ALEC VoLTURI

Caminho pelos corredores até a sala onde se encontra Aro e os demais. Ele tem ficado atordoado com a falta de noticias da humana, Sara. Estou estressado com esse jogo de caça e caça da humana, como se ela fosse à coisa mais óbvia e importante do mundo. Deveríamos se preocupar com humanos só para alimentação, mas Aro insisti em dons.

Entro na sala e fico ao lado de Jane que não nota minha presença. Seus olhos estão calculistas em Ara, cujo mesmo está sentado com o rosto apoiado na mão com expressão de tédio. Demetri entre na sala como um borrão e para na frente de Aro.

—Não temos novidades ainda! –Demetri diz com a expressão fria, mas seus olhos parecem confiantes quando volta a falar. –Mas acredito que á encontraremos...

—Me diga uma coisa. –Aro se levanta e o encara. –O que falta para que sua ideia seja cumprida?

—Paciência e tempo! –Demetri diz sem olhar para Aro.

—Meu caro irmão. –Aro sorri e estica sua mão. –Posso?

Demetri assenti que sim e oferece sua mão á Aro. Aro mantém seus olhos fixos nos de Demetri enquanto ler os seus pensamentos. Eu suspiro ao meu lado enquanto espero Aro se pronunciar novamente.

—Alec! –ele grita meu nome assim que solta a mão de Demetri. Seus olhos vermelhos me encaram com curiosidade.

—Mestre? –sussurro e vou ao seu encontro.

—Parece estranho durante esses dias. Algum problema que queira compartilhar diante desses dias em que me encontro focado em Sara? –seus olhos são frios, mas ele mantém seu sorriso.

—Não, mas... –não termino minha fala e estendo minha mão para ele.

Ele a pega rápido e seus olhos encontram os meus. Sei que ele ler meus pensamentos com detalhes pelos seus curiosos. Não tento esconder minha insatisfação diante dessa historia e acho que deixei transparecer demais nesses dias.

—Interessante! –ele sussurra e não parece nem um pouco impressionado com meus pensamentos. –Fico gratamente feliz por você saber tanto sobre a garota e ficarei mais ainda se você fosse a procura dele com Demetri!

Aro tem razão, sei muito sobre ela. Ele ficava horas e horas explicando sobre seu dom para Demetri e eu acabava ouvindo-o atentamente. A ideia de ir à procura da garota nunca passou pela minha ate porque nunca me interessei por isso, pelo contrario. Todas as vezes que Aro se dirigi a mim suas palavras para mim são como ordens. E eu aceito todas as suas ordens.

—Tudo bem! –digo confiante.

Ele junta suas mãos e faz um comprimento arqueando seu corpo um pouco para frente e segue para o seu acento. Saio dali em um vulto, preciso me alimentar e sai de perto dos olhos de Aro. Corro pelos becos estreitos e logo acho o que estou procurando.

Uma mulher anda cambaleando pelo beco e parece não notar que estou ali parado na sua frente. Logo avanço nela tampando sua boca para que não grite. Ela jovem e não parece que é daqui. Seus olhos são assustados ao me encarar. Não penso, só a pensiono na parede e mordo seu pescoço. Sinto seu corpo perdendo a vida enquanto me sinto forte. Não estou sozinho, jogo o corpo da mulher sem vida no chão e me viro para encarar Jane.

—O que faz aqui Jane? – pergunto tirando um lenço do meu bolço e limpando minha boca.

—Simplesmente não entendo! –sua voz e calma como sempre. –Você poderia recusar Aro e sua proposta...

—Nunca recusei. –digo de forma sutil.

—Poderia ser a primeira vez! –ela sussurra como algo óbvio.

—Você não quer que eu vá Jane? –pergunto encarando seus olhos.

—Talvez não... –ela admiti. –Isso não importa?

—Você está preocupada porque eu vou achar ela! –digo friamente e a entendendo finalmente. –Você não quer isso! Você quer que ela desapareça! Jane, você tem medo dela!

Ela endurece seus olhos com meu tom acusador e seu corpo fica imóvel. A conheço tão bem que sei que tudo é verdade. Que ela tem medo da humana. Que ela tem inveja da humana sem a menos á conhecer. Talvez eu possa ter também, mas não agora. Ela ainda é só uma humana.

Saio dali deixando Jane sozinha. Sei que sou frio, até mesmo com ela, minha irmã. Mas às vezes temos que ser frio com todos que nos cercam. E afinal isso faz parte da minha natureza. Fui feito para jugar. Fui criado para ser frio e cruel.