Pequeno Potter escrita por Nena Machado


Capítulo 4
3: Novembro; 1977




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O primeiro jogo de Quadribol da temporada estava chegando e por isso James se ausentou um pouco das obrigações de monitoria, pois precisava treinar o time o melhor possível para não ser retirado de suas funções. É obvio que ajudei como podia, fazendo mais relatórios e aplicando mais detenções, assim como todo mundo eu queria que a Grifinoria ganhasse, ainda mais por ser meu último ano. Ele passou a treinar após o jantar e só ia fazer os deveres de monitor quando eu já estava indo dormir.

O jogo seria no dia 15 e todos esperavam ansiosamente, não que fosse um clássico Sonserina X Grifinória. Mas tinha uma excitação única nos jogos Corvinal X Grifinória. Isso porque seus capitães têm uma rivalidade desde o primeiro ano.

Ambos competiam por atenção, mesmo que usassem formas diferentes de consegui-la. No quarto ano os dois entraram nos times de Quadribol de suas respectivas casas e aí a coisa ficou séria. Um queria ser melhor que o outro e usavam tudo para conseguir provar isso: trabalhos escolares, pontos ganhos em aulas, fãs, meninas e, principalmente, Quadribol, já que os dois eram Apanhadores.

Então quando Spinnet e Potter se enfrentam em campo é garantia de um jogo bom.

X-X

O jogo seria no dia seguinte, então James não deu treino e mandou a equipe toda dormir cedo para estar descansada. Ele, porém, ainda tinha trabalhos da monitoria, me ofereci para fazer os mais importantes, afinal sou uma amante de Quadribol. Mas dessa vez ele não aceitou de forma alguma, alegando que precisava distrair a mente para não ficar pensando no jogo, então ficamos juntos até pouco antes das 23:00h.

Eu terminei as coisas antes e já estava na porta quando James me chamou, me virei e quase bati minha testa em seu queixo, notando que ele tinha corrido para me parar.

— Você vai ao jogo de amanhã, né? — perguntou com um sorriso nos lábios.

— Ah, não sei. — respondo, enrolando uma mexa do meu cabelo. — Lene vai me bater se eu não for, mas realmente não estava afim de ver o...

Deixei a frase morrer, mas ele deve ter entendido.

Lene era do time, assim como James, só que ela demorou a consegui o posto de Artilheira, entrando apenas no sexto ano. Sirius jogara como Batedor, até o quinto ano, mas num dia comum a Grifinória amanheceu com quase nada de pontos e com Sirius Black banido do Quadribol. Até hoje não sei o que ele fez de tão ruim.

— Você tem que ir! — Potter quase gritou essa frase usando mais ênfase do que seria necessário. — Sério, me prometa que vai?

Por um momento lembrei do meu quinto ano, quando ele corri atrás de mim pedindo para eu ir nos jogos, prometendo pegar o pomo em minha homenagem. Mas agora era diferente, ele não gostava mais de mim, não dessa forma.

— Ok, vou pintar lá. — me dei por vencida, fazendo-o abrir um enorme sorriso. — mas é bom você ganhar.

— Pode crer que você vai amar esse jogo.

E então me deu um beijo super fofo na bochecha e voltou para a mesa, me deixando levemente atordoada. Depois de meio minuto virei e retornei para o dormitório.

X-X

Comecei a odiar o jogo no momento em que Lene invadiu meu quarto me batendo com meu próprio travesseiro até eu cair da cama, isso tudo para eu não me atrasar.

Fui praticamente obrigada a enfiar comida goela abaixo em Lene, caso contrário ela iria jogar com o estômago vazio. E depois de todo meu esforço para fazê-la engolir uma torrada ela foi embora sem agradecer, indo para o vestiário junto com o time (e Sirius) para repassar as jogadas.

Então me restou ir com Dorcas para o campo, lá conseguimos lugares bons unicamente porque Remus pulou o café e foi para arquibancada cedo e guardou lugares para gente. Ele tinha o rosto pintado de vermelho e dourado e carregava bandeirinhas, um típico fanático.

— Oi meninas. — ele nos cumprimentou por cima dos xingamentos que estávamos recebendo por ele ter guardado lugares para nós. — querem tinta?

Na verdade, eu não queria, mas deixei que ele fizesse duas linhas, uma vermelha e outra dourada, em cada bochecha, já Dorcas recusou, dizendo que suas bandeirinhas e a roupa já eram suficientes. Era raro ver Remus tão empolgado com algo como ele se empolgava com Quadribol, o que era curioso já que ele não gostava nem por lazer, dizia que apenas gostava de assistir e torcer.

— O jogo vai ser muito bacana. — falou Remus. — James tem várias jogadas novas que serão bem interessantes, você vai ver.

E então ele trocou com Dorcas um sorrisinho cumplice. Franzi minha testa sem entender patavilhas.

— O que vocês sabem que eu não sei? — perguntei direta com meu melhor olhar de monitora rígida.

— Você já vai saber. — respondeu Dorcas quase dando pulinhos de entusiasmo.

Eu queria discutir, mas no mesmo momento o narrador anunciou a entrada do time da Corvinal.

— E lá vem o time dos corvinos, com o capitão Spinnet afrente. — ele anunciou cada jogador e suas posições e o time se pôs nos seus lugares. — E agora vem o time dos leões, com o capitão Potter liderando. — ele também nomeou os jogadores grifinórios, mas só me prendi no nome Mckinnon, identifiquei sua cabeleira loira com facilidade.

O juiz explicou as regras, ou pelo menos eu acho que foi isso, não conseguia ouvir com a gritaria da torcida, principalmente com Remus do meu lado tentando puxar uma canção qualquer. Só notei que o jogo começou porque no momento que a goles foi jogada a arquibancada tremeu tanto que fiquei com medo dela desabar.

Foi em menos de trinta segundos, estava seguindo a goles quando ouvi um conjunto de exclamações. Procurei pelo campo o motivo e encontrei Spinnet caído no chão já se levantando parecendo enraivecido. Aparentemente alguém jogou um balaço que o atirou da vassoura. Ele caminhou até onde a vassoura tinha caído, a montou e subiu de novo.

Não por muito tempo, um balaço atingiu seu tronco poucos minutos depois. Dessa vez ele não caiu, balançou até conseguir se restabelecer.

O narrador anunciou algo sobre o time da Grifinória estar focado em eliminar o apanhador, uma tática muito usada, mas considerada um pouco baixa. Eu sabia que James nunca a usaria, ele gostava de ser original. Mas bem, o narrador era um lufano do 4º ano e, provavelmente, não sabia do real motivo.

Mas eu sabia. Por isso todos meus amigos ficaram tão animados com o jogo, por isso todo mundo fez o máximo para eu ir ao jogo, não perder o horário e ainda ter os melhores lugares. James deve ter planejado isso, provavelmente, com ajuda de Lene e Sirius, uma vingança, minha vingança. E então me vem a mente o que eu disse a Sirius mês passado que ele podia fazer justiça com as próprias mãos, contando que não fosse pego. No passado eu odiaria essa ideia: dor sem motivo e Potter se metendo na minha vida, mas no momento eu amei aquilo.

Não prestei atenção nos outros jogadores, só consegui focar em Spinnet, o seguindo com o olhar aonde quer que ele fosse, observando as jogadas sujas que foram muito bem disfarçadas.

O jogo durou 47 minutos. Minutos nos quais Spinnet foi batido, empurrado, chutado, derrubado e atingido por incontáveis balaços. Por fim, ele caiu da vassoura de uma altura de 10 metros e ficou desmaiado no chão. Menos de cinco minutos depois James pegou o pomo e o jogo acabou. Grifinória ganhou com uma diferença de 520 pontos.

O melhor jogo de toda a minha vida.

X-X

A comemoração no salão comunal só começava de verdade depois da meia noite, era nesse horário que Prof.ª McGonagall aparecia e acabava com a festa, mandando desligarem o som e irem todos para suas camas. Naturalmente os mais velhos, geralmente do 5ª ano pra cima, voltavam para o salão minutos depois.

Utilizávamos feitiços de isolamento sonoro e colocavas o rock para tocar, as bebidas mais fortes eram liberadas e os fumantes viravam chaminés ambulantes. Era essa festa que realmente valia a pena, então eu sempre me arrumava e esperava dar umas 00:30 para poder descer.

Mas dessa eu acabei pegando no sono enquanto esperava, hoje me pergunto se talvez meu guardião não queria me avisar que essa festa ia dar em merda. De qualquer forma, quando Marlene entrou no meu quarto, depois das 01:00 da manhã, eu já estava totalmente sem vontade de descer, queria somente ficar na minha querida cama.

— Anda logo! — falou Lene, tentando me puxar da cama pelas pernas. — Você tem que, pelo menos, agradecer a James e ao Sirius pelo que eles fizeram com o Babaca. Eles gastaram muito tempo e energia para criar aquelas jogadas!

Gruni em forma de protesto, mas me ergui por que ela tinha razão, eu tinha que agradecer eles. Arrumei as roupas amassadas e o cabelo bagunçado, limpei o batom que tinha borrado e sorri cinicamente para Lene. Ela revirou os olhos.

— Vamos logo!

Sirius estava esperando do outro lado da porta e assim que me viu me entregou um grande copo de Whisky de Fogo. E começamos a caminhas rumo ao Salão Comunal da Grifinoria.

— E aí, meu broto. É hoje que você supera a fossa e paquera com algum garoto? — possivelmente Sirius já estava bêbado, então relevei.

Mas Lene não relevou, deu um tapa em seu braço e eu virei a bebida de uma vez para não ter que responder. Ele sorriu, como se eu tivesse respondido que iria beijar o primeiro que eu visse, e me entregou a garrafa que segurava.

Seguimos para o salão. Vi que tinham afastados os moveis, deixando um grande espaço no centro onde várias pessoas dançavam. Virei-me para perguntar a Lene onde Dorcas estava, mas ela já estava metendo a língua na garganta de Sirius.

Revirei os olhos, resolvendo procurar pela minha amiga morena sozinha. Bebi o conteúdo da garrafa antes de procura-la e quando, por fim, a encontrei, ela estava acompanhada de Sirius e Lene. Me xinguei por não ter ficado com eles, começando a me arrepender de ter vindo pra festa.

— Ruiva! — gritou Sirius com a voz mega alterada pela bebida. — achei que tínhamos te perdido. Aqui, tome.

Ele puxou a garrafa vazia da minha mão, a substituindo por outra, dessa vez reconheci que era Whisky de trouxa. Não lembro da conversa que tivemos, mas deve ter sido muito bacana, pois nunca parávamos de rir e Sirius sempre aparecia com mais bebida, parece que a função dele na festa era ser o garçom e deixar todo mundo pra lá de Marrakesh. Terminei minha garrafa, sexta ou sétima não sabia mais, e puxei Dorcas para a pista quando começou a tocar uma música animada. Sirius e Lene aproveitaram para ir a um local mais sossegado.

— Remus está um pão, você não acha? — perguntou Dorcas aos gritos, pois estávamos perto do som. — Merlin, olhe aquela boquinha! Eu poderia beija-la a noite inteirinha.

Eu ri, não que o que ela disse tivesse feito algum sentido para mim, mas sim porque eu já estava em um estado lastimável depois de Sirius ter me dado tantas bebidas diferentes.

— Quer saber? Vou lá agora falar com ele. — e dizendo isso ela me deixou sozinha.

Ri sem motivo algum, girando ao som da música, mas aí perdi o equilíbrio e cai, levando alguém junto comigo. Ri ainda mais, sem nem sentir a dor do impacto com o chão, olhei para vê quem me acompanhou na queda e ri com ainda mais intensidade. James não parecia estar muito melhor do que eu, tanto que ele teve que se apoiar numa mesa para se erguer do chão.

— Eu amei tanto o jogo! — gritei, já de pé, entusiasmada. — foi muito, muito, muito firme e merecido!

— Que bom que gostou, Sirius e eu tivemos que pensar muito para conseguir disfarçar aqueles ataques. — ele sorriu satisfeito consigo mesmo. — ele aguentou pouco, tínhamos jogadas para pelo menos duas horas de jogo.

— Uma pena, mas já me sinto vingada!

— Você quer? — ofereceu uma bebida azul, sorrindo.

E enquanto eu bebia o drink desconhecido, notei que James Potter era realmente um pão.

X-X

Não sei por quanto tempo dancei com James, nem quanta bebida nos consumidos depois disso, só o que lembro é de passar pelos corredores com ele, um se apoiando no outro, tentando chegar no dormitório dos monitores chefes.

— Porque a gente decidiu volta pra lá? — perguntei, a voz arrastada e completamente embriagada. — devíamos ter dormido no dormitório do sétimo ano, muito mais fácil.

James cai quando me afasto dele, me fazendo pensar que talvez eu tenha ido acompanha-lo por ele estar pior que eu. Mas a minha linha de raciocínio se perde quando um quadro perto reclama do barulho.

— Não sei, você que me chamou pra sair.

— Ah é, eu ia te beijar. — respondo, subitamente lembrando o motivo pelo qual fiz a gente sair da festa, não tinha nada a ver com ir dormir, mesmo que já fosse muito tarde.

— Você? Você queria me beijar? — James gargalha alto o suficiente para Dumbledore ouvir na torre dele. — Não foi você que disse que preferia sair com a Lula-Gigante?

— Eu tinha 15 anos!

Depois de muito mais tempo do que era necessário normalmente chegamos na porta dos dormitórios, porem demoramos algum tempo para conseguir lembrar da senha, e assim que entramos esquecemos que tinha um degrau e caímos.

— Ai, você é pesado. — digo rindo quando James cai por cima de mim.

Ele esta rindo também, enquanto tenta se levantar, e então ele não tenta mais, apenas para e olha pra mim, alternando entre olhar para a minha boca e para meus olhos.

— E ae, vai me beijar ou não? — digo simplesmente.

Ele beijou, sem parar para pensar nem um segundo sequer. Não nos fazemos de difíceis, em um piscar de olhos ele já se sente livre para apalpar meu seis e beijar meu pescoço, enquanto eu me mexo apara que ele fique entre minhas pernas causando aquela sensação maravilhosa de pressão que eu estava sentindo falta.

— Vamos para o meu quarto — diz James assim que tiro sua camisa.

Não foi uma tarefa fácil se levantar, muito menos conseguir chegar na porta, ainda mais por que James tentava continuar os beijos quando nós não tínhamos condições de fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Mas de alguma forma deu certo, e quando dei por mim já estava na cama dele, usando apenas meu lingerie, que não custou a sair também quando ele começou a descer os beijos até chegar ao ponto entre minhas pernas, onde ele lambeu e chupou até que comecei a me contorcer.

— Quero você dentro de mim agora. — falei ofegante, o puxando para cima pelos cabelos.

Só que ele não fez o que pedi, pelo contrário James me larga e vai para a ponta da cama.

— Onde você vai? — pergunto totalmente confusa pelo desejo de tê-lo em mim.

— Camisinha. — ele diz com a voz totalmente rouca, enquanto pega o pacote no criado mudo, decido então beijar seu pescoço, sentindo o aroma maravilhoso do seu perfume. — Droga, você está me distraindo, Lily.

Acho graça junto com ele, que está tão porre que não acerta colocar a camisinha.

— Deixa pra lá, eu tomo poção contraceptiva. — digo, mesmo que eu nunca tenha concordado em transar sem preservativo com meu namorado, estava totalmente disposta com James, contanto que isso significasse que ele ia voltar ao que estava fazendo antes naquele minuto.

Ele pensa por uns segundos, parecendo dividido entre continuar tentando e fazer o que pedi, confiando em mim. Por fim, ele apenas volta a me beijar, se deitando na cama de forma que eu possa ficar por cima, como eu prefiro. Então eu monto nele, gemendo alto quando enfim ele me penetra, para então eu começar a cavalgar.

X-X

A dor de cabeça me informou que eu estava com uma boa ressaca antes mesmo de eu abrir os olhos. Gemi baixinho, enquanto abria-os devagar por causa da luz, assim que os abri por completo me deparei com um montueiro de cabelos negros.

Não consegui reprimir o grito, acordando assim o dono dos cabelos que também começou a gritar, só que infelizmente o lençol estava enrolado nas minhas pernas, e eu fui direto com a bunda no chão.

Olhei ao redor, só para confirmar que eu não estava no meu quarto, tudo era muito mais bagunçado com roupas e sapatos espalhados por todos os lados e as paredes cobertas por pôsteres de Quadribol e bandas bruxas.

Me ergui do chão lentamente, olhando por cima da cama como se lá estivesse um bicho papão. Mas o que eu vi era quase pior. James Potter. Completamente nu, já que o lençol estava comigo, com a varinha em punho apontando para mim, os olhos tão arregalados quanto os meus, e quando desço os olhos...

— Ai meu Merlin. — Exclamei fechando os olhos com força.

— Céus, o que aconteceu aqui? — James fala e escuto o colchão mexer, me atrevo a abrir os olhos, e encontro ele sentado na cama, ainda em choque, mas agora com suas partes intimas cobertas por um travesseiro.

Notei então que eu também estava nua e que chupões enfeitavam meu seio esquerdo. Arregalei os olhos ao notar o óbvio. Eu tinha dormido com James, e não era um ‘dormido’ no sentido inocente da palavra.

Levei cerca de trinta segundos para me recuperar do choque da descoberta, e mais um minuto para assimilar todas as imagens que pipocaram na minha mente. Creio que James se sentia igual, pois imediatamente começou a ficar ofegante.

— Merlin. — me ergui e comecei a procurar por minhas roupas, mas antes de vestir, senti algo melado entre minhas pernas, mais uma prova de que a noite não foi parada, céus!

Eu precisava de um banho urgentemente. Vesti as roupas a medida que as fui achando e logo encontrei um problema, não achei minha calcinha em nenhum lugar. Era uma das que eu tinha comprado quando Spinnet passou a vê-las e a tira-las. Uma pequena parte de mim se sentiu satisfeita de pelo menos ser uma calcinha bonita, mas a vontade de vomitar que veio logo em seguida me fez esquecer isso.

— Não usamos camisinha. — James finalmente fala. — Nos... nos não... Oh, você pode engravidar.

— Não! — respondi com firmeza. — Tomo poção contraceptiva corretamente há bastante tempo, as chances de acontecer são realmente muito pequenas.

James suspira, parecendo aliviado.

— E.. e agora? O que a gente...

— A gente não vai fazer nada. — digo desistindo da calcinha e vestindo a roupa assim mesmo. — Nós não vamos falar sobre isso, vamos fingir que nunca aconteceu, entendido? É serio James, acabei de sair de um relacionamento escroto, não quero nada abalando minha vida.

— Tudo bem. — ele diz, concordando comigo. — fingir que nunca aconteceu, não falar sobre isso.

— Com ninguém! Nem Sirius, nem Remus, nem mesmo comigo, não toque no que aconteceu essa noite.

— Nada aconteceu essa noite. — ele fala categoricamente, concordando em fazer o que eu quero, mesmo que visivelmente ele quisesse conversar sobre isso.

Mas eu não falo nada, apenas me viro e vou embora. Corri para o banheiro, vomitando a bebida que ainda estava no meu estômago, depois conjurei meu uniforme e segui para a banheira, eu precisava de um banho de espuma. Constatei que ainda era cedo e eu poderia usar o tempo do café para por meus pensamentos em ordem.

Passei quase 40 minutos no banheiro, alternando entre tomar banho e corre para vomitar na privada mais próxima. Eu realmente tinha exagerado na noite anterior.

Saí do banheiro com a certeza de que não tinha mais nada para pôr do meu estômago e que já tinha perdido o café. Encontrei com Dorcas a caminho para a aula de poções, ela me entregou um frasco com poção para ressaca e eu engoli sentindo o efeito logo em seguida.

— Festa animada, não é Lily?

Dorcas riu e eu comecei a imaginar as piores coisas que eu poderia ter feito. Será que James e eu já estávamos nos pegando antes de ir para o quarto?

— O que você quer dizer com isso? — perguntei receosa.

— Bem, vejamos, depois que falei com Remus e ele me deu um fora, fui te procurar, mas você estava muito serelepe dançando em cima de uma mesa com James. Bem que tentei te fazer descer de lá, mas você não quis me acompanhar. No fim, lá para as três da manhã, James começou a cair de tão tonto e você o levou para o quarto, eu ia junto, mas você respondeu que tinha tudo sobre o controle.

— Aparentemente eu não tinha tanto controle assim. — suspirei.

— O que? Como assim?

— Não conte a Lene, você sabe como ela é, mas... — puxei o ar com força, me preparando para soltar tudo de uma vez. — eu dormi com James.

Se Dorcas ficou chocada, não demonstrou, mas também ela era a favor do ‘ato de dá e receber prazer’, como ela mesma diz, não negava ser uma hippie, sem contar que tinha transado com quase todos os caras com quem namorou. Ela não me condenaria por ter tido uma noite de sexo casual, ela não era Lene. Marlene tinha uma visão romântica onde sexo era sinônimo de amor, ia fazer um escândalo e querer que assumíssemos que nos amamos e planejar nosso casamento.

— Vocês se protegeram?

— Eu uso a poção lembra?

— Sim, mas estou falando de camisinha Lily, há coisas piores do que uma gravidez.

— Tenho certeza que ele não tem nada.

— Vai e pergunte a ele, Lily. — respondeu séria. — assim você pode tomar algo caso ele não tenha certeza.

Chegamos à sala e nos calamos enquanto passávamos pelos meninos na porta. Sentei-me com Dorcas na mesa de sempre, ela parecia realmente preocupada. Mas também tinha motivo, uma gravidez na minha idade é uma barra pesada, encarar um aborto ou encarar a sociedade, eu realmente não sei o que é o pior, mas tinha mais coisa do que isso, doenças serias que não tinham cura nem mesmo no mundo magico.

— Tenho mesmo que ir? Ele nem gozou dentro — argumentei, me lembrando de quando ele tirou o pênis e gozou na minha barriga. Só que eu não conseguia lembrar se isso foi na primeira ou na segunda vez, e nem se na outra ele tinha feito o mesmo.

— Não custa prevenir, ruiva. — ela respondeu. — e olha ali sua chance.

Segui seu olhar até a porta por onde James entrava com Remus ao lado, logo atrás vinha Sirius com o braço ao redor de Marlene. Os quatro riam de algo, James não parecia nenhum pouco preocupado com o fato de ter dormido comigo.

Vi Remus corar assim que seu olhar encontrou com o de Dorcas, já ela se manteve implausível. Eu não ficaria assim se fosse o cara que me deu um fora entrando na sala, mas também esse não era o primeiro fora de Doe.

— O que Remus te disse quando você foi atrás da boquinha linda dele?

Ela riu, como se estivesse esperando que eu tivesse esquecido isso.

— Disse que eu estava muito bêbada, que ele iria se sentir como se tivesse me usando, e blábláblá. — ela fez um gesto com a mão como a de uma boca abrindo e fechando. — se você quer saber me pareceu mentira, até porque já o vi ficando com meninas bêbadas.

— É, você tem razão. — claro, eu sabia o que tinha acorrido de verdade, Remus não gostava das garotas com quem já ficou, já Doe, bem, ele gostava dela. Então ele não se sentia no direito de tentar algo, nem com ela sóbria, nem bêbada. Isso por que ele meteu na cabeça que um lobisomem não pode ter uma vida normal, para ele já foi uma grande vitória ele entrar na escola, então namorar está fora de questão.

— Mas não pense, moranguinho, que eu não saquei que você está tentando desviar minha atenção. — ela falou me apontando um dedo.

Revirei os olhos, mas me ergui da cadeira para falar com James. E nesse momento Horácio entrou na sala mandando todos se sentarem. Sirius e Lene sentaram atrás de mim, e Remus e James atrás deles.

Fizemos a segunda etapa da poção da sorte, mas passei o tempo todo olhando para James. Ele não parecia preocupado com o fato de estar sentado a alguns metros da menina com quem ele passou a noite e que, a propósito, não é namorada dele, também não parecia envergonhado, nem mesmo arrependido, ou de ressaca, mas acho que esse último deve ser por causa de alguma poção. Estava completamente normal.

— Está ótima, - falou Horácio quando veio ver nosso trabalho. — claro que estaria perfeita se Lily parasse de olhar para trás a cada cinco minutos.

Corei na hora e olhei pelo canto dos olhos para ver se James tinha ouvido isso, mas ele parecia estar concentrado em algo que Remus lhe falava.

— Não se preocupe minha querida. — sorriu o professor. — aposto que o Sr. Lupin tem a mesma aula que você no próximo horário.

Franzi as sobrancelhas e olhei para Dorcas em busca de uma explicação.

— Ora, ruiva. — respondeu revirando os olhos e rindo da minha expressão de confusão. — só tem três meninos atrás da gente. Um é o namorado de sua amiga, outro você deu foras por dois anos. Só sobrou o Remus.

O sinal tocou me impedindo de tentar identificar se tinha ciúmes na voz de Dorcas. Juntamos nossas coisas e saímos da sala, rumo à aula de Feitiços, comigo puxei Dorcas na frente, para sentarmos o mais longe possível de James.

— Ei me esperem! — gritou Lene, nos viramos em tempo de vela empurrando as pessoas para chegar até nós, se enrolando ao tentar correr e fechar a bolsa.

— Nenhuma palavra sobre ‘noite de sexo selvagem com o James’ — disse a Dorcas em tom de ameaça.

— Muito bacana saber que foi selvagem — ela riu e eu lhe fuzilei com o olhar, mesmo que minhas nadegas ainda estivessem doloridas.

— Adivinhem! — Ela tinha aquele ar que eu conhecia bem, de quando ela sabia de algo que não devia contar, mas que ia contar para a gente por que somos suas melhores amigas.

Lene era um pouco fofoqueira, bem na verdade não exatamente fofoqueira, ela só confia demais nas pessoas e pensa que todas têm a capacidade de guardar segredos, mesmo que ela própria não tenha essa capacidade. Esse era outro motivo para eu não contar sobre a noite.

— O que? — perguntei não muito interessada.

— James dormiu com uma garota. — ok, isso chamou totalmente minha atenção. — escutei a conversa dos meninos hoje no café, sabe, aquele onde vocês não apareceram e me deixaram abandonada.

— Ok, o que exatamente eles disseram? — perguntou Dorcas, ignorando o drama de Lene e me fazendo um imenso favor.

— Ah, nada de interessante na verdade, Sirius foi atrás de James no quarto quando ele se atrasou, achando que ele devia está apagado, e achei ele segurando uma calcinha sexy. — ela respondeu enquanto enrolava uma mechinha de cabelo que já estava perfeitamente enrolada.

— Mas quem é ela? — perguntei, beirando o histerismo.

— Esse é o ponto, James se recusou a contar, e aparentemente isso é algo que ele nunca fez, então Sirius esta importunando ele todo esse tempo — ela respondeu, fazendo um beicinho que me deixou claro que ela estava imaginando qual menina poderia ter dormido com James. — Horrível, não é? Fazer isso com qualquer um. Isso devia ser um ato compartilhado somente com quem se ama...

Vi Dorcas revirar os olhos. Mas eu parei de escutar Lene, afinal aquilo parecia muito como se ela estivesse me dando uma bronca. Mas pelo menos uma coisa boa aconteceu. Tenho certeza que James cumpriu sua palavra, não contou a ninguém sobre a gente, então eu é que não iria trazer esse assunto de volta.

 


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Notas finais do capítulo

[Capitulo editado em 25/07/2020] A principal mudança desse capitulo é: James agora sabe da noite, e também decidir colocar Lily lembrando do que aconteceu, com um pouquinho de cenas pra vocês ai.



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