Academia de Vampiros - Laços da Alma escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Segue abaixo o primeiro capitulo de Laços da Alma. - continuação de Escuridão do Espirito,
espero que gostem, vou tentar postar um capitulo por semana dependendo de quantos comentarios eu tiver - como esse é o primeiro capitulo - o proximo só sai com no minimo 3 comentarios. bjos e até breve.
Roza Hathaway Belikov



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Encarei os inúmeros papéis em minhas mãos no que pareceu ser uma eternidade de tempo e ainda assim não conseguia acreditar no que estava escrito naquela maldita última folha em letras digitada com explicações médicas totalmente confusas. Eu definitivamente não poderia estar grávida de jeito nenhum, merda todo o mundo sobrenatural sabia que Dhampiras naturalmente não tinha filhos com Dhampiros porque era assim que as coisas funcionavam em nossa natureza reprodutiva e ponto final, isso não fazia o menor dos sentidos para mim.

- Isso... Isso aqui não faz o menor dos sentidos para mim e eu realmente espero que você saiba disso. Desculpa se estou sendo insensível ou mal-educada, mas eu não posso estar grávida de jeito nenhum. É totalmente impossível de acontecer algo assim comigo. –Falei deixando as folhas caírem em minhas pernas ao encarar o médico a minha frente.

O médico Dhampiro me olhou com um sorriso leve nos lábios que me soou algo como característico da profissão dele e não necessariamente que estava realmente tudo bem, então parou ao meu lado ainda mantendo contato visual e isso me deixava incrivelmente ainda mais nervosa do que o necessário.

- Quando você quase morreu essa última vez resolvemos que ao trazer você de volta seria mais prudente fazer todos os tipos de exames que temos para saber o que exatamente poderia ter de errado ou não. Entre esses exames eu pedi um de sangue muito conhecido e usando pelos médicos dos humanos chamado “BETA-HCG” *, que caso a senhorita ainda não saiba como funciona é um exame muito eficiente que indica como estão seus níveis hormonais e existe uma contagem que denúncia uma gravidez em potencial. No seu caso tivemos 99,9% de positividade no exame. Meus parabéns, futura mamãe. –Disse o médico de forma gentil e educada ao apertar meu ombro levemente.

- Olha só, eu não sei o que está passando pela sua cabeça ou se vai acreditar em mim e honestamente isso não me importa nenhum pouco, porque o Dhampiro mega gostoso de dois metros de altura esperando por notícias sobre mim pacientemente no corredor do lado de fora é o meu namorado e obviamente eu jamais o trairia com quem quer que fosse, ok? –Falei levantando a minha voz algumas oitavas acima devido a minha irritação imediata com a situação. –Isso não faz o menor sentido, até porque eu precisaria ter uma parte Moroi em meu sistema corporal para... Ah meu Deus. O Príncipe Adrian Ivashkov usou o sangue com influência do Espírito para me trazer de volta a vida a última vez que fui sequestrada e deixada à beira da morte. Mas mesmo assim... Isso não pode ter alterado alguma coisa em mim. Ou pode?

A teoria que me veio a seguir assim que aquelas palavras saíram da minha boca eram completamente estupidez ou insanidade para mim de qualquer forma, mas ainda assim parando para pensar no assunto seria basicamente a única explicação menos maluca para tudo aquilo que estava acontecendo comigo desde o momento que Adrian usou o sangue dele para me trazer de volta alguma coisa dele ficou gravada em meu DNA e então o que teria acontecido? Agora eu teoricamente era parte Moroi também? Era algo estranho e completamente impossível, mas o que não era assim na minha vida desde que eu nasci?

- Parece que temos uma resposta para todas as peças que parecem não fazer parte desse curioso quebra-cabeça afinal de contas. Sangue de um Moroi pertencente à Realeza. Honestamente falando, eu nunca ouvi falar sobre algum Moroi que tenha usando o próprio sangue para salvar um Dhampir com influência de magia durante o processo, isso pode teoricamente explicar as singularidades do que está acontecendo dentro do seu ventre. –Constatou o médico com a voz sempre gentil e calma que eu havia praticamente esquecido que estava ali junto comigo. –Parabéns, se o que disse é mesmo verdade a senhorita é oficialmente a primeira Dhampira companheira de um Dhampiro a gerar um filho em toda a nossa história sobrenatural.

- Quem mais está sabendo a respeito disso exatamente? –Perguntei apontando para os papeis espalhados em meu colo, decidindo ignorar o fato de que ele aparentemente não iria se convencer fácil de que eu não havia feito sexo com algum Moroi cretino por aí.

- Somente eu e você temos acesso a essas informações no primeiro momento Srta. Hathaway, ninguém mais. Existe uma pequena lei que diz que nenhuma informação deve ser ocultada da Rainha, acontece que graças ao código de sigilo entre médico/paciente eu fico autorizado a esconder dela o que o paciente achar necessário, com isso eu pensei em lhe dar a notícia e deixar que a senhorita faça por si mesma as devidas notificações a quem achar que deve. –Disse o médico assinando alguns papeis sobre a cômoda ao meu lado e então levou os olhos para seu celular que apitava de forma irritante no bolso de seu jaleco branco. –Desculpe, mas se puder me dar licença eu preciso ir agora, uma cirurgia de 4 horas me espera. Qualquer coisa eu deixei um cartão com os meus telefones dentro dos exames, me ligue a qualquer momento se precisar.

E então eu estava sozinha novamente dentro daquele imenso quarto branco com cheiro de remédio, com isso eu pude desfrutar de 20 minutos de solidão que foram o suficiente para que eu me trocasse, organizasse a confusão pavorosa que parecia o meu cabelo e por fim escondesse todos os exames em minha mochila cuidadosamente antes de Dimitri bater na porta e colocar a cabeça para dentro do quarto me lançando um olhar preocupado.

- Oi meu amor, está pronta para finalmente ir para nossa casa? –Perguntou ele com um pequeno sorriso ao pegar as minhas bolsas e colocar em seu ombro.

Meu peito parecia que iria explodir de felicidade com aquele sorriso que ele raramente se deixava expor e então minha alma escureceu drasticamente assim que percebi que poderia perdê-lo assim que eu lhe dissesse que estava grávida, afinal dificilmente ele iria acreditar que eu não o havia traído com algum Moroi, fala sério meu coração se apertou feio só com a possibilidade do acontecimento e eu me permiti entrar em pânico por dentro.

A viagem de carro de volta ao nosso apartamento do lado leste da Corte foi completamente silenciosa o tempo todo, eu particularmente não queria começar uma conversa que poderia terminar com o que tínhamos e então assim que chegamos ao carro sentei no banco de trás ganhando nada além de um olhar confuso do meu Camarada, mas mesmo assim ele não disse nada a respeito da minha reação e então eu só conseguia encará-lo pelo espelho do carro e só o fazia quando eu tinha total certeza de que ele não estava olhando.

Por fim entramos em nosso apartamento ao qual eu sentia mais falta do que havia me dado conta, Dimitri rapidamente largou minhas malas na sala ao lado da porta a qual ele havia fechado com o pé e então me puxou para seus braços juntando nossos lábios num beijo carinhoso, depois me soltou e encarou meus olhos como se estivesse lendo minha mente.

- Está tudo bem Roza? –Perguntou ele franzindo a expressão e com isso praticamente juntando as sobrancelhas grossas no meio da testa. –Você ficou calada o caminho todo para cá e está com uma expressão estranha agora.

- Eu te amo muito, Camarada. –Falei tocando os lábios dele com a ponta de meus dedos trêmulos de nervoso. –Você é tudo o que eu sempre quis em toda a minha vida e eu estou feliz por ter você ao meu lado, espero que nunca se esqueça disso.

- Eu também amo você, mais do que eu consigo descrever meu anjo. Que conversa torta é essa agora? Estamos em nossa casa, vamos finalmente ficar bem agora. –Disse ele pegando minha mão que eu usava para tocar seus lábios e beijando a palma com muito cuidado ainda mantendo os olhos fixos em meu rosto. –Você está mesmo gelada meu amor. Porque não toma um banho para tirar o cheiro de hospital enquanto eu faço o nosso jantar?

Assenti sem olhá-lo e então fui para o banheiro e sentei no chão gelado com as mãos nas laterais da minha cabeça enquanto a banheira enchia ao meu lado embaçando todo o ambiente com o vapor quente da água. Que droga, como eu iria fazer aquilo funcionar agora? Eu tinha que dar um jeito e contar logo que seriamos pais, afinal de contas ele merecia saber o que estava acontecendo e também minha barriga não iria ficar lisa para sempre.

Eu não tinha mais escolha alguma. Maldição!

Enquanto esfregava meu corpo com a esponja de banho cuidadosamente inconscientemente comecei a alisar minha barriga ainda completamente lisa e foi somente naquele exato momento com aquele ato tão inocente e intimo que eu finalmente me dei conta do que realmente significava ter um ser crescendo dentro de mim. Eu seria mãe.

Paralisei com aquela constatação bombasticamente evidente e o desespero tomou conta de mim. Merda, eu seria mãe. Droga, como eu faria aquilo não se tornar um verdadeiro fracasso? Eu não tinha ideia do que fazer e jamais me perdoaria se desse ao meu bebê a vida estúpida longe da mãe assim como aconteceu comigo. E pior que tudo isso havia algo ainda maior para se preocupar, eu não sabia como ficaria minha carreira de Guardiã a partir daquele momento e engraçado que isso tão pouco me importava agora. Naquele momento eu não ligava para mais nada que não envolvesse a segurança do meu bebê. Eu faria a vida do meu pequeno ser totalmente diferente da minha o máximo que eu pudesse e a qualquer custo ou meu nome não era Rosemarie Hathaway!

Por fim assim que finalmente desliguei a água quente e comecei a me enxugar senti um cheiro maravilhoso tomar conta do ambiente – eu ariscava um forte palpite para molho branco e provavelmente camarão com macarronada Russa; receita secreta milenar dos Belikov e peixe grelhado e não consegui não sorrir com a dedução e o ronco pavoroso do meu estômago sempre exageradamente esfomeado como se não visse comida desde que eu nasci. Ao menos com isso eu tinha uma sorte imensa, porque honestamente se a minha convivência com Dimitri como um casal realmente dependesse da minha comida certamente iríamos morrer em menos de 12 horas, por outro lado ele tinha habilidades culinárias que eram dignas do melhor chefe de cozinha do mundo e então era muito comum ele fazer o jantar ou ligarmos para a cozinha da Corte e pedirmos para trazerem algo pronto.

Assim que sai do banheiro amarrando o roupão em meu corpo encontrei Dimitri sentado em nossa cama com o meu celular na mão e senti minha espinha gelar.

- Está tudo bem, Camarada? –Perguntei soltando o roupão do corpo e vestindo uma linda, e confortável lingerie preta com renda nas laterais.

- Desculpa pela invasão de privacidade, acontece que Lissa mandou mensagem no seu celular e então eu queria saber se estava tudo bem. Ao que parece ela tem uma ultima reunião agora à noite e queria saber se você está bem o bastante para acompanhá-la. –Disse ele largando meu celular sobre a cama e se levantando. –Ou se quiser eu posso ir com ela no seu lugar, hoje eu tenho o dia de folga. Christian está sob a responsabilidade de Alberta até amanhã à noite.

- Não se preocupe com isso Camarada, eu vou. Fica aqui e aproveita um pouco, janta, toma um banho demorado para relaxar o corpo e descansa. –Falei indo para o armário rapidamente pegando meu uniforme de Guardiã.

Troquei-me em velocidade recorde vestindo um pesado casaco de frio sobre o uniforme de Guardiã e prendi minhas armas na cintura em lugares não visíveis e ainda assim funcionais e então beijei Dimitri rapidamente, peguei meu celular, as chaves do apartamento caso demorasse demais e sai para o impiedoso frio pavoroso da Corte. Eu tinha que atravessar o pátio principal todo para assim poder chegar ao corredor que dava direto no quarto de Lissa e assim o fiz.

Parei na frente da porta e bati educadamente duas vezes, logo em seguida Alberta abriu a porta e sorriu ao me ver, pois é quem diria que um dia iríamos realmente desenvolver uma boa amizade.

- Guardiã Hathaway, é realmente muito bom tê-la de volta na nossa equipe de Guardiões. A Rainha está terminando de se vestir e logo poderão ir. É uma reunião bem curta, mas ainda assim necessária. –Alberta rapidamente me atualizou sobre a situação e apenas assenti séria.

Lissa finalmente saiu do banheiro e como era de se esperar ela estava magnífica, usando um vestido rosa claro de mangas cumpridas e um sapato preto de salto baixo, seus cabelos estavam perfeitamente penteados num coque apertado e ainda assim delicado, ela não usava nada além de um brilho labial incolor e por cima de tudo Alberta lhe estendeu um casaco preto bem grosso.

- Você está realmente encantadora essa noite, Majestade. –Falei um sinal de respeito levando um joelho ao chão e abaixando a cabeça.

- Obrigada. É realmente muito bom e... Rose! –Lissa virou-se rapidamente ao ouvir minha voz e levantei rapidamente imaginando que ela correria desesperada para os meus braços, porém isso não aconteceu.

Lissa simplesmente congelou no lugar ao lado de Alberta me olhando como se estivesse diante de um fantasma, merda isso raramente era algo bom.

- Lissa? Está tudo bem? –Perguntei franzindo a testa instintivamente levando minha mão a cintura onde se encontrava minha estaca. –Porque está me olhando como se eu fosse um alienígena?

- Desculpe-me por isso Rose, eu só estou tentando entender a sua Aura. –Disse ela descongelado ainda com a testa franzida e então fiquei ainda mais rígida do que já estava anteriormente. –Auras naturalmente são douradas e a sua tem uma camada rosa escuro, bem fina. Eu sei que já vi isso em algum lugar, mas eu não consigo me lembrar onde ou o que significa.

Senti meu sangue gelar dentro das minhas veias rapidamente, provavelmente ela estava vendo a Aura do meu bebê e não somente a minha e isso que não se encaixava no padrão porque ela não sabia que sua melhor amiga e Guardiã estava grávida de alguns dias, que merda. Eu teria coragem de esconder aquilo da minha Moroi? Éramos melhores amigas desde que eu conseguia me lembrar, ela me entenderia não é mesmo? Ou ao menos tentaria... Ah mais que droga, eu estava realmente ferrada.

- E quanto aos meus gêmeos favoritos e mais lindos de toda a Corte? –Perguntei numa voz falsamente animada optando por uma mudança rápida de assunto até que decidisse o que deveria fazer enquanto caminhávamos por um longo corredor rumo à sala de reuniões. –Christian está se adaptando bem a vida de pai amoroso e responsável namorado?

- Estamos muito bem, na verdade as crianças já vão fazer um ano no mês que vem. Christian está cada dia melhor, parece que ele realmente leva jeito com essa coisa de ser pai. –Disse ela com a voz doce e um brilho totalmente diferente em seus olhos verde-claros. - Eu raramente tenho que levantar a noite para ver se está tudo bem com eles, geralmente quando eu acordo pensando que tem algo errado o Christian já está no quarto com ambos nos braços. Ele é maravilhoso e ter Lucas e Marie é a melhor coisa do mundo.

- Uau, passa realmente muito rápido. E aí vão fazer festa de aniversário para comemorar o primeiro ano deles? –Perguntei com um pequeno sorriso envolvendo-me rapidamente na conversa.

- Vamos, mas será algo pequeno e só para os amigos mais íntimos. Christian e eu entramos num acordo ontem a respeito disso e não queremos expôr nossos pequenos de uma forma tão exagerada e totalmente desnecessária. –Disse ela revirando os olhos e gesticulando e então chegamos ao salão e nos calamos.

Assim que entramos todos que estavam lá imediatamente se colocaram em pé e se ajoelharam abaixando a cabeça em sinal de respeito, exceto a mim, Alberta e Yuri, então ela se sentou em sua cadeira estofada verde, me coloquei rígida atrás dela e por longas duas horas assisti a discussão entre eles se arrastar, porém, eu não prestei muita atenção ao que estavam dizendo e logo felizmente fui dispensada para ir para casa e junto comigo veio à pavorosa decisão sobre a minha gravidez.

Estava na hora de Dimitri descobrir que seria pai.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no proximo capitulo....