Não era pra ser assim... escrita por Madreamer


Capítulo 8
Neve! - Especial de Ano Novo


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Feliz Ano Novo pra vocês!
Espero que gostem do capítulo!



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            A "surpresa" da qual falaram para os filhos era ir às compras. Saíram de casa bem cedo e voltaram cerca de duas da tarde. Compraram roupas de frio para a viagem no dia seguinte. Algo que não deveria demorar muito levou tanto tempo porque Jean e Marco insistiam que os filhos levassem mais roupas do que o necessário, causando uma pequena discussão. As crianças sempre acabavam tendo que experimentar todas as roupas que lhes eram entregues.

            O voo demorou cerca de onze horas. Pela primeira vez, Petra e Samuel não brigaram em um período de tempo tão longo. Em parte porque não estavam sentados na mesma fileira, mas principalmente porque estavam maravilhados com as paisagens que admiravam pela janela do avião.

            Marina ficou sozinha em casa, porém, não se importou. Finalmente teria a casa somente para si. Às vezes era bom aproveitar o silêncio do ambiente, apesar de ela saber que sentiria falta do barulho de ter a casa cheia.

            Jean alugou uma casa. Assim que chegaram ao Canadá, precisou apenas pagar pelo imóvel e pegar a chave com o dono. Não era uma casa enorme, nem pequena. Era aconchegante e confortável. Tinha apenas dois quartos. Como estavam de férias, Jean e Marco resolveram que cada um dormiria com um filho para evitar brigas.

            Estavam cansados pelo voo e dormiram um pouco assim que chegaram à casa. Jean foi o primeiro a acordar. Precisou acordar Marco para ajudá-lo a se movimentar na cidade já que seu inglês não era um dos melhores. Resolveram esperar os filhos acordarem para poderem sair juntos.

            O casal olhou pela janela na esperança de ver neve e se decepcionou ao não encontrar nenhum pontinho branco caindo do céu, apesar do chão estar levemente branco.

            — Escolhi o Canadá para podermos ver a neve cair — Jean lamentou.

            — Não importa. Estou feliz só por estarmos aqui!

            — Marco, você sempre sabe o que dizer! — sorriu e beijou o marido.

            Ficaram assistindo TV enquanto esperavam. O sardento precisou traduzir algumas palavras para Jean.

            Petra acordou em poucos minutos. Estava animadíssima por estar em outro país. Mal podia esperar para sair de dentro de casa e passear por aí. Ficou impaciente tendo que esperar o irmão e conseguiu acordá-lo antes que os pais a impedissem. Não houve briga entre os dois devido à empolgação de estarem no exterior.

            Saíram de casa e foram a um restaurante. As crianças comeram rapidamente para poderem começar o passeio. Assim que os pais pagaram a conta, pegaram suas mãos e os arrastaram, disparando pela cidade. Viram casas enfeitadas e luzes pisca-pisca em lojas e telhados.

            Estavam voltando para casa quando começou a nevar. Não era uma neve densa. Era fina e caía lentamente. Petra e Samuel sorriram de orelha a orelha. Jean e Marco também. O sardento segurou a mão do marido e riu.

            — Obrigado, Jean.

            — Pelo quê?

            — Por tudo. É bom ver as crianças sem brigarem e é bom estar aqui com vocês. Obrigado — disse e beijou-o.

            Foi quando um bola de neve acertou cada um deles. Viraram o rosto ao mesmo tempo e viram os filhos sorrindo marotamente.

            — É assim, é? — Jean perguntou já se abaixando para pegar neve. Marco sorriu e fez o mesmo.

            As crianças gargalharam e correram em busca de um lugar para se esconderem. Ao contrário do que esperavam, viram uma bola de neve atingir Marco. Jean riu e correu para se esconder com os filhos.

            — Isso é injusto! — Marco exclamou.

            — Não é, não! — Petra retrucou e Samuel jogou mais uma bola na direção de Marco, a qual acertou seu rosto.

            — Ei! — o sardento gritou. — Vocês vão ver! — disse e recolheu um pouco de neve.

            Ficaram batalhando por um tempo. A neve passou a cair mais rapidamente, dando-lhes mais munição. O frio não mais os incomodavam devido à corrida que faziam ao desviar das bolas.

            Quando ficaram exaustos, resolveram voltar para casa, no entanto, tiveram que percorrer o caminho pelo qual já tinham passado porque Jean só lembrou que precisavam ir ao mercado quando já estavam a alguns passos da casa.

            Quando finalmente retornaram à casa, as crianças voltaram a dormir. Jean e Marco guardaram as compras e depois deitaram no sofá.

            Jean embalou a cintura de Marco e o sardento repousou sua mão sobre a do marido, acariciando-a. Conversaram baixinho. Faziam planos de atividades para os próximos dias e até para o próximo ano. Acabaram dormindo ali mesmo.

***

            O ano novo chegou. O casal e os filhos resolveram ficar em casa, mas assistiam a um show de música pela televisão. Quando faltavam apenas alguns minutos para a virada do ano, foram para a rua e sentaram na calçada. Jean chegou pouco depois com quatro canecas cheias de chocolate quente. Aguardaram a queima de fogos ansiosamente.

            Quando o céu brilhou pelos fogos de artifício, as crianças ficaram maravilhadas. Jean e Marco se olharam e observaram as crianças. Sorriram e embalaram os filhos num abraço.

            — Feliz ano novo — falaram.

            Samuel e Petra sorriram. Piscaram um para o outro e desvencilharam-se do abraço, jogando uma bola de neve nos pais. E a família começou a correr pela cidade travando mais uma batalha na neve.

***

            Jean não acordou desta vez. Sequer voltara a dormir depois do sonho. Não conseguiu impedir sua mente de imaginar o futuro.

            — Marco? — chamou baixinho. — Marco?

            O sardento abriu os olhos lentamente.

            — Mais um pesadelo? — perguntou.

            — Nope. Foi um sonho — sorriu.

            — E por que me acordou?

            — Quero compartilhá-lo com você.

            — Isso não pode esperar? Eu tô com sono.

            — Por favor, Jesus sardento!

            Marco inflou as bochechas e soprou o ar.

            — Tudo bem — disse por fim.

            — Eba! — Jean exclamou. — Mas você tem que prometer que não vai dormir enquanto eu não tiver terminado a história.

            — Prometo — afirmou e ergueu a mão com o mindinho levantado.

            Jean sorriu e apertou o dedo de Marco com o seu próprio.

            E a noite foi longa. Jean contava seus sonhos e Marco acrescentava suas ideias à história. Não voltaram a dormir porque estavam animados com a prospectiva do futuro. Começaram a imaginar outros Natais e outros Anos Novos. Sentiam que o futuro lhes sorria.


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Notas finais do capítulo

;)



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