A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 10
Terminando a Mudança


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem chegou no meio da semana...

AHHHH EU MESMA! o/

E trouxe a resposta dos comentários anteriores além do último capítulo dessa fase complicada e cheia de discussões.
Agora entramos em um estágio de "pisando em ovos" para não demonstrar o que se sente, mas mostrando muito mesmo sem querer e aviso também que, acredito eu, vamos até aproximadamente o capítulo 20, não se estendo muito mais além disso.

Vocês vão conhecer o mistério da senhorita Rost no próximo capítulo.

Outra notícia: Estou com todo o esqueleto de A Vida Continua Fase 3 pronta, logo "txan nam nam nammmm" vou começar a postar assim que terminar A Casa Caiu. Dessa vez teremos uma fase bem mais sinistra que a 2 e envolveremos mais a família Potter. Estou cheia de ideias e espero que gostem!

Acho que é só, por enquanto. Agora, o capítulo. Espero que gostem.

PS: Talvez volte no domingo pra postar outro, mas não garanto responder os comentários também nesse dia.
PS²: Relevem os errinhos. Ainda estou sem beta :'(

:*****



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Hermione olhou ao redor depois que Rony sumiu de suas vistas. O quarto estava um caos e ela tinha certeza que não conseguiria arrumar aquilo sozinha tão cedo. Pensou em voltar atrás e pedir a ajuda do ruivo, mas desistiu em seguida.

Desceu as escadas e encontrou o rapaz sobre o sofá vendo um programa qualquer no televisor. Permaneceu indiferente enquanto vasculhava uma de suas malas em busca de uma roupa mais confortável. Pegou e voltou a subir as escadas.

Depois de se trocar, entrou novamente no quanto e deu uma olhada mais avaliativa no lugar. Havia um armário, uma espécie de escrivaninha, uma cadeira de rodinhas e algumas muitas caixas.

Percebeu que também havia pó após uma sequência de espirros que deixaram seu nariz dolorido. Dobrou as mangas da camisa que usava e começou a arrumar. Já havia feito aquilo várias vezes na época da Ordem, não seria diferente agora. Ou seria, não podia usar mágica. Suspirou.

Começou abrindo as caixas. Na primeira encontrou algumas roupas, bolsas e sapatos femininos. Pensou que certamente eram da antiga dona. Arrastou a caixa para fora do quarto com certa dificuldade e a ideia de doar tudo em alguma organização na semana que seguia lhe deixou animada.

A segunda caixa que encontrou tinha talheres, louças e muitos utensílios domésticos que talvez fossem úteis na casa depois de uma boa lavada. Deixou a caixa em um cantinho para olhar melhor depois.

De repente, sentiu os pelos da nuca se arrepiarem ao ver o que achou ser uma barata correndo em um cantinho do quarto, perto da parede. “Não pode ser uma barata, não agora.”

Saiu um pouco do quarto, respirando o ar do corredor, dando tempo para o bicho ir embora de lá, e voltou. Pegou o martelo que havia comprado no seu passeio e, confiante, arrancou, depois de muito esforço, as tábuas que fechavam a janela do quarto. O sol da tarde entrou no lugar e ela sentiu o cheiro bom do outono.

Continuou desmontando as caixas até que encontrou uma com álbuns de fotografia. Não controlou a curiosidade e folheou alguns deles. Um casal jovem, mais ou menos de sua idade, sorrindo, em alguns dos cômodos que ela reconheceu serem da casa.

Enquanto olhava aquelas fotos cheias de amor e afeto, se perguntou o porquê daquele casal ter se separado e se abandonado. Parecia estranho.

Rony preferiu não sair naquela tarde de domingo. Hermione estava mais estranha que de costume. Enigmática. Ele sabia que aquela reação era única e exclusivamente por sua causa e por sua mania de levar seu ciúme a sério demais.

Ele mesmo não conseguia acreditar que Hermione tenha "se encontrado" com o narigudo. Era algo que ele alimentava, mesmo sabendo ser praticamente impossível.

Resolveu ver um programa na TV. Um pouco depois de Hermione ter subido novamente para o quarto com um monte de roupas, uma comédia romântica começou a passar.

Era uma daqueles que a morena gostava de assistir. Se não tivesse feito a idiotice de levar a tal enfermeira em casa, talvez agora estivessem os dois assistindo juntos.

"Por que eu quero tanto que a gente se dê bem de novo? Ou melhor, será que a gente se deu bem alguma vez na vida? Será que a gente realmente conseguiria viver bem em algum momento? Talvez se a gente fizer o que a Gina sugeriu e..."

O grito esganiçado chamou sua atenção. Ele se adiantou em subir as escadas com rapidez e, saltando por cima das caixas, entrou no quarto. Hermione estava encostada na parede do quarto em estado de choque. Olhou para Rony com desespero e apontou com o dedo, balançando a mão freneticamente enquanto tentava subir pela parede.

Rony sabia. Ele tinha certeza. Era uma barata. Nada deixava Hermione daquela forma além de uma grande e tenebrosa barata. Ele se adiantou e afastou algumas das bagunças pelo chão. A barata surgiu e, com ela, outro grito de Hermione que saiu correndo pela porta deixando o trabalho sujo para Rony.

Quando ele desceu as escadas, a encontrou sentada sobre o sofá, apreensiva, observando o filme na TV.

— Encontrou? — ela perguntou ansiosa assim que percebeu o ruivo no cômodo.

— Sim, mas não tinha só ela — falou sentando ao seu lado.

— Ai que droga! E se livrou de todas? — continuou com seu ar apreensivo.

— Acredito que sim — deu de ombros — mas acho que seria bom comprar um inseticida. 

— Sim. Você tem razão. Obrigada. — agradeceu voltando a se levantar.

— Hermione... — ele começou, chamando a atenção da moça, que parecia menos irritada depois do susto.

— Sim.

Ele queria se desculpar e ficar em paz com ela. Queria falar que não havia nada entre a senhorita Rost e ele, mas não conseguiu. Voltou atrás, sorriu um pouco encabulado e coçando a cabeça, continuou:

— Eu posso te ajudar com a bagunça? — se ofereceu novamente.

— Ronald, realmente não precisa. Mas eu agradeço — falou sem muita convicção.

— Hermione... Deixa de coisa. Eu quero te ajudar — continuou o ruivo, desligando a TV e se aproximando dela — Você não vai conseguir terminar aquilo tão cedo sem ajuda.

A morena olhou para o ruivo que tinha aquele olhar maroto de tantos anos. Ele sorria para ela e pediu em gestos com as mãos que, por favor, ela o deixasse ajudar.

Ela avaliou a situação, pensou em tudo o que estava acontecendo e de como queria mostrar que não se abalou com a namorada nova. Deu um longo suspiro e respondeu:

— Tudo bem, Ronald. É até bom manter você por perto caso aqueles monstrinhos voltem a aparecer.

Rony se adiantou até ela e a abraçou. Como se tivesse tomado um choque, a soltou logo em seguida. Olharam-se nervosos e ela se adiantou até as escadas, ele vindo atrás dela em seguida, comentando.

— Engraçado, você luta pela igualdade dos seres e me faz matar uma pobre e inofensiva barata. Não te entendo...

— Quando encontrarmos uma aranha, eu te explico.

Os dois sorriram enquanto subiam as escadas.

Ao chegar no quarto, ele já foi colocando as caixas para doar no andar de baixo. Conseguiu outra vassoura e depois de afastarem os poucos móveis que haviam no cômodo, começaram a varrer e lavar, e sorriam novamente, se divertindo juntos, como há muito tempo não faziam.

Rony começou a contar como aprendeu a usar o microondas em uma de suas missões porque, se não o fizesse, morreria de fome. Hermione, assim como ele, contou dos ministros trouxas que encontrou em suas andanças por alguns dos países que visitou.

Ele explicou para ela que o skype era a única forma segura de manter contato com o Ministério sem que os bruxos das trevas o encontrassem e, assim ele lhe tirou a dúvida de como conseguiu se adaptar ao mundo trouxa, coisa que ela jamais imaginou que aconteceria.

Hermione não poderia negar que estava encantada com aquelas informações. Rony realmente havia crescido bastante durante aqueles cinco anos.

Conversaram sobre seus pais, sobre os irmãos Weasley e sobre os muitos sobrinhos que Rony já tinha. Hermione falou de uma viajem de férias que fez com os pais para o Brasil e de como as pessoas são hospitaleiras e divertidas e dos muitos ingredientes para porção que comprou no país.

— Mas lá tem bruxos? — ele perguntou curioso.

— Claro que sim, Rony — ela falou como se aquela fosse a pergunta mais estúpida que ela já ouviu — Mas não os conheci ainda. Sei que a Escola de Magia fica no meio da Amazônia. Quando os trouxas olham pra ela, veem uma enorme montanha rochosa além de um rio.

— Legal — ele continuou — Eu lembro de uma intercambista que veio de lá com o Gui. Acho que foi isso...

— Foi, sim. Eu lembro...

— É bom saber que saiu com seus pais. Depois da batalha, pensei que eles não voltariam... Você sabe.

— Sei... — ela mudou um pouco a expressão — Você sabe que depois que as lembranças foram recuperadas as coisas ficaram mais fáceis.

— Você foi uma ótima obliviadora — ele comentou simplesmente.

— Mas não quero precisar fazer isso novamente — pareceu triste — Quase apaguei as lembranças dos meus pais pra sempre. Foi muito...

— Tudo bem, esquece. Já passou.

— Obrigada por ter me ajudado naquele momento.

Ela sorriu agradecida e ele acompanhou compassivo. Hermione se referia ao momento quando encontraram seus pais. Eles não lembravam de nada e os obliviadores informaram que o feitiço havia sido executado com muita intensidade.

Foram meses até que os pais de Hermione se lembrassem de tudo. Esse período foi um dos mais difíceis em sua vida e Rony esteve com ela em todos os momentos.

— Tinha esquecido como o tempo passa rápido quando nos divertimos — Rony soltou e deixou Hermione curiosa.

— Mas você sempre se diverte, não? — ela cutucou.

— Sim... — ele pareceu desconcertado — Mas esse divertimento aqui me lembra muitas coisas...

— Quando procurávamos fadas mordentes pra sua mãe? — ela sorriu e ele acompanhou.

— Sim... Mesmo com a guerra, era um tempo bom — observou saudoso.

— Por que acha que era bom? — ela pareceu curiosa.

— Sempre estávamos perto, você e eu... O Harry. Até a Gina e os gêmeos...

Hermione sentiu um pouco de comoção no ruivo quando ele citou os gêmeos. Mesmo depois de tantos anos, a guerra ainda era muito recente naqueles que haviam perdido entes queridos e Hermione viveu todo aquele período. Ela também sofria com as lembranças.

— Era um tempo muito bom mesmo, Rony — ela concordou.

— Foi na casa dos Black que eu contei ao Fred um dos meus maiores segredos...

Hermione olhou para o ruivo com carinho. Lembrou de um momento, depois de começarem a namorar, quando Rony comentou desse segredo contado ao Fred. No momento ela sentiu curiosidade e ele explicou que era sobre o amor que ele sentia por ela.

Olhou para Rony com atenção. Ele continuava ali, de cabeça baixa, tentando montar uma cadeira, mas a mente, ela sabia que já ia bem longe daquele quarto. Ela sorriu e ele a acompanhou quando percebeu que ela o olhava.

— Estranho pensar em alguém contando um segredo aos gêmeos — ela observou engraçada.

— É... Mas eles sempre foram mais próximos de mim. Você sabe... E eu não poderia contar aquilo pra Gina — falou como se a ideia de contar algo à irmã fosse impensada.

— A Gina é ótima em guardar segredos... — Hermione defendeu — Nunca contou meus segredos a ninguém.

— Os seus, não os meus — ele rebateu — Acho que terminamos — falou mudando totalmente de tom e de assunto, levantando a cadeira e a colocando firmemente sobre o chão.

— É verdade — Hermione olhou em volta e viu que o local, agora sim, parecia um quarto de verdade.

— Só falta a sua cama.

— Ah, não. Não falta não — ela sorriu e se adiantou até a janelinha do quarto olhando para baixo — Ela está lá embaixo, na varanda.

— Onde comprou uma cama? — ele se surpreendeu — E como trouxe pra cá?

— Encontrei uma loja aberta quando saí hoje pela manhã. Já havia pensado em vir pra cá e então resolvi unir o útil ao agradável. Como era uma caixa, um dos funcionários me acompanhou e trouxe.

— Você é perfeita, Hermione. Sempre pensa em tudo — o tom de admiração pegou a moça de surpresa.

— Sempre... — ela semicerrou os olhos, divertida — Sempre o mesmo tom de surpresa, Weasley!

Agora ela sorria genuinamente. Estava desarmada de acusações. Ele sorriu de volta e novamente sentiu aquele desejo forte de abraçá-la. Deu uma última olhada no local: o chão estava lavado, a escrivaninha, a cômoda e o armário estavam limpos, o vidro da janela consertado e Hermione, suja e bela, satisfeita em sua frente.

— Vamos montar a sua cama, então? — ele sugeriu e ela concordou.

— Vamos, sim! Mas vamos seguir o guia de instruções, tudo bem? — ela perguntou depois da tentativa frustrada de ele ter tentando montar o vidro na janela sem ler o manual.

— Tudo bem — ele sorriu de volta — Mas você lê aquele negócio. Não consigo entender muita coisa.

— Obrigada pela ajuda, Rony.

— Não precisa agradecer. Sempre pode contar comigo, Mione. Sempre estarei disponível pra você...

Os dois montaram a cama. Hermione ditava as instruções e Rony seguia, terminando bem antes do que imaginaram. Ela, logo depois, preparou macarrão com almôndegas e os dois comeram animados tomando o suco que ficou do café da manhã.

Tomaram banho e após desejarem boa noite um ao outro, seguiram, cada um, para seu quarto, deixando no peito uma sensação feliz de que poderiam fazer muitas coisas se dessem as mãos e, juntos, não se acusassem.


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Notas finais do capítulo

Finalizado por hoje!!!
Comentem e até depois! :*



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