ulo Vinte e Oito.

Encarei Dimitri dormindo na poltrona a minha frente e nossas filhas fazendo o mesmo em seus carinhos ao nosso lado que foram especialmente adaptados para que pudéssemos desmontar uma parte dele o deixando como se fosse beber conforto e prender nos bancos do jatinho com cinto de segurança e por segurança toda uma aparelhagem de respiração portátil estava mo guarda volume bem acima de nós, mas até que ultimamente elas têm estado melhor, muito embora eu já tenha sido avisada que essas crises poderiam acontecer a qualquer momento e com a volta de Dimitri ele parecia ter desenvolvido algum tipo de instinto, bastava a respiração delas mudar por qualquer razão e lá estava ele dentro do quarto colado no berço com o respirador em mãos.
Estavamos voltando para a Rússia novamente e dessa vez por uma razão que eu jamais poderia imaginar que faria um dia e porque? Bem, porque estavamos indo buscar a filha de Dimitri, digo, a filha que ele tinha com a vadia da Tasha Ozera. Se eu havia gostado disso? Não, eu havia detestado tudo aquilo, quer dizer, Angela não tinha culpa pela mãe psicopata que tinha, mas mesmo assim saber que ele havia estado na cama com ela no passado me dava arrepios. Tudo bem, vamos culpar a bebida, porque foi assim que eu quase havia transado com Adrian uma vez.
– Deveria tentar dormir um pouco Roza agora, conhece o caminho para a Rússia meu anjo, nós ainda vamos demorar pelo menos mais 2 ou 3 horas para chegar na minha mãe... Isso não contando a parte de carro. Não precisa ficar acordada a viagem inteira, eu posso ficar com nossas filhas amor. -Disse a voz mais prefeita do meu mundo.
Encarei Dimitri de verdade, finalmente voltando a realidade, agora realmente prestando atenção ao que acontecia a minha volta e sorri levemente tocando o rosto dele com a ponta dos dedos.
– Eu estou bem meu amor, ainda não estou cansada o bastante para dormir ou algo assim, mas obrigada por se preocupar comigo. Aliás, pelas rugas na sua testa diria que realmente está preocupado com alguma coisa. -Falei franzindo a testa levemente mantendo os olhos nele.
– Sim, na verdade estou preocupado com o Christian depois que conversamos lá em casa depois da nossa pequena discussão. Afinal quando poderiamos imaginar que ele também era filho da Tasha e que na realidade Moira e Lucas Ozera eram os tios que o criaram porque Tasha não o quis na época. Ele está completamente arrasado mesmo que não queira admitir ou deixe transparecer por ser quem é, Lissa está preocupada com ele também, ele se fechou completamente até mesmo com dela e se eu o conheço bem isso ainda vai ficar ainda pior. -Respondeu Dimitri ficando rígido em seu lugar.
– Essa familia fica a cada segundo mais esquisita que o permitido, pobre Christian, ele não merecia uma porrada dessas. Lissa disse que agora ele está agindo como se nada tivesse acontecido, simplesmente se nega a aceitar o que descobriu sobre Tasha. Mas não é verdade, eu sei o que vejo nos olhos dele através de Lissa por causa do laço. -Falei suspirando ao encostar minha cabeça no banco e encarar o céu através das janelas do meu lado. -Mudando de assunto um pouquinho... Meus pais vão se casar nas férias da minha mãe... Daqui seis meses e meio. Vão se casar no lugar onde se conheceram.
Dimitri sorri de lado me deixando sem fôlego com tal ato tão simples.
– Fico realmente muito feliz que seus pais tenham finalmente se acertado de novo depois de tudo que já passaram para chegar onde estão agora. -Respondeu Dimitri sorrindo ao segurar minha mão entre a dele.
Senti algo estranho revirar dentro de mim de um jeito realmente desagradável. Bem, na verdade minha vida ultimamente girava em torno de sentir coisas muito estranhas constantemente, mas ainda não deixava de ser verdade assim mesmo, inconscientemente encarei Dimitri de soslaio e pelos olhos dele percebi que meus dons Moroi estavam ativos, o que significativa que provavelmente ele estava em minha cabeça naquele exato momento, sentindo a mesma coisa fluir de mim para dentro dele exatamente como acontecia entre mim e Lissa constantemente.
Oh merda.
– Rose, fala comigo... Isso que você sentiu agora... Eu também consegui sentir a mesma coisa e precisa me dizer o que isso significa, por favor. -Dimitri apertou os olhos endurecendo a voz ai me encarar.
Eu não seria capaz de mentir para ele. Nunca.
Mas e se a verdade fosse estragar tudo? Era tão errado mentir para proteger quando contar a verdade parece tão errado por ser tão assustador? Quer dizer, quanta verdade poderia acabar sendo demais? Ou quanta mentira passa a ser proteção desnecessária? E como sempre eu obviamente não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas.
– É só uma sensação que acontece as vezes Camarada... Como um pressentimento ou um sexto sentido ou seja lá como quiser chamar isso. Alguma coisa está para acontecer em breve, mas por favor, não se apavora ok? Até porque não dá para saber quando vai ser, com quem vai acontecer e porque. -Expliquei tentando parecer o mais calma possível mantendo meus olhos fixos nos dele na esperança de conseguir fazê-lo acreditar em mim quando nem mesmo eu conseguia acreditar.
Dimitri pareceu aceitar minha explicação desmiolada, então após me beijar voltou sua atenção para Zoey que imediatamente abriu um sorriso lindo sem dentes para o pai.
Algumas horas depois entre cochilos, conversas e brincadeiras com nossas princesas pegamos um taxi e lá estavamos nós parados na frente da casa de Olema Belikova, entramos na cozinha com nossas filhas nos braços e logo em seguida Victoria apareceu com Olema pêlos fundos.
– Roza! -Disse ela com seu forte sotaque Russo mais carregado que o do filho imediatamente abrindo um largo sorriso vindo me abraçar. -Finalmente vou conhecer minhas netas. Oh meu Deus, elas são lindas!
– Obrigada Olema, elas são a cara do Dimitri. -Falei sorrindo o abraçando quando Olema pegou Nicolly e então Victória se aproximou de Zoey. - Vick, você pode pegar se quiser. Só cuidado com o seu cabelo, ela adora puxar.
– Mãe, onde está Angela? -Perguntou Dimitri correndo os olhos a sua volta.
Antes que Olema pudesse responder uma fugira miúda, um Dimitri em vversão feminina apareceu correndo e o abraçou pela perna com um largo sorriso.
– Papai, você voltou! Você voltou! -Disse ela repetidas vezes sorrindo.
Dimitri sorriu a pegando no colo e a abraçou forte me deixando sem reação. Aquela cena era sem dúvidas encantadora.
– Sim minha princesa, o papai está de volta meu amor. -Disse ele fazendo carinho nos cabelos dela devagar.
Angela sorriu abraçando Dimitri e então seus olhos finalmente pararam em mim.
– Oi, quem é você? -Perguntou ela sorrindo para mim toda tímida típica de qualquer criança. - Você é amiga do meu papai?
Não respondi a pergunta de imediato, e não porque não queria interagir com ela por não ser minha filha, mas simplesmente porque não sabia o que exatamente deveria dizer naquele momento, afinal não sabia o que Dimitri havia falado de mim para ela ou se havia dito algo sobre o que tínhamos. Aquilo era realmente muito estranho, eu jamais me sentiria intimidada por uma criança obviamente, mas também não estava me sentindo confortável.
Dimitri sendo o perfeito Guardão observador de sempre provavelmente percebeu minha falta de reação, então ainda com a filha no colo parou bem ao meu lado fazendo-a ficar bem na minha frente.
– Não meu amor, ela é namorada do papai e aquelas são suas irmãzinhas, Zoey e Nicolly. - Disse ele sorrindo apontando nossos filhas.
Em pouco tempo Angela já estava em meu colo, me chamando de "Tia Roza" e assim passamos todos juntos o restante do dia brincando juntos como uma família, ate que finalmente estavamos apenas nós dois acordados na varanda dos fundos.
– Obrigado por colocar ela na cama para mim e contar aquela história do Anjo da Guarda. Foi uma linda história meu amor . -Disse Dimitri quando me sentei em seu colo.
– Nunca gostei muito de histórias infantis porque mimha mãe nunca incentivou esse tipo de coisa quando estava comigo, mas quando Lissa e eu éramos bem pequenas e dormiamos juntas na casa de férias dos pais dela, Eric Dragomir costumava nos colocar na cama e contavs histórias com Anjos Guardiões incríveis. As vezes o André também contava esses tipos de histórias quando Rea e Eric estavam ocupados com alguma coisa... Achei que ela poderia gostar de ouvir também. -Falei sorrindo ao deitar no peito dele. - Tasha está aprontando alguma coisa grande...
– Porque acha isso Rose? -Perguntou ele ficando rígido embaixo de mim. - Tudo bem, você sabe que pode me contar qualquer coisa.
– Ninguém abandona a própria filha e simplesmente some do mata desse jeito, então Tasha deve estar aprontando alguma coisa realmente muito grande dessa vez Camarada... Eu estou com medo disso pela primeira vez na minha vida.. -Admiti fazendo círculos imaginários no peito dele com a ponta dos dedos fechando os olhos. - Você a conhece Camarada. Sabe muito bem do que ela é capaz.
– Honestamente eu parei de tentar entender os passos da Tasha depois do que ela faz com a Rainha Tatiana. Eu parei de tentar entender a Tasha... Porque ela não é importante para mim... E eu quero beijar você agora. -Disse ele rindo ao juntar nossos labios, apertando minha cintura. - Vamos entrar...
A mão de Dimitri foi para minha perna e a outra fazia pressão em meu seio dela esquerdo, então me livertei de suas carícias e sorri maliciosa.
– Não vamos fazer isso aqui de jeito nenhum Camarada, estamos na casa da sua mãe e com Olema Belikova até Rosemarie Hathaway Mazur não têm coragem de brincar. -Falei séria fechando minhas roupas caminhando para dentro da casa lentamente, então sentindo ele me prensar na parede do corredor. - Dimitri, o que....
Porque eu ainda estava resistindo a ele? Se tratando de sexo eu não ficava nada furiosa por perder uma discussão... Nunca. Agora estavamos no quarto de hóspedes do segundos andar completamente sozinhos já que nossas filhas estavam no quarto ao lado dormindo e a babá eletrônica estava na prateleira acima de nós, Dimitri já havia jogado minha regata preta para algum lugar do quarto que eu não fazia ideia, então simplesmente deixei acontecer até que ficamos pelados, bastante suados, com respirações irregulares e levantamos indo para o banheiro, e o que fizemos lá não foi apenas tomar banho claramente, o que acabou por terminar de nos deixar esgotados, depois disso nos trocamos e passamos no quarto ao lado para dar uma olhada em Zoey e Nicolly e então notamos algo estranho.
– Dimitri, onde você colocou a Angela? -Perguntei vendo a cama dela vazia e todos os cobertores e pelúcias bagunçados.
Dimitri parou na porta do nosso quarto e me encarou como se eu fosse maluca.
– Eu? Lugar nenhum minha princesa, além disso você que colocou ela na.... Rose, onde esta Angela? -Perguntou ele entrando no quarto e jogando os cobertores para o alto como se ela magicamente fosse aparecer embaixo deles.
– É o que estou dizendo para você, ela estava aqui momentos atrás Dimitri e agora simplesmente sumiu do quarto. -Falei subindo a voz levemente saindo do quarto rapidamente em pânico, correndo pelos corredores do segundo andar. - Eu não encontro ela. Vou tentar o andar de cima.
– Tudo bem, eu fico com o inferior então, nos encontramos aqui de novo em 5 minutos. -Disse Dimitri correndo para as escadas.
Por todo o corredor do terceiro andar todas as portas estavam fechadas, exceto a que dava acesso para o pequeno sótão que eu nunca havia estado antes. Oh merda, isso não poderia ser possível. Poderia?
Entrei no pequeno corredor praticamente voando escada acimq e para meu desespero a janela de acesso ao telhado realmente estava aberta.
Merda, Angela era sonâmbula?
– DIMITRI EU ACHEI ELA! - Gritei apoiada nno batente da porta ouvindo outros sons de porta provando que eu havia acordado a casa inteira, mas eu não estava nem ligando.
Corri novamente para a janela abrindo a mesma com bastante cuidado, Angela estava a poucos passos de cair do telhado numa queda de pelo menos 7 metros e tentar acordar ela a distância também poderia fazê-la se assustar, escorregar pelas telhas e daria na mesma tragédia.
Quer saber? Dane-se, eu iria buscá-la.
Tirei os sapatos rapidamente e sai pela janela andando bem devagar uma vez que havia chovido e as telhas estavam escorregadias por causa de uma mangueira que havia ao lado e consequentemente a maiorias das folhas caiam ali.
– Rose, cadê você? Ah meu Deus... ROSE! - Gritou Dimitri com a cabeça para fora da janela me encarando com a expressão apavorada. - O que está acontecendo? Como Angela foi parar no telhado? E o que pensa que está fazendo?
– Eu acho que ela é sonâmbula ou algo do tipo, por isso fique exatamente onde está Camarada. -Falei com o rosto virado para ele, mas o corpo virado para Angela totalmente alheia ao que estava acontecendo. - Eu vou pegar ela cozinha, está escorregando demais aqui por causa da chuva e com nós dois o telhado pode não aguentar e ceder.
Ouvi sons de portas se abrindo e as vozes de Victória e Olema ecoando pela casa, até que ambas estavam ao lado do filho com expressões apavoradas.
– Por Vlad! Dimka, porque Angela e Rose estão no telhado as 2:00 da manhã? -Perguntou Olema com a voz alarmada.
– Mãe, por favor, não grite. Angela aparentemente é sonâmbula e Rose está tentando tirar ela do telhado em segurança e sem acordá-la. -Explicou Dimitri com a voz urgente e apavorada. -Por favor, vocês duas façam o mínimo de barulho, se Angela acordar agora, vai se assustar e pode se machucar.
Continuei avançando devagar pelo telhado ignorando totalmente o que acontecia dentro da casa entre os Belokov, mas o fato de precisar agir muito lentamente deixava um clima horrível dentro de mim, em especial porque várias vezes parecia que eu iria escorregar nas folhas molhadas e morrer estirada no jardim com os ossos moídos e órgãos arrebentados e para piorar Angela estava andando pelo telhado, chegando perto demais da ponta.
– Angela, por favor, não se mexa! -Gritei pulando sem me importar com a estrutura do telhado que estalou com meu peso e a segurando pela mãozinha quando ela escorregou na ponta e foi para fora da última telha fazendo Olema, Victoria e Dimitri gritarem juntos em desespero e grudarem na janela.
– ROSE! -Dimitri gritou ameaçando vir para o telhado também, mas se conteve quando puxei meu braço para cima lhe permitindo ver que havia pego o pulso de Angela no último segundo.
– Nao faça nada agora Dimitri, por favor! Está tudo bem meu amor, eu conseguir pegar ela, fique exatamente onde está porque o telhado já estalou e duvido que aguente mais pressão. -Falei suspirando puxando Angela cuidadosamente para cima rapidamente quando ela finalmente acordou chorando assustada por estar do lado de fora da casa pendurada no ar encima do telhado. - Calma Angela, já passou princesa, está tudo bem agora. Calma querida, esta tudo bem.
Suspirei completamente aliviada, lentamente alisando os cabelos dela enquanto sentava com cuidado nas telhas e a fazia ficar de pé, naquele momento ela teria que voltar sozinha porque nosso peso juntas poderia rachar uma telha e certamente cairiamos, felizmente Dimitri para facilitar as coisas parecia ter pensado no mesmo que eu e havia trocado de posição na janela.
– Angela, preste atenção princesa... Eu preciso que você vá até a janela brm devagar para o papai poder pegar você e tirar daqui porque não é seguro e está frio. Pode fazer isso querida? -Perguntei olhando diretamente nos olhos dela.
– Eu estou com medo de cair de novo mamãe. -Respondeu ela fazendo careta de choro.
Paralisei momentaneamente enquanto mantinha os olhos nela. Do que ela havia me chamado?
– Porque me chamou de "mamãe" agora querida? -Perguntei calmamente da forma mais doce possível para ela entender que eu não estava brava.
– Porque só as mamães protegem os filhos e você me protegeu agora mamãe. -Disse ela dando de ombros segurando meus braços.
Quem consegue manter postura diante de uma criança dessas? Simplesmente deixei minhas lagrimas saírem e abracei Angela com cuidado.
– Presta atenção na mamãe meu anjinho, você não vai cair se andar de olhos fechados, o papai vai te chamar daquela janela grande e tudo que precisa fazer é andar bem devagar na direção da voz dele. Pode fazer isso, por favor? -Falei para ela, porém olhando para Dimitri que pareceu gostar da ideia.
Angela me soltou lentamente parecendo pensar a respeito, então concordou com a cabeça fechando os olhos, virando o corpo na direção da janela.
– Bom trabalho filha, agora vêm para o papai bem devagar meu amorzinho, não precisa ter presa meu amor. Evita pisar nas folhas molhadas e no meio das telhas, pise sobre as linhas. -Pediu Dimitri com metade do corpo para fora da janela com os braços estendidos na direção da filha enquanto Olema e Victória o ladeavam apavoradas. - Está indo muito bem princesa linda, só mais um pouquinho, não abra os olhos até o papai pedir, está quase... Pronto. Te peguei meu amor, pode abrir os olhos agora.
Angela abraçou Dimitri com força enquanto ele colocava o corpo para dentro do cômodo junto com ela e então voltou a se debruçar olhando para mim com os braços estendidos, mas como eu temia aquelas folhas molhadas iriam aprontar para o meu lado e centímetros antes de alcançar Dimitri escorreguei e deslizei telhado abaixo, mas quando atingi a superfície sólida não doeu tanto como imaginei, isso porque eu não havia exatamente atingido o chão, havia caído sobre um.. Strigoi. Bem, na verdade sobre uma Strigoi.
Tasha Ozera