Amigos escrita por Sekkai


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic do casal yay o/



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Moony. Moony. Moony. Remus. Moony! A forma como a palavra, o nome em si soava em sua mente era tão boa quanto quando colocava em palavras. Não cansava de repetir, de pensar, de dizer... Ele habitava seus pensamentos e sua vida. Obviamente James e Pedro também faziam parte do seu dia a dia, mas não saberia explicar como, o Moony era diferente. Às vezes, admitia que sabia bem porquê era diferente, mas o medo de encarar o próprio sentimento o negava dizer tudo em voz alta. Perderia a vida, mas não perderia a amizade de nenhum dos três, especialmente, do Moony.

Sorriu. Os pensamentos iam e vinham, davam voltas e mais voltas em torno dele. Era tudo o que fazia enquanto estava deitado na cama do dormitório de Hogwarts, as mãos cruzadas atrás da cabeça, e as pernas estiradas, cruzadas entre sim. Olhava o teto, mas não o via de verdade, não estava ali de corpo e alma. De repente James entrou, abrindo a porta com força, ofegante e nervoso. Sirius sentou-se na cama, assustado e bastou olhar a expressão do amigo para saber que algo estava errado.

– É o Remus! O lobo fugiu da Casa dos Gritos.

Sirius, num pulo, pôs-se de pé. Há pouco eles haviam descoberto o segredo de Remus e já estavam pensando e elaborando em formas de ficar perto do amigo durante os dias de lua cheia. A ideia do animago era algo fortemente em consideração, mas não havia muito tempo que pensaram nela. Por hora, não havia muito que pudessem fazer, senão ajudar o amigo quando ele voltasse e ajudar a esconder dos outros.

Sirius andou em direção a porta, pegando o cachecol que estava jogado em algum lugar. James e Pedro tentaram o segurar, em vão.

– Aonde pensa que vai? – James perguntou sério, segurando com extrema força o braço do amigo. Sirius puxou o braço com força e continuou andando. Saindo do dormitório da Grifinória.

–Sirius! – Pedro gritou, o olhando assustado.

Pela primeira vez Sirus se pronunciou, pensando claramente por alguns segundos. O que seria do Remus quando ele acordasse? Que seria de um adolescente em crise depois de uma terrível noite de lua cheia em meio a centauros orgulhosos, aranhas venenosas, e outros mais bichos selvagens da floresta negra? Não poderia imaginar, ele estaria a salvo enquanto lobisomem, pelo menos um pouco, mas quando voltasse a forma humana... Sirius olhava o chão, pensando nas possibilidades por um momento. Apertou sem notar a maçaneta. Olhou nos olhos dos amigos, alternando entre o gorducho e o moreno de óculos.

– Eu vou atrás do Remus e não há nada nesse mundo que possa me impedir. – saiu batendo a porta, deixando um atônito James e um assustado Pedro para trás.

Pessoas normais, amigos normais, pediriam ajuda, avisariam aos adultos, tentariam impedir, mas não estamos falando de amigos normais e sim, dos Marotos! James sorriu empolgado e deu um tapinha no ombro do amigo mais novo, saindo do quarto correndo em busca do Sirius e Pedro não ficou muito atrás. Logo, estavam os três usando mais uma das saídas secretas e indo mergulhar em meio à Floresta Negra. E que Merlim trouxesse todos eles vivos.

–x-

Primeiro, foram à casa dos gritos e viram um grande buraco na parede, indicando o caminho por onde Moony fugira. Também encontraram um homem de grande porte e cara feia na casa, um auror. O que indicava a que Dumbledore também estava mexendo seus pauzinhos. Embora fosse complicar mais a busca dos jovens, de certa forma aliviaram-se ao supor que seria mais fácil achar o Moony. Adentraram a Floresta Negra, preocupados com os seres que habitavam ali normalmente, com um possível lobisomem e com os aurores também. Pedro era de longe o mais assustado. Tremia e se agarrava a manga do casaco do James. Esse era o mais empolgado, sequer parecia que corria algum tipo de perigo, era uma aventura inesquecível, embora a preocupação com o amigo ainda fosse presente e Sirius, mantinha a testa enrugada e o olhar atento. Passos pequeno e silenciosos eram dados, tentando evitar serem abordados por qualquer criatura viva dali. Infelizmente não foram muito longe. Pouco antes de chegarem a metade do caminho os aurores os encontraram. Os três se abaixaram e fugiram, se separando tentando dar mais trabalho aos homens e continuar sua caçada. James, porém, perdera Sirius e Pedro de vista. Não demorou muito e fora capturado e levado até o diretor. Encontrou Pettigrew lá, mas nada do Black. Soltou um sorrisinho. Sirius era o mais sorrateiro deles.

–x-

Encarar o diretor fora a pior parte. Não tinham medo de adultos ou de aurores, mas bom, Dumbledore era Dumbledore. Ele mantinha o olhar curioso e impassível neles, enquanto James o encarava num desafio mudo e Pedro olhava para baixo.

– Cadê ele, senhor Potter? – O diretor perguntou, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

– Ele, quem, Professor? – Perguntou com toda cara de pau que tinha, e era muita!

– O seu maior companheiro de aventuras e mais desajustado do grupo, o senhor Black, é claro.

– Ele não veio conosco, senhor. – James disse sapeca. Era óbvio que todo mundo ali sabia que Sirius viera. Também era óbvio que James nunca diria ou assumiria. Quem precisa de hipocrisia? Dumbledore não era otário.

–x-

Sirius adentrou mais a fundo na floresta, encontrou mais aurores no caminho e despistou todos eles, incrivelmente, não sentia medo. Não dos monstros particularmente, apensa queria encontrar Remus. Adentrou tão a fundo que encontrou um pequeno lago, iria embora quando viu uma pequena mancha esbranquiçada ao extremo do lago. Espremeu os olhos e viu que parecia uma pessoa. Olhou para o céu e viu que começava a amanhecer, o que indicava que possivelmente, Moony estava normalizando. Correu o mais rápido que pode até o outro lado do lago. Viu uma silhueta abaixada e abraçada às próprias pernas, não precisou muito para reconhecer a cabelereira. Arfou, e suspirou ao mesmo tempo, o ar quente saindo da sua boca. Só agora notou o frio. Sorriu, mais tranquilo.

– Moony...- chamou, baixinho.

Remus estava trêmulo, virou levemente o rosto. Sirius finalmente começou a notar nas feridas, as costas cheias de riscos e arranhões, sangravam muito, com marcas de unhas. Andou devagar até ficar em frente ao amigo, ficando pálido ao ver seu estado. Chorava, um choro silencioso e pesado ao mesmo tempo. As pernas arranhadas, os braços, o rosto com pequenos cortes nos lábios. Sempre que encontrava o amigo depois das transformações, ele já tinha recebido poções de cura e vestido suas roupas. Ele já falara das cicatrizes, mas nunca chegou de fato a mostrar. O sorriso esvaiu-se. Ajoelhou, ficando com o corpo no mesmo tamanho. Tirou o sobretudo que usava e envolveu o corpo nu e encolhido do amigo. Tirou também o cachecol e envolveu no seu pescoço. Com a mão direita, levantou delicadamente o queixo do amigo, o fazendo encara-lo. Enxugou delicadamente e com lentidão algumas lágrimas.

– Eu estou aqui, Moony. Eu vou te levar para casa.

Passou as mãos por debaixo dos joelhos e esperou o amigo envolver um braço em seu pescoço. Ergueu o corpo do chão com uma força que não sabia que tinha, até porque o lupino pesava tanto quanto a si. Não importava, por ele, arrumaria forças do além.

–x-

Não demorou muito até encontrarem ajuda e serem levados de volta ao castelo. Remus foi prontamente atendido por Madame Promfrey e recebeu os devidos cuidados. No dia seguinte os marotos rodeavam a cama do amigo, e contavam como fora divertida a noite passada. Rindo sobre o desespero do Sirius e o medo do Rabicho. Todos se divertiam, até a enfermeira os expulsar a fim de deixar o lobo descansar e mandar os meninos para a aula.

Remus deitou na cama e fechou os olhos, se sentindo melhor e agradecendo a qualquer deus que existisse por ter amigos tão bons. De repente sentiu um beijo suave na testa. Abriu os olhos e deu de cara com Sirius, sozinho. O moreno o fitou e depois seus lábios. Não demorou que depositasse um selo em sua boca e ainda sobre ela sussurrasse:

–Estou feliz que esteja bem. – sorriu – Até o seu lobo é um Maroto.

Moony abriu um largo sorriso junto a Sirius num meio beijo, onde os lábios estavam próximos demais. Sirius depositou um beijo mais longo e depois saiu correndo. O enfermo ficou a observar o amigo e seus cabelos longos. Passou a considerar fugir mais vezes.


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Notas finais do capítulo

♥ historinha simples e com muito amor. ps: capa não é minha