School Days escrita por Isa


Capítulo 99
Capítulo 99: Vitória?




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– Mãe, eu posso faltar hoje? – Pediu Gwen.

– Você está bem, filha? – Martha a olhou, preocupada.

– Estou sim, só indisposta mesmo... – Forçou-se a abrir um sorriso. – E eu, hã... Acho que estou com um pouco de febre também. – Acrescentou, ao dar-se conta de que a primeira justificativa não seria o suficiente.

– Não, você não está com febre. – Discordou Martha, ao tocar-lhe de leve o pescoço e a testa.

– Mãe...

– Gwen, por que você não quer ir à escola? – Quis saber.

– Estou doente. – Insistiu na mentira.

– Filha, eu consigo diferenciar um doente de alguém que está evitando ir à escola. O que aconteceu?

– Não quero falar sobre isso.

– Certo. – Martha suspirou. – Mas, por favor, vá se arrumar. Sabe como o seu pai é, não gosta que você falte sem um bom motivo.

Após mais alguns – lê-se muitos – protestos, a baixinha acabou concordando. Subiu, tomou um banho, vestiu uma combinação aleatória de roupas que pegou em seu guarda-roupa e desceu novamente. Como não quis nada no café da manhã, levou consigo quinze dólares para comer alguma coisa durante a troca de horários. Pegou então a mochila e saiu de casa, iniciando sua caminhada em direção a Roosevelt. Em seu celular havia centenas de chamadas perdidas e mensagens ignoradas. Todas de Liz. Definitivamente, não queria falar com a loira. E só o fato de ser obrigada a vê-la já a deixava totalmente estressada.

Quando passou pelo portão principal e começar a atravessar o estacionamento, viu a “dita cuja” encostada em seu Porshe, muito provavelmente a esperando. Assim que a capitã olhou em sua direção, suas suspeitas foram confirmadas. Liz começou a caminhar em sua direção. Pôde ver tristeza e preocupação nos olhos verdes e isso quase a fez voltar atrás em sua decisão. Quase.

– Não. – Disse simplesmente ao ser alcançada, seguindo reto para dentro do colégio, enquanto a outra praticamente corria para alcançá-la.

– Gwen... – Liz murmurou, com a voz chorosa. – Não faz isso comigo...

Você fez isso com você quando beijou a Allison. – Falou, mantendo-se firme.

– Me escuta, por favor, você entendeu tudo errado... – Conseguiu alcançar a mão da baixinha, mas ela logo se desvencilhou.

– Não perca seu tempo tentando explicar o que eu vi, Liz.

Tratou então de apressar os passos, indo até o laboratório de Química, onde teria sua primeira aula do dia. Sentou-se ao lado de Terry, já que Isaac aparentemente havia faltado, assim como Josh – que normalmente era com quem formava dupla – e Rony, os dois últimos por causa de uma coisa chamada ressaca. Graças aos deuses, não estava na mesma classe de Liz naquela matéria. Muito embora passar por aquele corredor lhe trouxesse certas lembranças... Como o momento em que a loira decidira não ceder às chantagens de Sebastian e surpreendentemente beijá-la no meio do corredor, assumindo o relacionamento para todo o colégio. “Droga! Agora estou pensando nela outra vez!” Reclamou consigo mesma, frustrada. Precisava parar de pensar naquela... Naquela... Ótimo! Mesmo com um par de chifres não conseguia atribuir nenhum adjetivo negativo à ex.

(...)

– Uma conversa, é? – Becky perguntou, estranhando.

– Sim. Inclusive, deveríamos ter conversado ontem, mas ela saiu com os pais... – Britt respondeu, soltando um longo suspiro.

– Você acha que ela vai...? – A morena achou melhor não completar a frase, apenas deixar subentendido.

– Não. Ela me disse para não me preocupar, porque não pretende terminar comigo. Mas, mesmo assim, não consigo parar de pensar sobre... Estou até me sentindo meio egoísta...

– Egoísta? – Becky franziu o cenho, sem entender.

– É, por causa da Lizzie...

– Você se preocupar com os seus problemas não significa que não se preocupa com ela também, Britt. – Continuou não entendendo.

– Eu sei, mas sei lá, sinto como se não estivesse sendo uma amiga muito boa...

– Ei! Isso é ridículo, você é uma ótima amiga! – Assegurou, puxando-a para um abraço. – Inclusive, eu também me preocupo com os meus problemas, como por exemplo, o fato de eu ter me esquecido que tinha um encontro com a Maggie ontem, quando eu estava na festa do Sebastian...

– Oh, é mesmo! – Lembrou-se do desespero da amiga quando saíram da casa do Friendzone. – Conseguiu falar com ela?

– Não... Acho que ela ainda está brava...

– Justificável, não acha? – Riu levemente.

– É, é sim... Me sinto uma idiota. – Confessou. – Como eu fui esquecer?

– Talvez não fosse para ser, apenas...

(...)

– Bom dia, Juno. – “Cumprimentou” Cindy, com um sorrisinho de canto.

– Vai se foder... – Foi a única coisa que Susan respondeu, sem paciência para aquela falsa. Sempre soube que Cindy não era uma amiga verdadeira, mas nunca imaginou que ela seria capaz de expô-la daquela forma, apenas para conseguir definitivamente o posto de capitã da equipe de vôlei.

– Nossa, quanta agressividade! – Cindy gargalhou. – São os hormônios da gravidez?

– Me deixa em paz. – “Pediu”, empurrando-a levemente para que saísse da sua frente e indo até o refeitório.

Como o esperado, as únicas pessoas que sentaram-se com ela foram Jake – o “casinho” de Cindy que ela conhecia desde o primário – e Nancy – uma das garotas da equipe –, entretanto, sabia que os dois só o faziam por pena. Mal falavam com ela até descobrirem sobre a gravidez, eram apenas “conhecidos”...

(...)

Liz abriu o armário para pegar suas coisas para a próxima aula, que por sorte seria História. Nunca, em toda a sua vida, esperou tanto pelo horário da senhorita Pillsbury quanto naquele dia... Precisava fazer Gwen entender que não a tinha traído. Depois, daria um jeito de acabar com aquela puta da Allison por fazer com que sua baixinha desconfiasse dela. E ah, se o Friendzone estivesse mesmo envolvido naquela história...

– Eu não disse que não duraria nem dois meses? – Quase como se lesse seus pensamentos e entendesse erroneamente que ela o estava chamando, Sebastian se projetou ao lado dela, com aquele sorrisinho vitoriosamente presunçoso que tanto a irritava.

É, tinha acertado em cheio. Aquela simples frase confirmava todas as suspeitas dela e também de Frannie, Josh, Terry e Noah.

– Por que não me surpreende que você esteja envolvido? – Perguntou, retoricamente.

– E aí, sunshine? Arrependida por ter me subestimado? – Uma risada meio estranha escapou pelos lábios dele. – Hein?

Ignorou.

– Não vai responder?

Continuou em silêncio, deixando um sorriso de canto ao parecer ao ouvi-lo bufar diante daquilo. Pateticamente patético. Para ela, a expressão perfeita para resumir aquele débil mental obcecado.

– Escuta aqui, Harrison! – Surpreendendo-a, ele a puxou pelo braço com uma agressividade extrema e a empurrou contra os armários. – Pode parar com essa sua posezinha superior, porque dessa vez, eu realmente te venci! Consegui acabar com o relacionamento que você insistia em manter com a minha garota, mesmo com os meus avisos... – Aumentou a força com que a apertava, por causa da raiva. – Vocês nunca vão voltar a ficar juntas, porque ela acha que você a traiu com a ex melhor amiga. A mesma ex melhor amiga com a qual a ex dela a traiu. Faz ideia do quão grave isso é, sunshine? Pois eu faço. E sei que dessa vez não tem nada que você possa fazer para reverter a situação... Não importa o quanto tente correr atrás dela, ela nunca vai te perdoar...

– Ugh... – Grunhiu de dor, sentindo o aperto em seu pulso ficar ainda mais forte. – Me solta agora, seu problemático! – Tentou desvencilhar-se, mas não conseguiu. – É sério, você está me machucando!

Nesse momento, ele a soltou, ainda mantendo o olhar de fúria.

– Você tem problemas sérios... – Resmungou, conferindo o próprio pulso e percebendo as marcas avermelhadas ali.

Nenhum “me desculpe” ou “sinto muito”, como qualquer pessoa normal, por mais babaca que fosse, diria. Pelo contrário, ele falou:

– Só espero que tenha entendido a mensagem dessa vez.

– Quer saber? Talvez você esteja certo. Talvez ela nunca me ouça, talvez ela nunca mais olhe na minha cara e talvez você e sua amiguinha tenham mesmo conseguido arruinar a melhor coisa da minha vida. Mas sabe o que me faz sentir um pouco menos mal sobre isso? Saber que ela nunca vai ficar com você. Porque, apesar de viver dizendo que eu não a mereço e que eu sou uma pessoa ruim, o que em parte pode até ser verdade, de nós dois, a pior pessoa é você! – Olhou-o com todo o desprezo que sentia. – Se quer mesmo alimentar essa sua fantasia de que algum dia poderá mudar os sentimentos dela, vá em frente. Nunca vai conseguir fazer isso mesmo. – Deu-lhe as costas.

– Eu já consegui! – Ele literalmente berrou, furioso. Era mentira, obviamente, mas a líder de torcida não precisava saber disso.

– Do que você está falando? – Virou-se rapidamente, voltando a encará-lo.

– Ela me beijou. – Inventou, sorrindo de canto de forma superior. – Ontem, depois de ver você e a Allison se “beijando”... – Fez aspas com os dedos. – Eu banquei o ombro amigo, disse algumas coisas legais e... Bom, ela me beijou.

– Você está mentindo. – A certeza com que Liz fez aquela afirmação o surpreendeu bastante, fazendo com que ele arqueasse a sobrancelha, desafiadoramente.

– Não estou.

Algo na expressão de superioridade dele a fez ficar na dúvida, mas logo voltou à realidade. Gwen não o beijaria, nem mesmo se fosse por algum tipo de “vingança” contra ela... Não sabendo dos sentimentos que ele nutria e do quão obcecado havia se tornado... A não ser que, todo esse tempo, por alguma razão incompreensível, a baixinha realmente sentisse algo por aquele projeto mal feito de doente mental...

Antes que pudesse pensar em uma resposta coerente e extremamente ofensiva / agressiva, o sinal tocou e ele “desapareceu” completamente. Correu para a sala de aula da senhorita Pillsbury e pediu licença antes de entrar. Avistou-o sentado no fundo da sala e lançou-lhe um olhar de “isso não vai ficar assim”. Seus olhos buscaram por certa garota baixinha e assim que a encontrou, percebeu um lugar vago logo à frente dela. Sentou-se ali mesmo, ouvindo-a resmungar um “mereço”.


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