A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 11
Uma Vergonhosa Revelação


Notas iniciais do capítulo

Oi garotitos e garotitas... Cheguei mais cedo essa semana!
Na verdade, estou atrasada porque devia ter postado no domingo, mas não deu, então vim agora.
Como disse antes, começamos a segunda fase da fic, onde as coisas vão começar a se desenrolar, e o sentimento dos dois vai começar a ser colocado em prova, porque sim, né gente? Chega de tanta briga.
Agora, para os curiosos, descubram o que aconteceu com a senhorita Rost, e até menção so Krum vão encontrar aqui!!

Beijocas e até depois!

PS: Já respondi os comentários então, comentem de novo! :DD



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As duas semanas seguintes haviam sido mais tranquilas do que Hermione poderia ter esperado. Mesmo depois do fatídico encontro com a senhorita Rost, ela se sentia bem, e o mais interessante era que Rony também estava bem. Ela não admitiria, mas conviver com o ruivo na mesma casa estava bem mais fácil do que ela pensou ser.

A ideia que Gina havia dado há tantas semanas de dividir tarefas tinha dado mais certo do que ela imaginava e depois da tarde de domingo que passaram juntos, as coisas começaram a fluir muito mais tranquilamente e, mesmo que não tenham dividido tarefas propriamente, se respeitavam mutuamente e conviviam em paz.

Hermione tomou a iniciativa na cozinha e fazia a comida durante a semana. Rony, que tentava de todas as formas se desculpar, mesmo que não indicasse o motivo do arrependimento, lavava a louça após as refeições e passou a providenciar algo diferente para os finais de semana.

Também no fim de semana os dois faziam a limpeza da casa. Enquanto um espanava e varria em cima, o outro fazia o mesmo em baixo. Cada um lavava sua própria roupa, em dias alternados, e um não entrava na privacidade do quarto do outro.

As compras, por mais que parecesse estranho, eles faziam juntos, e era Rony quem pagava. As contas da casa eram responsabilidade de Hermione e esse foi o único tema no qual os dois conversaram e dividiram entre si.

Nenhum dos dois tocou no nome da enfermeira e nem Rony a levou para a casa novamente nos dias que seguiram. Surgiu algo incompreensível entre os dois depois do dia da arrumação do quarto e eles não comentavam sobre isso. Estavam bem com estavam.

— Ai, Rony! Que filme chato. — Hermione reclamou pela enésima vez desde que Rony havia colocado o filme no aparelho de DVD.

— Não é chato coisa nenhuma, Mione — Rony defendeu mais uma vez — Você que só sabe assistir aquelas chatices de romances bobos.

Estavam os dois na sala da casa. Era a terceira vez que eles se sentavam juntos para ver filmes na TV. Hermione havia feito pipoca e Rony havia comprado refrigerante. A morena estava sentada na poltrona, as pernas relaxadas sobre o braço do móvel com uma quantidade grande de pipoca solta sobre a roupa.

Rony, por sua vez, estava deitado, relaxado sobre o sofá que, anteriormente, era a cama de Hermione. A cabeça sobre o braço do móvel, virado de frente para Hermione. A bacia de pipoca estava sobre sua barriga, e um copo de refrigerante repousava no chão, na altura de sua mão.

— Mas bem que você gostou do que eu trouxe semana passada — ela continuou enquanto ele tomava um gole do refrigerante, provocando com diversão.

— Aquele foi diferente. Era divertido — ele se defendeu, rindo com ela.

— Sei... — ela ainda ria — Mas esse é chato. Não vou ver até o fim. Não gosto de guerras — ela comentou distraidamente, lembrando das épocas de guerras passadas.

— Não sabe o que perde — ele rebateu empolgado, alheio aos pensamentos da moça, enchendo a boca de pipocas, dificultando o entendimento da frase seguinte — Olha só essas explosões, que demais.

— Não, Rony. Não gosto — falou se levantando, colocando as pipocas que ainda não tinha comido na bacia dele — Eu vou tomar banho que ganho mais.

— Vai perder, eim... — ele a olhou, sentindo ter que ver o filme sem sua companhia.

— Não vou mesmo... Bom filme.

E com isso ela subiu. Rony ficou no sofá da sala pensando em como as coisas entre os dois haviam melhorado naquele mês. Desde que decidiram se respeitar e cooperar, tudo estava tranquilo.

Era tão simples viver com Hermione, agora tinha certeza. Ele que nunca soube aceitar as diferenças sem reclamar e era um completo idiota por isso.

Do nada, ele lembrou que era setembro e que, em breve, Hermione faria aniversário. Pensou em algo, mas antes precisaria resolver a situação da senhorita Rost.

Como eu tive coragem de enganar a Hermione desse jeito? Ela não merece isso.

Encheu o peito de coragem e resolveu que contaria tudo para ela naquela noite mesmo. Ligou para um restaurante chinês e encomendou uma refeição para os dois lembrando do gosto da garota para comidas orientais.

Voltou a sentar no sofá, esperando que ela descesse do banho e entendesse a situação idiota na qual ele havia se metido.

— Rony!!

O grito de Hermione lhe tirou dos pensamentos. Ele pausou o filme e subiu em direção ao chamado da morena.

— Hermione?

— Aqui!

Ela abriu a porta do banheiro e apareceu em seguida. Estava com os cabelos molhados, espalhados sobre os ombros, um pouco ensaboada, enrolada em uma toalha branca e felpuda, os pés descalços.

Involuntariamente, Rony sentiu o corpo reagir à visão de Hermione daquele jeito, mas preferiu relevar as sensações aproveitando que ela continuou a falar.

— Está chovendo aqui dentro, Rony!

Ela parecia ansiosa e o ruivo avançou para o banheiro. Esguichos de água caíam do teto e ele observou já sentindo o cansaço do trabalho que teria.

— Acho que um dos canos estourou — concluiu avaliativo, olhando para o teto.

— Como? — ela perguntou ainda da porta, observando Rony entrar na banheira ainda cheia de água, molhando as pernas e parte da bermuda que usava, esticando o braço para tocar o teto umedecido.

Os poucos pelos avermelhados espalhados pela parte baixa de seu abdome se revelaram numa discreta fenda de pele exposta pelo movimento do rapaz. Hermione desviou os olhos, sem jeito, mesmo que ele não tenha percebido nada do que acontecia com ela.

— Não sei, mas acho que já faz um tempinho. Pra o teto está jorrando assim, o vazamento deve ser meio grande.

Ele estava tão concentrado no problema que não percebeu quando Hermione o olhou novamente e riu distraidamente.

"Ele parece tão trouxa como qualquer outro trouxa nessa situação".

Ela se aproximou em seguida do pensamento, para observar onde ele olhava com tanta atenção.

— Acho que dessa vez não vou conseguir consertar — ele sentenciou momentos depois, os cabelos ainda mais vermelhos do que eram, molhados dos muitos pingos que caíam do teto — Está vendo isso? — perguntou apontando uma fenda no teto — A pressão da água quebrou o teto.

— E agora? — ela perguntou avaliando o estrago do buraco depois de entrar na banheira também. Agora que o local estava bem mais molhado, era fácil de identificar.

— Chamamos um encanador e fechamos a água antes que caia um pedaço do teto na nossa cabeça.

— Como vamos tomar banho e lavar louça... Essas coisas que precisam de água? — ela realmente parecia curiosa.

— Com baldes d'água — ele concluiu com simplicidade, chamando a atenção da morena — Vou subir no teto e pegar alguns baldes de água da caixa.

— Não pode fazer isso. É perigoso — ela afirmou com seriedade.

— Não é não. Claro que seria mais fácil com uma simples sacudida da varinha, mas tudo bem. Você me ajuda com os baldes e garantimos água até o encanador chegar, tudo bem? — ele falou olhando para ela e, finalmente, os olhares de ambos se encontraram. Ela afirmou com um movimento de cabeça, e Rony continuou — Hermione, eu sei que não é o melhor momento, mas preciso te falar uma coisa.

— O que é? — ela incentivou quando ele parou, curiosa com o que viria.

— Eu fiz uma grande idiotice, eu... Você não merece que eu esteja aqui com você — se puniu com tristeza, se sentenciando.

— O que está tentando dizer, Rony? — finalmente ela começou a se preocupar. Temeu que ele estivesse disposto a ir embora.

— Você é sempre tão prestativa, tão bondosa...

— Rony...

— Eu preciso te pedir desculpas por ser um cara tão imbecil — continuou baixando o rosto, envergonhado, colocando as mãos no bolso.

— Você não é um imbecil, Rony. — ela falou e estranhou. Era um dos i's que ela havia atribuído a Ronald Weasley.

— É sobre a senhorita Rost. Nós não somos nada além de conhecidos — Hermione percebeu o quanto aquilo o incomodava. Ele baixou a cabeça novamente.

— Rony... — ela tentou consolar, mas ele a interrompeu.

— É sério, Hermione — ele continuou com as orelhas vermelhas — Eu inventei tudo. A senhorita Rost que trouxe aqui é uma atriz. Uma descendente de veela, na verdade.

— Você contratou uma veela pra se passar por sua namorada? — Hermione perguntou, espantada. Ele afirmou com a cabeça, impossibilitado de falar — Mas por que fez isso, Rony? — ela incentivou o rapaz, sem o famoso tom acusatório.

— Sei lá... Não queria mostrar pra você que tinha parado no tempo, sabe? Você viajou, conheceu novas pessoas... Esteve na Bulgária e...

— E estive com o Viktor? — ela completou a frase do ruivo, arqueando uma sobrancelha.

— É... — ele coçou a nuca antes de continuar — Eu sei... Eu sei... Por mais que eu não ache, pode ser que ele te faça bem.

— Rony, quem te disse que eu estive com o Viktor? — perguntou desacreditada que ele tivesse pensado aquilo.

— Ah, Hermione. É óbvio — continuou como se aquela fosse a pergunta mais boba que ele já ouvira.

— Por que é óbvio, Rony? Como você pode tirar conclusões sobre a minha vida desse jeito? Você é mesmo muito idiota.

— Eu sei, né. Mas não precisa ofender — deu de ombros e se calou.

— Pra sua informação, eu estive, sim, com o Viktor — Hermione percebeu o semblante de Rony se abater antes de continuar — Estive também com Madeleine e com a filhinha deles...

— Filhinha?

— Sim, Rony. O Viktor casou. A Madeleine é uma mulher maravilhosa e a Sophia, a filhinha deles, é um encanto de menina.

— O narigudo casou? — Hermione o olhou enraivecida — Desculpe... Mas eu... Não sabia — ele parecia verdadeiramente surpreso.

— Se tivesse me perguntado, saberia, mas você prefere tirar conclusões precipitadas como um crianção bobo e irresponsável.

— Não sou assim... — a voz permaneceu na defensiva.

— É sim — ela continuou, mas o tom ainda era tranquilo — Inventar uma namorada falsa por nada, Rony. Contratar uma atriz sem a menor necessidade só pra se sentir superior. Por favor... A pobre senhorita Rost... É muita sorte da sua parte que eu não tenha falado nada pra ela.

— Como assim? Você conhece a senhorita Rost?

Rony perguntou tão intrigado que Hermione riu. Ele parecia tão inocente daquele jeito que o coração da jovem se encheu de uma emoção há muito não sentida, e de algum outro sentimento que ela preferiu não dar atenção.

— Uma tarde, faz alguns dias — ela começou — Acompanhei a Gina até o St. Mungus e ela foi atendida pela senhorita Rost.

— Mas... Por que não falou nada antes? — ele pareceu surpreso.

— Porque era algo seu, Rony. Por mais que me envolvesse, eu não teria o direito de te acusar por saber das suas bobagens...

— Hermione... — tentou se defender novamente.

— É verdade, Rony. Uma bobagem sem tamanho.

— Mas... — Rony sentiu uma gota de água grande em sua cabeça — Isso aqui tá ficando feio — falou se referindo ao vazamento.

— Melhor chamar o encanador de uma vez — ela indicou olhando para o vazamento e em seguida para ele.

Naquela distância, os dois sentiam, além dos pingos, a quentura de seus corpos. Rony sentia-se ainda mais idiota por Hermione saber de toda a sua infantilidade, mas ela era tão compreensiva que nem mesmo o tinha acusado.

Hermione pensava em como Rony poderia ser tão bobo em acreditar que ela cogitaria ter algum tipo de relacionamento com o Viktor quando a única coisa que ela realmente queria era que ele se aproximasse mais e a beijasse, mesmo sob o risco do teto cair sobre suas cabeças.

Então ela sentiu o peito apertar quando ele começou a se aproximar.

Será que ele aprendeu a ler pensamentos também? Droga! Será que ele se especializou em legilimência no quartel de Aurores?

Mas, mesmo com todos aqueles pensamentos bobos pairando o pensamento de Hermione, a única coisa que Rony realmente queria era sentir os lábios da garota sobre os seus.

— Inferno sangrento! — Rony murmurou irritado.

— Quem é? — Hermione perguntou ao ouvir a campainha.

— A comida — ele respondeu saindo da banheira, com o semblante fechado. A consciência voltando à tona — Vou lá atender. Você pode chamar o encanador?

— Claro.

E assim aquele momento passou. Hermione, ainda enrolada em sua toalha, com os cabelos úmidos, abraçada em seu próprio abraço dentro daquela banheira vendo Rony sair. Mais um momento quebrado.

"Melhor assim. Não tenho que ficar esperando ser beijada por esse Weasley idiota. Tenho coisas bem mais importantes pra fazer agora.


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Notas finais do capítulo

FUIZ!!!!!!!



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