Potter's & Ruivas escrita por Carol Carrett


Capítulo 3
Noah e Olivia


Notas iniciais do capítulo

P.S. ignorem o que está escrito na imagem



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Bom, esse capítulo é sobre o filho de Matthew e Grace, Noah Potter, e sua paixão ruiva, Olivia Cleverty.

Noah foi criado com todo o amor e carinho que o pai conseguia dar, tentando suprir a falta da mãe, que morreu dando a luz ao menino. E mesmo ninguém nunca tenha falado em voz alta, ele se sentia mais que culpado pela morte da mãe, e isso fez que quisesse sempre ser motivo de orgulho para o pai. Noah cresceu ouvindo histórias sobre as aventuras dos pais em Hogwarts e não via a hora de poder começar a contar as suas próprias, quando a carta chegou, ele fez o pai prometer que no dia seguinte eles já iriam ao Beco Diagonal para comprar todos os materiais necessários.

Já Olivia era uma garota de atitudes, não gostava de se meter em encrencas, mas se acontecesse, nunca saia por baixo. Iria até o inferno se fosse preciso pelas pessoas que ama. Amava sentar em algum lugar calmo e ler livros de poesias. Olivia conseguia ser a tempestade e a calmaria ao mesmo tempo.

Os dois se conheceram de uma maneira bem incomum. Noah tinha ido ao Campo de Quadribol para treinar um pouco sozinho, num primeiro momento nem notou uma pequena figura distraída na arquibancada - e olha que os cabelos de Olivia eram o tom mais chamativo de ruivo segundo ela própria-, e quando notou, até estranhou, mas foi lá ver quem era mesmo assim. Num primeiro momento achou que a pessoa estivesse dormindo, mas olhando atentamente vu que estava bem acordada.

Olivia reconheceu o garoto logo de cara, afinal quem não conhecia? Não se incomodou em sair e nem pedir para que ele o faça, então continuou na sua, lendo e bebendo chocolate quente. Sentiu uma movimentação e alguém se aproximando.

– Nem adianta pedir para eu ir embora, já que cheguei aqui primeiro. – já foi logo dizendo a Noah.

– Eu nem iria

Noah a reconheceu de vista, sabia que ela era da Corvinal e do mesmo ano que o seu, não recordava direito seu nome. E estava fazendo um esforço para tal.

– Olivia Cleverty.

– O que?

– Meu nome.

– Como sabia que eu estava tentando lembrar.

– Pela sua expressão. Sou boa em observar as pessoas.

Engataram uma conversa que durou até as estrelas começarem a aparecer e a Lua se colocar no lugar do Sol. Os dois descobriam muitas coisas um do outro. Olivia tina uma crise de espirros toda vez que sentia algum perfume forte, estava sempre com uma garrafa térmica ceia de chocolate quente todo dia, e no verão só tomava suco de maracujá. Já Noah queria a todo custo virar um auror para poder fazer o que for preciso para proteger as pessoas, não gostava muito de ler e se não fosse auror queria ser jogador de quadribol profissional.

Depois daquela tarde eles não se viam tanto, mas sempre que se cruzavam no corredor acenavam um para o outro. E foi numa tarde algum tempo depois que tudo mudou.

Noah estava andando pelos corredores sem nada em mente para fazer quando passou por um corredor, não deu muita atenção, mas viu uma coisa meio incomum, uma garrafa térmica. E a única pessoa de Hogwarts que andava com uma garrafa térmica era Olívia, então ele a pegou e quando visse a garota devolveria. Uns três passos depois, ele ouviu em espirro vindo daquele do corredor, e mais outro e outro. Só podia ser Olivia tendo uma crise alérgica à perfumes fortes.

Voltou correndo para o corredor e procurou Olivia, se guindo por espirros que pareciam nunca acabar. E depois de muito procurar, a achou. Nunca em toda a sua vida pensou que um dia a encontraria naquele estado.

Ela estava cercada por três garotos aparentemente mais velhos que falavam coisas nojentas para ela. Olivia rebatia os ataques verbais sem se abalar, mas oscilou por um momento quando viu que um deles ameaçou pegar a varinha nas vestes, ela nunca fora muito boa com feitiços defensivos. E quando se deu conta, os três apontavam a varinha para ela. As mãos da garota tremiam e seu nariz logo detectou um cheiro de perfume masculino e os espirros vieram, e ela procurou mesmo sabendo que não estava lá a garrafa térmica com chocolate quente. Estava quase entrando em desespero quando viu Noah.

E com uma facilidade que nem ele mesmo sabia que tinha, espantou os três de lá. Se agachou perto de Olivia que tinha se deixado escorregar pela parede em direção ao chão, e antes mesmo de conseguir dizer algo, Olivia tirou a garrafa de suas mãos e bebeu o que tinha lá.

Noah não quis tentar puxar conversa porque sabia que não adiantaria muito tentar. Todavia se surpreendeu quando Olivia começou a falar tudo, simplesmente se desatou a contar as coisas não se importando se ele estava ouvindo ou não.

– Eu tinha dez anos quando a minha mãe foi embora de casa, Helena, minha irmã tinha seis. Ela arrumou um cara mais novo e que tinha grana o suficiente pra manter todas as coisas que ela queria. Helena pirou, ela começou a ter pesadelos com todos a deixando e ela ficando sozinha, dá pra imaginar uma criança de seis anos pensando essas coisas? Sempre que ela me acordava implorando para mim nunca deixa- la eu a aconchegava na minha cama e lhe prometia que sempre estaria lá, e quando ela se acalmava o suficiente a gente ia na cozinha fazer chocolate quente, que era a única coisa a acalmava. Quando eu recebi a carta de Hogwarts muitas emoções vieram junto, alegria por ser bruxa e muita tristeza por ter que deixar a minha pequena. Uma semana depois eu peguei uma virose forte e não consegui nem levantar da cama direito, ela teve um pesadelo aquela noite e a deixei dormir comigo. E no meio da noite eu acordo com um baque de algo, olhei para o lado e não a vi, me apavorei e apesar de estar morrendo de dor no corpo me levantei e desci. A cena que eu vi não vai sair da minha cabeça nunca, ela caída no chão da cozinha, meu pai desesperado ligando pra emergência e gritando ao telefone e chorando ao mesmo tempo, eu paralisei, simplesmente não consegui me mexer. E depois disso só me lembro de acompanhar a ambulância até o hospital e o medico vindo e dizendo que ela não sobreviveu. Ela tinha subido numa cadeira e acabou se desequilibrando e na hora da queda bateu a cabeça na quina da mesa que ficava na mesa, e sabe o que ela tava fazendo? Chocolate quente. Depois daquele dia eu simplesmente necessito tomar chocolate quente, a psicologia disse que o meu cérebro precisava associar alguma coisa à ela.

As lágrimas já escorriam desordenadas por seu rosto, a saia do uniforme estava com uma mancha de água que se formara. Noah não fazia ideia de como consola- lá, então apenas a abraçou firmemente, deixando que ela chorasse tudo o que precisava.

E foi sentados naquele corredor que os dois perceberam que eles necessitavam um do outro para conseguir superar a culpa, Noah pela mãe e Olivia pela irmã.


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