A Filha de Roma e Grécia escrita por Wondy


Capítulo 28
Sereias carnívoras e corujas irritantes


Notas iniciais do capítulo

OLHAAAAA ELAAAAAA QUE TA DE VOLTA POSTANDO UM NOVO CAP!!!!!!!!!!!!!!
Olá divosas(que falta que eu tava de falar isso:3), adivinha quem voltou????? EUUUUUUUUU!!!!!!!!!! Eu sei que pedir desculpas não será o suficiente, eu sei, mas eu espero que me perdoem, de verdade. Está acontecendo muita coisa na minha vida no momento e eu também escrevi e reescrevi esse cap várias vezes e nunca ficava como eu queria. Até agora. Entao, boa leitura divosas e muito obrigada por não abandonarem a fic.
Enjoyyyy



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Percy Jackson

No navio, decidimos que era melhor levar mais de três pessoas, pois eram dois gigantes e nenhuma ajuda dos deuses. Precisaríamos de todos os semideuses possíveis. Decidimos que quatro era um bom número.

Hayley concordou em vir conosco depois de alguma relutância (o que foi bem estranho, pois ela nunca recusou uma luta antes), e mordia o lábio constantemente, parecendo nervosa. Devia estar preocupada com Annabeth.

Droga, prometi para mim mesmo não pensar nela. Se eu pensar no que ela terá que enfrentar... Argh! Entrarei em pânico e não conseguirei fazer mais nada.

Tudo bem, Percy. Pense outra coisa. Pense nos gigantes. Não temos ajuda dos deuses, como poderemos derrotá-los? Talvez possamos deixá-los inconscientes até conseguirmos voltar para o Argo II. Mas, será que eles ficam inconscientes? Talvez eu devesse perguntar para Annab...

Nem havia notado que todos haviam parado, o que me quase me fez esbarrar em Jason se Hay não tivesse me segurado.

— Terra chamando Percy – Hayley estalava os dedos na frente do meu rosto. – Chegamos.

Olhei em volta. Era um trecho abandonado da encosta que dava para um fórum de ruinas. Não parecia ser o melhor lugar para abrigar dois gigantes.

Entrar foi bem fácil, mais do que todos pensaram que seria. Jason quebrou o cadeado com sua espada, porém o portão de metal estava muito enferrujado, fazendo com que eu, Jason e Hayley precisássemos empurra-lo com força até que ele abrisse mostrando degraus de pedra que desciam em espiral até se perderem na escuridão. 

— Vou na frente – disse Jason.

— Não! – gritou Piper.

Jason franziu o cenho ao olhar para a namorada.

— Pipes, qual é o problema?

— É... é perigoso - balbuciou ela.

Hayley rolou os olhos.

— Não podemos desperdiçar o tempo que temos com isso – disse ela, parecendo irritada. – Eu vou na frente – E antes que alguém pudesse contestar, desceu os degraus de pedra. Estranho, ela nunca havia agido daquele jeito antes.

Troquei um olhar com Jason e Piper e nós três descemos em silencio.

A única luz presente era a de Contracorrente. Eu precisava cuidar onde pisava, pois alguns degraus eram mais baixos que outros. Haviam velhas pichações marcadas nas pedras: numerais romanos, nomes e frases em italiano e latim.

Abandonais todas as esperanças nas águas cristalinas— Hayley traduziu.

— Isso é bom ou...? – perguntou Jason.

— Não faço ideia – Eu podia jurar que a voz de Hayley tremeu um pouco, não como se ela estivesse com medo, mas sim de ansiedade.

Descemos em silencio. A escadaria parecia não acabar nunca, até que Hayley de repente desaparece na escuridão, exclamando um palavrão em italiano.

— Hayley, você está bem? – perguntei, não ousando dar mais um

passo.

Eu... não sei. – A voz dela ecoou pelas paredes. - Minha perna está doendo muito.

— Eu estou indo! – exclamei.

Cuidado com o ultimo degrau! - grita ela, fazendo-me pular o degrau que era bem mais baixo que os outros. Ela devia ter tropeçado ali.

Hayley estava sentada no chão de mármore ao lado de um nicho cheio de conchas cravejadas. Haviam mais oito nichos ao lado daquele. Ela olhava para a perna direita com uma careta de dor misturada com raiva. Sua calça jeans estava toda manchada de sangue.

— Você está bem? – perguntei, ajoelhando-me ao seu lado. O corte parecia bem mais grave de perto. – Foi uma pergunta idiota, é obvio que não está.

— Estou sim – retrucou ela, teimosa. – Me ajude a levantar.

Estendi a mão para ela, que não tardou em pegar e puxar impulso para ficar de pé. Quando encostou o pé direito no chão ela fez uma careta de dor e precisou se segurar em mim para não cair.

— Néctar? – ofereci.

— Boa idéia.

Tirei o cantil de dentro da mochila e entreguei-o à Hayley.

— Estão ouvindo isso? – Piper perguntou.

— O que? – perguntou Jason, olhando para as paredes.

— Esse som de água.

Apurei os ouvidos. Realmente havia um som de água corrente, como se uma fonte estivesse por perto, porém não havia água na sala. Respirei fundo e o cheiro de oceano preencheu minhas narinas, fazendo-me lembrar do palácio de Poseidon.

— Uma ilusão? – opinou Jason.

— Não sei – respondi. – Sinto como se aqui devia ter muita água. Mas não tem nada. Nunca estive num lugar assim antes.

Era verdade, eu nunca havia tido aquela sensação. Era como se algo estava faltando, que deveria estar ali, mas não estava. Eu podia sentir a presença da água, porém não havia nenhuma fonte.

Hayley olhou para o nicho do qual havia caído encima.

— Esta rocha... ela está cravejada de conchas. – observou ela. – Isso é um ninfeu.

Jason bateu na própria testa.

— É claro! – exclamou ele. – Por isso que eu estava achando esse lugar tão familiar. Como não percebi?

— Alguém pode me dizer o que é um ninfeu? – interrompeu Piper.

— É um santuário dedicado às ninfas. – Jason explicou à namorada.

— Tínhamos um no acampamento Júpiter – lembrou Hayley. – Eu gostava muito de lá.

Lembrei-me das ninfas do Acampamento Meio-Sangue. Elas sempre me pareceram meio tolas e fúteis, costumam adorar os filhos de Afrodite e mantinham longas conversas com eles sobre moda e fofocas. Porém, elas só se encontravam em lugares cheios de água, como o lago em que eu praticava canoagem. Já esse ninfeu era tão seco. Eu não conseguia imaginar uma ninfa vivendo ali.

— Haviam santuários como este por toda parte na Roma Antiga – informou Jason. – Os ricos os erguiam do lado de fora de suas villas como um tributo às ninfas, e também para garantir a qualidade da água ali. A maioria era só simbólica.

— Então nenhuma ninfa de verdade viveu aqui? – perguntou Piper.

Jason abriu a boca para responder, mas Hayley foi mais rápida.

— Ah, viveram sim. E muitas. – disse ela, levantando um dedo.

— Como você sabe? – perguntou Piper.

Hayley franziu a testa.

— Não está ouvindo? – perguntou, confusa. – Os sussurros. Ninfas clamando por vingança.

Assim que a palavra “vingança” saiu da boca de Hayley, o barulho de água se transformou em sibilos. Os nove nichos já não estavam mais vazios.

De pé em cada um havia uma velha enrugada, tão murcha e frágil que me fizeram lembrar de múmias. Os olhos eram de um roxo escuro e faminto. Sob o olhar delas, me senti um pedaço de carne em meio a nove leões famintos.

Vingança – repetiu a criatura no nicho central.

Ela era ainda pior que as outras. Suas costas eram mais curvadas do que eu achava que era possível, as mãos esqueléticas tinham apenas uma finíssima camada de pele que mais parecia uma folha de papel. Em sua cabeça, uma coroa de louros douradas cintilava em meio aos seus cabelos emarados.

Ela olhou fixamente para Hayley, examinando-a.

Exatamente, minha querida. Estamos aqui, sofrendo, a espera de vingança. Parece que a espera acabou, não é mesmo?

*****

Annabeth Chase

Quando me dei conta de quanto tempo fazia desde minha última aventura sozinha, fiquei paralisada.

Deuses, eu não fazia isso desde os meus sete anos de idade, antes de encontrar Thalia e Luke. Depois, quando cheguei ao Acampamento Meio-Sangue, morei ali até meus doze anos. E depois disso, todas as minhas aventuras foram com Percy ou outra pessoa. Nunca sozinha.

A última vez que me senti realmente sozinha foi... quando eu, Thalia e Luke entramos no covil de ciclopes no Brooklyn. Os dois haviam sido capturados, e coube à mim salvá-los. Eu tinha apenas sete anos. Ainda tenho pesadelos com os ciclopes imitando as vozes dos meus amigos, tentando me fazer sair do meu esconderijo. A voz do meu pai.

Preciso ser forte. Minha mãe precisa de mim. Essa estátua pode fazê-la voltar ao normal, além de prevenir uma guerra desnecessária.

Na base da escada havia uma velha porta de madeira com uma aldrava de ferro. Acima da argola havia uma placa de metal com um buraco de fechadura.

É só você tocar a porta. Falara Hayley. Ela se abrirá ao receber o toque de uma filha de Atena.

Assim que minha mão tocou a madeira podre, a porta começou a queimar em forma de uma coruja. A coruja de Atena. Com um crak a porta se abriu, o desenho já não estava mais ali, como se nunca nem estivesse. Fumaça saía da fechadura.

Passei pela porta.

O porão era um Frankenstein arquitetônico. As paredes de tijolos antigas estavam cobertas por um emaranhado de cabos elétricos e canos. Acho que não estavam ali na década de trinta. Perguntei-me quem teria os instalado. O teto era sustentado por colunas romanas de granito e andaimes de aço.

A entrada do porão tinha caixotes empilhados de uma forma que me perguntei como não se desequilibravam e caíam. Lutando contra a curiosidade, segui em frente, lembrando do que Hayley havia dito sobre como tudo pode ser considerado uma armadilha ali embaixo.

Nos fundos do porão, havia vários degraus de pedra branca que levavam para ainda mais baixo. Qual seria a profundidade que eu teria de alcançar?

Aproximei-me com cuidado da extremidade, apertando os olhos para que tentasse enxergar com mais clareza. O brilho que minha adaga emitia ainda era fraco demais para que eu conseguisse ver os degraus com clareza. Coloquei a mão na parede para me apoiar e escorreguei os dedos em um interruptor.

Acionei-o. Lâmpadas fluorescentes iluminaram os degraus, e eu agradeci aos deuses por alguém ter tido a idéia de instalar um interruptor ali. Com a luz agora presente, consegui ver um piso de mosaico decorado com cervos e faunos lá embaixo – talvez um quarto de uma antiga villa romana, secretamente conservada debaixo desse porão sujo e úmido. Sorte a minha não ter rinite, senão eu estaria quase morrendo de tanta alergia.   

Desci as escadas até me encontrar num cômodo de seis metros de comprimento. As paredes já foram de cores brilhantes, mas a maioria dos afrescos tinha descascado ou desbotado. No canto do cômodo havia uma abertura que descia diretamente para uma caverna ainda maior.

Eu não conseguia ver o fundo, mas o som de água corrente vinha de uns dez ou doze metros abaixo. O ar não tinha cheiro de esgoto. Talvez fosse uma parte dos aquedutos. Não tinha com descer.

O que eu poderia fazer agora? Hayley, com certeza, pularia sem nem pensar e improvisaria enquanto caía. Eu não sou tão boa assim no improviso, principalmente quando estou à beira da morte. O pensamento me lembrou da mochila.

Abri-a, examinando o conteúdo. Lá dentro havia de tudo: fósforos, néctar, ambrósia, um mini-kit de primeiros socorros, o laptop de Dédalo que eu havia colocado ali às pressas na pizzaria, dois rolos de cordas. Agarrei-as, agradecendo aos deuses por tê-las dentro daquela mochila.

Prendi a corda em uma coluna e joguei o que restou pela abertura. Era longa, mas eu sabia que não iria chegar até já em baixo.

A parede começou a queimar, revelando a imagem da coruja novamente, ela brilhava como se dissesse: É isso aí, o que você vai fazer agora?

Peguei algumas talas e amarrei-as envolta das minhas mãos. Sentando-me na beirada da abertura, com as pernas para baixo, alcancei a corda e fui deslizando até chegar lá embaixo. Por pura sorte eu consegui parar a tempo de não cair. Eu estava suspensa a, mais ou menos, três metros do chão. Soltei a corda, aterrissando pesadamente no chão.

Olhei para cima. O buraco por onde eu havia descido agora não se passava de um ponto de luz na escuridão.

Que os deuses abençoem Hayley Bennet por ter me dado aquela mochila.

A única luz presente era a que emanava de minha adaga. Não era tanta para iluminar o local inteiro, porém era melhor do que nada. Ergui-a acima da minha cabeça, fazendo-me enxergar um canal raso que corria pelo meio de um túnel de tijolos e a cada poucos metros tubos cerâmicos projetavam-se das paredes. Pareciam ser drenos, parte do sistema hidráulico da Roma Antiga. Mas era impressionante o fato de que aquele túnel sobreviveu no subterrâneo depois de todos os canos, portões e esgotos construídos depois. A probabilidade dele estar intacto depois de tantas modificações no sistema e também depois de tanto tempo era impossível. Mas ali estava o túnel, firme como uma rocha.

Ah não ser... O Labirinto. Meus olhos se arregalaram. Mas não era possível, ele deveria ter desmoronado depois da morte de Dédalo. Mas, e se foi apenas nos Estados Unidos que aquilo aconteceu? Dédalo falou que o labirinto tinha vida própria, e se ele tivesse a capacidade de se regenerar?

Se aquele realmente fosse o Labirinto....

Não posso perder o foco. Estou aqui para encontrar a Marca de Atena, não para criar falsas suspeitas.

Que caminho eu deveria seguir? O túnel parecia ser exatamente igual para todas as direções. Então, cerca de quinze metros à esquerda, a Marca de Atena brilhou na parede. Seu brilho era tão forte que parecia iluminar o túnel inteiro. Eu podia jurar que ela me fuzilava com os olhos grandes e flamejantes como se dissesse: Qual é o seu problema? Depressa!

Eu estava começando a odiar de verdade aquela maldita coruja.

Quando cheguei ao lugar, a coruja desapareceu deixando o túnel mais escuro. Olhei para o outro lado do túnel. Havia um pedaço quebrado nos tijolos, como se alguém tivesse os acertado com uma marreta [Wondy: I CAME IN LIKE A WREKING BALL!!! I’VE NEVER FELL SO HARD IN LOVE!!!!]. Dafuq Wondy???

Aproximei-me da abertura, enfiando a faca no buraco para iluminar o espaço. Consegui ver uma câmara mais baixa, comprida e estreita, com piso de mosaico, paredes pintadas e bancos que se estendiam em ambos os lados. Parecia um vagão de metrô. Coloquei a cabeça para dentro (rezando aos deuses para que não a arrancassem com uma mordida). Na extremidade mais próxima da câmara havia um vão de porta bloqueado com tijolos. No lado mais distante eu conseguia ver uma mesa de pedra. Um altar.

— Você precisa encontrar o altar do deus estrangeiro – falara Hayley. – Lá estará o primeiro desafio.

O primeiro desafio.


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Notas finais do capítulo

Entããããããoooooo? O que acaharam? Sinto muito pelo fato do Nico não ter aparecido muito, mas no próximo ele irá! Beijinhos da tia Wondy!!!



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