A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 13
O Melhor Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Olá garotitos e garotitas queridas que acompanham essa história tão louca! Como prometi nas respostas dos comentários, CAPÍTULO NOVO!!
E antes que me estrangulem pelo que vai acontecer, lembrem-se que a fic está se desenrolando e que dúvidas e receios são normais.
Sem mais delongas, agradeço cada um dos comentários lindos que recebi e peço, com humildade, que os queridos fantasminhas se manifestem com suas opiniões. Serei ainda mais feliz com isso.
Agora, e definitivamente, se divirtam!



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Quando Hermione abriu os olhos, fitou o teto meio desapercebida. Ficou imóvel sobre a cama por alguns instantes e suspirou antes de ver um flashback passar por sua memória.

Lembrou de quando era criança, de como os pais evitavam que ela brincasse com menininhas de sua idade devido as coisas estranhas que ela fazia.

Lembrou de como ficou feliz quando a ¹Professora Mcgonagall procurou seus pais para explicar sobre magia e de como ansiou o dia em que recebeu sua carta de Hogwarts.

Lembrou da primeira despedida no Expresso de Hogwarts, de Neville chorando pedindo que ela o ajudasse a procurar o seu sapo desaparecido. Lembrou de ter visto Harry Potter e o reconhecer graças aos inúmeros livros bruxos e sobre bruxos que já havia lido até então.

Lembrou-se também do menino ruivo que dividia o vagão com aquele que sobreviveu. Ele parecia tão alto e desengonçado que a única coisa que lhe chamou mesmo à atenção foi aquela sujeirinha em seu nariz, além da magia que ele havia tentado fazer e que não dera em nada.

Ela também lembrou do Chapéu Seletor e de como ele havia cogitado lhe colocar na Corvinal...

Hum... Temos muita inteligência aqui, e um senso de raciocínio lógico mais aguçado do que a maioria dos que já passei. Seria brilhante na Corvinal, mas... Hmm... Há muita determinação e coragem em você, muita ousadia e um coração muito nobre e bondoso. Acredito que vermelho combinará bem mais do que azul... GRIFINÓRIA!

Ela queria ter ficado mesmo na Corvinal, mas a casa dos leões era a melhor para ela, hoje ela não tinha dúvidas. Eram tantas lembranças... Trasgo das masmorras, desafio de poções e duelo de xadrez. Basilisco, Murta-que-Geme, poção polissuco... Dementadores, Sinistro, animagos, lobisomem.

Balançou a cabeça um pouco e as lembranças continuaram... Taça Tribruxo, Baile de Inverno, Rony... Krum. Cedrico, Voldemort, lágrimas. Umbridge, castigos, AD, patrono, Dumbledore... Lágrimas. Horcrux, fuga, Rony, lágrimas... Harry, morte, luta, Rony... Rony... Mortes... Vitória...

— Então é isso — falou para si mesma — Vinte e seis anos vividos da forma mais intensa que eu poderia imaginar.

Levantou da cama com a sensação de que deveria ficar ali o dia inteiro. Não tinha problemas em comemorar aniversários, mas fazia quatro dias que tentava não falar diretamente com Rony, desde aquele beijo na cozinha e sabia que naquela manhã isso seria praticamente impossível porque ele insistia em lhe dirigir a palavra incansavelmente.

Saiu do quarto e se apressou até o banheiro, mas parou no meio do corredor quando percebeu balões presos no teto. Sentiu algo estranho dentro de si, um misto de alegria e espanto, e pensou se os balões estavam grudados com fita ou mágica.

Quando desceu até à cozinha, encontrou um bolo muito bonito sobre a mesa. Um dois e um seis sobre ele. Ela sorriu novamente, olhou ao redor, mas não viu o ruivo.

Quando ele fez tudo isso?”

Se adiantou ao bolo e pegou o bilhete sob ele, lendo em seguida.

Desculpa a letra, mas acho que, depois de tanto tempo, você já acostumou a desvendar o que escrevo. Esse bolo, você deixa aqui, a gente come mais tarde. Te espero no endereço abaixo na hora do almoço. Precisamos comemorar, afinal, não é todos os dias que a garota mais inteligente de sua época completa 26 anos.

PS: Colei os balões no teto e comprei o bolo.

Feliz Aniversário, Mione.

Ela sorriu. Rony conseguia ser surpreendente quando queria. Olhou ao redor em busca de sua cabeleira ruiva, mas ele não estava em lugar algum.

O que ele está aprontando?”

Sorriu e partiu para o Ministério. Passou toda a manhã de quarta-feira ansiosa pelo almoço. Foi cumprimentada por alguns poucos funcionários, mas não avistou o ruivo, nem Harry. Imaginou que os dois estivessem tramando e se adiantou o mais rápido que pode até o restaurante no horário combinado.

Quando ela atravessou a porta do estabelecimento bruxo, chuvas de confetes caíram sobre sua cabeça. Ela sorriu. Estava realmente animada. Olhou em frente, enquanto os estranhos acompanhavam a cantiga de parabéns, e avistou seus amigos.

Rony estava ali, e junto com ele estavam Harry, Gina, Luna, Neville e Hanna. Jorge estava um pouco mais afastado, com alguma buginganga que fazia um barulho estranho. Seus pais e os senhores Weasley juntos, como há muito tempo ela não via.

— Obrigada!

Foi a única coisa que saiu de sua boca antes que ela começasse a chorar e sentir o abraço de todos, além de receber os muitos pacotinhos de presentes dos amigos. Sentou-se, ainda desorientada, e sorriu pensando em como pôde viver tanto tempo longe de todo aquele carinho.

— Como está se sentindo um ano mais velha, Mione? — Luna perguntou e ela olhou a amiga com enorme carinho.

— Estou bem. Estou incrivelmente bem. Eu jamais imaginei que pudessem fazer algo assim...

— Que fique claro que, pela primeira vez, concordei com o Rony em algo — Gina falou sentando mais perto da morena — Foi ele quem planejou tudo.

Os olhos dos dois se encontraram e, enquanto Rony sentia as orelhas avermelharem, Hermione sentia uma enorme gratidão por ele. Era sempre tão dura com o ruivo e ele parecia estar tão mais amável...

— Obrigada — falou para ele em um gesto mudo dos lábios. Ele sorriu de volta, feliz com a felicidade da morena.

— Minha filha, estou tão feliz por estar aqui com você — o abraço de sua mãe foi forte, apertado, cheio de saudades — Desde que voltou, ainda não tinha ido nos ver.

— Eu sei, mamãe. Me desculpe. Mas está tudo tão corrido que...

— Tudo bem — o pai se aproximou lhe dando um beijo no alto da cabeça — Sem explicações. Hoje é o seu dia de comemorar.

E eles comemoraram em todo o horário de almoço. Hermione não se lembrava de ter se divertido assim em um aniversário fazia muito tempo. Seu coração se encheu de alegria, paz e gratidão por ter conhecido pessoas tão maravilhosas em sua vida.

Quando voltou ao Ministério, chamou sua secretária para que a ajudasse com os presentes que havia ganhado. Estava encantada com tantos mimos. Neville havia lhe dado um vaso com uns galhos verdes. Imaginou se era uma planta ou alguma espécie de flor, mas regaria e colocaria tudo o que ele indicou no cartão para ver no que aquilo daria.

Gina havia lhe dado um livro, um romance bruxo que ela ainda não conhecia. Ficou feliz pela escolha da amiga, lembrando que fazia muito tempo que não se concentrava para ler de verdade.

Harry lhe deu uma agenda e uma caneta personalizadas. Eram vermelho e bronze, como as cores da Grifinória e ela se sentiu ainda mais pertencente à Casa.

Luna lhe deu uma espécie de binóculo mágico, para ver seres incríveis e Rony... Não havia presentes dele. Então, ela lembrou do bolo sobre a mesa da cozinha, dos balões no corredor dos quartos e daquele almoço. Rony não precisava lhe dar presentes.

Seus pais haviam lhe dado um belo vestido cor de vinho e a senhora Weasley, uma caixa cheia de bolinhos caseiros.

— A senhorita é muito amada... — a secretária observou encantada.

— Sou sim. E sou muito grata por isso. Não quero perder tudo isso novamente — Hermione comentou distraidamente.

— Perder, senhora? — a moça ficou curiosa.

— Sim... Quando fugimos, deixamos os nossos problemas de lado por um tempo, mas deixamos as melhores partes das nossas vidas enterradas nessa fuga também...

Quando Hermione saiu naquele início de noite, procurou por Rony. Soube que ele e Harry estavam em uma reunião com os aurores novatos e decidiu ir para casa sozinha. Tomou um bom banho, provou o vestido, experimentou os bolinhos e começou a leitura de seu novo livro.

Não percebeu quando Rony chegou, algumas horas depois, estava envolvida com a boa leitura e apenas se deu conta da presença do ruivo quando ouviu sua voz através da porta, após um leve bater.

— Entra, Rony — ela permitiu depois de pensar rapidamente. Precisava agradecer ao ruivo.

— Oi... — ele começou, entrando no quarto lentamente.

— Obrigada por hoje, Rony. Foi tudo maravilhoso — Hermione se adiantou, e o ruivo não esperava. Ela o abraçou, agradecida por aqueles momentos tão felizes — Você não faz ideia de como foi importante pra mim.

— Só queria que você comemorasse um pouco — falou acariciando de leve os cabelos dela, enquanto ela ainda o abraçava — Sei que tem tido dias difíceis por aqui, mas não custa tentar alegrar um pouco... Queria que se lembrasse que tem pessoas que gostam muito de você por aqui, e que não te esquecem.

— Obrigada — repetiu, se afastando do abraço com leveza.

— Só tem uma coisa...

— O que? — ela perguntou curiosa, percebendo agora que ele escondia uma das mãos nas costas.

— Faltou o meu presente — ele indicou, lhe mostrando uma pequena sacola de papel vermelho.

— Rony, não precisa me dar presente algum. Você já fez muito por mim hoje. Todo o carinho que tive nessa tarde foi o meu maior presente — respondeu acanhada, sem pegar o pacote.

— Não mesmo. Era pra ter de entregado na hora do almoço, mas não achei que seria legal. Por isso estou te entregando agora, na discrição da nossa casa... Digo, aqui.

Ela pegou a sacola um tanto sem jeito e a abriu. Dentro, uma caixa de veludo preto. Ela o olhou antes de pegar a caixa e ele a incentivou a continuar. Hermione colocou a sacola de papel sobre a cama antes de abrir a caixa e encontrar uma linda e delicada pulseira dentro dela.

— Nossa, Rony... É linda!

Era dourada, com argolas quase que minúsculas. Pendurados nela, um sol, uma lua, um pomo de ouro, um livro e uma varinha. Era algo muito discreto, e diferente. Muito bonita e ela a colocou imediatamente.

— É linda. Muito obrigada! — falou lhe oferecendo o pulso, para que ele fechasse a pequena pulseira. Estava encantada.

— Essa pulseira é única... — ele começou.

— Como assim, única? — ela perguntou curiosa.

— Eu mandei fazer essa pulseira quando você ainda estava aqui... Antes desses cinco anos.

Hermione ficou tensa ouvindo o ruivo continuar.

— Tinha pensado em algo especial, único como você sempre foi pra mim... — ele respirou fundo antes de continuar — Foi feito em um joalheiro trouxa que o Gui tinha me indicado e fruto de alguns meses de salário que juntei na época que ainda trabalhava nas Gemialidades — pausou novamente, como se lembrasse de algo — Mas aconteceram tantas coisas enquanto ela estava sendo feita que eu nunca tive a oportunidade de te entregar.

"Quando você foi embora, perdi toda a esperança de que a usasse um dia e quase a joguei fora. Depois pensei em dar pra Gina, mas não era pra ela, não serviria — ele olhava fixamente para ela — Pensei em dar pra Vicky, ou pra Dominique, quando ela nasceu, mas desisti e guardei. Um dia alguém mereceria receber esse presente... Esse alguém nunca chegou, mas a dona dela voltou."

— Nossa, Rony. Eu agradeço muito — ela estava sem jeito. Não tinha o que falar.

— De nada. Feliz aniversário.

— Obrigada.

Ela se espantou um pouco ao sentir o ruivo abraçá-la, mas não se afastou. Perdeu-se momentaneamente naquele abraço e no cheiro que ele emanava. Sentiu suas mãos deslizarem dos ombros dele até a sua cintura, e ele a apertá-la ainda mais contra o peito, sentindo o cheiro de seus cabelos.

A pele de Hermione se arrepiou quando os lábios do rapaz encontraram seu pescoço e suas pernas e sensatez perderam a firmeza. Se mal disse por essa entrega involuntária, mas deixou que ele a beijasse. Um beijo delicado, tranquilo, cheio de saudade e carinho.

— Ér... Melhor você sair, Rony — ela murmurou com os lábios ainda colados sobre os dele depois de alguns instantes daquele beijo.

— Sim... Eu vou — o ruivo fez o mesmo. Em seguida, saiu.


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Notas finais do capítulo

¹ Coloquei essa citação aqui porque tenho em mente escrever um dia como foi a vida da Mione. Em certo momento, por ela ser nascida trouxa, a Minerva visitaria seus pais para explicar sua condição mágica. Mas isso é outra história...

ATÉ A PRÓXIMA!!!



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