Children Of The Bad Revolution escrita por Chocolate Charlotte, cinnamoncaramel


Capítulo 4
Don't Stand So Close To Me




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Young teacher the subject
Of schoolgirl fantasy
She wants him so badly
This girl is half his age

/6:45AM/

–Bom dia, Christian.

–Hm? – Ele se assustou, ainda um pouco sonolento. – Aham, bom dia. – Então tentou sorrir.

O que tinha na cabeça noite passada? Estava exausto. Ao menos, teria que aguentar só mais alguns dias na escola. Então ele andou até a máquina de café expresso na sala dos professores, e a mulher que falara com ele seguiu-o.

–Eu não gostaria de te deixar numa situação desagradável, mas... – A professora recuou um pouco, considerando se deveria falar aquilo mesmo, num tom alto de voz, na frente dos outros professores. Então ela se calou, encarando-o.

Ele tirou o café da máquina e tentou evitar a presença dela e ao mesmo tempo não ser rude. – Então, disse alguma coisa, querida? – Ele perguntou, logo pegando os materiais que precisaria para dar aula, tentando sair de lá o mais rápido possível.

–Não, eu não queria dizer nada. – Ela riu um pouco.

Christian e a professora com quem falava eram amigos e ela se recusava a acreditar nas acusações que faziam sobre ele. Relacionar-se com alunas? Impossível. Ele era doce e bem resolvido de mais para esse tipo de coisa. Os dois caminhavam para fora da sala, e Chris aliviara-se. Nunca sabia o que poderiam perguntar. Ao pisar para o lado de fora dali, estaria tranquilo.

–Christian. Espera, ela queria dizer uma coisa sim.

Diferente da amiga de trabalho de Chris, os outros professores não iam na onda dele. Ser o professor bacana, fofo e gentil não convencia quase mais ninguém.

Um dos professores chamara Christian pra dentro da sala novamente.

–Onde estava ontem à noite? – O homem perguntou. E todos os outros educadores ali passaram a prestar atenção na conversa.

Por dentro, restava a Chris a plena e clara ciência de “estou totalmente fodido, mas vamos fingir que não”. Ele franziu o cenho e respondeu:

–No meu quarto, sim? – Dando de ombros. Mas antes que pudesse sair da sala novamente o homem continuou.

–Não. Não estava. Eu tive que passar lá depois do evento da escola para entregar-te essas provas que tenho agora na minha mão, vê? – O homem indagava e balançava a mão com as provas.

Chris ainda estava sonolento e todo confuso, ele não poderia se concentrar facilmente e responder uma mentira certeira. O que diria? Havia ido ao posto pagar contas? Mas não tinha feito isso no horário do almoço?

–Christian? Em que tipo de problema você se meteu com aquelas garotas?

–O quê? Eu? Não. Do que está falando? Espera, ontem a noite eu saí sim. Saí para... – Ele tossira tentando ganhar tempo para pensar em uma resposta.

–Saiu para se divertir um pouco com qual das suas puxa-saco? Você sabe que não pode manter relações sexuais com suas alunas? Eu quero dizer, você não pode por Lei. E, aliás, beber e usar drogas também estão na lista de coisas que você não deveria estar fazendo com estudantes.

A sala inteira entonou o mesmo tom de espanto, alguns professores cobriram a boca ou arregalaram os olhos, enquanto outros tentaram fingir que estavam lendo jornal e não tinham ouvido absolutamente nada. Christian queria mais do que nunca não estar lá. Não queria estar dentro nem de si mesmo. Não queria ter entrado ali aquela manhã. Pena que, se tinha algo que ele queria, era fugir de um colégio com algumas estudantes e então eles poderiam ficar chapados e transar à vontade. O mundo seria deles. Mas durantes aqueles últimos quatro dias ele teria de lidar delicadamente com a Lei e com si mesmo, e nem toda a droga do mundo poderia tirar da sua consciência o fardo de ter assediado algumas boas alunazinhas de treze anos até elas ficarem do jeito que ficaram.

Ele logo retomara para a conversa, não poderia deixar o homem acusa-lo assim. Na frente de todos, tão frio e claro.

–Professor, o que está dizendo? – Christian parecia relaxado e então riu um pouco. – Você parece mais nervoso hoje, colega. Muitos alunos de recuperação? Que ideia. Me pergunto o que eu fiz que te fez imaginar que eu faria uma coisa dessas.

O homem ficou parado, imóvel. Simplesmente abismado com a capacidade de Christian de agir com total naturalidade, rapidamente convencendo quase todos ali, ainda por cima constrangendo-o.

–Sabe, seja lá o que tenha sido que eu fiz, me desculpa. Porque deve, sem dúvidas, ter sido algo muito estranho. Ontem eu aproveitei que não tinha muito o que fazer, para ir dar uma corrida de carro e abastece-lo. – Christian agora caminhara até o homem a sua frente e pegara as provas que teriam iniciado toda a confusão. - Espero que isso o satisfaça. Agora, com licença pra vocês. Tenha um bom dia, professor.

Ele sorriu gentilmente e caminhou para fora da sala em direção à sala de aula. Os próximos e últimos dias não seriam muito fáceis.

20:50 PM/

Nick estacionou o carro no posto. Todo mundo permanecera em silêncio na viagem até ali, se não fosse por uma interrupção ou outra como um espirro, ou uma piada sem graça da qual ninguém riria. Ele destravou a porta. Tom abriu-a e desceu, agradecendo a corrida até ali e dando um soquinho no ombro do professor, que sorriu torto e aconselhou Tom a usar o pouco de juízo que lhe restava. Kate desceu logo em seguida, só se despedindo. Chloe enrolou um pouco, colocou um pé para fora do carro dizendo “Tchau”, com a cabeça abaixada. Nick virou o rosto, olhando-a como se faltasse algo. “Ah, claro!” Chloe riu e aproximou seu rosto do dele. Um beijo rápido. Ela sentiria falta dele, sem dúvidas, mas a adrenalina na qual eles viveriam essa vida nova lhe valia muito mais do que um romance escolar. Saiu do carro, deixando Charlotte e Nicholas sozinhos. Eles não disseram nada, se olharam e riram um pouco apenas, lembrando do que valia à pena lembrar. Nick passou seu braço pelo pescoço da Char e puxou-a para um beijo. “Demorado, suave e com gosto de café com leite”, poderia descrever-se assim.

–Liga pra gente quando chegar lá. – Charlotte disse.

–Liguem vocês para mim quando chegarem lá. – Ele respondera. Os dois riram. Pena que estivessem falando de “lás” diferentes. – Ligo sim.

Ela saiu do carro, fechando a porta.

Os quatro acenaram para o carro que voltava para o internato e para a vida casual.

A loja do posto mantinha um albergue em cima, onde ficariam hospedados, se conseguissem implorar por um emprego.

–Com licença. – Tom aproximou-se do moço calvo que usava crachá de gerente – Nós poderíamos falar com o gerente?

O homem levantou uma sobrancelha, como que se zombasse de sua pergunta. Os dois ficaram em silêncio até que Tom percebesse.

–Ah! – Depois de alguns segundos tentando entender a expressão do gerente do posto, Tom baixara seus olhos até o crachá e lera “gerente” – Você é o gerente!

–Sim, garoto. O que você quer?

–Trabalhar aqui.

O homem rira, zombando de Thomas – Volta, pra escola, menino. Não estamos precisando de funcionários. – O gerente do posto já ia se afastando um pouco, deixando os quatro à beira da estrada.

–Moço, olha pra mim. – Thomas segurara o braço do homem. - Por favor, é só até o fim da semana. A gente só precisa de um dinheirinho pra dormir e comer até sexta-feira.

Ele suspirou – Está bem, mas terão que começar agora.

Tom abriu um sorriso largo – É claro, muito obrigado.

Ele se virou para as meninas, apresentando o porém de ter que começar a trabalhar já. Elas resmungaram um pouco, estavam cansadas. E ele pôde entender, ninguém aguentaria varrer um chão naquele dia.

–Tudo bem, vocês podem ir indo descansar, eu fico aqui. – Ele disse.

Causou uma euforia entre as três meninas, uma mistura de agradecimentos e risadas. Chloe aproximou-se mais dele segurando seu rosto e dando-lhe um selinho “Obrigada, você é um anjo!”. Ele segurou o braço dela e riu, querendo um beijo de verdade, mas ainda impressionado com a maciez dos lábios dela nos dele.

Antes que Kate pudesse aproximar–se dele para fazer o mesmo que a amiga, ele despedira-se rapidamente delas, afinal, a noite no albergue tinha de ser paga.

Katherine mal-olhou Chloe, invejando-a um pouco. Chloe, por sua vez, nem reparou. Já estava acostumada e cansada das crises ciumentas de Kate.

Elas conseguiram um quarto, e o albergue estava vazio. Tinha eles quatro, e os funcionários. No quarto uma cama de casal, e duas de solteiro. A de casal Chloe e Kate dividiriam, e as outras duas para a Charlotte e o Thomas.

Katherine e Chloe dormiram rápido, exaustas. E Charlotte ficara acordada, andando do quarto para a sacada, da sacada para o quarto. Sentava na cama, olhava pela janela, mas não dormia, era a ansiedade. Ela trocara algumas mensagens com Chris, que assegurara estar bem. E outras com Nick que contava como Christian estava sendo perseguido por acusações. Ele só tinha que aguentar até sexta-feira, e tudo estaria bem.

Suas preocupações foram interrompidas por Tom que abria a porta do quarto, a cumprimentara, e pedira licença para tomar um banho.

Quando ele saiu do banho, andou até a cama que dormiria, ao lado da cama da Char. Eles sorriram um sorriso cansado, mas mantiveram os olhos atentos um no outro.

–Você parece preocupada. – ele disse, soltando o travesseiro, e sentando ao lado dela. – É essa loucura toda, né? O Nicholas me disse como o Chris tá sendo perseguido no colégio. – Continuou. Olhando nos olhos castanhos dela, que o olhavam de volta. Ele começou a passar a mão nos cabelos dela.

–Bom, você parece preocupado e exausto. – Ela respondeu, subindo sua mão das costas dele para a nuca. – Foi um amor você trabalhar no nosso lugar hoje, mas eu acho que você precisa relaxar, garoto.

Ele puxou um sorriso e inclinou-se beijando-a. Um beijo cansado, lento, mas longo. Ela subiu as mãos para o cabelo dele, enquanto as dele desciam para a cintura dela e eles deitavam devagar. Conforme o cansaço dos dois foi substituído por desejo, e o beijo acelerado, eles faziam esforços para diminuir as respirações aceleradas. Logo Thomas escorregava a mão nas pernas dela, e antes que ela desabotoasse o cinto dele, segurou a mão dele, e cortou o beijo.

–Cuidado – Ela sussurrou. - Pras meninas não acordarem.

Ele tentava falar rápido pra beijá-la de novo, mas era interrompido pela própria respiração – Tudo bem, elas não vão ouvir na...

–Char?

–Kate? – Charlotte reconhecera a voz da amiga, que tinha acabado de acordar, mas não conseguia enxergar nada no escuro, porque seus olhos ainda não tinham se acostumado.

–O que você... – Kate rapidamente acendera o abajur. E arregalara os olhos – O que?! Vocês estão fodendo enquanto a gente dorme?!

–Estaríamos se você não tivesse interrompido. – Char respondeu, rindo e olhando para o menino deitado que riu de volta.

–Como assim?! – Kate estava totalmente furiosa, dava pra sentir no timbre da voz dela, mas ainda falava baixo.

–“Como?” – Charlotte riu mais. – Assim mais ou menos. - Ela virou pro garoto novamente e eles voltaram a se beijar. Separaram suas bocas e riram.

–Kate, volta a dormir que você tá cansada. – Thomas pediu mesmo que um pouco zombeteiro, enquanto Charlotte, totalmente ignorando a amiga que olhava para eles, terminava de abrir sua calça e devagar masturbava ele em baixo do lençol. - Você não vai nem reparar na gente, é só sua amiga aqui se comportar, você voltar a dormir, tudo fica certo. - Ele riu e voltou sua atenção para Charlotte que voltou a beijá-lo.

Kate rapidamente levantou da sua cama e andou até eles dois, puxando com força o cabelo de Charlotte que gritava de dor, até que ela caísse da cama.

–Puta! – Kate gritou para a garota no chão que chorava meio tonta pelo impacto da queda. – Desgraçada, vadia! – Ela abaixou e deu um tapa no rosto da Charlotte que só chorava e tentava situar norte-e-sul.

Chloe acordara com os gritos – Bom di... Gente?! Kate, o que você tá fazendo?!

–O que eu estou fazendo?! Eu?! Eu nada! – Ela virou e deu outro tapa no rosto da menina no chão, apontou o dedo para o rosto dela e voltou a gritar. – Você fica dando essa sua bunda de criança e pagando de ninfeta pra todo homem que passa! – Quanto mais ela gritava, mais Charlotte chorava estirada no chão. E ninguém ousava tirar Katherine dali. - Você pensa que o Chris e o Nick giram ao seu redor, junto com todo o mundo! Agora você vem querer dar pro Tom e... – Char levantou a cabeça e depois de olhar por um tempo para o semblante de Katherine que gritava com ela, mordeu o dedo da Kate, uma mordida forte, que se fosse com um pedaço de carne teria arrancado. Na verdade era um pedaço de carne, que agora sangrava, mas não tinha sido arrancado.

Thomas, que já abotoara a calça, riu um pouquinho, e rapidamente levantou Charlotte do chão. Separando as duas meninas. Chloe, ainda sentada na cama tinha acabado de entender mais ou menos o que estava acontecendo. Os ataques ciumentos e dramáticos da Kate tinham ido longe demais. Ela levantou, ficando na frente do garoto.

–Puta que me pariu, Katherine. Você tá louca?! Relaxa!

Ela segurava o dedo em carne viva, enquanto fingia que não tinha doído tanto. Mas aquilo desencadearia uma infecção seríssima, no mínimo. – O que?! Louca?! Fala isso pra menina que acabou de morder meu dedo! – Ela soluçara. – Como você pode fazer isso comigo, Chloe?!

–Ah não! Não começa com esse drama!

–Drama?! Você não entende. Eu confiava em você!

–Não empurra o problema pra Chloe quando ele é todo seu, sua louca! – Charlotte ainda atrás do Thomas, parava de chorar aos poucos.

–Mano, do que você tá falando? Senta aí, vamos conversar com calma agora. – Chloe diminuiu o tom de voz, tentando acalmá-la.

–“Conversar”?! Eu não tenho mais nada pra conversar com vocês duas não.

–Ah, então vai se foder! – Charlotte gritou.

Kate bufou. Ela olhou para o Tom que estava pasmo, do começo ao fim da briga. Chloe tentou acalmar a menina novamente, segurando no braço dela:

–Olha, fica calma, é o seguin...

–Me solta! – Katherine soltou-se e deu um tapa leve no braço da Chloe.

Tom se afastou um pouco de Charlotte que segurava seu braço até agora para manter o equilíbrio – Qual é o seu problema? – Ele perguntou num tom de voz baixo. – Você acabou de puxar o cabelo do que você chama de amiga, derrubar ela no chão, e bater nela enquanto ela não pode se defender. Qual é o seu problema? – Ela nem tentou responder, só continuou parada e calada. Ele continuou. - Quando a Chloe tentou te acalmar você maltratou ela. De novo, qual é o seu problema?

–Me respeita que você dormiu comigo! – Ela ainda tentava se defender, enquanto pisava no sangue do próprio dedo. Ela pisava no sangue que grudava no sapato, então grudava no chão de novo.

–Porque eu estava bêbado! E se eu soubesse que você era louca assim, não teria. – Ele viu mais uma oportunidade de caçoar dela. - Se você não tivesse causado tudo isso, ó, eu poderia estar dormindo com essa garotinha aqui, que me dá tesão sem álcool, Kate.

Ela não respondeu nada. Chloe, Tom e Char ficaram olhando e esperando. Charlotte foi até o banheiro pra lavar o rosto que ardia e tentar fazer a tontura passar. Kate começou a arrumar suas malas.

–Ei, ei, tá indo aonde? -Chloe perguntou, seguindo Katherine. Segurava-se para não começar a bater na menina ali mesmo.

Kate ignorou, puxou a mala e andou até a porta, pisando com força no chão a cada passo. Antes que se virasse para ir embora, a garota olhou pra Tom, como se quisesse que a pedisse pra ficar, por favor. Tom que olhava para Chloe, desviou o olhar para o banheiro.

Kate bufou, revirou os olhos e começou a descer as escadas, saindo do albergue. Chloe a seguiu. Char ia logo atrás.

–E você vai fazer o que?! Ir andando pra escola de madrugada?! Burra! - Char gritou.

Sem resposta.

–Kate, pelo amor de deus, se toca. -Chloe tentou segurar seu braço, mas Kate soltou-se rapidamente.

Chloe parou de segui-la. E Char continuou, insistindo um pouco mais.

–Kate, porra, o que você tem sem a gente? – Ela esperou uma resposta. – Hein?! Tudo bem, pode deixar que eu respondo, nada! Você vai viver uma vida miserável presa naquela escola lixo! Sendo um nada! Olha pra mim, volta aqui!

Katherine correu e Chloe segurou Charlotte, impedindo-a de ir atrás.

–Deixa ela, mano. Ela não vai te escutar.

–Não, eu tenho que falar pra ela, ela é uma louca viciada que vai ficar sem as drogas que eu consigo. O que ela tem? Eu sou gata e você é gostosa, e ela é nada e...

Chloe riu um pouco, mas rapidamente fechou a cara. – Calma cara. Ela sabe disso, okay? Se ela for reagir assim toda vez que a gente dá pro mesmo cara é melhor que ela vá embora mesmo.

As duas voltaram para o albergue. Tom estava sentado na cama, ainda tentando entender tudo.

–Ai, caralho. - Chloe olhou pro chão sujo de sangue.

–Tudo bem, eu limpo. - Tom ofereceu-se.

Chloe riu um pouco, zombando dele - Louco, você é louco, Tom. Não vai limpar nada não. - Chloe disse empurrando levemente o garoto de volta para a cama.

Chloe foi buscar um pano no banheiro e Char se sentou na cama ao lado de Thomas, ficando de frente para ele.

Ela suspirou - É... - Charlotte disse e Tom suspirou também.

–Eu não vou nem perguntar se você tá bem porque é meio óbvio que não e...

–Relaxa. Quem não tá bem é ela, puta que pariu.

Chloe voltou do banheiro com o pano e começou a limpar o chão, reclamando do cheiro de sangue fedendo na madeira. - Ew.

–Eu não sabia que ela era assim. - Tom disse, ajeitando-se melhor na cama.

Char e Thomas ainda estavam muito chocados com o comportamento de Kate. Chloe era a única ali que não encarava com seriedade.

–Relaxa, ela sempre dá dessas.

–Mas dessa vez foi pior. – Respondeu Charlotte um pouco chateada, deitando devagar enquanto sua cabeça ainda dava voltas.

–Sabe? Eu tenho é dó. - Char e Chloe olharam confusas para Tom, então ele continuou. - Ela nem consegue se perceber. E agora vai forçar uma amizade com pessoas que nem conhece, ou acabar andando sozinha.

Charlotte concordou, assentindo com a cabeça. Chloe virou o rosto.

–Eu não tenho dó. Ela não consegue nem reconhecer a própria inveja. - A voz de Chloe ia ficando mais irritada e alta conforme ia falando. – Ela acha que ela é legal, mas pra disfarçar a própria inveja ela fica xingando a Char e me diminuindo.

Tom arregalou um pouco os olhos mais surpreso com o tipinho que elas tinham se metido.

Chloe levantou as sobrancelhas, como se dissesse "pois é", e continuou:

–Ela queria ser a gente, mas não consegue. Então finge que é melhor e sai distribuindo a bunda branca dela como se fosse grande coisa. - Chloe deu um grito de raiva e respirou. - Mas com certeza, Char é a mais afetada por isso.

–Sim, infelizmente, sim. - Charlotte disse revirando os olhos.

–Mas tipo... Por quê? -Tom perguntou.

–Inveja. De nós duas juntas e separadas. Nós conseguimos mais atenção do que ela. - Chloe deu de ombros.

–Ou atenção das melhores pessoas. - Charlotte começou a falar. Elas viviam por atenção. - Quando eu entrei no internato, eu já conhecia a Chloe, e a gente se odiava. - Chloe interrompeu rindo, fazendo a amiga rir também. – Então, quando a Kate entrou, ela também não gostava da Chloe e nós viramos melhores amigas, já que compartilhávamos do mesmo ódio pela Chloe. Mas a Chloe virou nossa amiga depois, e a Kate nunca lidou bem com isso.

–Ela vive usando a desculpa da mãe dela estar sofrendo com doenças diferentes pra tratar a gente mal. Como se nós fossemos obrigadas a entender o problema dela de cara. E como se a família dela tivesse tanta importância pra ela. - Chloe adicionou.

–Ela se paga de fria, mas o cu é quente, né? -Tom perguntou e todos riram. – Que loucura.

Eles conversaram mais um pouco e foram dormir, dali pouco menos de quatro horas teriam de acordar pra trabalhar no posto de gasolina. O celular de Charlotte vibrava na escrivaninha, mas eles não perceberam. 27 mensagens do Chris.

Sometimes it's not so easy
To be the teacher's pet
Strong words in the staff room
The accusations fly


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