — Harry começou tentando amenizar a tensão que se instalou — Como vão resolver a situação da casa? — Hermione esperou que Rony respondesse, mas ele estava ocupado demais com as empadas de abóbora que haviam acabado de servir.

— Não sei, Harry — ela começou — A única coisa que sabemos, até agora, é que a casa foi vendida duas vezes e que ambos temos direito sobre ela.

— Mas devemos deixar bem claro que eu cheguei primeiro — Rony comentou de boca cheia. Hermione revirou os olhos.

— Essa situação é bem esquisita — Gina observou, voltando a comer.

— Sim, é verdade — Hermione continuou — Mas acredito que com paciência nós conseguiremos resolver.

— E como espera que isso seja resolvido, Mione? Um dos dois terá que sair da casa — Harry observou com simplicidade.

— Sim, sabemos disso — ela falou olhando acusadoramente para o ruivo — Mas até que se resolva a situação e seja apresentado um dono, ficarei na casa. Ela também me pertence.

— Só não sei como vou aguentar viver com essa garota até esse negócio ser resolvido — Rony falou, irritando a morena.

— Se está achando difícil, Ronald querido, volte para a Toca — Hermione debochou.

— Se há alguém que precisa voltar para algum lugar, esse alguém é você, Hermione, e para a casa dos seus pais — respondeu no mesmo tom — Ainda não entendi por que não chamou seu pai para vir te buscar.

— Olha aqui, seu... — ela começou, mas foi interrompida por Harry.

— Por favor, vamos conversar civilizadamente. Como adultos — o moreno prosseguiu — Se estão decididos a esperarem pela solução da casa sob o mesmo teto, terão que aprender a conviver. Já fizemos isso antes, em situação bem pior. Não é possível que não consigam agora.

— O problema é que ele sempre acha um meio de me irritar — Hermione acusou.

— Digo o mesmo dela — Rony rebateu.

— Ai, que chatice — Gina falou acariciando a barriga — Vocês parecem duas crianças. Convivam harmonicamente. Dividam tarefas. Tentem não se matar. Não é tão difícil assim. Se os dois querem ficar na casa, então façam por onde.

— Só acho que tenho direitos — Hermione falou baixo, mas num tom suficiente para todos ouvirem — Paguei uma fortuna por ela e...

— Quanto pagou? — Rony perguntou realmente interessado.

Ela inicialmente, pensou em dizer que ele não tinha nada com isso, mas para não ficar por infantil diante dos amigos, preferiu responder de uma vez.

— £11.780,00.

— Sério que pagou tudo isso? — Rony riu incrédulo.

— Qual é a graça, Ronald? — ela perguntou irritada.

— Hermione — ele ria — Te enganaram vendendo uma casa já vendida e ainda te roubaram...

— Como assim me roubaram? — ela perguntou sem paciência.

— Eu paguei £7.700,00. — ele ria ainda mais.

— Que brincadeira sem graça é essa, Ronald Weasley? — ela avermelhou.

— Caramba — o ruivo gargalhou — Como você foi capaz de pagar tanto dinheiro naquela velharia? Merlin, não é possível. Isso é hilário...

— Rony — Harry se meteu percebendo a amiga irritada — Já chega. Hermione, você precisa entrar em contato com o seu corretor.

— Eu não vou mais entrar em contato com ninguém — gritou batendo a mão na mesa — Eu não saio daquela casa. É minha por direito. Paguei uma fortuna enquanto você... — apontou o ruivo que ainda ria incrédulo — Você não a merece.

— Senhorita, por favor — o rapaz que os atendia se aproximou — Tente manter o controle em nossas dependências.

— Tudo bem, desculpe — falou grosseira com o rapaz que se afastou em seguida, se remexendo desconfortável na cadeira.

— E como farão para dividir as tarefas? — Harry continuou, tentando apaziguar mais uma vez.

— Eu gastei todas as minhas economias naquela casa — Hermione resmungava sem dar muita atenção aos outros e Rony ainda ria baixo — Me venderam uma casa e quando chego aqui, é outra. E o pior, veio com esse ogro dentro dela. Isso é um absurdo!

— Essa foi a melhor notícia do dia — Rony se divertia, mas parou ao reparar o olhar ameaçador que Gina lhe mandava.

— Hermione — a ruiva falou — Não adianta mais se maldizer. O que foi feito está feito. O que precisam agora é, realmente, entrar em acordo sobre as tarefas e tentar conviver harmonicamente até que todo o problema seja resolvido.

— Tudo bem, Hermione — Rony começou, enxugando as lágrimas — Prometo que vou tentar não te provocar, mas você terá que fazer o mesmo.

— Tudo bem — ela respondeu com grosseria depois de um tempo em silêncio, sendo pressionada pelos olhares de Harry e Gina.

— Vamos dividir tarefas, tudo bem? — ele continuou.

— Sim. Tudo bem — ela ainda estava irritada por saber o quanto ele pagou na casa velha.

— Podemos entrar em acordo de paz? — o ruivo perguntou estendendo a mão.

— Sim — ela apertou em seguida, claramente aborrecida.

— E ainda temos Harry e Gina como testemunhas — o ruivo brincou.

— Ótimo. Espero que se acertem — a ruiva falou — Agora já vou. Não estou jogando, mas estou no jornal esportivo. E vocês também estão atrasados, não é?

— Sim — Hermione se apressou olhando a hora — Vamos de uma vez.

Dizendo isto, a morena se levantou e deu um beijo rápido na amiga que também havia se levantado. Harry se aproximou dela após se despedir da esposa e chamou para que Rony se aproximasse.

— Aparatação? — Harry perguntou divertido.

Os outros dois se olharam sem muita empolgação. Sem dar uma palavra, os três deram as mãos e foram conduzidos por Harry. Aparataram do Caldeirão Furado para o Átrio do Ministério da Magia num piscar de olhos.

— Onde está todo mundo? — Harry perguntou a ninguém em especial assim que aparataram, observando que não havia muitos funcionários no local.

— Ah... Vocês estão ai — foram recepcionados por uma moça negra de cabelos muito crespos antes de terem a possibilidade de responder — Sou Joanne Hondy, assessora do Ministro, e preciso que vocês me acompanhem — falou apertando a mão de Hermione e Rony — Olá, Harry — saudou.

— Oi Joanne. — Harry falou sem muita empolgação.

— Vamos, venham comigo — ela começou a andar rapidamente em direção ao elevador. A capa verde que usava voando contra a velocidade de seus passos — Estamos atrasados.

— Senhora Hondy... — Hermione começou.

— Senhorita — a outra respondeu.

— Certo. Desculpe. Onde estamos indo tão atrasados? — Hermione conseguiu completar a frase.

— O Ministro pediu que organizássemos uma recepção de boas vindas para vocês.

— Sério? — Rony se surpreendeu — Mas já estamos aqui há quatro dias. Pra que isso agora?

— Sim, eu sei que estamos um pouco atrasados, mas estávamos esperando que o Ministro voltasse do Chile. Iremos apresentá-los aos funcionários, não que seja necessário apresentarmos Ronald Weasley e Hermione Granger no mundo bruxo — explicou rapidamente com um sorrisinho — Seus feitos são notáveis ao lado de Harry na segunda guerra bruxa, mas, mesmo assim, ele quis homenageá-los pelo ótimo desempenho em serviço.

— Hermione esteve em serviço? — o ruivo continuou surpreso — Pensei que estava de férias.

— Rony, por favor — Harry se meteu, impedindo que Hermione respondesse e o ruivo continuasse.

Caminharam em silêncio para o local onde todos os funcionários do Ministério se encontravam. O único som que ouviram durante o trajeto eram os saltos da senhorita Hondy batendo no chão. Ao entrarem, foram saudados com palmas de entusiasmo.

— Ai estão eles — ouviram a voz do Ministro aumentada magicamente — Por favor, Ronald e Hermione, se aproximem.

Hermione viu o companheiro ficar com o rosto em brasas. O seu próprio rosto parecia muito mais quente que o normal. Caminharam, lado a lado, até o local onde o Ministro se encontrava e, rapidamente, duas cadeiras foram conjuradas para eles.

— Queridos companheiros — Kingsley continuou após os dois terem se sentado — Estamos diante de dois dos mais importantes bruxos da nossa época. O terceiro é o Auror Potter que se encontra sentado entre vocês — fez uma pausa para que Harry pudesse acenar.

— Ronald e Hermione têm uma importância ímpar para o nosso mundo e, mesmo após toda a luta que desenvolveram contra Voldemort, ainda trabalham pelo bem de todos os bruxos.

"Há mais ou menos três anos, este homem — mais uma pausa para tocar o ombro do ruivo — Ronald Weasley, deixou o seio de sua cidade para lutar ao lado de nossos companheiros na Austrália.

"Era um trabalho difícil onde teria que participar de um exército de Aurores contra refugiados das forças das trevas em anonimato, vivendo como trouxa para não levantar suspeitas, mas ele se prontificou e, com bravura e um alto poder de decisão, foi essencial para levar todos à vitória."

Hermione estava surpresa com o que ouvia sobre o ruivo e o olhava de um jeito esquisito. "Desde quando ele se tornou esse homem decidido e obstinado? Bravio ele sempre foi, mas esse alto poder de decisão, veio de onde?

Rony parecia bem diferente, agora. Sentado, com o peito estufado de orgulho por todas as façanhas conquistadas nos três anos que passou na Austrália, parecia realmente um homem forte e decidido.

Estava tão envolta admirando a beleza e masculinidade de seu ex namorado, que mal percebeu que o Ministro falava agora dela, se dando conta apenas quando sentiu o toque de sua mão sobre o seu ombro, da mesma forma que ele havia feito com Rony.

— Hermione foi, sem sombra de dúvidas, a melhor pessoa escolhida para o trabalho de diplomacia com os Ministros trouxas. Nossa querida amiga passou três anos na Irlanda, bravejando com Ministros que jamais imaginamos aceitar nosso mundo, mas, a maior de suas lutas foi enfrentada nos últimos dois anos vividos na Bulgária.

Ao som da palavra Bulgária, Rony sentiu o peito ferver e, arregalando inconscientemente os olhos, olhou Hermione atentamente. "Então quer dizer que a senhorita Não-me-toque Granger passou dois anos de seus passeios na casa do narigudo? Mas não era mesmo de se esperar o contrário. Por isso ela foi embora daquele jeito do casamento da Gina. Estava apressada demais pra se encontrar com o búlgaro idiota.”.

Foi naquele momento que toda a raiva e ciúmes do ruivo afloraram. A simples ideia de imaginar Hermione ao lado de Viktor Krum deixou Rony em ponto de socar o próprio ministro ali ao seu lado, mesmo que o homem jamais tenha citado o nome do jogador durante seu discurso.

Ele se sentiu traído. Havia ficado todos aqueles anos inconformado esperando que ela, um dia, voltasse e pudessem reatar, mas agora ele sabia porque ela nunca voltou.

"O Krum sempre foi melhor, não é? Se você teve tempo pra desfrutar de suas viagens, Hermione Granger, eu terei tempo pra desfrutar da sua estadia na 'minha casa'. Vou te mostrar que eu também posso e sei me divertir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah... Viram só quantas lorotas na cabeça do Roniquito? Ele é ciumento demais e não era pra menos a sua irritação. Hermione na Bulgária? Claro que ela estava com o Krum... Ao menos é o que o ruivo deduziu. Espero que tenham gostado, e espero muitos comentários... :***



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Casa Caiu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.