Deixei o QG mais aliviada com o meu desabafo e após ter ouvido as palavras compreensivas do meu amigo. Estava ainda mais tarde e um pouco mais frio. Provavelmente quando eu chegasse em casa meu pai iria me matar.

Entrei fazendo pouco barulho, as luzes estavam apagadas, então todos tinham chegado e já foram dormir, resolvi fazer o mesmo afinal tenho uma rotina chata a beça amanha.

×-×

Levantei na manhã seguinte bem disposta, com um peso a menos nas costas e, decidida a aceitar a nova fase da minha vida, será que estou vivendo uma nova fase ?

Tomei banho me troquei e fiz tudo necessario. Por incrível que pareça Bi ainda estava no quarto se trocando e em seu rosto um sorriso largo se formava, tenho certeza que a noite pra ele e o Nerd do João foi boa, sua alegria é visivel até de costas.

– Bom dia irmã querida. - Já me abraçava com aquele tonzinho enjoado na voz. - Olha, K. Ganhei do João. - em suas mãos tinha um colar encrustado daquelas pedrinhas tropicais. - Não é uma graça ? - Me perguntou como se eu fosse achar isso a coisa mais explendida do mundo.

– Uh! Adorei, ultima moda em Paris Bianca?

– Deixa de ser turrona Gael dois. - Bufou quando fui ironica. - Escuta, onde a senhorita tava? Cheguei a noite e não a vi na cama, tive que enrolar o papai de todas as formas para salvar sua pele. - Então eles tinham chego antes do que pensei.

– Tá! - Respondi mesmo com reprovação em minha voz. - Fui no QG conversar com o Cobra. - Cerrei os olhos cabisbaixos. - Precisava falar com alguém sabe.

– Você não podia falar comigo? - Bianca formou algumas rugas de confusão enquanto esperava por uma boa reposta minha. - Prefere se consolar lá com seu amiguinho, já entendi.

E lá vamos nós com o drama de Bianca Duarte.

– Deixa de ser fresca garota. Não to te contando tudo agora?

– Pode ser, Karina, pode ser. - apertou os olhos desconfiada.

– Agora vou ir treinar, tá na minha hora.

E assim fui direto para à academia. Treinei pesado durante um tempo, ia ter um campeonato na região queria estar preparada, mesmo sabendo que vou escutar um não do meu pai. Mas ele esquece que filhos adolescentes burlam regras. Isso me fez lembrar da vez que menti para lutar naquele campeonato, e Pedro me ajudou. Talvez agora não teria essa capacidade, minha mente parece ter evoluido e estar agindo da forma adulta. Sentei na beirada do tatame ofegando de cansaço, meu diafragma estava pesado, boa parte do meu ar foi embora apenas chutando e socando tudo.

– Esquentadinha! - Pedro chegou me abraçando por trás de forma calorosa, não pude retribui-lo com o mesmo gás pois as coisas ainda estão confusas na minha cabeça. - Ei, K que cara é essa ? - Pê estava inquieto e confuso, parecia ter percebido que estou estranha.

– Nada, tô só cansada do treino, nada demais.

– Só isso mesmo ? - Pensei em soltar tudo para ele, mas não consegui sentindo tanto medo de magoá-lo. Achei melhor deixar passar. - K, se estiver com problemas sabe que pode me dizer. Somos namorados, nossa relação é de amizade também, esquentadinha, não se esquece disso. Te amo. - Depois disso ele me deu um singelo beijo na bochecha e saiu com a Galera da Ribalta.

Comecei a pensar na suas palavras e meu olhos se enchiam de água. Tentei engolir o choro e segui pro banheiro, enfiando as mãos de baixo da torneira. Meu rosto já tava bem vermelho, minhas veias pulsavam ainda mais de nervosismo. Não saberia se ia conseguir por um ponto final nesse problema entre nós.