The Girl Who Survived escrita por LullyDean


Capítulo 2
23 de Junho de 1991


Notas iniciais do capítulo

Não me odeiem



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Rua dos Alfeneiros

23 de Junho de 1991

 

Toda manhã, logo após a Sra. Randall pegar o jornal, a brisa parecia entender que este era o momento certo para chacoalhar os sinos prateados nos fundos da casa. Também parecia compreender que tal som era o favorito da menina que dormia no último quarto do segundo andar da casa e o único que a despertava completamente.

Quase dez anos haviam passado desde, pelo ponto de vista da Sra. Randall, o mundo bruxo entrar em colapso. 

Quase dez anos depois de ter de se esconder por conta dos ataques contra os nascidos-trouxas e suas famílias, ela ainda encontrava-se ali, no mesmo lugar modesto chamado Rua dos Alfeneiros.

Quase dez anos haviam se passado desde 31 de outubro de 1981, onde o líder dos atentados foi derrotado por uma criança.

A Sra. Randall estava familiarizada com as perdas que vinham como consequência da guerra. Morgana, sua irmã, e Rufus, seu cunhado, foram mortos em um ataque quando as filhas estavam no período escolar. No mais tardar, alguns poucos anos depois, Lyanna, sua sobrinha e filha mais velha do casal, teve o mesmo destino dos pais.

Por isso, a Sra. Randall não desconhecia a morte. Ao longo dos anos, o luto havia se tornado seu companheiro mais fiel, mas não era o único.

A Sra. Randall, assim como a irmã, casou-se com um bruxo. No entanto, diferente da mais velha, a aceitação do relacionamento perante os pais do homem veio da forma mais negativa possível.

O mesmo foi deserdado, expulso de casa e difamado na comunidade bruxa pelo próprio pai preconceituoso, o que ocasionou na perseguição do homem pelos seguidores de, como todos o apelidaram, você-sabe-quem.

Por conta de todos esses fatores, seu futuro marido teve de adotar um nome trouxa — o qual a senhora Randall abdicou quando casaram — e desaparecer.

Quase dez anos haviam passado desde o assassinato, não só de sua sobrinha, mas do irmão do Sr. Randall, sua esposa e um casal de amigos da mulher. Quase dez anos desde a noite de 31 de outubro de 1981, um dia de extrema importância para os bruxos, mas de extrema dor para os parentes daqueles que morreram.

Tia Cassidy piscou lentamente com o estômago embrulhado. Algo na expressão cansada sugeria uma espécie de incômodo, talvez pelas memórias traumáticas que nunca realmente a abandonaram ou talvez pela porcelana em cima da mesa que continha uma pequena lasca.

Crispou os lábios enquanto colocava todos os pires simetricamente no lugar de sempre, o tablete de manteiga ao lado do pote açúcar e a cesta de pães frescos do outro lado do vaso branco de rosas inglesas — colhidas de seu jardim particular.

Após uma longa avaliação quanto à posição dos talheres e guardanapos, pôde ouvir o som dos passos tímidos que desciam as escadas.

— Olhe o Bacon — pediu quando a sobrinha apareceu na cozinha, ainda sonolenta.

Lucinda, que forçava os olhos verdes a ficarem abertos, assentiu com a boca salivando pelo cheiro maravilhoso que pairava no ar. Surpreendida pelas rosas ao centro da mesa, pouco demorou a lavar as mãos e prensar cada fatia de bacon na frigideira.

Desde que se conhecia por gente, ela vivia com os Randall na sem graça Rua dos Alfeneiros número 21, onde todas as casas eram iguais e quase nada nunca mudava. A única coisa de diferente eram os vizinhos e os números das casas, o que infelizmente não era algo muito animador.

Seus pais, pelo que Tia Cassidy contou, sofreram um acidente de carro quando voltavam para casa depois de uma visita aos Randall.

Lucy sobreviveu graças à cadeirinha no banco traseiro, também foi a única.

Os médicos teimaram em deixá-la em observação mais dias que o necessário, por medo de alguma sequela ou infecção devido ao machucado estranhíssimo atrás de sua orelha esquerda. Segundo eles, a precaução naquele caso era essencial, mas quando viram que não havia nada mais grave que o pequeno machucado, tiveram de libera-la aos cuidados dos tios. 

Contudo, nenhuma pomada prescrita pelos médicos foi capaz de impedir a cicatrização hipertrófica do ferimento. E como se o relevo na pele não fosse ruim o suficiente, o formato da cicatriz também não era muito bonito. Um raio.

A menina detestava a figura. Odiava sentir a pele sensível arder toda vez que tomava um banho quente. Evitava prender o cabelo para não ter de lidar com olhares curiosos — levemente enojados —, assim como perguntas desavergonhadas seguidas de vários “Eu não sabia”, “Sinto muito”, “Ah, Pobrezinha”.

Se houvesse um meio de fazê-la desaparecer, certamente recorreria a ele imediatamente.

Lucy virou as fatias de Bacon com muito cuidado para não respingar gordura no fogão. Se havia algo que irritava mais tia Cassidy que a falta de educação de algumas pessoas, era sujeira e desorganização.

Desde muito nova, já sabia a finalidade de uma vassoura e um esfregão — instrumentos que acha essenciais para uma boa faxina nos dias atuais, mas que para uma criança de quatro anos eram apenas brinquedos ou coisas para tacar em Ashley quando as duas brigavam.

Mas aquela não era a única coisa que Lucy aprendeu vivendo com os Randall. Quando mais nova, entendeu que havia regras implícitas impostas por cada membro da família — incluindo ela — e que as mesmas a ajudariam ao longo dos anos.

As primeiras eram a mais simples.

Tia Cassidy odiava sujeira e coisas foras do lugar, portanto tudo deveria estar impecável.

A regra número 1 deve ser seguida a risca.

Nunca quebre a regra número 2.

Tirou a panela do fogo e despejou o Bacon em um grande prato branco no balcão ao mesmo tempo em que a tia preparava uma omelete.

Lucy a observou muito interessada.

Cassidy Randall era uma mulher bonita. Tinha cabelo dourado ondulado — que naquela manhã encontrava-se preso em um coque — e um rosto notório de quem nasceu em uma família privilegiada. Além das feições rígidas, cada passo que dava e cada movimento que fazia entregava a quem prestasse atenção uma alusão de sua educação e, provável, estrutura financeira.

Mas tais impressões não eram completamente errôneas. A mulher era a filha mais nova de um casal de idade, já falecidos, cuja herança chegava a ser bem generosa mesmo dividida igualmente em três. Além disso, era dona de um restaurante muito bem frequentado no centro da cidade.

— Tia Cassidy? — soou quase como um suspiro.

— Não murmure. Fale alto — ralhou pondo a omelete no fogo.

Lucy respirou fundo, nervosa.

Há alguns dias, sua prima tinha chegado muito animada da casa do melhor amigo dizendo que ele havia a convidado para ir ao zoológico no seu aniversário.  Na época, Lucy negou o convite que se estendia até ela com a desculpa de querer visitar a Sra. Bennett — moradora da casa número treze — no mesmo dia do evento, mas com o passar do tempo começou a mudar de ideia quanto ao passeio.

Não era todo dia que tinha uma oportunidade dessas, reavaliou na quarta-feira enquanto assistia um documentário na televisão da sala com o tio. Seria divertido sair da rotina, ponderava enquanto ouvia a prima conversar com desanimo sobre o alojamento de répteis inaugurado recentemente no jardim zoológico.

Lucy amava répteis, diferente da prima.

A expressão de puro pavor após uma conversa com o amigo sobre tal alojamento persistiu no rosto de Ashley por vários minutos após ter desligado o telefone.

Algumas horas depois, Lucinda conseguiu admitir pra si mesma que tinha vontade de ir, mas sua maior dificuldade era expor isso para os tios.

E em um segundo criou coragem, mas no outro se lembrou da senhora Bennett e de como ela ficava animada com sua visita. Também lembrou que seus parentes nunca a visitavam, nem mesmo em feriados e que a pobre mulher só a tinha como companhia. Lembrou-se de como fazia lanches quando a visitava e de como era grata por tê-la. E naquele momento, pareceu muita ingratidão de sua parte mudar de ideia tão encima da hora.

— Queria saber — disse finalmente — quando vão sair?

Tia Cassidy ergueu uma sobrancelha.

— Após o café — virou a omelete habilidosamente sem quebra-la — Tem certeza de que não quer ir? — encarou a sobrinha com a mão na cintura.

Lucy negou com a cabeça, levemente entristecida.

— Não gosto de Duda... Podem me dar uma carona até a senhora Bennett?

A Sra. Randall lançou um olhar muito curioso à sobrinha, que levava o prato de bacon à mesa.

De sobrancelha ainda arqueada, estranhou a atitude da menina, mas mesmo assim assentiu quando a mesma lhe direcionou o olhar. Chegava a ser óbvio que seus tios lhe dariam uma carona à casa da senhora, portanto não tinha porque indagar sobre algo que faziam com frequência, a menos que aquilo não fosse o que realmente queria perguntar. Torceu o nariz, não sabendo o que pensar. Sua sobrinha quase nunca expunha as próprias vontades o que tornava a comunicação um tanto complicada.

Respirou fundo, assim desistindo de um possível diálogo confuso, que desgastaria ambas e invadiria o espaço pessoal da menina — o que tia Cassidy evitava fazer.

No entanto, certamente estava com uma pulga atrás da orelha e decerto permaneceria com ela por algum tempo.

— Liberada — disse após dar um pote de geleia de morango à sobrinha.

Lucy sorriu à tia, caminhando até a mesa no mesmo instante em que a prima entrava na cozinha.

Ashley Randall tinha o cabelo dourado da mãe, os olhos azuis do pai, o nariz pequeno da avó materna e as bochechas fofas dela mesma. Diferente da prima, que pelo o que tio Leonard havia contado, tinha os olhos verdes expressivos do pai, o cabelo castanho dele, seu nariz e boca. Talvez o sorriso lembrasse sua mãe, um grande talvez. Nunca soube ao certo.

Outra regra implícita que criou durante sua convivência com os Randall era:

Nunca perguntar nada sobre seu pai ou sua mãe.

Tio Leonard ficava extremamente abalado com qualquer menção que fosse sobre os pais de Lucy. Ao ponto de não conseguir se comunicar ou sorrir direito durante dias. Era inegável a dor que o mesmo sentia, talvez fosse ainda maior que a de tia Cassidy em ralação a sua família.

E por mais que quisesse saber sobre seus pais, Lucinda preferiu poupá-lo da dor de relembrar suas mortes. Por isso, do acidente apenas sabia o que tia Cassidy havia lhe dito ao longo de seus dez anos.

Tio Leonard tentou falar sobre o irmão quando a sobrinha tinha nove anos, o que não teve um resultado satisfatório. O Sr. Randall ficou indisposto durante o mês inteiro e Lucy sentiu-se culpada todos os dias. Ela nunca mais tocou no assunto desde então, pelo menos não com ele e não na sua presença.

Já sentada à mesa, viu a prima encher o prato com bacon e grandes pedaços de pães, comendo-os depressa.

— Me passa a geleia.

Lucy passou o pote no mesmo instante em que a tia ralhou com a filha:

— Mastigue antes de falar, Ashley!

A menina engoliu o que tinha na boca, roubando um talher da prima que resmungou baixo demais para alguém notar.

— Desculpe. Só estou ansiosa com hoje — passava geleia em um pedaço de pão, recheando-o com bacon.

— Ansiedade não é desculpa para falta de educação — a mais velha retrucou — Que lavagem é essa que está comendo? — indagou com o nariz enrugando em ânsia, quase fazendo a mesma careta da sobrinha que também olhava com certo enjoo.

— Geleia com Bacon — Ashley olhou o próprio sanduiche sem entender os olhares da mãe e da prima no mesmo — Doce e salgado são uma ótima combinação! Não sabem o que estão perdendo...

— Puxou isso do seu pai, sem duvida — Cassidy murmurou, enquanto via a sobrinha mordiscar um pedaço de bacon e a filha devorar o sanduiche.

— Isso nunca é bom de ouvir... — o Sr. Randall resmungou assim que chegou a cozinha, se acomodando na cadeira de costas para o balcão — O que é desta vez?

Lucy sorriu quando o tio bagunçou seu cabelo.

— O paladar da sua filha é igual ao de um troglodita — a mulher retrucou pondo um pedaço da omelete no prato do marido.

— Não sei bem o que isso quer dizer, mas deixe a menina, Cassidy — o Sr. Randall sorriu para a esposa voltando o olhar para a filha, cujos lábios estavam avermelhados pela geleia e os bacons saltavam para fora do pequeno pedaço do que sobrou do sanduiche — Jamais conseguirá dar uma lição tão boa nela como a futura dor de barriga, fará.

Ashley terminou de mastigar o último pedaço e olhou para o pai com as bochechas um pouco rubras.

— Rá. Rá. Rá. Muito engraçado pai — a loira se inclinou para a prima roubando de seu prato um pedaço da omelete que a mãe tinha acabado de servir.

— Ei! — Lucy reclamou.

— Ashley! — Tia Cassidy mais uma vez repreendeu a filha.

— Desculpa, mas não deu pra esperar a minha vez chegar. Daqui a pouco saímos para o zoológico e ainda nem decidi o que vestir — suspirou apanhando a jarra de suco que o pai lhe estendia.

— Ainda assim, não é desculpa para agir como uma esfomeada sem educação! — a Sra. Randall ralhou entregando ao marido uma xícara azul e seu jornal diário.

— Querida, não precisa disso. Deixe a menina — disse tio Leonard após tomar um longo gole de seu café sem açúcar.

— E deixar minha filha se tornar uma mal-educada? Acho que não! — a mulher deu um tapa na mão da menina que tentava roubar mais um pedaço da omelete da prima.

— Ai! — reclamou da dor recebendo uma careta vitoriosa vinda de Lucy, que devolveu prontamente mostrando a língua, e de sua mãe um copo com corações.

— Onde está o presente do seu amigo? — tio Leonard indagou, apenas para mudar de assunto e atrair a atenção da filha para algo que não fosse o desjejum da prima.

— No meu quarto. Acho que ele vai gostar — a menina sorria de orelha a orelha, enchendo o copo com suco — É um daqueles carrinhos de colecionador que passam na TV, o primeiro dele. Edição limitada!

— Vou querer saber quanto custou? — perguntou com a sobrancelha erguida na direção da filha.

Ashley abriu a boca para responder, porém o som do telefone ecoou pela cozinha e a menina se levantou imediatamente, esquecendo-se da pergunta do pai.

 — Deve ser o Duda! — falou animada correndo para atender.

O Sr. Randall riu com a cena. Tomou mais um gole do café e voltou sua atenção para a sobrinha.

— Ansiosa para o passeio?

Lucy quase engasgou com a comida.

Tia Cassidy, que já tinha colocado a omelete de Ashley em seu prato e a frigideira na pia, agora tomava um grande gole de um líquido que fumegava um cheiro delicioso, provavelmente chá.

— Ela diz que não vai.

— Como assim não vai? — o tio indagou confuso.

— Diz que vai para a senhora Bennett.

— Com certeza a senhora Bennett não se importaria... Eu falo com ela — o Sr. Randall sorria para ambas, decidido — Aposto que Mary conseguirá sobreviver sem minha sobrinha por uma tarde.

Lucy abriu a boca, mas nada conseguiu dizer.

— Ligarei para ela depois que Ashley terminar de falar com o colega — toda vez que tio Leonard se referia à Duda, ele fazia uma careta, desta vez não foi diferente — Termine o café e vá se arrumar — o tio bagunçou os cabelos da sobrinha mais uma vez.

Lucinda piscou vendo o Sr. Randall lançar um olhar cumplice à esposa, que, discreta como era, passava geleia em uma rodela de pão não devolvendo seu olhar. Talvez fosse coisa de sua cabeça.

Quando mordeu o ultimo pedaço de bacon em seu prato, Ashley entrou na cozinha em silêncio. A prima notou que algo estava errado, então a encarou consideravelmente, tentando adivinhar o que tinha acontecido.

— Você vai hoje, né? — perguntou cinicamente à prima, fazendo bico — Por favor, você pode ir à senhora Bennett amanhã... Eu até vou junto!  — Lucy abriu a boca para responder — Segunda-feira é meu aniversário.

— Usando o aniversário como uma carta na manga — a menina negou com a cabeça, fingindo ofensa — Jogou muito baixo, Ash... Eu vou se — a loira sorriu de orelha a orelha — e apenas se, formos ao alojamento dos répteis...

Toda alegria da loira murchou significativamente.

— Tá!

— Se tivesse chego dez minutos atrás não precisaria aceitar — a menina sorriu roubando um pedaço da omelete no prato da prima — Eu ia de qualquer jeito.

— Não vale!

Lucy mostrou a língua à prima.

— Parem de roubar comida do prato uma da outra! — mandou tia Cassidy com as bochechas vermelhas.

Tio Leonard olhou por cima do jornal.

— Vamos nos atrasar se as duas não forem se arrumar — argumentou ele.

— Vamos agora!

Ashley agarrou a prima pelo braço tão rapidamente que a outra não pôde protestar. Estava tão animada que só conseguiu falar quando já estavam no segundo andar.

— O primo de Duda também vai.

— Ah, é?

— Vai adorar o Harry.

— Você fala com ele?

— Não.

— E como sabe que vou adorá-lo?

Ashley, que arrastava a prima até o próprio quarto, deu de ombros.

 — Ele é o oposto de Duda.

— Eu vou adorá-lo.

Lucy havia visto Duda algumas vezes e, apesar de nunca ter conversado realmente com o menino, tinha uma visão muito desagradável do mesmo.

Era verdade que o rapaz de rosto grande e rosado, que parecia um porco devido o pescoço curto, olhos azuis pequenos e aguados com os cabelos louros muito espessos, lançava toda sua atenção para a prima da melhor amiga quando ia visita-la.

Ashley, cansada de não ser o foco do rapaz nas visitas, pedia à Lucy para ficar no quarto sempre que o menino ia ao numero 21 e a mesma atendia ao pedido com muito prazer, pois Duda era inconveniente e lhe importunava com perguntas sem sentido sobre garotos e se gostava de alguém em especial.

— Sei que vai — murmurou Ashley olhando duas peças de roupa sobre a cama.

Diferente do quarto de Lucy, que tudo nele era branco e um pouco vazio, o quarto de Ashley era rosa, dourado e cheio de coisas.

Sua cama tinha cortinas de um rosa claríssimo cheio de brilho, colcha de um rosa bebê e era cheia de almofadas e ursinhos que eram soterrados por travesseiros. A penteadeira era cheia de bijuteria e objetos cor-de-rosa.

O Grande guarda-roupa era branco, limpíssimo e repleto de vestidos, blusas, sobretudos, calças, entre outras peças. Muito diferente do de Lucy, que não apreciava roupas tanto quanto à prima, portanto comprava apenas o necessário quando iam ao centro e sempre ia com a tia, que possuía o mesmo ideal que a sobrinha.

A morena sentou-se na cadeira da penteadeira observando o carpete rosa, sentindo certo enjoo quanto à cor.

— Cada vez que entro aqui parece que o rosa se multiplicou... olhe isso — apontou para o chão — Quando trocaram o carpete?

— Duas semanas atrás, quando estava dormindo na senhora Bennett — Ashley desviou o olhar do vestido rosa — Também trocamos o seu... ele era bege.

Lucy piscou com a cara franzida.

— Isso explica porque meu quarto estava tão claro...

A loira gargalhou.

— Você mora mesmo nessa casa?

Lucy deu de ombros.

— Se for com o rosa, te jogo no lago dos hipopótamos.

A prima abriu a boca, afinando as bochechas:

— É novo, você não ousaria.

A morena ergueu uma sobrancelha e lhe lançou o melhor olhar desafiador.

— Luce, não está falando sério.

Estendeu o olhar inclinando a cabeça para o lado.

— Nada de rosa — fez bico ao ver a prima balançar a cabeça satisfeita.

Sabendo que só seria liberada quando Ashley tivesse escolhido a roupa e os acessórios, observou a mesma começar a separar as combinações mais apropriadas para o passeio e se limitou a balançar a cabeça quando lhe fazia uma pergunta.

E enquanto a prima andava de um lado para o outro, pegando roupas e devolvendo-as, Lucy não conseguiu deixar de se perguntar como era esse tal primo de Duda Dursley.

 


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Notas finais do capítulo

Erros me avisem ♥



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