Beside You escrita por Santos


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi! Aqui estou, não vou falar muito pois tá bem tarde no momento, e tô usando net alheia. Vou agradecer a Bruna, que escreve Wrong, por falar da minha fic lá, obrigada, é uma honra. E agradecer as novas pessoas acompanhando ♥♥♥

Esse capítulo tá interessante ( eu acho) tentei ter cautela na revisão, mas sabe como é pessoas amadoras :P também tava sem pc, porém comprei, e ele que me aguarde. Boa leitura, ihuuu!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627717/chapter/6

KARINA

A situação ficou insustentável, por mais que eu queresse estar bem diante do fim de meu namoro, não conseguia, meu consciente massacrava-me durante dias. Se estou amadurecendo, devia estar nos meus planos se habituar as percas.

Meu corpo levantou da cama, sim, porque eu permanecia nela na minha mente. Fiquei durante horas deitada de recanto, sem me levantar, e sair? Nem com clemência dos outros. Estava confortável ficar ali, curtindo a minha própria dor. Pedro pode-se dizer que foi um amor imensurável, ou sou eu que não consigo entender e aceitar os fatos.

Meu pai tinha dito que se tudo continuasse desse jeito, ia forçar a nossa volta, porque é insuportável me ver sofrendo pelo “capiroto”.

Esqueci um pouco dos problemas e fui ao banheiro ver o estado do meu rosto, que por sinal está horrível.

Ouvi quando a porta do quarto se abriu e fechou, mesmo com o som abafado, pude perceber alguém entrar ali. Era João, coçava a cabeça feito um desesperado e, andava de um lado pro outro, ele parecia planejar dizer alguma coisa.

— Karina. — Chamou-me preocupado. — Tô precisando muito te contar um lance. — Levou as unhas à boca, roendo o pouco que ainda tinha.

Só podia ser bomba, porque a face dele parecia bem amedrontada, e com certeza ia faltar unhas depois em seus dedos. O mesmo ficou naquele suspense de fala, ou não fala, e, caramba, isso me tirava muito do sério.

— Fala logo, detesto suspense.

— Eu tava voltando com o Pedro da casa dele, e dai, a gente encontrou o Snake, no caminho. Você sabe, né ? o Pedro nunca perde a oportunidade de fazer piada. — Quando achei que o Nerd ia terminar de falar, ele se cala e volta a roer as unhas.

— Quê saco! João, fala logo. — Pedi ríspida. — E o que têm ?

— O Pedro chamou ele de praga, dai começou aquele ataque de ciúmes que cê sabe que ele tem de vocês juntos. Depois o Cobra insinuou que o Pedroso estaria com medo de te perder pra ele, ai o Pedro o desafiou dizendo: “Você nunca tentaria nada com a Karina ”. E o Snake, remoeu tudo com raiva e disse que se quisesse tentaria sim. — Por fim ele respirou e pôs as mãos na cabeça. Eu tentei organizar meus pensamentos, pondo-os em parâmetros mais singelos, porém a menção do réptil sobre a minha pessoa me deixou em dúvidas. Será que João não esqueceu de nada, ou foi isso mesmo ?

— Tá falando sério? Eles disseram isso ? — Bati as mãos nas pernas incrédula. Pelas minhas contas, seria mais um problema a acrescentar na minha cabeça.

João assentiu com a cabeça, e a minha certeza mudou meu humor de vez. De ruim, para péssimo.

— Isso não é novidade, K, o Cobra sempre teve no teu pé, te defendendo, ajudando, seja lá como for. Para e pensa... — Ele ergueu as sobrancelhas indicando que suas palavras faziam sentido. — Tipo, vocês ficaram naquele dia, isso consta também...

— Ah, João, cala boca. — Interrompi-o antes que virasse uma toupeira. — Aquilo, foi porquê a gente tava mal, só isso! — Me senti envergonhada ao lembrar do dia.

JOÃO

Optei em contar à Karina sobre a discussão, mesmo com medo de ser morto por ela, pelo Cobra, e ainda pelo Pedro. Se guardasse aquela briga só para mim e deixasse a minha cunhada sem entendimento disso, iria me ferrar de qualquer jeito. Bianca entrou no quarto me encarando de braços cruzados, esperava já pela sua repreensão, tava bem obvio.

— Achei que tinha parado na mania de fazer fofoca. — Sua mão atingiu meu ombro em cheio. — Ela já tá mal pelo termino.

— Só tentei ajudar.

Tentei ajudar até mesmo na relação dos dois. Sem sucesso. A Karina vivia pelos cantos sem falar com o Pedro direito, eu logo vi que tudo isso ia dar coisa errada. Os dois pareciam ter perdido aquela fixação de “O provocador e a esquentada”.

KARINA

Queria ter um buraco onde enfiar essa cabeça, e se pudesse, arranjaria uma fórmula do esquecimento. Eu não sei, realmente nem tinha idéia de o “porquê” fiquei tão chateada dessa discussão dos dois, Pedro ainda continua nessa de sentir ciúmes de mim, e Cobra, de achar que sou uma inconsequente e preciso de um irmãozinho mais velho pra me proteger.

O aspirante a ator saiu porta a fora, eu, fiquei no quarto durante um tempo, absorvendo todos os acontecimentos. Sai depois, encontrando meu pai com a mão apoiada em seu queixo. Ele me percebeu logo, sabia que ia ter “aquela conversa”.

— Karina, tá tudo bem? — Me perguntou, mesmo sabendo que eu estava por um fio de novo. — Sem ir à academia, sem comer, ir à scola. Eu soube do que aconteceu com você e o Capirotinho. Achei que gostasse dele, filha.

Olhei-o durante alguns minutos, sentia a marca d'agua se encharcar de pouco em pouco.

— É pai, gosto, mas eu não tava sustentando, sabe? Eu acho que mudei. — ergui minha cabeça me impondo. — Por mais que eu ame o Pedro, não dá pra viver a força, sem sentir aquela mesma intensidade de antes. — Ele segurou minha mão.

— Certo minha filha, se é o que você acreditar ser correto, então, está certá. Só para de sofrer pelos cantos Karina, chega, não temos mais problemas, barreiras. Agora tamo todo mundo junto e misturado. — sorriu com entusiasmo. — E você precisa se misturar e ficar feliz também. — Também ri junto com ele, nem tinha como se conter, meu pai parece a terapeuta do João, é tão eficaz, foi como ter me livrado de uma tonelada de tijolos em minhas costas.

Me reorganizei e desci, afim de ir na academia, eu ainda tinha que ter uma conversa com Cobra.

O vi, enquanto batia no saco de areia com destreza, parecia totalmente conectado ao ato, pois, nem desviava sua atenção para mim. Andei e fiquei bem a sua frente. Pigarreei para que pudesse me ver logo, ele se virou, me encarou, mostrando a droga daquele sorriso simpático.

— Oi pequena. — A voz dele soou tão doce, mesmo assim, queria matá-lo. — E ai, tá me olhando por que? Achou bonito?

Ri.

— Nada, quero saber um negócio. — Relaxei meu corpo. — Você brigou com o Pedro ? — Ele arregalou os olhos. Não tive mais incertezas. — É...senhor praga.

— Caramba, Jhonny Boy, ainda não largou essa mania de tricotar igual velha. — Cobra coçou a nuca irado.

— Já falei que não preciso de gente me defendendo.

— Vai bancar mesmo a "defensora de si mesma?" — Desafiou.

— Vou. — Rebati. — Quero você — apontei meu dedo em seu rosto. — E o Pedro, sem mencionar meu nome nas suas brigas idiotas. — O moreno mudou o semblante ficando irritado.

— Como quiser senhora madura. — Me virei fingindo estar brava. Senti quando suas mãos me seguraram por trás fazendo cocegas. — Quanto orgulho, K. Deixa de ser bronca. — Eu ria desesperada, enquanto ele falava coisas desconexas em meu ouvido.

Meus olhos se mantinham fechados, mas quando os abri, percebi Pedro nos observar, talvez decepcionado. Corri atrás dele, e Cobra me segurou pelo pulso.

— Cê não deve satisfações a ele.

— Cobra, ele viu a gente ali junto, rindo. O que quer que ele pense ? — Revirou os olhos.

Precisava ir atrás do Pê, e fazê-lo entender que foi um mal entendido, que somos apenas amigos. No mesmo momento que planejava as frases que ia falar para o guitarrista, vi Cobra voltar a treinar, socando tudo e urrando de ódio.

~¢~

Conversei com o Pedro, ele estava irredutível, quase que não me ouvia. Sua visão só se grudava no chão da rua, queria poder abracá-lo, porém, sentia-me uma trairá. Me arrependi de ter ido atrás dele, depois que ele insinuou coisas sobre mim e o Cobra.

Sentei no banco da praça, e fiquei durante um tempo pensando. Ele e eu vivemos bastante coisas, compartilhamos bons momentos, e agora estava mais do que na hora de esquecê-lo, lembrar dele como um passado bom, apenas isso. João tinha me confessado que armou forças, e quis nos ver juntos, mas não adiantaria nada agora.

— K, tudo bem ? — Ouvi a voz do lutador. — Foi mal, eu sei que não tá sendo fácil. — voltei meus olhos nos seus. Às mãos que antes estavam socando de raiva, pareciam mais gentis ao tocar meu cabelo.

— Tudo na mesma. — sorri amargurada. — Me acostumei com tudo dando errado. — Lamentei tirando a mão dele de mim. — Por que disse ao Pedro que se tivesse a oportunidade, ficaria comigo ? — Por algum motivo fiquei com isso engasgado em mim.

Cobreloa olhou em diferentes direções e coçou a cabeça.

— Quer falar disso agora ?

— Sim, eu quero. — Aumentei o tom. — Foi por isso que o Pedro ficou desse jeito. — afirmei. — Sua provocação, Cobra.

Revirou os olhos irritado e em seguida, se afastou de mim. Nada importava, se no final a gente ia acabar brigando, precisava ter tenência nas palavras dele.

— Caramba, para de se importar, não aguento mais. Pedro isso, Pedro aquilo. Achei que tivesse terminado com ele, que fizesse parte do seu passado. Cadê a Karina madura? pessoas maduras lidam com seus problemas — ele gritou, eu levantei do banco. Seu peito se estufava, meu rosto, ficava bem perto do dele, lhe encarando de forma ameaçadora. — Onde tá essa garota ? — repetiu.

Tinha razão; a onde tá essa garota? Nem eu mesma sabia, talvez, estivesse apenas encantada pela possibilidade de mudar.

— Diz isso, mas no fundo, você se importa com a Jade. — Percebi que isso o feriu. De um jeito ou de outro, o rastejante sentia falta da sua Dama, o que implicava, era o seu orgulho.

— Pois é, tenho que parar de me importar. — Desdenhou. — Isso só me causa problemas. — Minhas palavras tinham o magoado, e eu recorri segurando seu braço. — K, desculpa, nem devia me meter nas suas coisas com o guitarrista. — ele se soltou de mim. — Vou pro QG. — Em seguida saiu friamente.

Fiz besteira em falar da bailarina, em dizer sobre se importar, pelo simples fato de eu estar magoada com tudo.

Provavelmente, ele estava me odiando agora. Sem que esboçasse claramente.

~¢~

Despertei do meu sono de meia hora. Abri a tela do celular, marcando às 7:30 da manhã. Bianca e João se jogaram na minha cama, feito dois loucos, tenho certeza que ficaram sabendo do rolo de ontem á noite, e vieram dar o seu consolo maluco.

— Tira essa cara de desanimo. — Bagunçavam meus cabelos. Desanimada nem me sentia, minhas forças pra treinar voltaram.

— K, sei do seu desentendimento com o Pedro. — Minha irmã me olhou piedosa. Detestava estar frágil, vulnerável diante as pessoas. — A culpa é do Cobra né ? — Questionou sentando de joelhos na cama.

De certa forma tinha sido.

— É, mais o menos. Ele viu, eu e ele brincando como amigos.

— Sei... — soou maliciosa. — Sempre a desculpa de “amigos”.

— Nem começa, por favor. — Implorei. — Eu vou treinar hoje. — Disse objetiva.

Me arrependi de ir treinar assim que pisei meus pés lá. Ás pessoas me encaravam de formas indecifráveis. Subentendi que a situação de ontem deixou todo mundo confuso. Procurei pelo lutador olhando ao redor, nem sinal. Duca me disse que ele não viria, tinha se machucado no QG. Me preocupei, e fui em direção à loja. Parei em frente à calçada, e o observei de longe, com o braço enfaixado. Num impulso dei um imenso empurrão na porta, já pronta pra questioná-lo:

— Como fez isso ? — Praticamente lhe gritei.

Me entreolhou querendo desviar a atenção. Ele estava furioso comigo, podia ver.

— Socando, como mais poderia ser ? — Ironizou do jeito que sempre faz, rindo canalha.

— Eu tenho culpa nisso ?

— Não sei, têm ? — arfou. — Não adianta. — Desceu os olhos ao chão, seus dentes mordiam os lábios a ponto de sangrar.

Eu via ele tentando reprimir seus sentimentos, isso me fazia um nó no peito. Caminhei até o balcão, apoiando meus cotovelos, ele virou o rosto, e eu puxei seu queixo. Cobra ficava incrivelmente bonito, quando irritado.

— Não adianta o que, Ricardo ? — Riu feito um idiota, se aproximando do meu rosto.

— A gente brigar, fingir não se importar. — Fez referencia ao modo dele agir. — Ontem te deixei na praça, pensando que podia não me importar. — suas íris brilhavam. — Mas, me importo...

— Eu também me importo. Por isso tô aqui.

Falhávamos miseravelmente nessa de orgulho, porque no fim das contas, sempre nos preocupamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reeditando, tem uns acento errado (maldita crase)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beside You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.