A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 22
Como Um Livro Aberto


Notas iniciais do capítulo

Olá querid@s leitores de meu coração.
Olha eu aqui de novo, com um capítulo novo e muitos agradecimentos para fazer.
Antes de tudo, obrigada pelo apoio de vocês, por confiarem em mim e me instigarem sempre a continuar.
Cada palavra escrita e postada nesta e em todas as minhas fics é por e para vocês. Sou imensamente grata por ter leitores tão maravilhosos, que confiam em mim acima de minha própria desconfiança.
Queria ter postado esse capítulo há três dias, mas não consegui. Seria meu presente de aniversário para vocês, mas ele foi tão corrido que mal tive tempo de sentar e escrever, mesmo que o capítulo já estivesse mais de 70% feito.
Consegui terminar agora e espero que gostem do que fiz. São as emoções finais dessa fic, está mais perto que nunca de acabar e já começo a sentir a saudade dela. Mas, como sempre, já tenho infinitas ideias de novas fics para escrever, e queria saber o que vocês acham da próxima ser uma Hinny. Faz tempo que prometi e estou pensando seriamente em cumprir... Espero as respostas.
Outra coisa é que ganhei um Netbook de presente (eu mesma me dei) e agora posso escrever em qualquer lugar, até mesmo a noite, quando os pernilongos insistiam em me devorar.
São promessas de uma escrita mais rápida e eficaz, e eu espero verdadeiramente cumprir.
Agora deixando o lero-lero de lado, vamos ao capítulo que eu gostei muito, por sinal, e que tem continuação heheheheheeh

PS: Heloísa Weasley, muitíssimo obrigada pelas palavras em sua recomendação. Estou em um momento sensível da minha vida e elas me fizeram chorar, além de ter sido publicada pelo Nyah no dia do meu aniversário. Um grande presente. Obrigada mesmo!!!



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— Hermione, desculpa pelo Jorge. Você sabe que ele é um imbecil e não entende nada. Só quer saber de fazer palhaçada mesmo. Mas eu vou falar sério com ele, você vai ver. Isso não vai ficar assim…

Rony se desculpava mais uma vez na volta da Toca para a sua casa. Jorge havia aproveitado o caso do casal que queria tomar a casa dos dois e das palavras de Percy ao descrever Hermione como “cunhadinha” para encher o ruivo e a morena de verdades que todos conheciam e esperavam, mas que eles teimavam em encobrir.

— Não se preocupa com isso, Rony — ela falou mais uma vez — Eu sei como o Jorge é… Aliás, conheço muito bem seus irmãos. Não me afeta tanto quanto você acha. Não se preocupa e não precisa resolver nada com ele. Está tudo bem, okay?

Ela o olhou de um jeito incrível. Aquela sensação de estar ao lado de Hermione vivendo aqueles momentos deixava Rony extasiado. A cada segundo o seu desejo era unicamente abraçá-la e beijá-la. Não sabia mais como controlar aquele sentimento, mas respeitaria os limites da garota. A última coisa que desejava era que ela o detestasse de algum forma.

Hermione o olhava tentando imaginar o que se passava em sua cabeça. Passou o resto de tarde e início da noite na Toca observando o ruivo e seus familiares. Ouviu atentamente o que Jorge falava, a forma como Rony tentava desviar o assunto e se sentia incomodado.

"Incomodado com o quê?"

Às vezes achava que tudo o que Rony falava era no calor do momento e que ele, na verdade, não tinha tanto interesse nela como demonstrava algumas vezes. Por essas e outras que ela tinha tanta dificuldade em aceitar e acreditar que ele havia mudado, que deveria se jogar de cabeça e tentar de uma vez por todas dar um rumo àquele relacionamento.

As dúvidas eram tão constantes que ela até mesmo esquecia das vezes em que o ruivo havia sido tão sincero e verdadeiro em seus sentimentos.

— Mesmo assim, desculpa. Meu irmão é um idiota.

— Tudo bem — ela quis encerrar o assunto — Desculpas aceitas. Não se preocupa mais com isso.

Aquele dia tinha sido surreal para os dois. Desde a aparição do casal Dowich tentando lhes tomar a casa até aquele momento na Toca, tudo parecia meio esquisito.

Depois de encerrarem o assunto "Jorge", Rony foi o primeiro a subir as escadas e quando Hermione cruzou o corredor em direção ao seu quarto, ouviu o chuveiro no banheiro sendo aberto.

O peito esquentou na hora ao imaginar o ruivo tomando banho. Ela parou em frente à porta do cômodo, olhou para o nada e tentou definir o que aconteceria com a sua vida dali em diante.

Perdeu-se em seus pensamentos e no desejo de entrar ali e se banhar junto com ele.

Envolveu-se de maneira tal em seus pensamentos que não percebeu o chuveiro desligar. Não se deu conta que o ruivo, provavelmente, estava se enxugando, prestes a sair daquele cômodo e que ela continuava ali, em frente à porta.

— Está tudo bem com você, Mione? — ela ouviu a voz rouca do rapaz como se fosse um mantra. Piscou um pouco e, envergonhada, olhou para ele.

— Não… Quero dizer, sim. Está tudo bem, sim. Obrigada.

E, falando isso, caminhou em disparada para o seu quarto, fechando a porta às suas costas, recostando-se nela. Preferiu fugir rapidamente que permitir que sua emoção falasse mais alto e tomasse o controle de sua sanidade.

Rony cheirava a shampoo cítrico, aquele mesmo cheiro que ela reconhecia desde a época em que passava as férias na Toca. O cheiro que reconheceu enquanto fazia a poção do amor no sexto ano.

Era aquele cheiro que impregnava suas narinas e sua mente desde que o sentira pela primeira vez e que provocava sensações desesperadoras, para não dizer desejosas, até hoje.

"Ah... Seu Legume..."

Ela pensava enquanto suas costas escorregavam pela porta e ela sentava-se no chão, os joelhos unidos, a cabeça sobre eles, seus braços ao redor das pernas.

Olhar para ele com os cabelos molhados, fixar seus olhos naquele infinito azul que são os olhos do ruivo percebendo que seus ombros estavam desnudos lhe fizeram crer que ele estava apenas enrolado naquela toalha felpuda e antiga que mantinha desde a época em que começou a treinar como Auror.

Ser inebriada por Rony era perigoso e a única coisa sensata que ela pôde fazer foi fugir. Trancar-se em seu quarto até sentir que o perigo havia ido embora.

“Acho que esse perigo nunca vai embora.”

Quando desceu, um bom tempo depois, encontrou Rony relaxado sobre o sofá. Usava uma calça molinha de pijama e o peito estava descoberto. Tinha poucos pelos sobre seu corpo, mas eram avermelhados e evidentes o suficiente para contrastarem contra sua pele branca.

Respirou profundamente antes de dar a volta na sala e sentar na poltrona ao lado da dele, sentindo-se incomodada com aquela situação.

— Mione, tem certeza que está tudo bem?

A pergunta soou como uma machadada. Por que tinha que ser tão clara em suas expressões? Por que não conseguia simplesmente fingir que estava ótima? Por que ele tinha que lhe conhecer e reconhecer tão bem ao ponto de ser praticamente impossível encobrir-lhe algo?

— Estou bem, Rony. Não tenho nada.

Falou o mais convincentemente que conseguiu. Olhou para TV. Ele assistia algo que parecia ser O Exterminador do Futuro.

Ela realmente não se importava com aquilo. Seus olhos estavam fixos nos ombros dele. Ela observava as sardas espalhas por aqueles ombros e que desciam por seus braços.

A nuca exposta, salpicada, com fios de cabelo ainda úmidos grudados em sua pele. “Como consegue ser tão bonito mesmo de costas?” “Como é possível que mexa tanto assim comigo?” Estava tensa e encabulada.

— Por que está tão calada? — ele perguntou virando-se de frente para ela, piorando a sua situação.

— Não sei… — ela tentou inventar algo, mas não conseguiu ser muito convincente — Não acho que estou calada. Só estou quieta. Você está vendo um filme, afinal... É de se esperar que eu fique quieta.

— Não gosto de você assim… Não parece normal. Não parece a Mione de sempre. É como se estivesse tentando não fazer algo. Como se quisesse dizer alguma coisa que não pode, não sei… É a sensação que tenho neste momento.

— Imagina, Rony… Estou bem.

— Se você diz que está, eu acredito, mas não é o que parece de verdade.

Ela olhou para ele. Aquele olhar incógnito que ele sempre tentava desvendar. Hermione era a mulher mais bela e misteriosa que ele conhecia. Seu desejo maior era desvendar os segredos que aquela mente brilhante guardava. Queria saber se haveria um pouco de espaço para ele naqueles pensamentos. Na maioria das vezes achava que não.

Hermione sempre encontrava uma forma de se afastar dele. Ela sempre escorregava por seus dedos como água. Nunca conseguiu mantê-la por muito tempo. Era como se ela precisasse de espaço. De algo que ele não conseguia lhe dar e, por isso, nunca se achava bom o suficiente para ela. Nunca achava que seria capaz de acompanhá-la.

— Acho que vou deitar, então — ele falou ao concluir que ela realmente nada falaria — Não quero te aborrecer.

— Você não me aborrece, Rony — falou enquanto ele se levantava e caminhava em direção à cozinha, ela o acompanhou após desligar a TV — Só estou pensativa...

— Pensativa... — ele falou enquanto lavava a louça suja — Pensativa por quê?

— Ora... Não sei — ela começava a enxugar a louça sem prestar muita atenção no que fazia — Só pensativa.

— Oh, Hermione — ele se virou pra ela, o peito bem diante de seus olhos — Você está chateada com o que o Jorge fez, eu sei que é. Eu vou dar um jeito nele amanhã mesmo, caramba... Eu sabia que aquela história ia te incomodar e...

— Não, Rony — ela falou um pouco mais alto, parando de enxugar por alguns instantes — Não estou incomodada por isso, não pelo que o Jorge disse. Só estou pensando... Pensando na vida.

— Pensando na vida?

— Sim. Pensando na minha vida, Rony... — ela parecia sem graça — Pensando em como seria a minha vida se...

— Se...? — ele olhou para ela fixamente.

— Se... Se eu não tivesse ido embora... Como estaria se não tivesse ido embora há alguns anos...

— Acho que... — ele ficou sem graça — Acho que você estaria bem.

— Não vamos poder saber nunca, não é mesmo? — ela falou virando as costas para ele, voltando para a louça.

— Não... — ele ficou quieto por um tempo — Não vamos saber. Mas se você acha que perdeu algo nesse tempo que ficou longe, Mione, não fuja novamente.

Ela virou para ele instantaneamente. O olhou fixamente, um prato e um pano nas mãos. Ele havia desligado a torneira. O último prato estava lavado e descansava no escorredor. Encontrou os olhos da garota e fixou os seus nos dela. Deu um leve sorriso de canto e continuou:

— Fugir te faz perder coisas importantes. É a pior das alternativas.

— Eu não vou fugir de novo, Rony... — falou um pouco sem graça.

— Não? — a voz dele parecia um sussurro, rouca e aveludada — E o que está fazendo agora é o que?

— Não estou fugindo, muito menos agora — a voz dela também era um sussurro, porém ansiosa.

— Por que vai embora? — e ele estava tão próximo que Hermione sentiu-se novamente ameaçada, mas incapacitada de fugir — Eu sei que está pensando em ir embora depois do Natal.

— Quem te disse isso? — ela sentia o peito acelerado com a aproximação dele, mas se manteve firme e confiante que ele não ouviria o coração explodindo.

— Ninguém... Te conheço bem, Hermione. Te conheço bem o suficiente para saber que agora você está se perguntando quando deixou transparecer que fugiria de novo. Te conheço tão bem que sei que espera um beijo meu... agora.

Ele aproximou os lábios dos dela e os tocou com leveza. Hermione sentia-se inebriada demais para dizer não, para resistir. Era óbvio que ela desejava aquilo mais que tudo. Era o que fazia seu peito bater de forma acelerada agora.

— Não — falou e se afastou do ruivo — Obrigada pelos conselhos, mas eu não vou fugir.

E, falando isso, se afastou dele rapidamente, indo para o seu quarto.

Trancou a porta atrás de si e sentou-se no chão, abraçando as pernas, os joelhos juntos davam apoio a cabeça como algum tempo atrás.

Sentia-se irritada e ouviu a porta de Rony abrir e fechar do outro lado do corredor antes de se maldizer.

"Droga! Ele tem razão. Ele sempre tem razão."


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Notas finais do capítulo

Então, gente... Como eu disse ali em cima, esse capítulo tem continuação. O que vocês acham que vai acontecer agora? O capítulo está quase pronto e posto ainda essa semana. Quero suas sugestões... Vamos ver quem acerta ou chega mais perto.
Até lá e grande beijo a tod@s!!



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