School Days escrita por Isa


Capítulo 83
Capítulo 83: "Eu tenho uma coisa para te falar..."




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/626197/chapter/83

Sem sombra de dúvidas, para Caleb ficava mais difícil a cada dia lidar com Susan. Não que ele não entendesse que era perfeitamente normal ela andar meio “emocionalmente instável” por conta da gravidez, mas naquela semana especificamente a situação ficava ainda mais complicada. Haviam brigado feio naquela manhã e ele sequer sabia o motivo. Do nada, a namorada se irritou e começou a gritar, para então mandá-lo ir embora e não voltar antes de parar de “agir como um idiota”.

Suspirou, frustrado.

Seria tão mais fácil reverter a situação se soubesse qual havia sido o seu erro...

(...)

Algo estava muito errado com Frannie.

Andava de um lado para o outro no apartamento e sua expressão denunciava ansiedade e irritação. Isso estava começando a deixá-lo preocupado, consequentemente o impedindo de se concentrar em sua “missão” – também conhecida como Star Wars: Battlefront.

– Algo está te incomodando. – Ele afirmou convicto, pausando o jogo e se levantando para então ir até a irmã gêmea.

– Está tudo bem, Isaac. – Frannie disse, tentando convencer mais a si mesma do que o próprio garoto.

– Não é o que está parecendo... – Insistiu Isaac.

Ela suspirou, antes de decidir revelar o motivo do seu estresse:

– Eu briguei com o Mattie hoje...

– Sério? – O gamer se surpreendeu um pouco, pois os dois sempre passavam aquela imagem de casal perfeito. – O que aconteceu?

– Bom... – Ao vê-la olhar para outra direção, supôs que a culpa possivelmente era dela. – Talvez eu possa ter exagerado um pouco, mas...

– Vá direto ao ponto. – Pediu.

– Eu liguei para ele querendo saber se os pais dele ou o Josh já tinham chegado, sabe, já que depois do que aconteceu na sexta eles não querem nos deixar sozinhos por muito tempo... – Ela riu brevemente, para então voltar com sua postura séria. “O que aconteceu na sexta?” Isaac pensou em perguntar, mas concluiu que a informação provavelmente seria nojenta demais e preferiu ficar sem saber mesmo. – Só que não foi ele que atendeu...

“Oh, merda...”

– E quem foi? – Quis saber.

– Kelly Watson. – O tom de desprezo usado por ela foi notado sem dificuldade alguma. – Ela começou a me falar algumas coisas e a idiota aqui acreditou! Então ela passou para ele e eu o xinguei de todas as formas possíveis.

– Certo, mas se foi um mal entendido, o que ela estava fazendo lá?

– Danny a levou. O Matt o estava ajudando com História. O próprio Rony confirmou a história. – Bufou. – Agora estou me sentindo uma idiota por não ter acreditado nele...

(...)

Sebastian mexia em seu computador, lendo algumas teorias sobre Star Wars: O Despertar da Força. Estava mais do que ansioso para o filme, mas ao mesmo tempo, não conseguia deixar de pensar que não seria a mesma coisa ir assistir sozinho... Tinha comprado dois ingressos para a estréia, mas Gwen obviamente não iria com ele. Josh também não, já que além de estar o ignorando – assim como todos os outros –, iria com Rony.

Droga, começava a se arrepender de não ter pensado melhor antes de resolver ameaçar Liz. Não, não estava arrependido pelo ato em si, pois o considerava nada mais que justo, considerando que precisava fazer “sua” baixinha entender que aquela vadiazinha egoísta não merecia seu amor e que ele era a melhor opção. Entretanto, deveria ter pensado melhor antes de agir... Mas também, como é que poderia prever que a loira optaria por sair do armário? Porra, ela costumava ser totalmente obcecada com a própria popularidade. Quando foi, afinal, que isso mudou? Será que ela realmente gostava tanto assim de Gwen? Não. Ela nunca amaria a pequena tanto quanto ele! E mesmo se amasse, nunca seria merecedora de ter tais sentimentos retribuídos, não depois de tudo de ruim que ela tinha feito!

Certo, chantagem não era exatamente algo muito legal de se fazer com alguém, mas ele teve bons motivos! Sabia que cedo ou tarde seus amigos perceberiam que não estava assim tão errado em lutar para conseguir a garota que amava!

Não ama não.” Só de lembrar da afirmação absurda de Liz sentia o sangue ferver. Quem ela achava que era para questionar seus sentimentos por Gwen? A namorada da baixinha? Grande coisa! Logo seria ele a ocupar esse papel e ela que ficaria com o apelido de Friendzone... “Se amasse, entenderia que ela não quer ficar com você.” Ele até entenderia, se não soubesse que não era totalmente verdade... Lá no fundo, com certeza Gwendy sentia sim... Tinha que sentir, depois de todos aqueles sinais! “Se amasse, não estaria me pedindo para terminar com ela, sabendo que isso vai deixá-la triste.” É, talvez a deixasse triste mesmo... Mas era o melhor para ela e ele sabia disso! Sabia que ninguém além dele poderia fazê-la feliz verdadeiramente.

Apesar de tudo isso, se focaria em recuperar os amigos primeiro... Precisava deles do seu lado...

“Será que os pais dela já sabem?” A pergunta surgiu em sua cabeça de repente, atrapalhando sua decisão de dar um tempo em suas tentativas de acabar com o namorinho patético das duas garotas. “Aposto que ela não foi corajosa o bastante para contar... Se assumiu no colégio, mas isso não significa que os pais estejam sabendo... Com certeza diante da chance de ser expulsa de casa ela vai desistir desse relacionamento, não é possível!”

E então, mais uma vez, teve uma ideia “genial”.

(...)

Lizzie, o que houve? – A mãe perguntou, preocupada ao perceber que a filha mal tocava na comida e tinha uma expressão bastante triste no rosto. – Que carinha é essa?

Respirou fundo, antes de responder:

– Eu tenho uma coisa para te falar...

– Ah, não... – Lily suspirou, levando as mãos ao peito com uma expressão horrorizada. – Você está grávida!

– O quê? Não! Não é isso!

– Está usando drogas? – A loira mais velha chutou novamente, mantendo o olhar aterrorizado. Com certeza, se Liz não estivesse tão nervosa, teria deixado escapar uma gargalhada.

– Claro que não! – Revirou os olhos verdes. – Mãe, espera... Espera só um minuto... – Pediu, se perguntando o porquê de Gwen estar demorando tanto.

– Como assim esperar um minuto? Você me assusta dizendo que precisa me contar alguma coisa e agora me pede para esperar?

– Eu só... – Abaixou a cabeça, suspirando. – Eu não sei se consigo te contar isso sozinha...

– O que está acontecendo? Eu estou começando a ficar preocupada de verdade aqui...

– Só espere um pouco, por favor...

Algum tempo, Gwen voltou à cozinha, sentando-se ao lado da namorada como antes de ir ao banheiro. Estranhando o clima desconfortável, lançou para a loira um olhar de “está tudo bem?”. Recebeu um pequeno aceno afirmativo com a cabeça e um sorriso quase imperceptível como resposta.

– Bom, mãe... – Liz limpou a garganta. – O que eu tenho para te contar é... Eu... Eu... – Percebeu a mão da menor tocar a sua, por debaixo da mesa. Entrelaçou seus dedos, sentindo-se um pouco mais calma. – Eu estou namorando. – Foi só o que conseguiu dizer, fechando os olhos por alguns segundos e se amaldiçoando mentalmente por não ter tido coragem de completar a frase.

– Oh, é só isso? – Lily suspirou aliviada. – Pelo amor de Deus filha, você me assustou...

Abriu os olhos, vendo-a a encarar com alegria e esperou que ela fizesse a pergunta que provavelmente reverteria toda aquela situação.

– Quem é o sortudo?

Engoliu em seco. Não havia mais como fugir. Entrelaçou seus dedos aos da namorada, ainda por debaixo da mesa, buscando determinação.

– Na verdade... Não é um garoto... – Respondeu, olhando de relance para o lado, indicando que era de Gwen que falava.

A mulher não esboçou nenhuma reação. Não a princípio. Os olhos de Liz estavam fixos no rosto dela, esperando que ela dissesse algo, mais especificamente um “dê o fora da minha casa” ou algo parecido.

– S-Senhora Harrison, eu sei que deve estar... – Começou Gwen.

– Há quanto tempo? – Lily interrompeu, com o questionamento.

– Estamos namorando há alguns dias, mas estamos juntas há mais tempo. – Disse Liz, sentindo o coração acelerar devido ao nervosismo. E se ela não a aceitasse? E se acabasse sendo expulsa de casa? Oh, não, isso não podia acontecer. Para onde iria? O que faria?

– Não conte ao seu pai. – Foi só o que a mãe disse, antes de se levantar e deixar o cômodo, sem nem terminar o almoço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, desculpem por eu não ter postado ontem, mas estava estudando para a prova de Matemática, que no caso, foi hoje.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "School Days" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.