Beside You escrita por Santos


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi, olá. Voltei! Viva!

Não vou dizer nada só; muito obrigada. E, dizer que estava tendo sérios problemas para ideias. Obrigada a Bru pelos conselhos. Desculpem a demora.



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KARINA PV

Aquela barba mal feita roçando no meu queixo me causa cocegas. Tinha pouco controlo, muito pouco. Meu ar havia fugido dos pulmões, enquanto eu gritava pra que ele voltasse. A solução veio quando mordi o lábio de Cobra o fazendo parar a nossa ação impulsiva. Der repente, senti o quente da sua boca novamente, em meu pescoço, fazendo leves pressões. Já não estávamos mais na calçada e sim encostados numa parede entre uma viela pouco povoada e escura.

Eu sabia que ele era mais um erro. Talvez dos mais graves, pela pessoa mascarada de marginal que um dia foi, mas algo me dizia para não temê-lo e insistir.

Nossos olhos se moviam em vários ângulos. Sentia uma sensação estranha no meu estomago como se fosse um enjoo. Meu coração batia em ritmos acelerados. Karina, você precisa fugir. Mesmo com as pernas cambaleando, fadada a cair no chão e fazer um corte tremendo, precisava sair dali, e esquecer a coisa que fiz pelo impulso que meu corpo me obrigou a cometer. Fiquei de pé no meio fio, estávamos em silencio. Cobra se distraiu enquanto procurava ou pensava em alguma coisa, aproveitei sua distração e sai andando, ainda tinha meu senso de direção funcionando bem.

Dormi durante poucas horas, pois teria que acordar no dia seguinte pra ir treinar. Minhas costas doíam, e me faziam alonga-la. Conforme eu e o lutador ficamos amassados na parede de concreto, isso havia deixado dor na região. Eu e o lutador. Essas palavras, essas lembranças, faziam-me cabeça latejar de perturbação e dor, o álcool por si só já tinha acarretado uma ressaca enorme. Joguei meu corpo contra o sofá, onde ouve um baque abafado, se não fosse à espuma confortável, estaria mais ferrada.

Eu passei a me lembrar das ultimas cenas antes de estar em casa totalmente desnorteada: Ele tinha segurado meus braços na hora que eu corria, uma de suas mãos envolveu-se na minha cintura. - Cobra estava pior do que eu pelo álcool, embora não parecesse o cheiro se impregnava nas minhas narinas - mas não foi um incomodo, enquanto antes nossas línguas praticamente clamavam garra em nossas bocas. - Conforme eu andava, o lutador me seguia ainda sendo guiado por mim, as mãos apertavam meu corpo com força, mais força do que antes, mais violencia. O ser de pele morena era bronco até mesmo na hora de pegar uma mulher, sem penas, ou medo de me fazer sentir medo. Porém eu não sentia medo, pelo contrario, queria mais, não sei se estar embriagada, elevava essa loucura, pouca diferença fazia também, já estava extremamente fora da minha própria sanidade.

Meus pés se chocaram com outro meio fio de uma calçada, atrás o moreno me segurava – seus reflexos ainda estavam bons – não me deixando cair no asfalto.

– Eu tenho que ir embora, Cobra. – pedi batendo minha palma contra os braços dele. – Meu pai vai me matar e. – Cobra havia me interrompido enquanto ainda tentava se aproveitar da minha pobre inocência. – Caramba cara.

– Desculpa, mas a falta de mulher naquele bar me deixou com a única opção: Você.

Olhe-o indignada e me afastei.

– Espero que cê teja falando isso por que tá parecendo um bêbado infeliz.

– Talvez. – Ressaltou.

Depois disso corri o máximo que podia sumindo no escuro.

Ouvi os passos de alguém pela casa, me assustei, mas era só meu pai desbravando o cômodo em busca da filha fugitiva. Se meus pensamentos estiverem certos, provavelmente receberia uma bronca.

Ele andou lentamente como se não soubesse da minha percepção de sua presença ali. Meus ouvidos conseguiam ser uma espécie de campainha de alerta: Um pai furioso a caminho.

– Dor nas costas? – Botou a mão na cintura sendo acompanhado pela sobrancelha levantada.

– Um pouco. –Disse irônica. Talvez o passatempo mais divertido fosse irritar o velho, sempre que podia.

– Isso tem consequência de que? – Questionou respirando fundo e pondo as mãos no rosto. – Karina se você. – Calou-se quando se auto punia pela quase coisa errada que iria dizer.

– Da noite com o Cobra.

– Ô quê?! – Berrou para os quatro cantos da casa. – Você não... Com aquele verme.

– Quis dizer uma noite na qual se sai pra se divertir, Senhor Gael. – Expliquei antes que o fizesse tem um infarto ali mesmo na sala. – E, não, não dormi com ele.. – Respirou aliviado.

Queria saber os motivos para ele pensar que sempre estávamos fazendo fornicação com alguém.

Sai pra treinar, antes que quem tivesse um infarto fosse eu.

Meus pés rumavam para frente da praça, mas na verdade todo meu foco se via no QG. Tentava achar algum rastro do lutador ali. O vi abrir a placa de aberto, seria naquele instante que o chamaria para conversar.

Entrei.

Seu rosto estava cansado, a roupa amarrotada e os olhos pesados como se tivesse sono. Não foi muito difícil de entender que toda aquela reação era resultado da noite anterior.

Ri.

Ele riu da mesma forma quando me viu entrar, mas aquele maldito sorriso malicioso que se pode imaginar varias coisas sujas. Tudo que ele pensava vinha na minha cabeça, como seu eu pudesse ler cada voz dos seus pensamentos.

– Vamos esquecer o que – Falei, mas Cobra não dava nem chance da minha fala se completar.

– Fugiu ontem - exclamou irritado. Minha cabeça estava baixa, meus olhos centrados na cor vermelha do balcão, em busca de foco naquilo que eu queria dizer. Poderá ser verdade o que dizem sobre o álcool ser o pior inimigo de uma pessoa deprimida. - Eu sei que se arrependeu. - Agora soou mais derrotado, contorcendo o rosto numa expressão de desanimo. - Sempre se arrepende...

– Você não tá? - elevei a voz. Cobra me olhou irônico.

– Não. - mencionou firme.

Fiquei sem o que falar, porque pra ele é o tanto faz. Homem nenhum se arrepende de passar o rodo em alguém, mas será que nem o lutador escapa dessa definição?

– Estamos passando por um momento difícil, talvez seja por isso tudo aquilo. - engoli a seco. Eram as palavras erradas a se dizer, mas quando se precisa fugir, desculpas inventadas na hora são bem vindas, logico que odiava a mim mesma em mentir para ele.

Mas eu sabia o quanto era esperto e, não deixava passar nada.

É atento quanto as minhas reações, no fundo aprendemos a conhecer um ao outro.

Ele cruzou os braços deixando os olhos serem queimados pela raiva que sentia em ouvir tudo aquilo que eu me negava a sentir.

– Acha mesmo que caio nessa? - se a aproximou de onde eu estava prendendo-me entre o balcão e o seu corpo. - Banca a arrependida, a fugitiva, mas... - se eu pudesse definir o que queria: seria fugir. Assim como fiz depois da noite passada. - O que foi aquilo tudo na rua? Hm? - perguntou enrugando a testa. Formou-se um silencio, da minha boca só se ouvia o som descompassado da minha respiração.

– Beijava um irmão de novo.

– Dessa vez. - calou-se. Suas mãos foram a minha cintura a apertando-a. - não foi como uma irmã.

Tinha problemas para escutá-lo dizer aquelas palavras: Como ficaria toda a nossa amizade?-

– Não, Karina. – Ele se afastou perdendo todo o controle que ainda tinha. A prateleira que estava cheia de potes foi ao chão.

Droga...


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