School Days escrita por Isa


Capítulo 91
Capítulo 91: Pedido de desculpas?




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Susan saiu de casa, sentindo-se um tanto chateada. Odiava a sensação de estar brigada com Caleb, principalmente quando começava a entender que talvez não estivesse assim tão certa em todos os aspectos da situação. Quer dizer, para ela pareceu óbvio que o namorada estava flertando com aquela garçonete, mas também, não chegou a ouvir a conversa, o que tirava um pouco do seu direto de tirar alguma conclusão. Mesmo assim, o viu guardar um pedaço de papel entregue pela garota após longos minutos de conversa.

Bufou, irritando-se. Por que diabos aquele maldito ônibus escolar demorava tanto para chegar? Odiava quando ficava sozinha e começava a se perder em pensamentos sobre esse tipo de coisa. Afinal, nenhum das duas conclusões possíveis lhe agradariam. Se estivesse errada, bom, estaria errada e ela não gostava nem um pouco de errar. E se estivesse certa, Caleb e a garçonete, na melhor das hipóteses, estariam transando em algum quarto barato de motel.

– Droga, agora essa imagem vai ficar na minha cabeça o dia todo... – Resmungou, consigo mesma.

– Que imagem? – A voz irritante de Cindy perguntou.

Deu um leve “pulo”, assustando-se. Arregalou os olhos ao notar o enorme carro de Jake Galavan – um dos “casinhos” da “amiga” – estacionado próximo ao ponto em que se encontrava.

– Quer carona, Suzzy? – Jake quis saber.

Revirou os olhos. Odiava aquele apelido. Ele a fazia se lembrar de quando era criança. Jake, que conhecia desde o primário, sabia disso e mesmo assim insistia em usá-lo.

– Não, obrigada. – Respondeu, simplesmente.

– Ah, qual é Sue... Você odeia andar de ônibus... – Cindy insistiu. – Vem com a gente, eu juro que dessa vez vamos realmente para o colégio...

– Tudo bem. – Concordou, mais porque sabia que a “amiga” não desistiria até que ela o fizesse do que por qualquer outro motivo.

Suspirou longamente, caminho em direção ao belo conversível. Abriu a porta e sentou-se no banco de trás, bem atrás de Cindy, que era só sorrisos para o jogador do pior time de futebol de todos os tempos. Sabia bem disso porque Roosevelt sempre os vencia. Sempre. Sem exceção.

Durante o caminho, começou a sentir um fortíssimo enjôo, que com muito esforço pôde conter até Galavan parar em frente à Boenher. Assim que desceu do veículo, entrou no colégio praticamente correndo, dirigindo-se ao banheiro. É, com certeza não conseguiria esconder a gravidez por muito tempo. Os “sintomas” ficavam cada vez mais evidentes. Precisava urgentemente criar coragem e falar com o diretor e os professores, só que continuava não tendo ideia de como agir quando a notícia chegasse aos ouvidos dos outros alunos.

(...)

Matt estava, mais uma vez, perdido em pensamentos dentro da sala de aula. Embora soubesse que Cooper não era bom jogador o suficiente para conseguir roubar seu posto de quarterback por si mesmo, tinha certas dúvidas quanto ao julgamento do treinador Walker. Afinal, o babaca do Clarington continuava sendo um de seus favoritos, apesar de todo o bullying, brigas e confusões.

Ele, ao contrário de boa parte do time, não jogava por querer ser popular. Simplesmente era fanático por futebol e nisso conseguia ser realmente bom. Suas notas? Medianas. Seu desempenho em outros esportes? Um fracasso. Jogar era o que ele sabia fazer e recusava-se a aceitar a possibilidade de ser rebaixado, ainda mais se um completo incompetente fosse pegar o seu lugar.

É, definitivamente, não conseguia parar de pensar nisso. Não podia deixar aquilo acontecer, de jeito nenhum...

– Senhor Carter! – O profesor Hale chamou e, tanto ele quanto Josh, ergueram o olhar e murmuraram um “sim?”. – Matthew. – Esclareceu. – Fique mais atento, nossa segunda atividade avaliativa está próxima e essa matéria será de grande importância.

– Às vezes você consegue se desligar mais que o Isaac. – Frannie comentou.

– Eu estou ouvindo, Fran... – Isaac resmungou. – E você está errada, eu presto atenção nas aulas...

– Presta sim, com certeza... – Zombou Noah. – Isso aí na sua mão é um PSP ou é engano meu?

Isaac murmurou um “cala a boca, idiota”, enquanto enfiava o console portátil na mochila, antes que o professor decidisse checar.

– Já acabaram a conversa? – Hale perguntou, com uma ironia contida. Noah resistiu ao impulso de responder com algo desrespeitoso e Frannie desculpou-se. – Ótimo. Agora voltando à matéria...

(...)

– Podemos conversar? – Sebastian perguntou, encostando-se à porta do armário vizinho do da capitã das líderes de torcida.

– Não tenho tempo para perder com você agora, Friendzone. – Liz respondeu, habitualmente indiferente, antes de começar a caminhar em direção à sala de aula.

– Espera, é importante... – A seguiu.

– Se for mais algum dos seus planinhos idiotas, saiba que eu tenho coisas bem mais importantes para me preocupar no momento. Minha prova de Física, por exemplo...

– Não é nenhum plano, juro. – Ele asseverou, obviamente mentindo, enquanto forçava-se a abrir um sorriso. – É sério. – Voltou a afirmar, vendo a expressão de “sei” da namorada de Gwen. – Na verdade, eu quero me desculpar por ter agido feito um idiota nas últimas semanas...

– Meses. – Ela corrigiu.

– Tudo bem, meses... – Revirou os olhos. – A questão é, eu andei pensando e não faz mesmo o menor sentido insistir nessa ideia de ficar com a Gwendy, sendo que ela já deixou bem claro que não tem o menor interesse em mim... Por isso, achei que eu deveria te pedir desculpas, sabe, pelo que eu fiz... Então, amigos? – Estendeu a mão, que foi completamente ignorada pela loira.

– Não éramos amigos antes. E eu ainda não vou com a sua cara. Mas, se faz tanta questão, desculpas aceitas, desde que para de correr atrás da minha namorada. – Ela fez questão de dar ênfase ao “minha”, ao mesmo tempo em que dava de ombros.

– Eu já desencanei, é sério...

– Acho bom. Porque eu já não tenho mais paciência para você e sua paixonitezinha estúpida.

“Não é uma paixonite!” Segurou-se para não externalizar o pensamento. Precisava ser convincente. Agora que finalmente havia entrado em contado com Allison, tinha que voltar a ser o Sebastian McKean amigo. Não de Liz, porque dela nunca havia sido, mas de Gwen, Matt, Josh e consequentemente os outros também. Para então, quando Ally – como soube que sua futura namorada costumava chamá-la – arruinasse completamente o relacionamento das duas, de forma que a Harrison acabasse em um ponto tão ruim que nem amiga da baixinha conseguiria ser, agiria como o “ombro amigo” de Gwendy, a apoiando incondicionalmente no momento difícil que seria o término do namoro. Então, no momento certo, começaria o processo de conquistá-la e mostrar que era muito melhor que a loira.

Abriu a boca para dizer alguma coisa, e só então percebeu que Liz já havia se retirado. Poucos minutos depois, parado, observando o nada e comemorando internamente o bom começo do plano, ouviu o sinal tocar e teve que correr para o armário, onde pegou os materiais para a prova de Física que, graças a alguma divindade benevolente, seria com consulta.

(...)

– Isso não pode ser sério... – Rony estava completamente indignado. – Como assim um F? Que injustiça!

– Qual é, Ron... Seu desenho não é dos melhores... – Disse Dave, rindo levemente. – Além do mais, esperava mesmo que a professora aceitasse o Goku como a representação de uma representação de um grande ícone mundial?

“Ron...” Josh revirou os olhos ao ouvir o apelido. Quem aquelezinho achava que era? Eles se conheciam há o quê? Um mês? No máximo isso.

– Não está tão ruim assim... – Rony revirou os olhos. – E quem não conhece o Goku? Ele é um dos personagens mais famosos dos animes...

Ron, amor, eu acho que a senhorita Cabello queria algo mais... Ahn... Sabe, algo que não fosse um personagem e sim uma personalidade famosa que realmente existiu. – Josh explicou, usando propositalmente o apelido do apelido, apenas porque... Bem, ele quis. Não precisava de um motivo. Diferente de Dave, que era um amigo nem assim tão próximo – ainda bem, caso contrário seu ciúme seria ainda pior – do loiro e não deveria ter a liberdade de chamá-lo assim.

(...)

– Ei, eu sei que ela é gostosa, mas é a sua namorada, não precisa ficar aí, encarando e babando feito uma idiota... – Disse Noah, divertido.

– A Jennifer sabe que você fica chamando outras garotas de gostosas? – Gwen perguntou, desviando – pela primeira vez desde o ínicio daquele treino – os olhos de Liz, olhando-o com expressão que demonstrava certa irritação com o comentário.

– Sabe, inclusive, ela vive falando dos caras do time... – Ele deu de ombros. – É engraçado, porque, quando eu estava com a Frannie, era super ciumento, mas agora não...

– Tanto faz, Noah. Ela é a minha namorada. Não a chame de gostosa na minha frente... – A baixinha reclamou.

– Então posso chamar pelas suas costas? – Fez questão de provocar.

– Vai se foder.

– Você ciumenta é fofa, sabia? – Gargalhou.

– Eu não sou ciumenta, Noah. – Revirou os olhos castanhos. – Você que é um idiota pervertido...

– Bom, não era eu quem passou os últimos minutos praticamente a despindo com os olhos... – Ergueu as mãos, declarando defesa.

– Eu não estava fazendo isso...

– Estava sim! Sou o seu melhor amigo, conheço aquela sua expressão...

– Argh! – Ela grunhiu. Definitivamente, ele era especialista em ser irritante. – Eu posso olhar, okay? – Bufou. – Agora, o que está fazendo aqui? Desde que começou a namorar, não assiste mais esses treinos...

– Vocês transaram, só estou te esperando decidir me contar...

Gwen arregalou os olhos.

– Como você...?

– Como eu sei? Simples. Vocês chegaram juntas e eu ouvi uma conversa da ex virgem imaculada e a Becky no vestiário... Por que não me falou?

– Porque você ia começar a fazer perguntas... Espera, o que você estava fazendo no vestiário feminino?

– Hã...

– Esquece, não quero saber!

– Na verdade, eu só fui entregar uma cópia das respostas da prova de Física para a Lindsey. – Noah explicou-se mesmo assim, em meio a risos. – Agora, me conta, como foi?

– Você deveria parar de vender cópias das respostas das provas, sério, vai acabar se ferrando por causa disso... – Gwen advertiu. – E respondendo a sua pergunta... – Um sorriso estúpido apareceu. – Foi incrível!

– Se fosse para eu me ferrar, já teria acontecido. Faço isso há dois anos. – Ele deu de ombros. – E... Gwendy... Quando eu pergunto como foi, eu quero detalhes... Tipo, como fizeram, quantas vezes fizeram, quem é a ativa da relação...

– Essas coisas não são da sua conta! – Ela mais uma vez, revirou os olhos. – Viu só? É por isso que eu não te contei...

– Ah, você é muito chata...


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