See you again escrita por SweetBia


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Heey estou de volta, com mais uma one-shot para vocês.
Caso haja leitores de Isabella Potter e Remember Me, baixem as armas e não me matem por favor, trago a boa notícia que muito em breve haverá um novo capítulo em ambas as fics, e se atentarem contra a minha pessoa será muito difícil acabar de escrevê-los e postá-los no Além.
Como aqui em Portugal já passa da meia noite, é oficialmente o meu aniversário, então comentem muito e recomendem também se assim o entenderem que será a melhor prende que me podem dar ;)
Espero que gostem
Boa Leitura

P.S- Itálico = memória!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628394/chapter/1

- E com o poder em mim investido, eu vos declaro marido e mulher. – o padre pronunciou as tradicionais palavras, tornando a realidade definitiva, para felicidade do jovem casal.
O rapaz encarou a jovem à sua frente, o mesmo sorriso radiante que exibia estava refletido nela, lágrimas de emoção humedeciam os olhos castanhos. A felicidade do casal era quase palpávele contagiava toda a igreja, principalmente os seus pai presentes nas primeira fila, com as mães a chorar de emoção agarradas aos maridos.
O jovem de cabelos da estranha cor de cor de cobre, inclinou-se sobre a morena secando-lheas lágrimas com os lábrios e sussurou antes de os selar aos da sua, agora esposa.
- Eu amo-te Bella.
-Eu amo-te Edward.

Edward abriu os olhos, encarando a triste paisagem à sua frente. Já se habituara à chuva constante e ao céu cinzento que escurecia todos os cenários, porém nunca se habituara à falta dela, principalmente naquela época do ano que outrora fora tão feliz.
-Querido, de certeza que não nos queres acompanhar? Faria-te bem ir caçar, sair deste quarto ...
O rapaz suspirou ouvindo Esme que estava na porta do seu quarto. Todos os anos era igual, por mais que quisesse ficar sozinho naquela altura, a sua família não o conseguia compreender e dar-lhe o espaço que precisava. Mas também não os podia culpar, afinal nenhum sabia o porquê daquela época não ser de alegria para ele, apenas Carlisle conhecia o seu motivo e o mesmo prometera-lhe segredo. Já bastava a pena que a sua família sentia por ser o único a não estar acompanhado da sua companheira, não precisava também da pena que sentiriam se soubessem o seu passado.
- Não obrigada mãe. – foi educado, não a queria magoar, apesar de tudo amava-a como se fosse mesmo a sua mãe, o que de certa forma era – Caçei à dois dias, ainda não estou a precisar. Caça um leão das montanhas por mim Emmett. – pediu ao seu irmão, sabendo que ele ouviria mesmo estando na sala, dois andares a baixo.
- “Não será a mesma coisa irmão.” – ouviu os seus pensamentos.
- Tudo bem, se mudares de ideias sabes onde nos encontrar. – Esme suspirou saindo do quarto.
Doía-lhe ver o seu filho assim e saber que, por mais que fosse melhorar dentro de dias, voltaria ao mesmo no próximo ano por aquela altura e ela continuaria sem poder fazer nada, era o que lhe custava mais. Odiava ver o seu filho sofrer e não poder fazer nada para o ajudar.
Edward continuou a observar a paisagem enquanto ouvia a sua família sair até deixou de ouvir os seus pensamentos, à medida que se afastavam.
Na sua cabeça o último pensamento de Carlisle, a ele dirigido, ecoava ... “Bella não iria gostar de te ver assim.
Sabia que o vampiro mais velho tinha razão, ela não iria gostar, Bella nunca gostou de ver os outros tristes e sempre fazia o seu melhor para o evitar, o que geralmente resultava.

- Não gosto deste tempo, deixa tudo tão cinzento, nem se pode sair à rua para não ficarmos todos encharcados, é depressivo. – falou, abraçando a sua esposa por trás, observando com ela a chuva que caia..
-Não vejo o porquê de ser depressivo. – Bella retrucou, virando-se nos seus braços, ficando de frente para Edward. – A tristeza é só mais um estado de espírito, somos nós que escolhemos se queremos entregar-nos a ela ou lutar para que não nos afete. Meu amor, a vida é a tua tela e as aguarelas estão na tua mão, és tu que tomas a decisão se a queres pintar com cores tristes, escuras se preferes que ela passe a preto e branco, ou se preferes colori-la, não ver o lado negativo mas sim o que o positivo nos pode trazer. Quem disse que a chuva é má? Afinal, graças a ela não fomos almoçar a casa dos meus pais, - sussurrou aproximando os seus lábios dos do marido que se encontrava hipnotizado pela sua voz – que ficámos em casa, só nós os dois, sozinhos . roçou os lábios nos de Edward, muito levemente, numa suave carícia – e também nunca ninguém disse que ... – fez suspense, encostando os seus lábios suavemente, deixando Edward cada vez mais ansioso – é proibido correr na chuva! – murmurou e como uma menina pequena, saiu a correr, abriu a porta e continuou a correr até estar completamente à chuva, rindo feliz. – Não me apanhas! – gritou para o marido que ainda se encontrava atordoado a olhar para ela, até que saiu do transe.
- Ah Isabella, começa a rezar para que não te apanhe mesmo. – murmurou e saiu a correr atrás da mulher que, assim que o viu, soltou um gritinho e começou a fugir dele pelo quintal.
Não deram conta do tempo passar, nem perceberam quanto tempo ficaram na rua à chuva, apenas a correr atrás um do outro e a rir, até que Edward a apanhou, rodando-a no ar.
- Apanhei-te sua fugitiva. – disse, prendendo os braços à volta da sua cintura.
- Não, não. Eu é que deixei que me apanhasses. Há algo que quero mas que só podia ter se parasse de fugir. – Bella respondeu, sorrindo e admirando o quão o seu marido ficava bem todo encharcado e com a camisa colada ao corpo.
- E posso saber o que isso seria? – perguntou, apertando-a mais de encontro ao seu corpo.
- Isto. – respondeu, puxando-o para um beijo que deixaria os vizinhos escandalizados se os vissem. Porém, naquele momento, nada disso importava, já nem a chuva sentiam de tão embrenhados que estavam um no outro e na sua bolha particular.
Quando fizeram uma pausa para recuperar o fôlego, Edward pegou-a no colo, levando-a para dentro de casa, fechou a porta atrás de sim e seguiu com ela para o quarto, de onde não saíram tão cedo.

Edward deu um pequeno sorriso, lembrando-se do sermão que levaram das mães no dia seguinte, quando acordaram com uma constipação tão grande que tiveram de lhes pedir ajuda, nem parecia que eram adultos e casados, mas não se importaram com nada disso, e como o padre dissera, estavam juntos na saúde e na doença, só tinham levado as palavras demasiado à letra.
Eles eram tão felizes juntos, porque é que ela teve de morrer e deixá-lo sozinho naquela vida amaldiçoada em que teria toda a eternidade para sofrer a morte dp seu verdadeiro amor, da sua companheira, afinal era sua culpa que ela morrera.
Num ímpeto levantou-se, precisava de lhe pedir desculpa por tudo e implorar o seu perdão, então, como todos os anos fazia, começou a correr até a sua cidade natal, Chicago, onde a quase um século a enterrara.
________________
Já era fim de tarde do dia seguinte quando a família Cullen retornou a casa e rapidamente notou a falta de um dos seus elementos, levando a vampira loira a não conseguir continuar a guardar os seus pensamentos para si e a exteriorizá-los com raiva, para o restante da família.
- Eu já não aguento mais, quem é que ele pensa que é? Todos os anos a mesma coisa, deixa-nos preocupados com ele, isola-se da família e depois desaparece numa viagem misteriosa a sabe-se lá onde até que volta dias depois sem dar nenhuma justificação e como se nada tivesse acontecido!
- Rosalie, já chega! O Edward tem os seus motivos e se tu soubesses quais são, não o estarias a atacar assim, de certeza. – Carlisle intercedeu, por ter conhecimento dos motivos do filho não conseguia chatear-se com as suas atitudes e muito menos vê-lo ser acusado injustamente.
- Então conta-nos quais são Carlisle para que o possamos compreender porque, honestamente, eu não consigo pensar em nenhum forte o suficiente para que possa justificar isto tudo. – Rosalie pediu.
- Eu não posso, prometi ao Edward segredo e não vou quebrar essa promessa. Além disso, faz parte do seu passado, logo ele é que deve contar. – Carlisle explicou defendendo-se.
- Nós só o queremos compreender e quem sabe não o podemos ajudar? De certo que não há de ser algo sem solução. Por favor Carlisle, em todos estes anos que estou com vocês nunca vi o Edward sorrir verdadeiramente, muito menos ser feliz, eu só quero ajudar o meu irmão. – Alice apelou.
- Quem já não tem solução é o Edward, Alice. Tu vens com toda essa conversa que ele tem os seus motivos mas aposto que é só para termos mais pena dele. É isso que ele quer, como é o único que não tem companheira, quer chamar a atenção fazendo toda esta cena de coitadinho, usando a data da transformação para fingir que está muito mal e ir-se embora para quando voltar ter todas as atenções sobre ele! – Rosalie desdenhou.
- Ele não está assim por ser a data da sua transformação e muito menos para chamar a atenção. Ele está assim por ser o aniversário da morde da esposa e da filha! – devido à fúria do momento, Carlisle só reparou no que tinha falado assim que as palavras saíram da sua boca.
- Oh meu Deus. – Esme exclamou, tapando a boca. Já pensara em muitas razões para a tristeza do filho, mas nunca lhe ocorrera algo semelhante.
- Esposa? Filha? Como assim? – Emmett interrogou atordoado com aquela revelação.
- Sim, o Edward quando nos contou da sua vida humana disse que antes de ser contagiado com a gripe espanhola e ser transformado, era apaixonou pela ideia de se um soldado e estava só à espera da idade legal para se poder alistar. – Jasper questionou, expondo as suas dúvidas. Era o único ponto em comum que ambos partilhavam das suas vidas humanas, Jasper também sentira a ânsia de ser um soldado e admirara todo o louvor da profissão, tanto que mentira sobre a sua idade para se poder alistar porém, ao contrário de Edward, ele presenciara os horrores da guerra e presenciara que todas as suas fantasias anteriores sobre ser um soldado era tudo fruto da sua imaginação e de uma propanganda falaciosa que em nada se comparava a realidade.
- E em parte isso é verdade. Ele realmente era apaixonada pela ideia de ser um soldado mas isso foi só até ter conhecido Isabella Swan. – Carlisle suspirou sentando-se num dos sofás da sala, gesto que a família imitou. Sabia que não havia volta a dar, depois da revelação teria que contar a história completa ou os restantes não deixariam Edward em paz quando este voltasse da viagem até que lhes contasse tudo. Só podia que ele o perdoasse no fim.
- Quando o Edward tinha dezasseis anos, uma família nova mudou-se para a cidade, os Swan. Charlie Swan tinha sido destacado como novo chefe da polícia após o falecimento do antigo chefe, e trouxe consigo a esposa, Renée, e a filha também de dezasseis anos, Isabella, Bella como gostava de ser chamada. – deu um pequeno sorriso ao lembrar-se de como a jovem odiava que a chamassem pelo nome completo, apenas Edward podia chamá-la assim – O pai de Edward era um advogado influente na cidade, por isso ele e a família estavam presentes na festa de apresentação do novo chefe da policia. Pode-se dizer que foi amor à primeira vista, assim que pousou os olhos nela, Edward soube que a vida de soldado já não lhe interessaria mais se pudesse ter uma vida ao lado dela. Não é de admirar, a jovem Swan era diferente das restantes moças da cidade pelas quais Edward nunca se interessara, não posso negar que era muito bonita, porém era uma beleza diferente das outras, angelical, onde quer que entrasse era capaz de iluminar a sala com o seu sorriso, com a sua amabilidade, não importava se a pessoa fosse rica ou pobrem Bella era gentil com todos e sempre disposta a ajudar. Não admira que tivesse tantos pretendentes, facto que não agradou ao Edward que não sabia como cortejar uma moça, uma vez que nunca necessitara. Mas felizmente, Bella sentira algo diferente por ele assim que o vira na festa, então mesmo com a falta de habilidade em cortejar de Edward, os dois apaixonaram-se e quando tinham dezassete casaram.
Tenho a confessar que tinha inveja de Edward nessa época – confessou, surpreendendo os restantes Cullen que não imaginavam Carlisle com inveja de Edward -, o amor dos dois era quase palpável, em todos os meus anos nunca vi um sentimento tão forte entre dois seres que não fossem vampiros, era como se eles estivessem destinados um ao outro. Todos os dias, quando ia para o hospital, passava por casa deles que ficava a caminho e todas as manhãs ouvi-a a despedir-se dele que ia para o estágio no escritório do pai, com tanto amor e carinho na voz dela enquanto lhe ajeitava a gravata. Houve uma vez que Bella estava vestida só com camisa dele, a beijá-lo de despedida à porta, era como se nada importassem nem a roupa dela, que era um escândalo para a época, nem o facto de estarem aos beijos na porta de casa, outra situação considerada imprópria, assim que ela me viu a passar por ali, escondeu-se atrás do marido, com vergonha, que apenas riu e acariciou-lhe as bochechas coradas desejando-me os bons dias. – contava com um sorriso nos lábios ao relembrar o tempo em que o seu filho fora feliz, enquanto o resto da família escutava com atenção aquela faceta desconhecida de Edward.
Ah, quando se tratava daqueles dois não era difícil assistir a algum comportamento que fosse considerado impróprio em público na altura, mesmo para um casal, eles não o faziam por mal, apenas não conseguiam conter o amor que sentiam um pelo outro. Recordo-me de uma outra vez em que estava a votar de uma caçada, estava a chover fortemente e, enquanto todos os outros humanos estavam dentro de casa, resguardados da chuva, eles não. Edward corria atrás de Bella, que ria feliz, na chuva. Em vez de continuar a correr, parei e fiquei ali a observá-los. Mesmo sendo uma brincadeira de crianças, a felicidade que emanava deles era contagiante, tanto que, quando dei por mim, queria poder juntar-me a eles, fazer parte daquela felicidade que nunca antes experimentara. Quando ele a beijou, já não queria apenas juntar-me a eles, antes queria ser o Edward, poder ter a sua vida e estar ali à chuva a beijar a mulher que amava, ou apenas estar a correr atrás dela a brincar. – desabafou, encarando Esme que sorriu acariciando-lhe a face, sabia muito bem a solidão que o marido sentira durante dois séculos e o seu desejo de ter uma família.
Lembrando-se subitamente da fotografia antiga que guardava escondida na carteira, Carlisle retirou-a com cuidado, os cantos já dobrados e o aspeto gasto da imagem a preto e branco denotavam os seus anos. Olhou-a brevemente, não sabia dizer o porquê de a ter guardado, talvez fosse porque, secretamente, o casal nela representado lhe dera a esperança que um dia iria ter a família com que tanto sonhava e que seriam tão felizes como os dois foram. Passou-a para que pudessem ver a imagem e observou o espanto na face de cada um. Espanto pela beleza clássica da mulher representada que olhava para o homem a seu lado, sentiram mais espanto ainda ao verem um Edward humano a sorrir abertamente, devolvendo o olhar da sua esposa, mas não era um sorriso forçado como aqueles que estavam habituados a ver vindos de Edward, era um sorriso verdadeiro como nunca tinham visto. Na imagem, Edward encontrava-se de pé, atrás da cadeira onde Bella estava sentada, uma das mãos repousava no seu ombro, entrelaçada à dela, que a erguera, sorrindo timidamente. Na altura, tinham irritado o fotógrafo que, por mais que se esforçasse para fazer com que os dois olhassem em frente para a máquina, vira as suas tentativas frustradas ao constatar que eles não desviam os olhos um do outro por mais de uns segundos.
Após uma pausa de segundos para que admirassem a foto, Carlisle recomeçou a contar a trágica história de amor de Edward.
- Foi com grande surpresa que, no inicio de Novembro, receberam a notícia que iam ser pais. Bella desmaiara e caíra das escadas, Edward levara-a até ao hospital temeroso que a esposa pudesse estar doente ou ter partido algo na queda, eu estava de serviço nesse dia e examinei-a. Não foi difícil descobrir o motivo do desmaio, assim que entrei na sala consegui ouvir os três corações que ali batiam, o de Edward, de Bella e do bebé que ainda estava por nascer. Foi a primeira vez que vi Edward chorar, apesar de não ter sido planeado, notava-se o quanto ambos ficaram maravilhados com a notícia.

- Um bebé! Uma miniatura nossa. – Edward riu, com lágrimas nos olhos, enquanto pousava a mão na barriga de Bella, que também sorria e chorava ao mesmo tempo. – Agora é que não te vais conseguir livrar de mim facilmente, alguém tem de cuidar das duas princesas. – brincou.
- E agora é que me avisas disso? E eu que já tinha começado a fazer planos. Eu acho que vai ser um menino, o meu pequeno príncipe.

- A partir desse dia comecei a passar mais tempo com eles, cuidava da gravidez de Bella e também do braço que partira quando caiu das escadas. Quand Bella descobriu que ia passar o Natal sozinho, só faltou obrigar-me a juntar-me a eles, segundo ela, ninguém merece passar os dias sozinho, e numa época dedicada ao amor e à família era um crime não estar acompanhado, mesmo que fosse só de amigos. Claro que Edward concordou, ele concordava com tudo o que a esposa quisesse, uma vez confidenciou-me que, se fosse preciso, desceria até ao Inferno só para ver Bella sorrir feliz. Só alguns anos depois é que compreendi a dimensão daquelas palavras. Nem preciso de acrescentar que aquele foi o melhor Natal que passei em anos. Nenhum de nós esperava o que estava por vir ... – fez uma pausa, ao contrário do que contara até ao momento, os acontecimentos seguintes não tinha nada de feliz. Cinco meses depois, a gripe espanhola abateu-se sobre Chicago. As pessoas começaram a ficar doentes e a morrer, quando os pais de Bella e o seu próprio pai pereceram da doença, Edward achou melhor tomar uma atitude drástica, não havia maneira de combater a doença que se propagava muito rapidamente então fugiriam dela. Bella tinha uma tia em Springfield, então os dois viajariam para lá com a mãe de Edward que ainda não contraíra a doença, a viagem demorava meio dia logo não seria muito pesado para Bella que já estava de sete meses. Porém, no dia anterior à viagem, Edward ficou com febre, levaram-no para o hospital mas já era tarde, ele contraíra a doença. Só depois de muita insistência e Edward lhe ter recordado que tinham um filho a caminho, que precisava da mãe viva e saudável, é que conseguiram convencer Bella a fazer a viajem sem eles, Elisabeth ficaria para trás para cuidar do filho. Edward também tentou demovê-la mas ela recusou firmemente afirmando que por mais que amasse Bella, ela teria a tia a seu lado, como mãe não podia abandonar o seu único filho quando este mais precisava. A despedida deles foi a mais difícil que já assisti, Bella não conseguia parar de chorar e a certeza que nunca mais se veriam só tornava tudo pior, Edward tentava manter-se forte até que acabou por ceder e também começou a chorar, a cena era de partir o coração a qualquer um.
No final Bella seguiu viagem e, como já sabem, tanto Edward como Elisabeth sucumbiram à doença e eu transformei Edward a pedido da mãe. Assim que acordou da transformação, a primeira coisa que fez foi perguntar por Bella, foi preciso obrigá-lo a ir caçar primeiro e só depois é que iríamos à procura dela, por mais que fosse arriscado por Edward ser apenas um recém-nascido, tinha consciência que não o conseguiria demover da ideia de ir atrás da sua esposa e, para ser sincero, nem eu o queria fazer, também eu desejava ver o final feliz daquela história. Todavia, como podem perceber, não houve um final feliz. Quando lá chegamos, fui até casa da tia de Bella enquanto Edward ficava a minha espera na floresta perto da casa, como ela não me conhecia apresentei-me como um amigo do casal, que trazia notícias de Edward, e perguntei se podia ver Bella. Qual foi o meu espanto quando a senhora começou a chorar e entre lágrimas contou-me tudo o que se tinha passado. No final da viagem, devido às fortes emoções que passara nos últimos tempos, Bella começou a ter dores fortes no ventre e entrou em trabalho de parto prematuramente. O motorista que a levava apressou-se para o hospital, mas houve muitas complicações no parto e, para piorar ainda mais a situação, o bebé nasceu com o cordão umbilical enrolado à vota do pescoço. Infelizmente, o bebé não sobreviveu. Depois disso, Bella entrou em depressão, a sua filha morrera, pouco tempo depois descobriu através de uma enfermeira amiga que lhe telefonou, que o marido sucumbira à doença, foi demasiado para ela. Uma noite foi vista a entrar na floresta e nunca mais a viram sair, quando a conseguiram encontrar já estava sem vida e o seu corpo fora desfigurado pelos animais selvagens que ali habitavam.
Quando contei a Edward ele recusou-se a acreditar e implorou-me que fossemos à morgue onde os corpos estavam. A tia tratara para que fossem enviados para Chicago e enterrados junto da família, o transporte seria dentro de dois dias e já se fizera noite, então não havia perigo de sermos vistos ou o Edward encontrar-se com algum humano e não resistir à tentação. Foi duro quando lá chegamos, o rosto de Bella estava bastante desfigurado tornando impossível reconhecê-la, mas o cabelo, o corpo eram os dela. Ao seu lado, estava a bebé, mesmo se não tivesse uma memória perfeita nunca me iria esquecer de Edward a pegar no seu corpo pequeno com todo o cuidado e a apertá-la contra si, caindo de joelhos.

- É uma menina. A minha pequena, Eleanor. Eu voltei, o papá voltou para vos vir buscar, porque é que não esperaram por mim? Eu estou aqui, porque é que me deixaram se sabiam que sem vocês não sou nada, sem vocês fico vazio, não me vale de nada ter uma segunda oportunidade na vida se não a posso partilhar convosco. Eu amo-vos.

- Assim que saímos de lá, Edward nunca mais voltou a ser o mesmo, já não sorri nem consegue ser feliz como era quando estava com a Bella. –concluiu.
-Nem nunca vou conseguir, a Bella era a minha companheira, eu tive o amor da minha vida nas mãos e deixei-a escapar. – ouviram a voz de Edward, que estava encostado na porta, assustando a família que, por estar tão embrenhada na história, não dera pela sua presença.
Não era preciso ter o dom de Jasper para perceber o quão todos estavam abalados pela sua história. Esme, Alice e, surpreendentemente, a fria e egocêntrica Rosalie, soluçavam amparadas elos maridos, por sua vez Emmett e Jasper faziam um esforço monumental para não começarem a chorar na maneira dos vampiros também. Nunca imaginaram que a história de Edward fosse tão trágica, claro que todos tinham os seus passados tristes, porém o dele era bem capaz de ser o pior de todos uma vez que ninguém ali era capaz de imaginar, nem queriam, como seria perder o companheiro, muito menos perder o fruto do seu amor em simultâneo.
- Edward, por favor perdoa-me, todos estes anos julguei-te mal, pensei que apenas querias chamar a atenção, agora vejo que estava totalmente enganada. – Rosalie pediu arrependida.
- Todos estes anos senti a tristeza que sentes e nunca percebi o porquê, devia ter-te perguntado. – Jasper lamentou.
- Sim, podíamos ter ajudado. Mesmo que não consigamos fazer a dor desaparecer, podíamos ter tentado amenizá-la. – Emmett concluiu o pensamento anterior de Jasper, o qual a família concordou.
- Todas as vezes que desaparecias e eu via-te num cemitério, devia ter percebido que havia algo mais em vez de concluir que apenas tinhas ido a campa dos teus pais. – Alice lamentou, arrependida por não ter interpretado corretamente as visões.
- Tu não merecias sofrer por tanto tempo meu filho. – Esme falou, levantando-se para o abraçar.
Edward deu um passo para o lado, desviando-se, não queria ser abraçado no momento, pelo menos não por aqueles braços.
- Obrigado, mas não havia nada que pudessem fazer. Nada irá trazer a minha Bella nem a nossa filha de volta. Se me dão licença, vou para o meu quarto, preciso de ficar sozinho um bocado. – falou e começou a subir para o seu quarto, mas antes deixou um beijo na testa de Esme para que não ficasse magoada por ter rejeitado o seu abraço anteriormente.
Precisava de ficar sozinho e colocar os pensamentos em ordem, após visitar a campa ode Bella e Eleanour estavam enterradas e ter ouvido Carlisle contar o quão amável a sua esposa fora, estava cada vez mais convicto que Bella ficaria desiludida com o seu comportamento se o visse. Ela de certo iria querer que ele, pelo menos, tentasse ser feliz.
__________________________________

Continuou a correr, seguindo o cheiro que cada vez se tornava mais forte, sim, já estava perto, podia senti-lo. O rastro que seguia começou a misturar-se com outros que facilmente identificou como sendo de vampiros, apesar de isso a ter assustado um bocado, uma vez que raramente se encontrava com outros da sua espécie e fugia sempre antes de os encontrar cara a cara, daquela vez não fugiria, continuou a correr na direção em que todos os cheiros convergiam, na esperança de que não estivesse enganada, de que o rastro principal que seguia pertencesse a quem pensava. Podia ser humana na altura e o cheiro estar um bocado mudado, iria sempre reconhecer o cheiro daquele que mais amou.

Um mês tinha passado desde que os Cullens descobriram a trágica história de um dos seus membros, um mês em que notaram algumas mudanças vindas do mesmo que sorria mais e se esforçava para participar na família. Quando interrogado do motivo da mudança, respondeu que tinha percebido que Bella não iria gostar do modo como estava a lidar com tudo.
Era uma tarde sábado como tantas outras, Carlisle já tinha terminado o seu turno no Hospital e estava em casa com parte da família, Edward, Emmett e Jasper tinham saído para uma caçada entre irmãos.
Alice e Rosalie estavam a folhear revistas e trocar ideias para novas peças de roupa que iriam costurar, Carlisle estava a ler na sala, na companhia de Esme que fazia planos para uma remodelação na casa para onde iriam na próxima mudança. O ambiente estava descontraído até que começaram a ouvir passos a aproximar-se da casa, não podiam ser os rapazes uma vez que só se ouviam passos de uma pessoa que estava silenciosa, se fossem eles de certo viriam na brincadeira e não em silêncio.
Os passos continuaram a aproximar-se, denotando a sua intenção de chegar à casa, o que fez os Cullen presentes irem para a entrada verem quem era o seu visitante, à velocidade que vinha não havia dúvida que se tratava de um vampiro.
- Impossível. – ouviram Carlisle sussurrar assim que a jovem mulher saiu da floresta para o seu jardim.
- Carlisle? – a jovem interrogou quando o viu.
- Bella.

Jasper, Emmett e Edward correram o mais rápido que puderam depois de receberem uma chamada suspeita de Alice que apenas lhes pedia para irem o mais depressa para casa e desligara antes que algum deles pudesse perguntar algo.
Estavam quase a chegar quando sentiram o cheiro desconhecido que seguia até casa deles, deixando-os preocupados. Edward não sabia dizer o porquê, mas aquele cheiro parecia-lhe familiar apesar de não se lembrar de alguma vez o ter sentido enquanto vampiro.
- Carlisle o que ... – Edward começou a perguntar assim que entrou em casa, interrompendo-se ao ver a moça morena sentada ao lado dele, surpreso. Também ela se sentia assim, as suas memórias não a enganaram, o rastro era mesmo dele.
- Edward. – sussurou, correndo para o lugar onde pertencia e todos os dias do último século, desejou estar, os braços do seu marido.
- Isabella, minha Bella. – murmurou ainda incrédulo, mas abrindo os braços, sentindo-a aninhar-se no seu abraço, como fazia quando eram humanos. – Estás aqui, estás viva.
- Eu sabia que só podias ser tu, tinha a certeza. – disse apertando-o mais, sentindo-o enterrar o rosto no seu cabelo, sentindo o cheiro da morena e percebendo o porquê de lhe ser familiar, era o cheiro dela, de Bella.
Ficaram assim durante incontáveis minutos, sentindo-se mas sem acreditar que realmente era o outro ali, se pudessem dormir, acreditariam estar a sonhar. Os restantes Cullen observavam a cena emocionados, depois de tanto tempo, Edward estava a ter uma segunda hipótese que ninguém acreditava ser possível. Até que Carlisle clareou a voz, chamando a atenção.
- Peço perdão por interromper, mas agora que o Edward chegou, peço-te que contes como isto é possível Bella, nós julgámos que estavas morta, vimos o teu corpo na morgue de Springfield.
- O corpo que viram de certo não era o meu. – começou ainda abraçada a Edward, mas olhando para Carlisle – Era o de outra rapariga, eu estava lá quando o encontraram e julgaram ser o meu, na altura tinha acabado a transformação e percebido que não podia me aproximar deles, então deixei-os pensar assim e dar alguma paz à minha tia que não teria de continuar à minha procura.
- Porque é que tinhas entrado na floresta em principio? Quem é que te transformou? Os teus olhos são dourados também, só caças animais? – Edward perguntou curioso para saber tudo o que se passara com a esposa.
Bella relutou antes de responder, até que suspirou e achou melhor fazê-lo de uma vez, sabia que Edward nunca a julgaria.
Eu fui para lá porque já não aguentava mais, já tinha perdido os meus pais, a nossa Eleanor, depois recebi a noticia que tinhas morrido foi tanto e tão negativo de uma só vez que não aguentei. Já nada fazia sentido, não valia a pena continuar a viver e prolongar aquela dor que só aumentava a cada dia que passava. Como a minha tia estava sempre de olho em mim a vigiar-me, fui para a floresta, lá era calmo e solitário, ninguém me podia impedir. Estava a ver o sangue escorrer dos meus pulsos, sentia-me cada vez mais fraca e sabia que o sofrimento estava quase a acabar quando senti alguém próximo a mim. Não o vi direito, só o ouvi murmurar algo como presas fáceis não serem o sue género, mas também não gostava de desperdiçar um cheiro tão apelativo. Depois disso só senti muita dor, mais do que alguma vez sentira, até que acabou e quando abri os olhos estava sozinha na floresta. Foi nesse momento que ouvi os homens a descobrir o corpo da rapariga, quase os ataquei mas no último momento reconheci um deles, sabia que ele tinha família e não queria ser eu a assassina causadora da sua tristeza, em vez disso ataquei um leão da montanha que estava perto e cujo sangue nas garras acusava ter sido quem matara a rapariga. Desde esse dia, alimento-me exclusivamente de sangue de animais e tenho vagueado pelo país, sempre escondida em sítios com poucos humanos para não correr o risco de os atacar. Ontem tinha ido ao cemitério de Chicago quando senti o teu cheiro, estava fraco mas algo me dizia que devia arriscar, que a minha mente não me enganava e aquele cheiro era mesmo parecido com o teu quando humano. – terminou, olhando Edward nos olhos.
Ao seu redor, todos faziam perguntas e trocavam teorias sobre o sue auto controlo perfeito, visto que se afastara dos humanos sem nem ter caçado uma primeira vez ainda, mas eles estavam dentro da sua própria bolha e bastou um olhar para decidirem sair dali e terem um tempo a sós.
Sem dar nas vistas saíram e afastaram-se da casa, até chegarem a um tronco caído na floresta, onde se sentaram. Ambos tinham imensas perguntar um para o outro mas naquele momento nenhuma delas importava, apenas que estavam juntos depois de um século separados. Então, seguindo o seu desejo selaram os lábios, selando também o começo daquela que seria a sua eternidade juntos.
Fim


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!