A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 14
Pisando em Ovos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, boa noite! Estou bem atrasada, mas cheguei!

o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/

E trouxe um capítulo novo, como era de se esperar. :D

Quero dizer que esse feriadão está super corrido, mas eu dei uma escapada pra passar aqui. Já li os comentários do capítulo passado e agradeço de todo o coração.
Não vou poder responder agora porque não gosto de mandar as respostas de qualquer jeito e, agora, realmente não tenho muito tempo, mas assim que passar eu respondo todos!

Por favorzinho, comentem o capítulo de hoje. É bem tranquilo, mas espero que gostem! Beijocas!



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Depois de passar um bom tempo deitado tentando pegar no sono, Rony finalmente dormiu, mas o seu sono estava agitado, ele não tinha relaxado. Havia pensado demais no que aconteceu momentos antes. Ele a beijou e ela permitiu. Era estranho que isso tivesse acontecido novamente, e num espaço de tempo tão curto.

Se perguntou, ainda antes de dormir, se seria estúpido de sua parte voltar ao quarto dela para conversarem. Da última vez que um beijo entre os dois aconteceu, ela havia ficado quatro dias sem falar com ele diretamente, mesmo que ele tentasse.

Quando percebeu que o aniversário dela havia chegado, não pensou duas vezes e planejou tudo da melhor forma como um pedido mudo de desculpas que ela aceitou, mas depois desse segundo beijo, ele não sabia até quando.

E era isso o que o impedira de dormir, ou de ficar tranquilo em seu sono, mas, mesmo que impaciente em seu inconsciente, ele dormiu.

Ao contrário dele, Hermione ainda estava acordada, e sabia que estaria péssima de manhã. Usar corretivo nas olheiras e tentar não parecer uma vampira seria sua tarefa.

Por mais que tentasse, não conseguia. A imagem de Rony em seu quarto, o som nítido de sua voz contando como havia conseguido aquela pulseira, a sensação do beijo em seus lábios lhe deixavam ansiosa, daquele jeito que ela ficava em Hogwarts. Daquele jeito que ela ficava quando os dois namoravam.

Já havia levantado da cama três vezes desde que ele saíra de seu quarto e cogitou a possibilidade de ir ao seu encontro.

Não saberia explicar o porquê, mas a vontade que tinha era de continuar o beijo que ela mesma interrompeu, mas não saber como ele reagiria ou se aceitaria depois dela o mandar embora a impediu de avançar no corredor que dava até o quarto da frente.

Estava tão confusa e tentava entender o que acontecia, mas a verdade é que não sabia, ao menos, o porquê dele tê-la beijado. Duas vezes.

Quando Rony desceu para a cozinha na manhã seguinte, encontrou Hermione sentada à mesa tomando uma grande e fumegante xícara de café. Estava de costas para a entrada do cômodo, sentada na ponta da mesa retangular e, talvez, não tenha percebido quando ele avançou até o seu lado.

Ao menos não está fugindo de mim, isso já é alguma coisa.”

— Bom dia, Mione — Rony a cumprimentou meio sem graça, sentando.

— Bom dia, Rony — ela respondeu com a voz baixa. Ele se preocupou imediatamente.

— Você tá bem? — perguntou tentando ver o rosto da garota através de seus cabelos soltos.

— Não muito — ela continuou com aquele tom de voz cansado, massageando as têmporas com os dedos — Estou com dor de cabeça, só isso.

— Mione... — ele não conseguiu se controlar e tocou o rosto dela com a mão. No impulso, quando ela o encarou, afastou o toque por um breve instante, mas colocou de volta com delicadeza — Parece muito cansada. Quer que eu faça alguma coisa por você?

Hermione pensou antes de responder. Queria dizer “Sim, me explica o que está acontecendo com a gente”, mas preferiu não tocar no assunto.

— Me traz um pedaço de bolo? — falou com um sorriso leve, nervosa com o toque carinhoso em seu rosto — Não fiz nada pra comermos e estou com fome.

Ele avaliou a resposta da garota. Sentia que ela queria falar outra coisa, mas não provocou nem insistiu. Levantou e foi até a geladeira, retirando o bolo intacto de lá.

— Desculpa por isso... - ele começou, colocando o bolo sobre a mesa — Devia ter soprado as velinhas ontem — completou em um tom entristecido, arrumando as velas sobre a cobertura do bolo.

— Tudo bem, Rony. Não fica preocupado com isso. O dia de ontem foi bem legal... Obrigada por ter comprado um bolo pra mim.

— Não agradece, não – ele sorriu olhando para ela e percebeu que tinha olheiras cobertas por maquiagem e o semblante um pouco cansado.

Sorriu e se levantou. Foi até o fogão e pegou uma caixa com fósforos de lá. Hermione não conseguiu conter o riso assim que entendeu o que ele faria.

O ruivo acendeu as duas velas, e depois de cantar Parabéns para Você, pediu que a morena fizesse um pedido antes de soprar as velinhas. Rony seria capaz de muita coisa para saber o que aquela garota pediu no silêncio do seu pensamento, mas se conteve. Ela cortou o bolo e lhe deu o primeiro pedaço.

Quando terminaram, foram juntos até a praça que os levaria ao Ministério. Nenhum dos dois tocou no assunto da noite passada. Foi como se o beijo dado estivesse agora no esquecimento de suas memórias, por mais que martelasse impiedosamente na mente dos dois.

Depois de alguns dias os dois pareciam novamente normais, ou quase isso. Haviam deixado o assunto “beijo” no esquecimento e agora tentavam passar por essa situação sem se mostrarem constrangidos, afinal, eram adultos e não seria um simples beijo que lhes deixaria sem ação.

— Rony, rala um pouco de queijo pra mim?

Hermione ditou ao ruivo assim que ele acabou de espremer as laranjas. Preparavam o almoço de sábado e estavam cooperando na produção.

— Como eu vou conseguir ralar queijo?

A pergunta saiu com tanta simplicidade que Hermione achou graça. Num instante, ela deixou o seu serviço e foi até o armário, entregando o ralador ao rapaz.

— Agora você pega um pedaço de queijo na geladeira e rala – ele anuiu, mesmo que sem ter completa noção do que faria e, completamente sem jeito, começou a ralar o queijo.

Os dois ficaram novamente em silêncio. Era normal desde o dia do beijo. Rony, às vezes, lançava um olhar para Hermione, sem que ela percebesse, e se perguntava quando ela havia ficado tão bonita.

Gentil e delicada ela sempre fora, mesmo quando estava nos momentos mais difíceis da guerra, mas agora ela estava adulta. A beleza que exalava dela era completa. De repente, o som da campainha tocou.

— Deixa que eu vou lá — Rony se adiantou quando viu Hermione tencionando desligar o fogão. Não sabia o que ela estava fazendo, mas se seguisse o raciocínio de sua mãe, não era bom interromper para não desandar.

Limpou as mãos em um paninho qualquer e seguiu. Ao abrir a porta, uma surpresa.

— Ah... Olá, senhor Brandt — Rony cumprimentou sem muito entusiasmo, se perguntando o que aquele senhor fazia ali, agora.

— Ah!!! Bom dia, senhor Weasley — o senhor o cumprimentou com alegria, deixando o ruivo ainda mais intrigado — Vim fazer um convite.

— Convite? — ele estranhou.

— Sim, um convite da minha esposa direcionado ao senhor e à sua esposa — Parou de falar e antes que Rony explicasse mais uma vez que não são casados, ele se esticou na porta e acenou para Hermione — Bom dia, senhora Weasley.

— Não sou senhora Weasley, senhor Brandt, mas bom dia! — ela respondeu de forma educada, mas o homem não deu atenção e já falava novamente com Rony.

— Percebemos que não andam mais em pé de guerra há algumas semanas e minha esposa achou que seria falta de educação convidar todos os casais da rua e não convidar vocês.

— Er... Obrigado pelo convite, mas...

— Esperamos vocês às 17hs, amanhã. Até mais.

E ao terminar, apertou novamente a mão do ruivo e saiu, caminhando em direção à sua casa. Rony ainda ficou observando o senhor caminhar, tentando entender o que ele pensava dos dois.

— Rony, preciso do queijo — ele despertou, fechando a porta e indo ao encontro da morena — O que o senhor Brandt queria?

— Nos convidar pra o aniversário da esposa dele, eu acho.

— E o que você disse? — ela o olhou antes de despejar a mistura em uma travessa.

— Não disse nada, ele não deixou... — parou um pouco para pensar — Acho que esse senhor Brandt é louco. Ele tira um monte de conclusões precipitadas e não deixa a gente explicar nada.

— Não seja tão chato, Rony...

— Eu...? — ele se vitimou.

— Sim. Ele sempre se preocupou com o meu bem-estar e tentou me proteger. Não tenho absolutamente nada contra ele. Ele é um ótimo vizinho.

— Fale por você — ele resmungou enquanto entregava o queijo recém-ralado — Mas, e ai, vamos ou não?

— Quando será? — ela perguntou, espalhando o queijo sobre o macarrão.

— Amanhã, às 17.

— Hmmm... Eu gostaria de ir, mas não sei se você se sentiria bem.

— Ah... Se quiser ir, eu te acompanho — falou com simplicidade, balançando os ombros.

— Não vai ficar chateado? — ela perguntou direta.

— Não. Eu estarei com você, então, vale o esforço.

Rony quis morder a língua ao finalizar aquela frase, percebendo como Hermione o olhou. Mas as palavras praticamente voaram de sua boca, e o constrangimento sobrevoou por alguns instantes aquela cozinha.

— Precisamos comprar alguma coisa pra ela — foi Hermione quem falou, fazendo Rony respirar tranquilamente de novo. Virou e colocou a travessa no forno.

— O que tem em mente?

— Não sei. Podemos ir a Londres depois do almoço, o que acha?

— Acho incrível.

— Então estamos combinados, tudo bem?

— Tudo certo...

E novamente aquele silêncio os incomodou. Rony queria ter a liberdade de ler os pensamentos de Hermione. Queria saber se ela estava tão incomodada com aquela situação quanto ele, mas não leu a sua mente, nem mesmo lhe perguntou.

Preferiu ficar calado enquanto Hermione ia tomar banho e se vestir para saírem. Seguiu o exemplo e fez o mesmo assim que a moça desceu para a cozinha novamente.


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