Furry - Uma Fic Shounen escrita por trueLilith


Capítulo 2
Só eu e você


Notas iniciais do capítulo

Era uma vez um tomate escritor, ele foi começar a revisar sua fic-PLOFT



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628179/chapter/2

Quando isso tudo começou? Começou com a decisão do pai de Salu e Sali em abandoná-los na beira de uma estrada em uma noite fria. Salu acabou roubando pães para amenizar a fome da irmã enquanto aguentava a sua. Eram apenas os dois, vivendo na rua.

Talvez pensar sobre isso não acrescentasse nada na situação de Salu, mas era nisso que ele pensava naquela noite fria, olhando as estrelas. Sua irmã estava dormindo aconchegada nele com um cobertor velho que eles encontraram na rua, seus cabelos longos e castanhos descansavam por cima do corpo em ressonância e a blusa velha com a gola larga de Salu acabou sendo um pouco puxada quando ela se aconchegou pra mais perto, ele continuava olhando as estrelas, então ele virou o olhar para o galpão do outro lado da viela, há esse horário estava fechado, mas não era nisso que ele estava pensando, mas sim no que ocorria ali durante o dia, ele planejava alguma coisa.

“huuummm” Sali se espreguiçou com um grande sorriso no rosto, tinha sido uma ótima noite de sono. Ela foi se levantando aos pouquinhos, ainda estava deitada do lado de seu irmão aconchegada nele, ela percebeu o braço do seu irmão ao redor dela e deu um sorriso discreto, então o retirou delicadamente e o pousou fora de si, se levantou e caminhou até o final do beco em que eles estavam dormindo, na entrada que dava para a movimentada rua do mercado central daquele bairro pobre, e viu o sol radiante que nascia atrás de um mar de gente. Aquela era apenas uma das várias ruas que lotavam de vendinhas, feiras, e açougues que constituíam o mercado central do bairro, era um movimento de gente que passava uma forte ideia de vida naquele local, pessoas e mais pessoas, comprando, vendendo, conversando. Ali parecia que a própria vida tinha acordado. Apesar do grande contingente de pessoas a pobreza era visível, havia muitas latas de lixo espalhadas pela rua, a sujeira das feiras que trabalhavam com alimentos e de restos de carnes deixadas pelos açougues no próprio chão, muitas moscas e construções simples. Sali der-repente sentiu uma forte puxada no estômago. Era a fome. Há muito Sali não comia.

Sali ouviu um bocejo atrás de si, ela se virou e olhou: era seu irmão, ele acabara de acordar. Ela queria falar muitas coisas: como tinha sido sua noite, seu sonho, ou como seu irmão estava, mas não conseguiu, só uma palavra gritava na sua mente:

”B-Bom dia irmão, como dormiu?” ela deu um grande sorriso pra ele.

“Bem” ele retribui o sorriso.

“Onii-chan” ela se calou antes que terminasse a frase e abaixou a cabeça.

Ele já sabia, mesmo tendo acabado de acordar ele já sabia:

“não se preocupe, consigo algo pra gente”.

Ela deu um sorriso meio fraco em retribuição.

Salu esbarrou em um homem enquanto caminhava em meio aquele mar de gente, ele continuou se concentrando em seu caminho, tinha que conseguir comida, ele iria à barraca do seu Pedro tentar roubar pão para sua irmã.

Salu passou em frente do gigantesco galpão que ele olhara noite passada, havia muita gente lá dentro, um ringue e homens lutando, eram lutas de apostas, Salu virou o olhar com força, não ele não ia recorrer a isso, nessas lutas havia muitas mortes e ele não tinha a força para lutar contra homens adultos e não ia matar alguém pra conseguir dinheiro.

Ele chegou à padaria, olhou de um lado Para o outro e esperou o momento certo, havia duas senhoras conversando e alguns homens comprando no balcão, ele esperou até irem embora, então, entrou sorrateiramente, e foi até a sessão de pães. Esperou o dono olhar para o outro lado e colocou a mão dentro da cesta. Pegou um punhado de pães pequenos: ele tinha conseguido. Quando esboçou um sorriso de comemoração algo forte apertou a mão em que ele segurava os pães, ele se virou e olhou: era um dos funcionários da padaria:

“o que está fazendo moleque?”

Salu tentou se desvencilhar da mão que o segurava, mas não conseguia.

“acha que vai fugir, nós vamos chamar o conselho tutelar, La tem muita gente da sua laia, ei, Arnaldo, olha, esse garoto estava tentando nos roubar” o funcionário falou com o outro que estava no caixa.

“Essa não” pensou Salu, se dois vierem ai que ele não vai mesmo conseguir fugir. Num rompante de desespero, ele chutou a virilha do homem.

Ele urrou de dor e o soltou, na pressa, Salu acabou soltando os pães pra fugir mais rápido e saiu correndo em disparada enquanto o homem corria atrás dele gritando.

“Essa não” pensou Salu, ele precisava do alimento, e sentiu seu estomago se revirar de fome ”o que ele ia falar pra Sali?”. Depois de muito correr, ele finalmente despistou o homem, ufa, ele estava livre. Parou um pouco pra descansar, estava arfando. Ele parou exatamente na frente do galpão de lutas de apostas.
“o que?” Ele pensou.

Não ele não ia fazer isso, mas não tinha outro jeito, ele balançou a cabeça com força, diziam algumas bocas que ali apareciam Furrys, ele não ia querer dar de frente com um. Furry eram contratantes com essa nova espécie de seres mágicos que tinha surgido há um tempo, dependendo do ser que eles tinham contrato suas habilidades e poderes variavam. De acordo com o que salu ouvira, os cientistas ainda não descobriam de onde essas habilidades viam e portanto, as classificava como de origem desconhecida, de qualquer maneira não adiantava pra Salu ficar pensando muito nisso, ele continuou seu caminho. Salu começou a sentir estranhas tonturas, mas tentou não pensar muito nisso.

Andando em passos arrastados ele viu ao longe um bando de garotos da idade dele fazendo uma algazarra, a medida que foi chegando mais perto ele viu: os garotos estavam chutando um pequeno gatinho enquanto gritavam e jogavam pedras nele. Salu não pode se conter, correu desesperado em socorro do gatinho.

“ei, o que vocês estão fazendo?” perguntou Salu”não façam isso”

Um dos garotos se virou para ele e afirmou “sai daqui, não se mete”, Salu não conseguiu se segurar correu pra dentro do círculo e desferiu um soco no primeiro que viu.

Um grande estrondo e o garoto cambaleou pra trás.

Derrepente todos se calaram, um imenso silencio pairou ali.

“o que estavam fazendo? vocês enlouqueceram?” exclamou Salu

Antes que os garotos se dessem conta um dos garotos deu um passo pra frente e empurrou Salu. Salu cambaleou e caiu no chão, mas rapidamente se levantou e colocou uma mão na frente do gatinho para protegê-lo, um outro garoto veio para o meio da roda e chutou Salu, Salu tentou revidar mas outro que estava atrás dele o empurrou e ele caiu no chão, quando menos se esperava todos estavam em cima de Salu, o batendo, chutavam, desferiam socos, pequenas manchas de sangue iam pintando a cena, alguns voltavam a pegar pedras e jogavam nele.

Foi um pesadelo de dor para Salu, ele só conseguia pensar em Sali e se ia chegar La a tempo, mas os garotos continuavam o batendo. Depois de alguns segundos eles pararam, um deles exclamou: “está bom, deixa ele aí, isso ta ficando chato” e foram saído um por um, Salu continuava deitado no chão gemendo de dor, a dor da briga, a dor da fome, e a dor da sua irmã “Sua irmã”. Salu tinha de se levantar, ele tentou pesadamente, mas não conseguiu na primeira vez, colocou um pouco mais de esforço na segunda e conseguiu se levantar: estava cheio de machucados e ensanguentado, então ele olhou para o chão e se surpreendeu: o gatinho ainda estava lá. Agora que olhava mais de perto o gatinho era rajado e laranja “ não se preocupe amiguinho, estou bem” ele exclamou, mas o gato simplesmente o continuou olhando, Salu não tinha mais tempo se levantou e se pôs a caminhar ao beco onde dormiam ele e a irmã.

Ele colocou a mão na parede do beco, na entrada, e pôs força para se apoiar e entrar nele. Sali estava ali, em pé, quando viu o irmão ela correu em socorro dele:

“irmão, o que aconteceu?”

Salu não conseguia falar muito bem, ele se encostou na parede com apoio da irmã e foi descendo até se sentar ”não foi nada , mais importante, me desculpe Sali, eu não consegui alimento”.

Sua irmã começou a chorar:

“Seu idiota, não é com isso que eu estou preocupada” e ela abraçou ele.

E eles continuaram assim por longos minutos. A tontura na cabeça de salu ia aumentando, ele já não conseguia se manter mais consciente, Sali também parecia estar padecendo do mesmo mal. “É essa é a hora” pensou salu, eles tinham caminhado muito desde de então, suportado várias provas, mas parece que a hora tinha chegado até eles. Não era só um dia sem comer, Salu e Sali estavam a muito tempo sem comida e só agora Salu se lembrava, enfim, está tudo bem, pensou, isso ia acabar pra ele e pra irmã pelo menos, ele sentiu o braço da irmã que o apertava se afrouxar aos poucos. Ela estava desmaiando, e ele também, aos poucos. Milhões de luzes apareciam na cabeça dele e sua consciência parecia levada por esses fogos de artifícios que pareciam o puxar por um cano. Ele estava morrendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

fanfic e shounen combinam? não sei, mas é legal.