Apenas uma garota... escrita por Luana Nascimento


Capítulo 15
Capítulo 15 - Arco e flecha


Notas iniciais do capítulo

Olá :)
Acho que vou transferir o dia de postagem oficialmente para o sábado, porque, né...
Maas espero que gostem do capítulo e nos vemos nas notas finais.



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Acordei de bom humor e o dia amanheceu chuvoso. Em pensar que há pouco mais de uma semana, eu havia amanhecido gripadíssima... fiz minha higiene bucal, tomei um banho rápido, lavei o cabelo, vesti uma blusa fina vermelha com mangas, um casaco por cima da blusa, calça jeans, tênis. Joguei uma blusa e uma calça leg na minha bolsa por causa da aula de Educação Física e desci a escadaria já sentindo o cheiro do chocolate quente.

Dias frios são os melhores.

― Bom dia, mãe. — cumprimentei.

― Bom dia. — ela respondeu em seu habitual sorriso.

Bebi meu chocolate quente, comi minhas panquecas salgadas, peguei meus livros e um guarda-chuva, dei um abraço na minha mãe.

― Enfim, mãe, bom dia no trabalho.

― Hoje eu realmente vou precisar. Precisaremos fechar um acordo importante. Boa aula. – ela disse melando a minha testa com batom. Reclamei:

― Mãe!

Ela riu e limpou a marca.

― Já saiu, já saiu. Tchau.

― Tchau!

Vesti minha capa, fui para o ponto de ônibus, encontrei Jaden segurando um guarda-chuva.

― Que chuva, huh? – ele comentou, sorridente.

― Outono em Vancouver é assim. – reforcei dando de ombros.

― Animada para a Educação Física?

― Não sei. Depende do que ele fará.

― Não lembro do que Mr. Collins falou aula passada sobre a aula de hoje... – Jaden tentou lembrar, mas aparentemente, nada veio. – Não importa. Vamos descobrir de qualquer forma.

O ônibus chegou, subimos, conversamos um pouco. Chegando à escola, nos dirigimos ao ginásio. Lá, senti que meu coração quase voou pela boca: alvos de isopor bem pintados, flechas e arcos recurvos enchiam a área plana onde ocorriam os jogos. Melinda veio até mim:

― Dá para acreditar nisso?! Teremos aula de arqueirismo! – ela quase gritou, entusiasmada. Sorri, tão entusiasmada quanto ela.

― Nunca achei que viveria para ver um dia tão lindo como esse. – falei meio filosoficamente.

― Acho que você arrumou uma companhia nesse lance de arqueirismo. – Dave suspirou cruzando os braços e Melinda e eu rimos.

― Bom dia, alunos, hoje teremos uma aula diferente. Aula passada, vimos um esporte relativamente recente: o basquete. Nessa aula, veremos uma arte de guerra que vem se tornando um esporte, o arqueirismo. A aula ia ser no pátio, mas, como está chovendo, achei melhor virmos para cá.

Então, Mr. Collins começou a discorrer sobre a história da arquearia, dizendo os arqueiros mais lendários, as civilizações que usaram essa arma tão linda.

― Gostaria que alguém se apresentasse para eu explicar a maneira correta de atirar. – Ele olhou para a plateia, que estava entusiasmada. E então, olhou para mim. Porque eu sou tããão sortuda... – Ah, você, Shelly.

Mr. Collins pegou um arco de 1,50m. Bem, vamos fingir que nunca tive noções de arco e flecha.

― Faça um Y com o indicador e o polegar e segure o arco. – Mr. Collins instruiu e fiz o que ele pediu. – Estique a corda juntamente com a flecha. – fiz o ensinado e, à medida que ele foi falando, fui fazendo: – Deixe a flecha posicionada junto ao seu rosto e deixe seus pés paralelos. Você vai tentar acertar o alvo do meio. Esse, que está mais próximo. Quando for soltar, não solte, mas sim tire os seus dedos o mais rápido que você puder.

Segui as instruções do professor, atirei e acertei a borda do alvo. Ouvi uma risadinha vinda da turma de Bradley e me senti um pouco irritada. Parte da culpa foi minha por me manter enferrujada na arte de atirar com um arco e flecha (sim, tem uma enorme diferença entre uma balestra e um arco), mas isso não me poupou de certa mágoa contra Bradley.

Eu, se fosse você, acertaria o alvo mais distante do ginásio”, Elizabeth sugeriu e eu sorri.

Pensei a mesma coisa”, respondi.

O alvo mais distante ficava no fundo do ginásio, a minha direita, onde também estavam os alunos, incluindo a turminha de Bradley.

Isso será interessante.

— Posso tentar novamente, professor?

— Bem, você não fez o que eu pedi, Revenry. Tente novamente.

Enquanto repassava toda a ciência que era atirar com um arco-e-flecha e calculava a angulação necessária para acertar o alvo mais distante, ouvi algumas apostas:

― Aposto 5 pratas que Shelly vai errar de novo. – Bradley.

― Aposto 10 que ela não acerta a bola amarela. – um dos seguidores de Bradley. Ouvi a voz de Jaden, quase tão desafiadora quanto minhas intenções:

― Aposto 50 que ela acerta o alvo mais longe.

Ouvi o silêncio por algum tempo.

― Feito. – escutei os dois manés confirmarem.

Jaden, vou querer metade do dinheiro.

Fiz todo o teatro fingindo mirar o alvo do meio quando na verdade, estava tentando mirar com um olho só o alvo mais distante. Um pouco complicado, mas possível. Coloquei mais tensão na corda e, no último segundo, mudei a posição do arco e atirei na direção do último alvo. A flecha passou rente ao nariz de Bradley, fazendo um pequeno corte, e acertou o meio da mosca do alvo no final do ginásio. O mané deu um pulo e soltou um grito relativamente fino. Todos riram e Jaden comemorou:

― A-ha! I’m rich, bitches!

Ri e olhei para o professor, que tentava fazer uma cara de insatisfação, mas que se controlava para não rir também. Vendo que a situação estava quase fugindo do controle, ele sacou o apitou e fez aquele característico ruído ensurdecedor. Ai, meus ouvidos.

― Ok, ok, Shelly, já entendi que você melhorou a mira, mas você não fez o que eu pedi novamente. – No final da frase, uma piscadela.

― Professor, ela cortou o meu nariz!

Sério que ele vai reclamar como uma garotinha?” Elizabeth comentou com ar de mofa.

― Porque você apostou 50 dólares contra ela. Eu, se fosse você, pagava logo ao Mr. Pendlebury ali, ele parece bem contente por ter ganhado a aposta. – Mais risadinhas. Depois, ele falou em tom mais sério: – Não se pode subestimar ninguém no esporte. Outra coisa: não quero ninguém apostando contra alguém aqui. Ah, e nada de atirar na direção dos colegas. Está claro?

― Sim, professor. – acabei concordando junto com os outros.

― Ótimo. Quero duas filas com a mesma quantidade de pessoas. Shelly, vá para o final de alguma. Depois, veremos quem mais consegue acertar o último alvo do ginásio. Miss Revenry não participará por razões óbvias. – vendo que todos continuavam parados, Mr. Collins gritou e bateu palmas: – Vamos, é para hoje! O frio está lhes deixando com sono? Vamos!

Ele apitou novamente. Cara, para de fazer isso.

As duas filas foram formadas e fiquei atrás de Jaden:

― Quero metade do dinheiro que você ganhou. – exigi e escutei ele rir pelo nariz.

― Feito. Mas isso merece uma comemoração.

― Não faz mal, você tem 50 dólares.

― Os 50 dólares mais certeiros da minha vida. – ele comentou com tom de voz divertido.

― Como sabia que eu ia acertar o último alvo? – indaguei.

― Você é como papel. – ele respondeu como se fosse óbvio.

― Fina e branca? – questionei, um sorriso sarcástico. Ele riu, voltou-se para mim e seria difícil desviar o olhar daqueles olhos azuis e me esquecer do que ele diria a seguir.

― Inflamável. Qualquer faísca lhe acende.

Jaden voltou-se para frente novamente e tentei conter o rubor nas minhas bochechas. Observei enquanto Melinda atirava. Ela também era boa. Jaden quase acertou o círculo da borda. Não tão bom de mira, mas quem sabe. Atiramos umas 3 vezes, aumentando a distância do alvo (com muitos sem muito jeito ainda), até que o professor começou o desafio e apenas Melinda conseguiu acertar o meio do alvo, a flecha ficando do lado da minha. Mr. Collins observou, interessado. No final da aula, os avisos:

― Próxima aula, teremos esgrima. Meninas, venham de cabelo preso. Ah, pessoas, preciso que façam um relatório do que vocês aprenderam na aula de hoje, peso 2. Katrina, você pode melhorar na mira, talvez possamos tentar algo mais tarde. Mr. Callahan, você tem algum potencial, deveria treinar mais. Bradley, passe álcool nesse corte para não infeccionar. Jaden, use o dinheiro com sabedoria e, por gentileza, não fale mais a palavra com b na minha aula. – o garoto deu uma piscadela ao professor enquanto se retiravam. – Miss Callahan e Miss Revenry, fiquem aqui, por favor. Gostaria de dar uma palavrinha com vocês.

Enquanto o resto dos alunos saíam e os garotos ficaram gesticulando que nos lascamos por nosso exibicionismo, Mr. Collins começou:

― Antes de tudo, vocês atiram muito bem.

― Obrigada. – Melinda e eu dissemos em uníssono.

― Poderiam me contar onde conseguiram tal mira?

― Por ordem alfabética, Mel. – falei.

― Meu avô me deu um arco e flecha quando eu era pequena, eu o tenho até hoje. Ele é descendente de indígenas, então o arco é artesanal. Gosto bastante de atirar no meu tempo livre.

Uma companheira de tiro! Yay!

― E você, Shelly?

― Tive noções de arco e flecha com o meu pai, ele é um tenente de artilharia do exército brasileiro. Quando ele veio me visitar há dois anos nas férias, ele me apresentou alguns tipos de arco e flecha, inclusive uma balestra. Treinei bastante com essa arma em específico, mas tem bastante tempo que não pego em um arco.

― Bem, vamos logo ao ponto: vocês estariam interessadas em treinar arqueirismo e competir?

― Competir? – Melinda repetiu, incrédula.

― Sim. Gostaria de que vocês me encontrassem amanhã à tarde, caso não esteja chovendo, no pátio da escola. Precisamos ver se vocês são boas no vento também.

― Por mim, está ótimo. – concordei, sorrindo.

Que sorriso enorme...” Elizabeth disse com o tom de voz entusiasmado.

― Por mim, também. – Melinda concordou também, bem entusiasmada.

― Excelente. Podem ir.

Deixamos o ginásio quase aos pulos.

― Ah, meu Deus, ah meu Deus! – quase gritei em um falsete.

― Gente, que animação é essa? – Ben perguntou.

― O professor de Educação Física chamou a gente para treinar-nos para competições! – Melinda esclareceu contente.

― Isso merece uma comemoração! – Clint gritou dando um soco para cima. – Venha cá, rich boy – ele chamou Jaden para junto de si – Você vai torrar esse dinheiro mais rápido que a flecha de Shelly atingiu aquele alvo.

Jaden riu.

― É uma ideia.

Fomos para a aula de biologia. Aula normal, embora eu estivesse enlouquecendo com a síntese proteica. Jaden parecia absorto na aula, azendo anotações. Bem, temos alguém de biológicas. Tivemos o intervalo e os Snakes e eu conversamos bastante. Um pouco loucos, mas bacanas. Depois a gramática. Parecia que era a matéria favorita de Melinda, mas era o inferno para mim. E enfim, saímos da aula.

― Alguma sugestão legal de lugar, Revenry? – Jaden perguntou.

Notei que eu era a única que realmente conhecia a cidade.

― Vocês escolhem. Algo mais natural, sorvete, movimentado, calmo, heavy metal...

― Heavy metal? – os olhos de Clint cintilaram.

― Sorvete? – Melinda indagou como uma garotinha.

― Movimento? – Ben falou. Ele era bem elétrico. Acho que ele toma energético toda manhã.

Não, já veio de fábrica”, Elizabeth fez questão de responder.

― Ok, podemos comprar sorvete ou milk-shake e irmos a um local bem bacana que tem jogos e gente jogando e sinuca... – sugeri.

Todos concordaram. Começamos a caminhar e a discussão da vez era... Química. Entrei no assunto e Ben e eu acabamos discutindo a origem do nome Sulphur. Ele insistia que era grego, mas era latim!

― É grego!

― Já te disse que é latim! – teimei. – Hostie! Deixe de ser cabeça dura!

Ben fez uma careta.

― Cinco anos morando no Canadá e eu não me acostumo com os xingamentos católicos.

Enquanto eu me xingava mentalmente por ter deixado escapar a minha (falta de) educação francesa, Jaden franziu o cenho.

Hostie?

Clint explicou:

― Não usamos xingamentos com conotação sexual.

Lembrei-me da história que Jaden havia me contado dos Snakes: Melinda e Dave eram americanos e os que moravam há mais tempo no Canadá, seis anos. O pai de Ben havia se mudado com a família havia cinco anos por causa de negócios e lucro. De forma que Clint era o único canadense legítimo dos Snakes.

― Um pouco ingênuo, talvez. – Jaden comentou, um sorrisinho divertido.

Elizabeth estava rindo na minha cabeça.

Concordo com Jaden”, ela falou entre risos.

Fique quieta”, respondi.

― É uma questão histórica. – tentei explicar depois de rolar os olhos. – Os nossos antepassados tiveram uma maciça doutrinação católica, então elementos da igreja usados em vão... – sacudi a cabeça. Pareci uma professora de história. – Isso não é importante. Ben, sulphur vem do latim.

― É do grego!

Cara teimoso.

― Dave, você pode resolver logo essa discussão? Está dando nos nervos. ― Clint pediu.

― O nome deriva do latim, era assim que os latinos/romanos chamavam o enxofre.

― Ué, certeza? ― indaguei.

― Dave é o nosso linguista. — Clint esclareceu.

― A-ha! – comemorei – Te disse, cara.

Ben fez uma cara emburrada.

― Grande coisa.

― Vamos lá, queridos. – parei de frente a uma sorveteria. – Aqui fica nossa diversão.

Entramos na sorveteria que também vendia frozen yogurt. Sim, iríamos tomar sorvete em um dia nublado.

― Então, cálice é um palavrão também? – Jaden perguntou.

Câlisse – corrigi. – É mais usada a forma francesa.

― Então nunca xingarei em canadense. – o loiro decidiu.

― Até Cristo é palavrão. – Dave respondeu.

Crisse. – falei a forma em francês.

Tabarnak, viarge. – Clint exemplificou mais dois.

Foi a minha vez de fazer uma careta.

― O pior de todos é Tabarnak. Mas isso não nos impede de aumentar nosso vocabulário de palavrões. Eu mesma gosto de “droga” (em inglês, uma das formas de tradução é Goddammit), já vi gente falando shit.

― Ok. – Jaden deu de ombros, sorrindo.

Pedi um frozen yogurt de morango. Jaden, exagerado, pediu 750ml de milk-shake de chocolate. Clint pediu algo com frutas cítricas, Melinda pediu um milk-shake de 500ml de morango, Dave pediu sorvete de uva, Ben pediu de creme com passas. Sentamos em uma mesa e Dave começou:

― Vamos ao motivo que nos proporcionou essa vinda a uma sorveteria tão massa: o tiro de Shelly Revenry.

― Quem lhe escuta, pensa que atirei com uma escopeta em um urso e salvei sua vida. – respondi, colocando uma colher de frozen yogurt na minha boca.

― Não diria uma escopeta, mas... – Jaden analisou, colocando o canudo do milk-shake em seus lábios, que estavam em um meio sorriso.

― “Ai, ela cortou meu nariz, eu uso maquiagem!” – Clint fez uma imitação um pouco afeminada de Bradley. Rimos.

― “Pague os 50 dólares a Jaden” e Jaden dando seus pulinhos de felicidade! – Ben falou ainda rindo, melando-se com seu sorvete. – Mas sério, aquele professor é foda!

― Talvez o melhor até agora, atrás do de gramática. – Dave deu sua opinião, tomando o seu milk-shake de forma discreta.

― Nada contra o professor de gramática, mas não gosto da matéria dele. – falei.

― Fala a menina que sabe falar francês. – Jaden olhou, cético.

― Estranho, né? – concordei.

― Você sabe francês? – Melinda indagou.

― É a língua materna da minha mãe. Ela nasceu em Quebec. Ela me ensinou francês, juntamente com a minha avó... Que não vejo a uns anos.

― Como o assunto parou na sua avó? – Clint franziu o cenho.

― Eu me distraio com alguma facilidade.

Entre conversas e coisas geladas ingeridas, descobri que Clint mora em um trailer com o seu pai e joga hóquei, que Ben é meio punk meio grunge e que tira fotos em seu tempo livre, Melinda é boa em consertar eletrodomésticos e coisas elétricas e que Dave gosta de ler bastante e ele parecia excelente em sua oratória.

Depois, fomos a uma casa de jogos. Foi insano. Clint e Ben jogaram sinuca, Dave e Melinda ficaram no Pump It Up e Jaden e eu ficamos com os jogos de tiro. Ele era bom. E então, invertemos tudo: fui no Pump It Up com Melinda. Eu era horrível nessa máquina. Dave não era bom com jogos de tiro (ele estava jogando com Ben) e Jaden quase deixava a desejar na sinuca, mas foi aceitável.

Nova inversão: Jaden era razoável no Pump It Up, eu era aceitável na sinuca e acabei dando uma surra em Dave. Ele não era bom com mira, aparentemente. Então, jogamos hóquei, mas não o hóquei cheio de capacetes e tudo o mais: era uma mesa que havia um disco mais fino que o do hóquei e o objetivo era fazer um gol no outro. Era jogado por duas pessoas.

Eu era horrível naquilo, mas os meninos adoraram, especialmente Clint. Melinda e eu optamos por jogar boliche. E então, houve o martelo medidor de força. Ben ganhou. Foi um dia divertido.

Quando por fim resolvemos ir para casa, ia dar 8:00 p.m.

― Que dia insano! Temos que repetir isso mais vezes! – Ben meio que... comemorou.

Concordamos. Eu estava cansadíssima. Como cada um ia para um lado diferente da cidade (Clint ia para Killarney, os Callahan para South Cambie e Ben para Renfrew-Collingwood), nos despedimos.

― Enfim, a sós. – Jaden quebrou o gelo. Sorri.

― Pois é. Vamos voltar de ônibus. Meus pés estão me matando.

― Concordo.

Pegamos um ônibus e logo chegamos à nossa vizinhança.

― Vemo-nos amanhã, Marie? – Jaden indagou em tom de brincadeira.

Fiz uma carranca.

― Só meu pai me chama de Marie. E eu detesto quando me chamam de Marie.

― Então porque você deixa que eu lhe chame de Queen Marie?

― Parece uma brincadeira. Não gosto quando é só Marie.

Isso não faz sentido”, Elizabeth comentou.

Eu sei”, respondi rapidamente.

― Ok, ok, baixinha.

Fiquei vermelha.

― Tirou o dia para me irritar, né?

― É engraçado o seu jeito de terminar algumas afirmativas.

Dei um empurrão nele.

― Vai logo para sua casa, vai!

― Até amanhã, Revenry. Boa noite para você também! – ele gritou, pois estava me distanciando. Para não dizer que sou antipática, dei um tchauzinho para ele. Entrei em casa e minha mãe quase recitou o meu nome completo:

― Shelly Marie...

― Mãe, já sei o meu nome completo. Demorei porque ganhamos dinheiro de gente rica e fomos gastar.

― Como assim? – ela indagou. Falei a ela do meu tiro certeiro e ela riu. – Ah, que cara otário!

Minha mãe também tinha um palavrão preferido.

― Tivemos um dia louco!

Contei a ela o que fizemos e ela aproveitou cada palavra.

― Teria feito a mesma coisa. – ela olhou para mim com orgulho. – Minha filha vai treinar arqueirismo! Eeeeee!

Sorri, ela me abraçando.

― Enfim, preciso de um banho.

― Desça para jantar!

― Ok!

Subi, tomei um bom banho, vesti uma calça folgada e confortável e um moletom vermelho, desci. Minha mãe falou o sucesso dela no trabalho: corrigiu um grandão arrogante do mundo financeiro. Ri com a narração dela. Ajudei-a a organizar a cozinha, vimos televisão juntas. Às 11:14 p.m., resolvi subir para dormir. Minha mãe deu um abraço longo em mim.

― Boa noite, filha.

― Boa noite, mãe.

Deitei e olhei para o teto.

Lizzie?

Não gosto desse apelido.” Ela pareceu séria.

Ok”. Estranhei sua atitude um tanto ríspida, mas resolvi não comentar nada.

Vá dormir”, ela sugeriu. “Quem sabe você tenha alguma visão”.

Ok. Boa noite.

Boa noite”, ela respondeu. Virei-me e acabei dormindo.


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Notas finais do capítulo

Vocês nem imaginam o que vem no próximo...
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#partiu ver maze runner no cinema o/



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