School Days escrita por Isa


Capítulo 85
Capítulo 85: As três palavras




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Rony estava certo. Com o tempo – no caso, poucos dias – Josh acabou se acostumando a andar de moto. Logicamente, ainda preferia e se sentia mais seguro e confortável em um carro, mas pegar carona com o namorado chegava a ser bem divertido em alguns momentos. Como aquele, por exemplo. Foi até meio decepcionante quando percebeu a velocidade sendo reduzida e o loiro estacionou o veículo.

– E está entregue... – “Anunciou” Rony com um sorriso.

– Não podemos dar só mais uma voltinha? – Pediu, fazendo biquinho.

– “Eu nunca mais aceito andar nesse troço”... – Debochou o kicker, imitando a voz do namorado.

– Podemos ou não, Ron? – Fez um biquinho fofo.

– Ah, eu realmente queria, sério. Mas não posso. – Suspirou, nada satisfeito. “Maldito senhor Armstrong!” Praguejou mentalmente, irritado como o professor. – Tenho que terminar aquela porcaria de trabalho com o Danny hoje... – Revirou os olhos.

“Pelo menos não é o David dessa vez.” Josh falou para si mesmo, fazendo um esforço enorme para não demonstrar estar incomodado. “Danny é hétero e ele te ama, Danny é hétero e ele te ama, Danny é hétero e ele te ama.” Repetia mentalmente, como uma espécie de mantra. Esse tipo de coisa o ajudava a controlar seu “monstro do ciúmes”. E sim, o nome havia sido dado por Noah, obviamente. Ninguém além dele – talvez Liz, mas eles não conversavam – conseguia pensar nesse tipo de apelido idiota.

Por fim, conseguiu abrir um sorriso e dizer:

– Quando terminarem, pode passar aqui? Quero ir ao cinema hoje...

– Hm... Sim e não. Matt e Noah vão sair e seus pais ainda devem estar trabalho. Então... Sim, eu passo aqui, mas não, nós não vamos ao cinema.

– É, me parece uma ótima sugestão... – Sorriu, antes de envolver os braços ao redor do pescoço do mais alto e colar seus lábios nos dele, iniciando um beijo carinhoso e apaixonado.

(...)

– ... e eu tenho certeza que rolou um clima! – Tagarelava Cindy animadamente, enquanto a “melhor amiga” fazia o trabalho de História todo sozinha.

Sue revirou os olhos. Estudava com Liam – o garoto de quem a outra falava – desde a quarta série e sabia que ele era 100% gay. Tinha até um namorado, o Robert. Mas por algum motivo, a “amiga” parecia realmente acreditar que podia convertê-lo de alguma forma. “Como se isso fosse possível...” O pensamento a fez revirar os olhos uma segunda vez. Se tivesse dado certo com algum dos gays pelos quais teve suas “quedinhas”, não estaria passando por todo aquele estresse com Caleb – e também, não teria perdido seu tempo namorando Sebastian, o que tornava tudo melhor.

– Eu só preciso tirar o Robbie do caminho e aí consigo o meu namorado atencioso, inteligente e incrivelmente gato! – Cindy continuou, parecendo não perceber – ou simplesmente ignorando – o fato de que Susan não tinha a menor vontade de ouvir.

O telefone da ruiva começou a tocar. Era Caleb, assim como nas outras quinze vezes. Mais uma vez, ignorou. Não queria mesmo conversar com aquele imbecil tão cedo... Sinceramente, só tinha concordado em fazer o trabalho com Cindy porque sabia que teria que passar a tarde na casa da outra garota. E mesmo que fosse meio arriscado de certo modo, devido à gravidez, o risco de todos acabarem descobrindo – mais cedo, pois em poucos meses seria inevitável – a preocupava mesmo do que uma visita inesperada do – talvez ex, dependeria do quão bom fosse o pedido de desculpas – namorado.

(...)

Era uma situação desagradável. Isaac e Terry sentados no sofá, abraçados, concentrados... E Frannie, sentada no outro apenas observando a interação dos dois com muita atenção. Às vezes chegava a ficar enjoada com tanto carinho e demonstrações frequentes de afeto. Claro que, se estivesse com Matt, estariam fazendo as mesmas coisas. Dizendo coisas fofas, se beijando, rindo das piadas bobas, completando as frases um do outro... Entretanto, o quarterback continuava bravo com ela.

Por mais que tentasse, não conseguia falar com o namorado. Ele estava sempre – supostamente – ocupado. Precisava resolver aquela situação. Entendia finalmente o porquê de Josh ter ficado daquele jeito quando brigou com Rony... Saber que estava errada era uma sensação horrível...

(...)

Liz estava quieta demais e isso começava a incomodar Gwen profundamente. Não que a namorada falasse demais normalmente – era ela quem fazia isso, na verdade – mas nem uma única palavra também era bem estranho, principalmente se considerasse o fato de que elas tinham acabado de assistir O Hobbit – Uma Jornada Inesperada. Nenhuma piada sobre a sua altura. Com certeza algo estava errado.

– O que aconteceu? – Perguntou, direta.

– Hã? Como assim? – Viu a loira franzir o cenho, confusa.

– Você está agindo estranho. Quase não falou nada comigo... – Esclareceu.

– Ah, desculpa... Eu só estava pensando...

Fez uma cara que dizia “sobre...?”, bem claramente. Um longo suspiro escapou pelos lábios – perfeitos, diga-se de passagem – da garota, antes de responder:

– Gwen... Tem... Tem uma coisa que eu preciso te dizer. Mas antes, quero que saiba que não precisa dizer de volta. Vou entender completamente se você não...

A partir daí, não foi difícil para a baixinha entender o que se passava na cabeça de Liz. Então, interrompeu-a.

– Eu também amo você.

Imediatamente, a líder de torcida sorriu. Não esperava que Gwen se sentisse da mesma forma ainda, na verdade. Por mais que estivessem juntas – agora oficialmente – sempre haviam usado o verbo “gostar” e sua decisão de dizer que a amava era como um tiro no escuro.

– S-Sério? – Ela gaguejou, querendo confirmar. – Quero dizer... Você... Tem... Certeza?

– Absoluta. – Afirmou Gwen, fazendo seu sorriso se alargar ainda mais. Algo que ela nem sabia ser possível... Então, colou seus lábios nos da garota. – Eu te amo... – A mais baixa voltou a falar, com a mesma convicção de antes, quando se afastaram, o que levou um tempo considerável para acontecer.

– Eu te amo... – Liz finalmente disse as três palavras, embora já estivesse subentendido. – Eu te amo muito... – Voltou a beijá-la logo em seguida.

Sem demora, o beijo tornou-se quente. Seria o momento perfeito, se um berro vindo das escadas não as interrompesse:

– Espero que estejam vestidas porque estou subindo!

Pela primeira vez em sua vida, Gwen quis matar Frannie. Aquilo era inacreditável! Toda as vezes alguém precisava atrapalhar, sempre! Sério, o que diabos ela tinha na cabeça quando deu cópias da chave para os amigos?


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