Resumindo nossa busca pelas corujas romanas em uma palavra: tediosa.

Sério! Eu, Hazel e Frank ficamos, no mínimo, uma hora procurando indícios das benditas corujas.

Pelo amor de Hera! Será que elas não poderiam simplesmente sair do esconderijo falando “Olá semideuses que nós fomos encarregadas de matar e levar seus restos mortais para o exército romano!”. Ok, admito que isso não seria muito bom, mas pelo menos nos livraria da chatice que é ficar olhando em todos os lugares procurando penas e outras coisas. É exatamente isso que você pensou. Sim, é nojento.

Nunca fiquei com tanta vontade de lutar com monstros na minha vida.

– Nada aqui! – gritei, pela milésima vez para Hazel.

– Nem aqui! – respondeu ela. Arion e Unda já estavam começando a ficar tão impacientes como nós.

Fala sério, como vamos achar aquelas malditas? Perguntou Unda.

Se eu soubesse, já teríamos achado. Respondi, acariciando sua crina manchada de azul.

Ela bufou, claramente irritada.

Eu juro que vou te dar uma salada de algas bem caprichada quando terminarmos isso, Unda. Isso definitivamente alegrou-a.

Que seja uma salada bem caprichada. Cedeu ela e eu ri.

Frank-coruja-gigante deu um mergulho em nossa direção e caiu no chão em forma de humano. Na verdade ele se estatelou no chão.

– Frank! – gritou Hazel, descendo de Arion e correndo até Frank.

Eu fiz o mesmo, tentando com toda minha força e vontade não rir da cena.

– Você está bem? – perguntei quando cheguei mais perto.

– Com terra suficiente para plantar uma árvore na minha boca, mas bem. – respondeu ele, cambaleando ao levantar.

Não consegui segurar o riso, e recebi um olhar desaprovador de Hazel.

– Qual é, foi engraçado e você sabe disso – exclamei, apontando acusadoramente para Hazel que riu também.

– O amor de vocês duas por mim é comovente – resmungou Frank.

Hazel parou de rir na hora (com um certo esforço) e abraçou Frank.

Ótimo, estou de vela

– Olha, eu odeio estragar um momento tão lindo quanto esse, mas temos algumas corujas para procurar – interrompi.

O que? Eu odeio ficar de vela!

– Sobre isso – começou Frank-Tomate, soltando Hazel-Tomate – Eu vi algumas corujas vindo do norte.

– Podemos voltar então? – perguntei esperançosa.

Assim que ouviu a palavra “voltar”, Unda apareceu atrás de mim gritando “Finalmente!!!!”

– Podemos – decretou Hazel.

Levantei os braços em comemoração e montei em Unda.

No mesmo momento um raio cruzou o céu e caiu perto de onde nós estávamos.

Por que estou com um mau pressentimento?

Vamos lá, garota! Falei à Unda.

É pra já! E saiu trotando a todo vapor para o Argo II.

Chegamos junto com Percy, Jason e Piper.

Detalhe: Percy estava com a camiseta queimada e Jason encharcado.

Detalhe²: Ambos estavam inconscientes.

Preciso dizer que comecei a rir?

Não? Ok.

Ajudei a levá-los para a enfermaria (com muito esforço).

– Se continuar assim, o estoque de ambrósia vai acabar. – comentei, me esforçando para levar Percy até a cama. – Você bem que podia emagrecer um pouquinho, Percy.

Percy murmurou algo que não consegui identificar.

Acho que ele não deve ter me chamado de uma coisa muito legal não.

Piper estava acabada, mas ainda assim estava linda(como sempre).

– Leo – chamou ela -, estamos prontos para navegar?

– Sim, mas...

– Vamos para Atlanta. Depois eu explico.

– Mas... ok.

Leo saiu correndo e deu pra ouvir um “Ai”. Ele provavelmente tropeçou. Annabeth estava ocupada examinado a marca de ferradura na parte de trás da cabeça de Percy.

– O que acertou ele? – perguntou à Pipes.

– Blackjack.

– Como assim? – Eu e Annabeth perguntamos em uníssono.

– E você não gravou isso?! – completei.

Piper me olhou como se eu fosse louca (o que eu acho que sou) e explicou o encontro com os eidolons.

Isso explicava o fato de Percy ter raciocinado. Duas vezes.

Eu sabia que tinha algo de errado om ele.

Os garotos gemeram e abriram os olhos, me fazendo dar um pulo de susto.

– Eu também te amo Hayley – resmungou Percy.

– Não é minha culpa se ver você apanhando é engraçado – retruquei rindo.

Piper continuou a história e Jason fez uma careta quando ela mencionou o duelo.

– Nocauteado duas vezes em dois dias – resmungou ele. – Que semideus!

Ele olhou envergonhado para Percy.

– Foi mal por ter te acertado com um raio, cara.

Percy deu de ombros, mas depois fez uma careta.

– Não foi nada.

– Mas eu poderia ter matado você.

Percy abriu a boca para responder, mas eu o interrompi.

– Aí eu teria matado você.

Jason deu de ombros.

– se tivesse um lago por perto, talvez.

Meus olhos se estreitaram (como sempre fazem quando estou com raiva).

– Não preciso de um lago para...

– Hey – interrompeu Annabeth. – Tenho certeza que seria maravilhoso vocês dois se matando. Mas agora vocês precisam descansar.

– Antes, comida – pediu Percy. – E precisamos contar algumas coisas que descobrimos.

Annabeth assentiu.

– Só troca de roupa – pedi – você está cheirando à alguém que foi atropelado por um cavalo e logo depois por um trem.