School Days escrita por Isa


Capítulo 68
Capítulo 68: "Muitas interrupções..."




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Josh suspirou, mais uma vez.

Sentia-se tão mal consigo mesmo que sequer conseguia se concentrar no episódio de The Flash que teoricamente deveria estar assistindo. Uma semana havia sido o suficiente para que ele percebesse que talvez pudesse realmente ter exagerado. Sim, ainda tinha plena certeza de que David gostava de Rony, mas aquilo não significava necessariamente que o loiro correspondia seus sentimentos... Droga, não deveria tê-lo acusado de traição e se recusado a ouvir explicações. Agora, nem sabia mais se estavam ou não juntos ou se teria como reverter a situação.

O pior era a saudade... Sentia tanta falta de Rony que chegava a doer...

Precisava pedir desculpas, por mais que admitir o erro ferisse seu orgulho. O amor pelo namorado – continuaria se referindo a ele assim, mesmo não tendo assim tanta certeza do fato – era mais forte que toda a sua teimosia. Mas... O que fazer para que o kicker o perdoasse? “Sinto muito” não era o bastante, obviamente. Tinha agido como um imbecil e com certeza Rony não daria o braço a torcer com facilidade. Sua única opção era pedir conselhos aos amigos...

Qual deles? Gwen, claro. Não que Frannie fosse uma opção ruim, mas o namoro dela e de Matt era praticamente perfeito. Nenhuma briga, nunca. Terry e Isaac acabavam no mesmo buraco, ainda mais depois dos vários “eu te amo”. Sebastian e Noah? Eles sim não podiam ser considerados bons conselheiros amorosos. O amigo de infância por ter seu próprio “drama emocional” para lidar e Noah por ser... Bem, o Noah.

Pegou então o celular e enviou uma mensagem para a amiga.

“Oi. Pode falar agora?” – J

Levou um tempo considerável para que a resposta chegasse. Mas em compensação, vieram duas mensagens seguidas.

“Depende do quão relevante for o seu problema.” – G

“E com relevante eu quero dizer se começa com “R” e termina com “y” ou é alguma outra coisa.” – G

Pensou em perguntar o porquê do “depende”, mas ao raciocinar um pouco concluiu que a resposta óbvia seria “estou com a Liz” ou algo do tipo, já que o “casal” não se desgrudava mais desde que haviam começado a ficar.

Foi direto ao ponto:

“Sim, se trata do Rony.” – J

“O que você faz quando briga com a miss sunshine?” – J

Mais longos minutos se passaram até que ele recebesse uma resposta.

“Eu não sei. Geralmente estamos nos beijando uns cinco minutos depois.” – G

“Vou perguntar para ela, acho que deve prestar mais atenção que eu nessas coisas...” – G

Revirou os olhos. Tinha acertado em cheio. Liz estava mesmo lá, por isso toda a demora para responder.

“É, acho que é só isso mesmo.” – G

“Inacreditável. Será que sou o único aqui a ter problemas sérios no relacionamento?” Bufou, frustrado com a “descoberta”.

“Qual é, Gwendy! É da Liz que estamos falando aqui. Não tem como não ser difícil lidar com o relacionamento de vocês!” – J

“Não é difícil.” – G

“Nem com metade do colégio dando em cima dela o tempo todo?” – J

“Depende, às vezes eu me incomodo, mas no geral você sabe que nunca fui muito ciumenta.” – G

“Mas se quer a minha opinião, um pedido de desculpas pode não resolver, mas é um bom começo.” – G

“Rony ama você, ele vai te perdoar.” – G

“Como tem tanta certeza?” – J

“Eu já estivesse no “lugar” dele nesse tipo de situação.” – G

“Aquela história da Liz mandar Kelly Watson jogar café na Trisha e tudo mais.” – G

Um risinho escapou dos seus lábios ao ler as duas últimas mensagens da amiga. Para ele, aquilo se parecia muito com uma confissão, no sentido dela estar apaixonada por Liz, entretanto, não comentou nada. Sabia que não adiantaria muita coisa tentar fazê-la pedir a líder de torcida em namoro, sem que antes ela tivesse certeza absoluta dos seus sentimentos.

(...)

– Eu não sabia que você tocava... – Disse Noah, impressionado pela “performance”.

– Ah, não é grande coisa. – Jennifer deu de ombros. – Só sei o básico mesmo. Algumas poucas músicas que meu pai me ensinou...

– “Não é grande coisa”? – Lançou um olhar incrédulo. – Como pode dizer que isso não é grande coisa? Você toca incrivelmente bem...

– Pare de exagerar, Noah. – Revirou os olhos, rindo. – Patience não é assim tão difícil...

– Pode ser que não, mas eu não consigo tocar nem aquelas musicas ruins de festas infantis.

– É só praticar, não é como se fosse um dom ou algo do tipo...

– Me ensina? – Ele pediu, sorrindo em expectativa. Além de aprender algo que sempre teve vontade, aquela seria a oportunidade perfeita para passar mais tempo com Jennifer.

– Não sou uma professora muito boa, mas tudo bem... – Concordou, sorrindo para ele. – Mas tente não cometer muitas vezes o mesmo erro, porque não sou uma pessoa assim tão paciente.

Por um momento, ele não soube se ela falava das aulas de violão ou do relacionamento que podiam vir a ter algum dia. Decidiu apenas assentir em resposta.

– Vamos começar então...

(...)

Sebastian estava particularmente animado com sua transferência para Roosevelt. Até se perguntava o porquê de não ter pensado naquilo antes... Não tinha quase nenhum amigo em Boenher mesmo. Sem falar que era o melhor plano para conseguir Gwen, de todos que haviam pensado até o momento.

Sim, estava ciente de que talvez acabasse parecendo um stalker no começo, mas tudo bem, porque no final tudo daria certo. Estudando com a garota teria tempo de sobra para mostrar a ela seu “lado romântico” e colocar em práticas suas habilidades de conquista – as que ele achava que tinha, no caso. Sem dizer, é claro, que conseguiria finalmente se livrar da grande e incomodativa pedra em seu sapato: Liz Harrison.

Ah, como odiava a capitã das líderes de torcida... Nunca havia sido muito fã dela, desde a época em que ela começou a namorar Matt, mas agora que ela estava com a “sua” Gwendy, podia realmente chamar aquele sentimento de ódio. Queria acabar com aquele “relacionamento” patético das duas de uma vez por todas. Liz não merecia “sua” baixinha, não mesmo. Não merecia os beijos, os abraços, o afeto... Nada! Ele merecia. Ele que tinha se esforçado e perdido meses tentando inutilmente conquistá-la. As faria terminar. De preferência, com a loira acabando com um coração partido. Cruel? Na visão dele não. Na visão dele, ela merecia aquilo. Aquilo e muito mais. E ele faria acontecer. Faria Gwen perceber o quão desprezível a “sunshine” era. Faria Gwen perceber o quão melhor que ela ele podia ser...

E nada o faria desistir daquele objetivo.

(...)

– Como foi? – Perguntou Terry, curiosíssima.

– Foi... Perfeito... – Frannie suspirou apaixonada, jogando-se na cama de casal da amiga. – No começo, foi meio esquisito, porque nenhum de nós sabia exatamente como agir ou o que fazer, mas... Foi perfeito. Não sei mais o que dizer, além disso.

Terry abriu um sorriso discreto. Por estranho que pudesse parecer, estava começando a shippar a amiga e seu “ex crush”. Agora tinha plena certeza de que o que costumava sentir por Matt não era amor e sim uma paixonite. Amor mesmo era o que sentia por Isaac. Nunca havia gostado tanto assim de alguém, nem mesmo que platonicamente. Até se arrependia de ter perdido tanto tempo gostando do irmão de Josh...

– Sabe, eu estava pensando sobre isso esses dias... – Comentou. Já tinha falado a respeito com Gwen, então nada mais justo do que contar para a sua outra melhor amiga, mesmo ela sendo a irmã do seu namorado. – A minha primeira vez, eu quero dizer...

– Você acha que está pronta? – Frannie se levantou de imediato, surpresa.

Confirmou com a cabeça, sorrindo envergonhada.

– E-Eu... A Gwen disse que eu deveria conversar com o Isaac sobre isso, mas eu tenho vergonha...

– Bom, Terr... Matt e eu não chegamos a conversar, na verdade. Apenas... Aconteceu. – Informou. – Mas... Saiba que meu irmãozinho nunca vai dar o primeiro passo, ele é meio tímido para esse tipo de coisa, tanto que nunca falou com nosso pai sobre isso. Eu sei disso porque escuto todas as conversas. – Riu. – Bom, como eu estava dizendo, é você quem vai ter que dar dicas de que está pronta para “avançar o sinal”. – Fez aspas com os dedos.

(...)

Gwen sentiu a mão direita da não namorada mergulhar sob sua saia, deslizando suavemente por sua coxa esquerda, junto dos beijos em seu pescoço. Deixou um pequeno e baixo gemido escapar, xingando-se mentalmente por isso. Para sua alegria, a “resposta” da loira foi um sorriso satisfeito, que conseguiu perceber pouco antes de seus lábios se tocarem outra vez.

– Por que isso não me surpreende?

As duas se separaram abruptamente com os olhos arregalados e olharam em direção à porta. Lá estava John Collins, parado, de braços cruzados e sua costumeira expressão de pai superprotetor.

– Senhor Collins... – Murmurou Liz, corando violentamente e sem conseguir olhá-lo.

– Liz... – O tom dele era sério.

– Pai, você não ia ficar até mais tarde no trabalho hoje? – Gwen perguntou, visivelmente frustrada. Por que ele precisava aparecer justo quando as coisas pareciam que iriam avançar?

– Eu vou. – Afirmou. – Já estou voltando, na verdade. Só passei aqui para pegar alguns papéis... Agora, o que eu disse sobre esse tipo de coisa?

“Mantenha a porta aberta quando estiver com algum garoto ou garota aí dentro”. – Usou exatamente as palavras do pai. – A porta estava aberta... – “Argumentou”.

– Ah, eu desisto! – Ele resmungou, antes de sair. – Martha! – O ouviram chamar. – Como é que permite uma coisa dessas?

– Eu não faço ideia do que as duas estavam fazendo e prefiro nem fazer! – A mãe de Gwen respondeu. – Pare de implicar com as meninas, John. Gwen não é mais uma criança.

Depois disso, pararam de prestar atenção na conversa dos dois.

– Nós passamos por muitas interrupções... – Reclamou Liz, após alguns segundos.

– Até demais... – Gwen concordou.


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