A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 27
Então, o Natal


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Demorei, mas cheguei. Antes de tudo, quero me desculpar por não responder os comentários, mas tentarei essa semana. Espero que gostem desse capítulo, achei que ficou legal.

PS: Minha beta ainda está sumida. Relevem os erros! ;)

Abraços e bom fim de semana...



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Rony estava mal. Aquela tristeza que ele sentia fazia com que ele se deprimisse e lembrasse de muitos outros momentos tão tristes ou piores que aquele.

Lembrou-se do momento em que desaparatou e se distanciou de Hermione e de Harry na caça às horcruxes. Lembrou-se também do dia em que viu seu irmão sem vida sentindo uma grossa lágrima descer por seu rosto. Lembrou daquele fatídico dia quando terminou seu namoro com Hermione.

Aqueles eram momentos que ele tentava não lembrar, mas agora, na sala da Toca, eram eles que lhe povoavam a mente. Hermione havia ido embora mais uma vez. Tinham se afastado novamente e ele temia que dessa vez fosse definitivo.

Ainda não havia entendido o porquê de ela ter ido assim, de repente, depois de dias tão maravilhosos vividos juntos. Depois que havia decidido, de uma vez por todas, falar de seus sentimentos e de tudo o que desejava para eles.

Mas ela se fora. E não explicara o motivo.

Era noite de Natal e ele estava em meio aquele amontoado de pessoas. Seus parentes. Seus sobrinhos. Via-se em meio a tantas pessoas e, mesmo assim, sentia-se solitário. Sentia-se triste. Odiava ter aqueles sentimentos envolvendo sua vida.

Ouviu ao longe sua sobrinha, Vicky, chamá-lo para o jantar. Não estava com fome, o que poderia ser considerado estranho, e a única coisa que realmente queria era estar com Hermione, mas nem mesmo o seu endereço ele tinha. Não sabia o que fazer.

—--

Hermione tomava a terceira ou quarta taça de wisky de fogo. Não sabia porquê estava fazendo aquilo, mas talvez quisesse poder se libertar um pouco de todas as frustrações e medos que a rodearam toda a sua vida.

Sentia-se uma idiota completa por ter acreditado que Rony, talvez, por um instante, pudesse realmente sentir algo verdadeiro por ela. Estava confusa e não sabia muito bem como agiria dali em diante e a única ideia que realmente pairava em sua mente era viajar.

Viajar, não. Fugir. Este era o sentido literal de seus pensamentos, mas ponderava a ideia. Estava bem no Ministério. Tinha uma boa casa e muito o que tentar galgar em sua vida, mas aquele sentimento de engano e traição a inquietava.

Custava a acreditar que Rony pudesse fazer algo daquele nível e tentava com todas as suas forças encontrar uma explicação óbvia para o que ouviu dias atrás.

Respirou profundamente e sentou-se sobre o sofá solitário de sua nova casa. Não havia tido animação nem mesmo para mobilhá-lo e, se não fosse por Gina, não teria nem mesmo onde dormir.

Deixou tudo na antiga casa, aquela maldita casa que dividiu com o ruivo por aqueles meses. Aquela maldita casa que só fez com que ela voltasse a sentir aquele sentimento irritante que já tinha se obstinado a esquecer.

— Legume imbecil.

—--

— Então você deve achar que eu estou adorando essa situação? — perguntou Rony a Gina em tom ofendido.

Desde que havia chegado à casa dos pais que a irmã usava qualquer assunto para martelar uma certeira no irmão. Sobre como ele era idiota ou, simplesmente, que jamais imaginou que ele pudesse ser tão mentiroso e cínico.

Depois da intervenção de Molly e Arthur, além de um pedido do marido para que ela tentasse controlar a sua revolta, conseguiram jantar em paz, porém, após colocar o pequeno James para dormir, ela não controlou seus impulsos quando ouviu o irmão confessar a Harry que não sabia o que havia acontecido com Hermione.

— Só sei que você é um estúpido de primeira linha — ela continuou, petulante. Ouvira o que a amiga falou sobre Rony alguns dias atrás, mas custara a acreditar que fosse verdade. O estado da amiga ao lhe contar os fatos foi o que a convenceu. Todavia, ainda restavam dúvidas — E jamais imaginei que pudesse ser tão falso. Se a Hermione foi embora, ela tem um bom motivo para isso e você, seu hipócrita, poderia pensar bem no que fez.

— Mas que inferno — falou irritando-se — Eu não fiz absolutamente nada com a Hermione. Não tenho no que pensar porque não faço ideia do que poderia ter feito que a desgostou.

— Pois eu concordo plenamente com a minha amiga — cruzou os braços e o olhou com ironia — E ainda acho que ela fez pouco indo embora. Se fosse comigo, teria acabado com você.

Rony começava a assumir aquele tom avermelhado de quando se irritava ou ficava envergonhado e Gina continuou, queria entender o que aconteceu.

Sempre defendeu o irmão e sabia que ele era apaixonado por Hermione desde que se entendeu por gente. Era complicado ficar entre os sentimentos do irmão e da amiga. Sabia, e tinha certeza que acontecera um mal entendido, mas antes de tentar ajudar o irmão, iria perturbar o quanto pudesse.

— Gina, por favor, controle-se — Harry tentou inutilmente — Estamos na casa dos seus pais. Olhe a quantidade de crianças que temos aqui.

— E esse é o único motivo de não lançar uma azaração contra esse estúpido. Esse patife. Você está me envergonhando de ser sua irmã.

Rony não aguentou mais. As orelhas estavam vermelhas e o rosto começava a assumir o mesmo tom rubro. Pegou a irmã pelo braço e a puxou escada acima em direção ao seu antigo quarto. Gina não protestou. Talvez a surpresa na atitude do irmão a tenha desarmado, por isso, ela o acompanhou.

— Gina, faz cinco dias que eu tento entender o que está acontecendo — ele começou desarmado, assim que fechou a porta do quarto — Eu não sei o porquê da Hermione ter ido embora. Eu não sei o que aconteceu.

— Mas deveria — a irmã permanecia irredutível. Cruzara os braços e lhe dera as costas.

— Mas eu não sei. Não sei o que está acontecendo... — pausou um pouco antes de continuar — Gina, vou ser sincero com você — a irmã virou imaginando que, talvez, ele fosse revelar o que aconteceu de fato.

— Hermione e eu estávamos vivendo bem em nossa casa — ele pausou e respirou antes de continuar — Eu não sei se ela chegou a te contar, mas estávamos dormindo juntos havia algumas semanas.

A expressão surpresa da irmã lhe fez acreditar que aquele era um fato inédito para ela. Abaixou a cabeça quando ela o olhou repreensivamente. Aquele mesmo olhar que recebia da mãe quando aprontava em sua infância.

— Ela não me contou…

— Quando a Hermione chegou naquela noite, eu estava preparando um macarrão... Algo que havia visto na internet e queria fazer pra ela. Era pra ser uma noite especial — respirou profundamente e continuou — Eu havia preparado tudo enquanto ela tomava banho: arrumei a mesa, tirei o hidromel do congelador... Eu só queria que ela ficasse comigo. Eu queria que ela estivesse comigo agora.

— Mas não está. Você fez tudo isso, mas esqueceu de ser sincero com a Mione, Rony — Gina falou um pouco mais desarmada. Sabia que Rony jamais trairia alguém, muito menos Hermione.

— Mas eu sempre fui sincero com ela. Eu amo a Hermione, Gina. Eu amo e não consigo mais esconder os meus sentimentos. Tudo o que eu quero é que ela esteja ao meu lado... A única vez que não fui sincero foi quando não falei pra ela que a amava. Não contei pra ela que sempre a amei.

— E por que não disse isso pra ela? — Gina continuou, sentando sobre a antiga cama do ruivo.

— Por medo — ele baixou os olhos — Sempre tive medo de fazer a Mione sofrer e esse meu medo sempre faz ela sofrer.

— Mas… Medo de quê?

— De não ser bom o bastante pra ela. A Hermione é maravilhosa demais… Merece alguém que a faça feliz.

— E você acha que não pode? Acha que não é esse cara?

— Não me sinto bom o suficiente pra ela, mas não posso viver sem ela perto de mim… Por favor, Gina, por favor, me dê o endereço da casa dela.

— Não — a irmã virou o rosto e cruzou os braços. A mesma atitude de quando era criança — Não estou autorizada.

— Mas Gina...

— Não, Rony — ela o encarou e tentou voltar ao assunto da ligação. Estava certa da inocência do irmão — Você deveria ter trazido a "sua" namorada pra cá. Aquela que você ama. Depois de me falar que dormiram juntos foi que eu entendi o quanto a Hermione deve estar sofrendo com tudo isso...

— Que namorada? — ele parecia confuso.

— Ah... Vamos deixar de cinismo aqui, eim, Ronald — Gina esbravejou teatralmente — A Mione ouviu você se declarando pra alguém pelo telefone quando estava descendo as escadas. Você estava dizendo que amava outra mulher e queria casar com ela. Por que não para de mentir e deixa a minha amiga em paz?

— Peraí... Deixa eu ver se eu entendi — ele falou pensativo, meio incrédulo — A Hermione me ouviu falando ao telefone, me declarando pra alguém?

— Sim... E você deveria se envergonhar disso. Acho que o Chapéu Seletor te colocou na casa errada. Você deveria ter ido pra Sonserina. Aí sim essa sua atitude poderia ser justificável.

— Não, Gina — ele sorria agora — Ela entendeu tudo errado. Eu não estava me declarando pra nenhuma mulher. Era o Harry...

— Como é? — Gina olhou para o irmão atentamente. Sua feição ia da incredulidade ao espanto — Você estava se declarando para o "meu marido"?

— Não! — ele sorriu ainda mais — Não estava "me declarando" pro Harry. Estava ensaiando.

— Ensaiando? — ela não parecia acreditar.

— Sim... Ensaiando como falaria com ela durante o jantar. Não imaginei que ela tivesse ouvido isso... Não acredito que ela foi embora por causa disso.

— Ensaiando…? — ela estava abismada em como uma bobagem se tornava um problema.

— Gina, por favor, me diga onde a Hermione mora.

— Não.

— Gina... Por favor…

— Eu não posso. Ela me fez prometer que não te falaria onde ela mora. Nem o Harry sabe o endereço.

— Mas eu preciso encontrar a Mione. Preciso explicar tudo isso — ele estava desesperado.

— Rony, eu não posso… — falou com carinho — Mas, mesmo que você tenha paquerado meu marido, eu sempre soube que havia um mal entendido nessa história.

— O que eu vou fazer? — sentou sobre a cama, a irmã ficando ao seu lado — Como vou encontrar a Mione?

— Você lembra da época da caça às horcruxes? — ela falou depois de breves instantes. A mente arquitetava algo.

— Sim… — respondeu sem entender onde a irmã queria chegar.

— Lembra que você abandonou os dois por causa do medalhão?

— Sim — ele a encarava começando a compreender o que a irmã falava.

— A Hermione me contou a forma heroica como voltou… — ela sorria acompanhando o sorriso dele — E me falou de como você disse que os encontrou.

—--

— Não, mamãe...  Não vou sair.

— Mas minha querida, deveria ter ficado aqui, conosco, então. Passar o Natal sozinha é algo tão triste.

— Não, mamãe... Eu estou bem. Quero ficar só, de verdade.

— Mas eu pensei que você iria ficar na casa do Rony.

— Não, mamãe — ela falou desanimada — Não vou ficar na casa dele nem na de ninguém.

— Aconteceu algo…? Você e o Rony estão…

— Não estamos nada, mamãe — foi um pouco grossa — E não aconteceu nada entre o Ronald e eu.

— Tudo bem — a mãe compreendeu a irritação da filha — Tem certeza que não quer ficar aqui, conosco?

— Sim... Eu tenho. Obrigada, mamãe.

— Feliz Natal, meu amor.

— Feliz Natal, mamãe.

Quando ela desligou o telefone, não percebeu o barulho familiar que se fez do lado de fora da sua casa. Provavelmente as taças de wisky de fogo que havia bebido tinham tirado um pouco de sua concentração.

—--

— Onde está seu irmão? — Molly Weasley perguntou quando viu Gina descer as escadas sozinha.

— Mamãe, acho que ele foi tentar recuperar a vida dele.


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Notas finais do capítulo

E ai, gente? O que acham que vai acontecer agora? Será que Rony vai conseguir encontrar a Hermione. E Gina, o que acharam da aparição espetacular dela?
Espero os comentários e até sexta-feira, nosso último capítulo!



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