School Days escrita por Isa
– Liz! - Chamou, cansada de ser arrastada e atrair olhares no caminho. - Liz, pare. - Exigiu, mas foi inútil. - Okay, eu já entendi. Não deveria ter te ignorado nos últimos dias. Deveria ter falado com você. Podemos conversar agora, então. - A líder de torcida continuou a puxando. - Está bem! - Parou bruscamente, puxando o braço de volta. - Chega disso. Eu estou brava com você e não quero conversar. - Liz então se virou, a encarou por alguns segundos, pegou sua mão e voltou a guiá-la na mesma direção de antes. Antes mesmo que pudesse protestar, Gwen a viu abrir a porta do armário do zelador e foi praticamente obrigada a entrar também. - Não seria mais fácil me pedir para vir aqui? - Perguntou, mas não obteve uma resposta. - O que foi? Me arrastou até aqui para ficar me encarando?
– Eu quero uma explicação. - Ela falou por fim, seu semblante sério. - Eu preciso de uma explicação, Gwen. - Se aproximou. - Você não pode simplesmente me ignorar por dois dias inteiros.
– Estou brava com você. - Respondeu apenas.
– É, eu percebi. - Debochou, revirando os olhos. - Agora que tal me dizer o motivo?
– Você não deveria ter feito aquilo com a Trisha.
– Quem é Trisha e o que eu fiz? - Olhou-a, sem entender.
"Pelo amor de Deus! Ela nem conhece a garota..." A conclusão só a estressou ainda mais. Então, ela estava certa. Trisha não havia feito nada e mesmo assim Liz decidiu mandar Kelly usá-la como alvo.
– Você mandou Kelly Watson jogar café nela outro dia. - Explicou.
– Ah... - Liz riu sem humor, sua expressão mudando para total esclarecimento. - Sua namoradinha.
– Minha namoradinha? - Ergueu ambas as sobrancelhas, sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. - Então você fez isso por ciúmes? Achou que eu pudesse ter algo com ela e achou que seria uma boa ideia transformá-la no novo alvo das líderes de torcida?
– Eu estava com raiva, okay? - Desviou o olhar. - Nunca tinha visto aquela garota na minha vida e de repente ficou impossível andar pelos corredores sem ver vocês duas juntas.
– Nós só conversamos. Se você enxergou alguma coisa além disso, foi coisa da sua cabeça.
– "Coisa da minha cabeça"? - Perguntou, em tom de deboche. - Gwen, eu vi o jeito que você sorriu, ninguém sorri daquele jeito conversando com uma amiga. Pode até ser que não tenha acontecido nada entre vocês, mas com certeza você quer que aconteça.
A baixinha realmente tentou se manter séria depois de ouvir aquilo, mas não conseguiu. Começou a rir. Gargalhar, na verdade.
– Isso é totalmente ridículo... - Disse, entre risos. - Em que universo paralelo eu vim parar? Desde quando você ficou tão estupidamente insegura?
– Eu não sou insegura! - Irritou-se.
(...)
– Tem certeza que a Claire não é um problema para você? - Britt quis garantir. A última coisa que queria era magoar Becky.
– Absoluta. - A morena mentiu, forçando um sorriso. De fato, a presença da atual namorada de sua ex sempre seria incômoda, mas em algum momento precisaria aprender a lidar com a situação se quisesse mesmo continuar amiga de Britt. - Tem certeza que não vou estar atrapalhando o encontro de vocês?
– Se formos rápidas, podemos terminar o trabalho bem cedo. - Sorriu. - E mesmo se atrasarmos um pouco, a Claire não vai ligar, já conversamos sobre isso.
– Então com vocês tudo se resolve em uma simples conversa? - Arqueou uma sobrancelha.
– A maior parte das coisas, sim. - Deu de ombros. - Até hoje, nunca brigamos ou algo do tipo.
"É, talvez ela seja mesmo melhor para você nesse sentido." Becky concluiu, sentindo-se triste. Havia se conformado com a ideia de nunca ter Brittney outra vez, mas isso continuava a machucando muito.
(...)
"Como vai a sua aula?" - I
"Entediante. E a sua?" - T
"A senhorita Pillsbury está substituindo o senhor Palmer." - I
"Preciso dizer mais alguma coisa?" - I
"Definitivamente não." - T
– Senhorita Harris! - O professor de Filosofia chamou sua atenção. - Guarde esse celular agora ou vou precisar entregá-lo para o diretor.
– Me desculpe, senhor Tomlinson.
Terry contava os minutos para aquela aula entediante terminar. Queria ver Isaac. Estava começando a gostar realmente dele. Tipo, muito mesmo. E ao mesmo tempo que era surpreendente - já que não esperava esquecer Matt tão cedo - isso a deixava extremamente feliz. Era bom finalmente estar apaixonada por alguém que retribuia seus sentimentos.
(...)
– Hey, Sue! - Sebastian chamou, no meio do corredor.
A ruiva que andava ao lado de Cindy - nem ela mesma sabia por que continuavam sendo "amigas" - parou de andar e se virou para ele, com expressão entediada.
– Posso te fazer uma pergunta?
– Você vai fazer de qualquer jeito. - Deu de ombros e Cindy murmurou um "rude" para si mesma. - Seja rápido, não tenho o dia todo.
– Acha essa garota bonita? - Pegou seu celular e mostrou a foto que havia tirado do Facebook de Rebecca Evans. - A loira. - Completou.
– Sim. - Respondeu. - As duas são.
– E você? - Se virou para Cindy.
– Ela é bem bonita, é verdade... Chega até a dar um pouco de inveja.
– Se vocês tivessem que escolher, ficariam com ela ou comigo?
Susan gargalhou.
– Espera... Essa é mesmo uma pergunta séria? - Olhou para Cindy e depois para Sebastian.
– Acho que sim... - A "amiga" respondeu, também parecendo estranhar. - Quem é essa garota e por que está nos perguntando isso?
– Gosto de uma garota, ela é bissexual e todo mundo cismou que elas estão juntas. - Resumiu.
– "Elas" você quer dizer a garota que você gosta e essa loira? - Cindy franziu o cenho.
Sue revirou os olhos, sem paciência para ouvir aquilo. Então antes que Sebastian pudesse explicar detalhadamente toda a história, puxou a "amiga" pelo braço e seguiram para a aula de Biologia.
Era impressão dela ou ele estava ficando menos inteligente a cada dia?
(...)
– Vamos ver como vai se sentir quando eu começar a flertar com os jogadores de futebol. - Provocou Liz, sorrindo maldosamente.
– Quantas vezes eu preciso dizer que eu não estava flertando com a Trisha?! - Gwen rebateu, indiganada. - Estávamos conversando!
Não faziam ideia de quanto tempo haviam perdido discutindo, mas estavam irritadas demais para se preocuparem com isso.
– Certo. Então vamos ver como você vai se sentir quando eu começar a conversar com os jogadores de futebol. - Corrigiu, irônica.
– Ah, quer saber? Eu desisto! - Gwen exclamou, cansada de brigar. - Você acha que eu estou ficando com ela? Foda-se! Pense o que quiser. Nós não estamos namorando mesmo! - Passou por ela para chegar à porta, mas a mão da líder de torcida em seu antebraço a impediu de prosseguir. - O que foi?
– Jura que não existe nada entre vocês? - Seu tom agora era surpreendentemente calmo.
Gwen suspirou. Pelo menos agora ela parecia disposta a ouvir...
– Juro. Inclusive, ela tem um namorado.
– E se ela não tivesse? - Arqueou uma sobrancelha.
– Se ela não tivesse continuaríamos não tendo nada. - Asseverou, virando-se para olhá-la. - Eu gosto de você, okay? - Se esforçou para passar toda a credibilidade do mundo. Afinal, era a verdade. Não eram namoradas, mas queria que isso mudasse em algum momento. O mais rápido possível, de preferência. - E não sinto absolutamente nada por ela. - Acrescentou. - Para completar, como eu já disse ela tem um namorado, então...
– Então? - Liz se aproximou dela.
– Então você pode parar de atacar alguém que não merece isso. - Quis deixar claro que não era algo que ela relevaria mais de uma vez.
Ficaram em silêncio por um tempo. Gwen percebeu quando o olhar de Liz se direcionou para os seus lábios.
– Posso te beijar? - A voz da líder de torcida saiu baixa e até meio hesitante. Era óbvio que não tinha certeza se elas estavam bem ou não. - Sei que ainda deve estar brava comigo, mas...
Não teve tempo de terminar sua fala, pois os lábios se Gwen estavam sendo pressionados contra os seus. Liz fechou os olhos e inclinou a cabeça para a direita, correspondendo ao beijo que tanto queria.
– E sim, eu ainda estou brava com você. - Disse Gwen, se afastando abruptamente após alguns segundos.
– Mesmo?
– Uhum.
– Então o que foi isso? - Perguntou, divertida.
– Minha recompensa por ter conseguido ignorar você por dois dias inteiros. - Deu de ombros. - Agora, você precisa se desculpar com a Trisha.
Liz segurou o riso.
– É brincadeira, certo?
– Eu estou rindo? - A expressão de Gwen era de total seriedade. - É só dizer que sente muito pelo que fez e estamos bem.
– Tudo bem. - Concordou, por falta de opções. - Mas quero deixar claro que não, eu não sinto. Nem um pouco. E que continuo não indo com a cara dela.
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