Children Of The Bad Revolution escrita por Chocolate Charlotte, cinnamoncaramel


Capítulo 3
California Dreaming




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California Dreamin'
On such a winter's day

Chloe levantou do banco com toda a empolgação e puxou Charlotte e Chris pelos braços – Vamos pular de roupa! – Ela riu.

–Vamos! – Charlotte respondeu com a mesma empolgação.

Elas não tiveram tempo nem de correr pra pegar impulso, quando Christian interrompeu – Não. Eu bem que queria deixar, mas vocês não vão fazer nada disso. Não pode entrar na piscina de roupa, gente. Vão buscar biquínis, depois a culpa cai pra mim, vocês sabem como é.

–Blagh, chato. – Reclamou Chloe sorrindo e ainda falando alto, empolgada. – Vem Char, vamos. – Ela disse puxando a amiga pelo braço.

–Elas fazem um bocado de barulho, hein? Caraca. – Disse Thomas, virando um gole de sua cerveja, ao mesmo tempo em que Kate.

–Elas dão trabalho, eu diria. – Chris disse rindo. – Mas são boas.

–É, são bem legais. – Tom só concordou, virando-se para Kate. – Em qual barraca quer ir primeiro?

–Hm, atirar a bola na boca do palhaço. – Ela deu uma risadinha. Efeito do álcool.

–Você tem fichas?

Ela balançou a cabeça dizendo que não.

–Tudo bem, vamos compra-las, vem. – Tom disse logo se despedindo de Chris que escolhera ir para a piscina. – Tchau, professor. Até.

–Até, não a embebede muito. – Ele observou referindo-se a Kate.

–Vou tentar. – Thomas respondeu rindo e logo sumindo de vista.

Passada uma meia hora, Christian, já trocado, esperava com as pernas para dentro da piscina e observava enquanto um grupo jogava vôlei na água. Uma meia dúzia de garotas já tinha passado por ali e se perguntado porquê ele trabalhava dando aulas, e não na capa de umas revistas.

Chloe e Charlotte haviam voltado dessa vez com Coca-Colas. Deixaram as Cocas na mesa deles, com guarda-sol e uma liteira. Em pouco tempo estavam dentro da piscina, os três.

–Onde tão o casal de velhos? – Disse Chloe rindo e se referindo a Kate e o Tom.

Chris riu de volta e disse - Eles foram brincar nas barracas. Dou vinte e quatro horas pra eles estarem se pegando.

–Eu acho que eles vão demorar mais... Apostado! Trinta dólares e uma massagem. – Propôs Charlotte.

–O quê? Eu nã...

–Eu to dentro, do lado dela. Se a gente ganhar você tem que fazer massagem em nós duas, além de pagar trinta pratas pra cada uma. Se a gente perder, massageamos você e te pagamos trinta pratas também, quinze de cada uma. – Chloe fechara a proposta. “Negociava” bem.

–Mas não é just...

–Xiu, é claro que é. – Ela deu de ombros e riu. – E aí?

–Fechado. – Ele concordara com as meninas e então mudara de assunto. – Já pensaram em qual clube vão participar esse ano, gente? É obrigatório no mínimo um, acho.

–Nós duas estávamos pensando em Teatro. Ah, mas dá uma puta duma preguiça. – Respondeu Charlotte pelas duas.

–Nossa, nem pra ser física ou matemática? – Ele podia não ter juízo, mas ainda gostava da matéria que ensinava.

–Exatas. Nem fodendo. – Chloe disse rindo.

–Bom, teatro é legal também. – Ele estava decidido que não adiantava mais tentar faze-las se sentirem interessadas por matérias com contas. - Se me dão licença, eu vou tomar algum Sol ali.

Chris deitara não muito longe da piscina, ainda podia ver e ouvir o que estavam fazendo e falando.

–Aquele pessoal é da nossa sala, a gente devia falar com eles. – Disse Chloe apontando para um outro grupinho na piscina. – Qual o nome daquela garota mesmo? A de biquíni de bolinhas vermelhas.

–Nicole, acho. – Char respondera.

–Nicole! Ei! – Chloe se aproximara da garota, e antes que ela pudesse virar direito para ver quem chamara, Chloe já tinha iniciado uma batalha, jogando um pouco de água no rosto da garota.

–Ah! O que você está fazendo? – Ela se incomodou um pouco no começo, mas logo já estava rindo.

Chloe e Charlotte travaram uma guerra de água contra um grupo de mais ou menos seis pessoas pelo próximo minuto, ou o tempo que elas aguentaram sem engasgar. Um dos garotos do grupo adversário interrompera a batalha, avisando que eles teriam de sair pra se inscrever para os clubes. E se segurando para não voltar a gargalhar com a palhaçada que elas tinham feito ali, ele se despediu, assumindo a guerrinha como vencida. Charlotte e Chloe se despediram do grupo, também rindo. Rindo e desengasgando enquanto sentavam na borda da piscina.

Quando já estavam melhores, Char arregalara um pouco os olhos, como se tivesse visto alguma coisa que a interessava muito – Ei, ei, ei, que beleza se não estão entrando na piscina o Jorge, e o outro amigo magrelo dele que estava olhando pra gente hoje na aula. – Ela termina de falar e começa a rir.

–Ha! Que coisa maravilhosa. – Chloe logo aumentou o tom de voz. – Ei! Palhaços! – E começou a rir alto.

Jorge virou a cabeça, fingindo que não escutou. Mas se torna difícil ignorar as pessoas quando elas se aproximam de você.

–O que vieram fazer aqui, amores? Exibir os corpos estupidamente brancos? – Charlotte zombara apontando um dedo para o rosto do rapaz branquelo, magro e muito mais alto que ela. Uma puta coragem de alguém tão baixinha como a Char enfrentando um rapaz de um metro e oitenta. Mas detalhes à parte.

–E você, otário? – Chloe perguntara para o babaca um pouco mais baixo, ao lado do Jorge. – Veio com ele exibir esse corpo malhado? Pff, seu braço é mais fino que o meu.

–Mano, parem de me perseguir, eu nunca fiz nada pra vocês, porra. – O moleque se incomodara um pouco querendo sair dali. Ou que elas saíssem dali.

–Puta que me pariu, vocês são insuportáveis. – Jorge, o branquelo mais alto se aproximara um pouco mais das duas e abaixara o tom de voz. Ele conseguia ser assustador quando queria. – Olha aqui, por que vocês não vão dar um pouco essa bunda pequena de vocês e deixam a gente em paz?

Isso não foi o suficiente para fazê-las parar, elas sabiam que ele podia ficar bem mais irritado. – Ui, você acha que é assim? Abaixa o tom de voz, chega mais perto e de repente vira macho? Se cuida, rapaz. – Charlotte continuara a insulta-lo enquanto Chloe gargalhava das caras deles.

Dessa vez ele optou, por falar um pouco mais alto. – Cala essa sua boca, antes que eu vá calar com o meu pau.

Antes que uma das meninas pudesse responder acreditando que o garoto não pudesse ficar mais irritado do que já estava, Christian interrompeu. – Ei, ei, rapaz. Acho que você vai faltar com educação assim na diretoria. Se quiser te mostro o caminho.

Se elas achavam que o menino não fosse se irritar muito mais, estavam absurdamente erradas. Christian também não cooperava, ignorando que eram elas que haviam começado a discussão, “quem ele achava que era pra dar bronca em aluno, quando estava usando uma sunga tão justa? Pelo amor...” era o que Jorge pensava normalmente nos eventos nos quais Chris aparecia. Mas naquele ele estava com um bocado a mais de raiva.

–Woah, okay, porque só você pode colocar o pau na boca delas? Essas garotas não prestam, e você também não. Para de fingir que manda aqui, como se, wow, você fosse um exemplo a ser seguido. Você não tem vergonha?

Christian se espantara com as acusações, mas não deixara transparecer o espanto. Só revirou um pouco os olhos e disse. - Nós conversamos na diretoria principal, garoto.

Àquela altura do campeonato Christian já tinha dado meia volta e chamado um inspetor para que tirasse o garoto dali, enquanto se trocava e seguia para a diretoria.

Chloe e Charlotte ainda deram uma risadinha dos garotos que seriam, provavelmente, suspensos no primeiro dia de aula. E então elas continuaram na piscina.

Alguns metros dali, um ajudante na barraquinha de derrubar garrafas com bolinhas pedia com sua voz arrastada para que Kate escolhesse seu prêmio. Ou um balão de gás rosa ou uma vaquinha de pelúcia.

Ela parara um tempo para rir e então dissera – A vaquinha, por favor.

Então ele entregara para ela com a cara de “odeio meu trabalho, me tirem daqui, por favor”. Poxa, onde estavam os tios-de-barraquinha simpáticos?

–Nós estivemos por todas as barraquinhas desse lugar, não tem realmente mais nada para fazer. – Tom disse rindo das duas bexigas de gás amarradas no seu pulso e do colar de flores que ganhara nas barraquinhas.

–Ééé... Eu acho que talvez nós já devêssemos ir indo, já são quase seis e meia da tarde já. – Ela olhara no celular recuperando um aspecto um pouco mais sóbrio.

–O festival não acaba às oito? – Ele perguntara com certeza de ter visto o horário em algum panfleto.

–Hm, não, acaba seis e meia. A gente devia ir andando, as meninas chamaram você, o Chris e o Nicholas pra ir beber no nosso quarto, quando acabasse. Então eu acho que a gente já devia ir indo. – Ela insistira mais um pouco.

Mas o festival acabava às oito. E Kate sabia muito bem disso.

Atravessaram o pátio que levava aos dormitórios, e chegando ao quarto perceberam que, nem os professores, nem as outras duas meninas tinham chegado. Logo Thomas se abaixou para pegar um panfleto no chão.

–É Katie, aqui diz que a festa acaba só às oito. É por isso que eles não estão aqui. – Ele tirou a atenção do papel, levantando o rosto e olhando para a menina encostada no pé da cama. Não demorou também para que sorrisse, começando a entender o que ela queria.

–Bom, então nós temos até às oito horas para festejar. – Ela riu um pouco, puxando-o pelo colarinho da camiseta.

Katherine costumava ser quieta, mas álcool sempre despertava um lado mais selvagem. Ou uma vontade de dar para o gostosinho do terceiro ano.

Umas duas horas depois, quase completando oito horas e meia da noite, Kate e Tom esperavam os amigos chegarem enquanto tentavam disfarçar o aspecto pós-foda. Em pouco tempo Chloe entrara falando alto, seguida de Charlotte, Christian e Nick.

–Olha só! Vocês já estão aqui! Eu e a Char encontramos com eles enquanto entravam na escola, voltando da loja de bebidas. Generosos, não? Quero dizer, eles compraram whisky, e eu achando que só trariam algumas cervejas vagabundas. Merda, não consigo nem pronunciar o nome disso daqui, deve significar que é bom. – Disse Chloe toda empolgada estreitando os olhos e tentando ler direito o nome da bebida no rótulo.

–Nick, você e o Tom podiam arrumar um lugar aí no chão, amor? Eu quero brincar com esse whisky. Só me dá um minuto. – Pediu Char com todo dengo, logo puxando as amigas e Christian para a divisa entre a cozinha e literalmente o quarto onde Nick e Thomas estavam.

–Ei, ei, ei, então, me diz. Deu pra ele? – Sussurrara Charlotte para Kate muito certa de que não, lhe valia trinta dólares, afinal.

–O quê? – Katherine estranhara no começo, logo entendendo. – Sim, sim, a gente fodeu antes de vocês chegarem, no meu colchão.

–Então ele é fácil assim? A próxima sou eu! – Chloe logo se empolgou, esquecendo-se da aposta.

–Não! Merda, Chloe. – Reclamou Charlotte sabendo que desembolsara quinze pratas. - Trinta dólares e uma massagem pro palhaço aqui. – Ela concluiu apontando para Christian que ria todo vitorioso, e logo a fez rir também.

–Agh, é mesmo. Odeio perder pra voc... – Chloe não teve tempo de concluir quando Katherine interrompeu.

–Espera, vocês três apostaram se eu fodia com ele? – Ela perguntou como quem não acreditava. – Meu, vocês são muito escrotos. Quantos anos vocês tem? – A menina disse rindo.

–Nhé, não enche. A gente ainda por cima perdeu. – Disse Chloe fazendo um biquinho.

–Dezesseis. – Respondeu Charlotte dando de ombros, mas antes que pudesse se virar, Chris segurou-a pelo ombro.

–Então vocês me devem dinheiro e uma massagem. Podem pagar agora, viu. – Ele ainda dava risadinhas se achando.

Chloe e Char tiraram, cada uma, quinze dólares do bolso e entregaram para Christian enquanto os quatro se moviam para o quarto onde Nicholas e Thomas esperavam com as bebidas e alguns copos.

–A gente devia jogar “Eu Nunca”. – Charlotte propôs. – É assim, alguém começa dizendo algo que nunca fez, e todo mundo na roda que já tiver feito isso tem que virar um copo. Se ninguém tiver feito, a pessoa que falou que bebe. Sentido horário. Sinceridade é tudo. Ganha quem estiver mais sóbrio quando as coisas saírem de controle.

Todos concordaram em jogar. Chloe e Charlotte sentaram num colchão atrás de Christian para que tivessem altura suficiente pra massagear as costas dele. Deixando a roda meio torta.

–Eu começo! Hm, eu nunca comi comida mexicana. - Disse Chloe logo olhando para Kate.

Todo mundo, menos Chloe virou um copo. Vez do Nick.

–Eu nunca... Esqueci o carregador do meu celular num hotel.

Christian e Charlotte viraram um copo. Vez do Tom.

–Bom, eu nunca fiz uma tatuagem. – Ele disse logo olhando para a tatuagem no braço de Christian.

Chris murmurou: – Cretino.

Foi o único que virou um copo. Vez da Kate.

–Eu nunca toquei a campainha da casa de alguém e saí correndo.

Todos, menos Kate, beberam. Vez da Char.

–Hm, eu nunca assisti pornô gay. – Ela disse certa de que ninguém ali teria assistido, e ela poderia virar outro copo. Mesmo que não fosse ganhar o jogo, aquele whisky era dos bons.

Chloe virou um copo.

Todo mundo riu. Aquilo estava começando a ficar divertido.

–Sério? – Char perguntou rindo. – Por quê?

Chloe deu de ombros. E uma risadinha – Nem sei. Curiosidade.

Algumas rodadas depois, ninguém mais conseguia pensar direito.

Vez do Chris.

–Bom, eu nunca... Fodi com alguém dez anos mais velho do que eu. – Ele disse logo rindo pras garotas.

Elas riram, enquanto murmuravam algum xingamento, porque sabiam que ele estava fazendo aquilo de propósito. Chloe, Charlotte e Kate viraram um copo. Vez da Chloe.

–Eu nunca fodi em mais de cinco posições diferentes.

Chris e Charlotte viraram um copo. E Christian não pode deixar de fazer uma observação:

–Por que não? Eu posso ajudar, qualquer coisa, viu? – Ele disse rindo já todo bêbado. Como quase todo mundo ali.

–Orra, eu poderia colocar a culpa no álcool, mas acho que você diria isso mesmo sóbrio. – Ela respondera tentando colocar ele no lugar. Mas estava difícil.

–Aliás, sua massagem está ótima, viu amor?

–Aham.

Vez do Nick.

–Eu nunca... Bati uma usando uma meia.

Christian e Tom viraram.

–Nossa, gente. Vocês são nojentos. – Observou Katherine com cara de nojinho.

–Tenho a meia até hoje. – Respondeu Christian. Foi o suficiente para que todo mundo risse. E Kate acentuasse a cara de nojinho.

–É sério?! Não acredito que você guarda e usa uma meia que um dia você já gozou. – Charlotte falou rindo.

–É sério. – Ele confirmou rindo também.

Vez do Tom.

–Eu nunca fodi com mais de cinco pessoas na minha vida.

Todos, menos o Tom, viraram.

–Puta que pariu, eu não aguento mais beber. – Christian disse enquanto estreitava os olhos e tentava contar quantas pessoas tinham na roda.

–Sério? – Katherine perguntou. – Entã...

–Não. Não é sério. – Ele começou a rir estupidamente.

–Puta merda, viu. – Kate revirou os olhos. – É minha vez de qualquer forma. Enfim, hm, eu nunca toquei uma pensando em ninguém desse grupo.

Christian, Nicholas, Charlotte e Chloe viraram um copo. Rindo.

–Cada dia que passa, eu percebo que vocês são piores do que eu achava. – Ela colocou a mão cobrindo parte do rosto.

–Sabe o que eu disse da meia? – Perguntou Christian. E antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa para tentar impedi-lo de continuar falando, ele continuou – Então, foi pensando nessas daqui. – Ele terminou segurando as mãos das meninas que o massageavam até ali.

Elas riram porque tinham feito o mesmo pensando nele. E quando duas pessoas riem numa roda de bêbados, todos os outros riem junto.

–Bom, eu, já bati pensando nas três. – Nicholas se colocou.

–Sem meia? – Perguntou Christian praticamente gargalhando.

–Sem meia. – Ele respondeu na mesma empolgação do amigo.

–E vocês, queridas? Não disseram nada. – Disse Chris para as massagistas que já estavam mais passando a mão nele do que massageando.

–Ah, para. – Elas reviraram os olhos meio que desviando da pergunta dele.

–Hein? – Ele dera uma puxada nos braços das garotas que segurara até ali.

–Pff, pare. Você sabe. – Disse Charlotte cortando um pouco o barato, mas deixando-se aproximar conforme ele as puxava. –Bom, eu nunca... Não sei mais... Eu nunca tentei fugir da escola.

Christian virou mais um copo, rindo.

–É sério?! – Chloe abriu um sorriso de orelha a orelha. – Você tá tirando, né? Mas você só tentou, não conseguiu?

–Puta merda, eu tenho que vomitar isso daqui. – Ele levantou rindo ainda e cambaleando um pouco, foi se apoiando nos móveis, até chegar ao banheiro.

Todo mundo riu e em pouco tempo ele voltou.

–Pera... – Chris tampou um pouco a boca e virou o rosto para o lado. – Okay. – Ele disse logo destampando. - Tá ok. Eu só tentei. Não consegui porque eu não planejei nada direito e me achava bom demais. Quando eu sumi ligaram pra minha mãe e não demoraram pra me encontrar na rodoviária tentando pegar um ônibus para San Francisco. – Ele riu. – Foi até bom terem me encontrado porque eu era muito babaca, achava que eu ia conseguir um trabalho num posto de gasolina e arrumar minha vida inteira. Eu tinha, sabe, quinze dólares na carteira – Ele completou rindo mais. Mas logo se segurando antes que a ânsia voltasse.

–Eu não acredito que você foi inteligente o suficiente pra fugir da escola, e de casa, com quinze dólares. – Disse Katherine rindo.

Ele riu também. – Eu tinha mais, tá? Mas a passagem de ônibus daqui pra San Francisco é cara pra caralho. Eu estava muito tenso... E tapado, sei lá.

Ele devaneou um bocado tentando imaginar como sua vida estaria se tudo aquilo tivesse dado certo. Mas não conseguiu nem imaginar se estaria vivo.

–Porra, mas daria certo se você tivesse um pessoal, um plano, ou algo assim. – Disse Charlotte dando de ombros.

As ideias de Chloe estavam tão ansiosas para saírem de sua cabeça, como crianças para saírem da sala de aula. - Por que a gente não tenta?! - Ela propôs. – A gente tem um pessoal, e a gente monta um plano e...

–E bang! Vamos! - Charlotte não podia concordar mais com a amiga.

–Não tem tanto pra dar errado, se a gente planejar tudo agora. Né? – Kate indagou pra os três rapazes calados até ali.

–Pfff, que graça. Tem tudo pra dar errado. – Observou Christian. – Mas eu estou dentro.

–A gente pode fugir amanhã de madrugada... – Disse Chloe.

–Não. Fugir? Não, mó treta. Joga a mala por cima do muro e fala “Ae, porteiro. Vamos comprar chiclete no posto de gasolina ali já voltamos.”- Charlotte sugeriu.

–O posto de gasolina mais próximo que fica, por acaso, a dezoito quilômetros de distância daqui? – Ironizou Chloe.

–Okay, talvez não.

–Eu levo vocês. – Disse Nicholas - Menino, você vem junto?

Thomas concordou animado. Então Nick continuou:

–Amanhã, no intervalo da aula, me esperem no estacionamento com as malas de vocês. Pequenas, pelo amor. Quando a gente passar pela portaria vocês... Deem um jeito de se espremer abaixo das janelas. Eu levo vocês até o posto.

–Espera, você não vai com a gente? – Chloe perguntou.

–Não, querida. Não mesmo. Muita loucura pra mim. Mas vou estar aqui pra esconder o que vocês precisarem esconder em relação à escola.

–Ah, é uma pena. – Ela pareceu um pouco chateada.

–Eu encontro vocês no posto na sexta-feira. – Disse Christian.

–Espera, o quê? – Char arregalou um pouco os olhos.

–Eu não vou “fugir da escola” junto com vocês. Eu vou me demitir, gente. Não tem cabimento professor fugir da escola. – Ele explicou - Amanhã é terça, vocês me mantenham informado se tudo deu certo. Me mandem uma mensagem, sei lá. E segurem a barra por um tempo, sexta-feira eu encontro vocês lá. Combinado?

Todos concordaram.

–Bom, meu irmão é policial, vou falar com ele agora e contar tudo... – Charlotte não pôde concluir a frase, quando Kate interrompeu:

–Não! O quê?! Você tá louca? “Ow, irmão, vou fugir aqui da escola não conta pra mamãe, valeu? Te amo.”? Porra, para de beber!

–Caralho, me larga, não se mete! Ele vai cobrir a gente, não entregar a gente. E ainda descola alguém confiável pra vender erva. A polícia não pode pegar a gente, quando um policial já tá com a gente. E meu irmão tá aí pra isso.

I'd be safe and warm
If I was in L.A
California Dreamin'
On such a winter's day


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Notas finais do capítulo

Olar gentes. Bom, espero que tenham gostado e muito obrigada para quem estiver lendo. Caso os capítulos estejam muito longos, falem, que a gente divide melhor. E tentem comentar sempre, viu? Xoxo



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