A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 5
O Dia Depois de Ontem


Notas iniciais do capítulo

Oiê gentes!!! Bom, vamos lá as minhas retratações. Antes de mais nada, quero pedir desculpas pelo atraso na postagem. Eu sei, tenho consciência do meu erro, mas quero culpabilizar a minha beta. SIM, FOI ELA!!! Senhoria Anne A. decidiu viajar e não tinha acesso à internet - sim, nem me perguntem onde ela mora kkkk - para betar o capítulo, então tive que esperar até ontem para a betagem, e como estava morta de sono, adiei a postagem pra hoje - essa culpa é minha.
Agora que me retratei, sem muito mais o que dizer, desejo um ótima leitura a todos e uma semana feliz!
:***



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Hermione abriu os olhos e a única vontade que tinha era quebrar o celular que tocava insistentemente e continuar deitada. Era o despertador. Seis horas da manhã.

Não quebrou o celular, precisava dele. Ela não lembrava de muita coisa da noite passada além de brigas, muita água no banheiro, Rony muito sensual todo molhado e ela indo se deitar depois de tomar um chá.

Devo ter apagado mesmo.” Pensou depois de silenciar o celular e se virar sobre o estofado macio. Estava tão confortável que relaxou enquanto pensava se havia dormido uns cinco minutos apenas. O sono chegou e, sem perceber, dormiu.

Rony, por sua vez, acordou e foi para o andar de baixo. Observou a morena dormindo e constatou que os anos a haviam deixando ainda mais bonita. Seu sono tranquilo era encantador.

Que baboseira. Vá tomar banho e se vestir e deixe essa sabe-tudo irritante se atrasar sozinha.”. Ele subiu novamente e, enquanto tomava banho, debatia consigo mesmo se deveria ou não acordá-la.

Pensou em tudo o que passaram na noite anterior e concluiu que não seria culpa sua se ela não acordasse. Não que ele estivesse realizando uma vingança infantil. Não, não.

Hermione era adulta e cabia a ela se responsabilizar por seus horários. E um sorriso surgiu em seus lábios com a decisão de deixá-la arcar com as consequências de sua irresponsabilidade, ainda mais depois de tê-lo feito dormir tão mal na noite anterior.

Se era tão organizada e dona de si como queria demonstrar, que começasse a partir de agora. Ele havia acordado, tinha tomado banho e estava de pé. Ela não era “sua” responsabilidade só porque estava aglomerada em sua casa.

Desceu as escadas e começou a preparar seu café da manhã. Observou ela novamente e sentiu a consciência pesar levemente. Fez o máximo de barulho que poderia conseguir.

Bateu nas panelas e até mesmo colocou ‘água’, que depois não viu motivos para usar, no micro-ondas com a expectativa de que ela acordasse com o barulho: Não aconteceu.

Será que ainda está viva?” Se perguntou observando a garota dormindo profundamente. “Devo chamar? Deixar como está? Vai ver ela tem regalias e vai trabalhar a hora que bem entender.

Então se virou e resolveu ir embora. Desistiu. Tinha certeza que ela não sabia como chegar ao Ministério. Preparou uma xícara de chocolate quente e esperou; esse foi o tempo que ele concedeu para que ela acordasse. Depois disso, iria embora de uma vez.'

— Mas que grande DROGA! — ela despertou bruscamente ao ver o aparelho celular: 07h43min. De um salto, sentou-se sobre o sofá-cama e olhou ao redor. Rony estava pronto, terminando de tomar alguma coisa em uma xícara — Há quanto tempo está ai? — perguntou irritada, se levantando.

— Cerca de meia-hora — o ruivo respondeu sem pressa.

— E por que não me chamou? — ela esbravejava enquanto procurava uma roupa na mala.

— Vamos deixar algumas coisas bem claras aqui, senhorita Granger — ele falou e tomou um gole de seu chocolate. Prosseguiu em um tom firme — Podemos até estar dividindo a mesma casa, mas não sou seu empregado.

— Ronald, por Merlin, não custava ter me chamado. Juro que não custava. Isso faz parte das regras de boa convivência.

— Oh!! Regras de convivência? Você tem vivido suas regras de boa convivência? — debochou.

— Eu não posso acreditar que você seja tão vingativo — comentou incrédula.

— Sabe-tudo, eu não sou vingativo. Apenas pensei que a queridinha do Ministro também tinha a regalia de chegar a hora que bem queira no trabalho.

— EU NÃO SOU A QUERIDINHA DO MINISTRO!

Esbravejou, colocando um monte de roupas nos braços, subindo a passos firmes e pesados para o andar de cima. Logo em seguida, Rony escutou a porta ser fechada sem muita delicadeza e não conseguiu se controlar mais: começou a rir.

— CUIDADO PARA NÃO QUEBRAR A BANHEIRA! — gritou para ela em meio ao divertimento.

Rony não podia negar que havia passado muitas coisas em sua cabeça desde que encontrou Hermione Granger em sua cozinha na noite anterior. Ver a morena ali, em sua casa, foi um choque.

Há cinco anos, quando ela decidiu fugir e abandonar algo que poderiam remediar, ele realmente pensou que não encontraria mais a ex namorada, amiga e companheira de tantas batalhas, mas a encontrou.

Fazia dois anos que ela havia aparecido na Toca para o casamento de Harry e Gina. Naquela ocasião, não se cumprimentaram, mesmo estando os dois em posições de destaque na festa: padrinho e dama de honra. 

E, mesmo ele querendo mais do que tudo conseguir falar com ela e pedir para tentarem novamente, não houve oportunidades, porque ela parecia fugir.

Depois daquele dia ele deu por encerrado todo e qualquer possível relacionamento com a morena. Seria impossível conviver com uma pessoa que tem dificuldades em aceitar que errou, que exagerou. Uma pessoa que simplesmente achou mais fácil desistir e fugir do que tentar.

Ele sabia que havia fugido uma vez, durante a guerra, mas voltou. Voltou disposto a reparar o erro que havia cometido, porém, Hermione não.

E, agora, ela estava ali. Vivendo em sua casa, sob o seu teto. Comendo de sua comida e quebrando o resto de casa que ele pensou em reformar.

Já havia decidido aceitar aquela situação até que o tal corretor a resolvesse, mas tinha a certeza de que os dias que viriam seriam complicados ao lado daquela louca, irritante e irresistível sabe-tudo.

Observou Hermione descendo as escadas, vestida com um casaquinho e a saia numa cor parecida com cinza. Lhe caía muito bem. Deixava suas curvas mais redondas e provocantes. Viu quando ela o encarou, os passos firmes, sentando-se sobre o sofá e calçando os sapatos de salto baixo.

— O que está olhando? — ela perguntou com cara de poucos amigos enquanto amarrava os cabelos em um rabo de cavalo.

Enquanto descia as escadas, ela reparou que o ruivo observava os seus passos. Não disse nada. Havia pensado, durante o banho que, talvez, o silêncio fosse a melhor maneira de conviver “harmoniosamente” aqueles dias terríveis que viriam.

Respirou profundamente enquanto penteava os cabelos. Sentia o olhar dele sobre ela, mesmo que estivesse propositalmente de costas. Pegou um espelho de dentro da mala e o apoiou no sofá. O reflexo mostrava Rony, de braços cruzados, escorado no umbral da passagem da cozinha, a observando.

Ele ficava muito bonito com a farda de Auror. O azul-escuro da capa lhe caía bem, ressaltava o tom de seus olhos. O dourado que escrevia Auror Weasley sobre o peito esquerdo fazia um contraste bonito com sua pele branca e os cabelos vermelhos.

Ele estava mais sensual e adulto do que ela imaginou que ele estaria. Aliás, jamais imaginou estar em uma situação como aquela que vivia agora.

— Não estou olhando nada — ele respondeu com brincadeira na voz, sem se alterar ou mudar sua postura.

— Por que não vai de uma vez pra o Ministério e me deixa atrasada e em paz? — Hermione soltou, a raiva transparecendo enquanto terminava o cabelo.

— Ah... Okay. Já vou então. Pensei que gostaria de saber como ir pro Ministério, mas sendo você quem é, acho que, certamente, já te informaram.

— Rony — ela chamou engolindo a raiva quando ele já se aproximava da porta. O ruivo parou e a olhou curioso — Eu não sei chegar ao Ministério — admitiu e ele sorriu.

— E o que eu tenho com isso? — provocou.

— Rony, eu não acredito que você seria capaz de me deixar aqui — ela respondeu de olhos esbugalhados.

— Até onde eu sei, você é a garota mais inteligente da sua época. Tenho certeza que vai saber encontrar o caminho até lá — falou achando graça.

— Como você pode ser tão imaturo? — se irritou — Será possível que com quase trinta anos nas costas ainda não aprendeu a deixar essas suas vinganças idiotas e sem sentido de lado.

— Não tenho quase trinta. Fale por você, não por mim.

— Ah… Quer saber? Eu me viro sozinha. Obrigada por ajuda nenhuma — e falando isso, Hermione se virou, continuando a se arrumar, e ouvindo a porta sendo fechada.

— “Crianção” — resmungou consigo mesma saindo em seguida.

Hermione saiu de casa e trancou a porta. Olhou ao redor algumas pessoas se encaminharem até os seus locais de trabalho. Ficou tentando adivinhar quais daquelas pessoas seriam bruxos e saberiam dizer onde encontrar a passagem do Ministério, mas, ao menos que perguntasse, aquela tarefa seria mais complicada que achar as horcrux.

Seguiu alguns passos em linha reta, seguindo um casal que ela supôs ser de bruxos e quando passou na frente de uma viela, sentiu o braço sendo segurado.

— Ah! Mas que… — ela se preparava para usar defesas quando viu quem segurava seu braço — O que quer, Ronald? — perguntou irritada puxando o braço.

— Você está indo para o lado errado, Sabe-Tudo.

— E o que você tem a ver com isso? — continuou.

— Oras… Deixe de ser mal-agradecida e me siga de uma vez — ele falou concluindo a ladainha — Se apresse. Temos cinco minutos.

— É muito longe ou complicado chegar lá? — ela perguntou alguns passos depois. Se esforçava para acompanhar o companheiro de perto.

— Não. E também não é novidade — ele falou tranquilo enquanto caminhava, percebendo o esforço de Hermione em acompanhá-lo e achando graça — Lembra quando entramos no Ministério, para pegar o medalhão com a Sapa Velha?

— Sim. A descarga — ela lembrou sem muito animação.

— Aqui é do mesmo jeito. Na praça, a alguns metros daqui, tem um banheiro público. Basta ir no feminino. O pessoal do Ministério não parece ser muito criativo em relação a entradas secretas…

— É... Parece que não — concluiu apressada, seguindo os passos do ruivo.

— Acha que vão dar algum tipo de banquete por sua volta? — ele cutucou mais uma vez.

— Ronald, o que você pensa que eu sou de verdade? — perguntou desanimada.

— A queridinha do Ministro, já disse — desdenhou.

— Por Merlin... Você consegue ser bem irritante quando quer, sabia? —ela tentou não alterar o tom ou se irritar.

— É ali — o ruivo apontou a praça. Os banheiros estavam bem visíveis agora — Basta molhar os pés e dar descarga.

— Tudo bem. Obrigada.

Mas o ruivo não respondeu. Já se apressava até o banheiro masculino, e quando Hermione se deu conta, ele já havia fechado a porta do local. Como um clarão, de repente se deu conta: estava atrasada ao seu primeiro dia de volta ao trabalho depois de cinco anos fora. Não dava para ser assim. Andou o mais rapidamente que conseguiu.

O horário, ainda bem, era muito propício: Não havia usuários no banheiro e ela entrou de uma vez se maldizendo por ter que enfiar os sapatos novos na água, mas não se importou de todo.

Deu descarga e sentiu o puxão há tanto tempo esquecido. Por um momento, sentiu-se naquele dia infeliz, quando foram atrás do medalhão, mas sabia que aquele tempo havia ficado no passado.

Alisando o casaco com as mãos, retirando possíveis amassados, caminhou em passos longos e firmes até o elevador e, reconhecendo pessoas familiares e conhecendo alguns rostos novos, se dirigiu ao gabinete do Ministro. Aquele dia seria difícil.


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