"I can hold my breath
I can bite my tongue
I can stay awake for days
If that's what you want
Be your number one [...]

But I'm only human

And I bleed when I fall down"

– Human.

Quando ameaçou se separar de mim, eu disse que iria mudar.

Quando disse que sentia vergonha de mim, eu disse que aprenderia a me conter.

Quando proferiu que eu falava coisas inadequadas, mordi minha língua, reinventei meu vocabulário.

Porém, quanto mais eu te obedecia, mais se afastava de mim. Mudei meu cabelo, minhas roupas, meu jeito de ser, só não mudei meu amor por você.

Você queria uma marionete, a garota perfeita.

Quando você estava feliz, eu fingia sentir o mesmo.

Quando brigava comigo, eu abaixava a cabeça e me encolhia.

E então, recebi a mensagem.

Lembro-me do gosto das lágrimas, da maquiagem borrada, dos soluços dolorosos. Lembro-me de estar encolhida no sofá, perguntando-me aonde havia errado.

Eu era a sua número um, não era?

Quando fui te enfrentar, sequer tentou melhorar a situação. Apenas admitiu, disse que nosso amor havia se esgotado.

Só hoje percebo que nunca houve “nosso”. Sempre fui eu, apenas minha solitária presença.

Fui eu quem chorou no fim do relacionamento.

Fui eu quem teve sua identidade apagada para ceder às suas vontades.

Eu, e apenas eu, dei meu sangue por esse amor que nunca foi correspondido.

Mas, apesar disso, eu te agradeço, pois foi por causa de você que eu aprendi que o amor pode machucar, que nada é como nos filmes de Hollywood.

Aos poucos, recolhi os pedaços quebrados de meu coração e o reconstruí.

E, se quer saber, eu não tenho mais medo de amar. Agora não sou mais uma pecinha dos seus jogos, não sou uma marionete ou um brinquedo de aço.

Sou humana, com toda a dor, com todas as feridas, mas sou humana.

E sou eternamente grata por isso.