School Days escrita por Isa


Capítulo 49
Capítulo 49: Constrangedor




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– Maze Runner: Prova de Fogo. - Terry leu em voz alta.

– Quer assistir? - Isaac perguntou, empolgado.

– Uh? - Encarou o rosto sorridente dele e riu. - Sim.

Percebeu que o garoto ficou bem feliz com a resposta, era quase como um fã da "franquia" - que até o momento, só haviam sido lançados dois filmes -, então esperava não acabar falando alguma idiotice.

Compraram os igressos, duas pipocas médias e entraram em uma das salas. Se sentaram em uma das fileiras de cima. Não tinha quase ninguém ao redor.

Aquele ainda não era o encontro deles, estavam apenas matando aula porque não aguentariam dois horários com a senhorita Pillsbury no mesmo dia. Entretanto, ela estava meio nervosa. Mesmo que a ideia tivesse sido dele, ela achava que ele acabaria desistindo de sair com ela a qualquer momento.

É... Frannie estava certa. Ela precisava mesmo trabalhar suas inseguranças.

(...)

Matt não podia estar mais feliz.

Seu relacionamento com Frannie parecia mais perfeito a cada dia que se passava. Amava absolutamente tudo naquela garota e tinha certeza de que nunca havia se sentido daquela forma, nem mesmo quando namorava Liz. Para deixar tudo ainda melhor, após a saída de Britt do armário, as pessoas pareciam aceitar mais o fato de Josh ser gay. E aqueles que não respeitavam - lê-se Jefferson - não tinham mais corajem de mexer com o garoto, porque Rony sempre estava por perto. O loiro era o exato oposto de seu irmão naquele sentido. Além de saber auto-defesa, nunca aceitava calado quando alguém tentava ofendê-lo por ser gay.

Como se tudo isso já não bastasse, Terry parecia super feliz após a declaração de Isaac. Torcia mesmo para que os dois dessem certo e a amiga parasse de ser tão insegura. Às vezes a autoconfiança dela chegava a decepcioná-lo um pouco.

– Hey, Mattie... - Chamou Frannie, tirando-o de seus pensamentos. - Está tudo bem?

– Sim, sim, eu estou ótimo. - Sorriu largamente. - Só estava pensando...

(...)

– Bom pessoal, todos se saíram muito bem. - Elogiou o treinador Walker. - Mas apenas temos apenas três vagas disponíveis no momento, então apenas os melhores entre os melhores serão escolhidos.

Rony revirou os olhos. Era óbvio que o que o homem realmente queria dizer era: "Eu consigo contar nos dedos quantos de vocês não são um fracasso ambulante, então só três desses poucos que sabem jogar vão entrar para o time.", mas só não o fazia porque a maioria dos professores do colégio - quase todos na verdade, porque a única exceção era a treinadora das líderes de torcida - seguiam a regra de não serem grossos com os alunos, por mais que quisessem muito.

– Aqueles que eu chamar o nome estão dentro do time. - Continuou. - Entenderam?

– Sim, treinador Walker! - Responderam todos os garotos em uníssono, parecendo um quartel do exército.

– Harrold Olsen, Peter Sullivan e... - Parou de falar, juntando as sobrancelhas em uma expressão confusa. - Hey, Caleb! Como se lê isso aqui? - Perguntou, mostrando a lista para o atual Fullback do time.

– Crutcher, senhor. - Caleb respondeu.

– E Ronald Crutcher! - Praticamente berrou.

Um sorriso satisfeito apareceu nos lábios de Rony. Ele adorava jogar futebol. Mas considerando a sua "concorrência", não ficava assim tão impressionado por ter conseguido. Sabia que só tinha entrado para o time porque estava entre os "menos piores" daqueles que haviam feito o teste.

(...)

Se tinha uma coisa que Noah amava fazer na escola essa coisa era assistir aos treinos das líderes de torcida. A frase de Gwen que ele considerava de longe a mais sábia era: "Deus abençoe o pervertido que inventou essas saias.", porque sério, aquela havia sido uma criação mais incrível até mesmo que a Internet.

Contudo, assistir ao treino sem sua melhor amiga parecia meio estranho. Não que fosse menos divertido, mas se sentia meio incomodado em não ter ninguém para falar sobre o que estava vendo. Até pensou em chamar Matt, mas se lembrou que o "senhor certinho" achava aquilo desrespeitoso.

Quando a treinadora gritou "Intervalo!", Liz veio imediatamente em sua direção.

– Cadê a Gwen? - Quis saber.

– Oi para você também. - Ironizou. - Ela... - "Está te ignorando."– Ela não me disse o que ia fazer, acho que tinha algo haver com ajudar... Ajudar o... - "Pense em alguém, idiota! Qualquer pessoa."– Isaac.

– Isaac? - Ergueu uma sobrancelha. - Que engraçado... Porque eu vi ele saindo com a Terry ainda no terceiro horário.

"Merda!"

– A-Ah, então sei lá... Foi o que ela me disse! - Forçou uma risada, se sentindo meio ameaçado pelo olhar da loira. Definitivamente, Liz sabia ser bem intimidadora quando queria...

– Você é um péssimo mentiroso. - Afirmou revirando os olhos, antes de voltar para o meio do campo de futebol.

(...)

– Oi. - Murmurou, ao entrar no carro.

– Oi Gwen. - Liz foi educada, embora estivesse meio irritada. - Como está? - Assim que a baixinha travou o cinto de segurança deu a partida.

– Meio cansada. - Tentou soar "normal", queria tirar a ideia de que a estava evitando. - E você?

– Incomodada. - Admitiu.

– Com o quê? - Perguntou, mesmo que já soubesse a resposta.

– Com o fato de você estar me evitando. - Sua voz saiu quase como um assovio.

"Se eu pular desse carro agora, o quanto será que eu me machuco? Tenho que calcular a força com a qual eu vou me jogar e levar em consideração a velocidade, meu peso e a forma como vou fazer isso também interfere..." Começou então a fazer os cálculos mentalmente. Sim, estava mesmo considerando fazer aquilo. "Droga! Eu preciso responder alguma coisa!"

– Não estou te evitando. - Mentiu.

– Não? - Fingiu surpresa, sabia que a morena negaria.

– Claro que não. - Cruzou os braços. - O que eu estaria fazendo aqui no seu carro se estivesse te evitando?

– Fingir que não está me evitando? - Sugeriu o óbvio. - Você nem mora assim tão longe da escola, não precisa pegar carona.

– Que tipo de pessoa faz isso? - A dissimulação queimava em sua língua.

– O tipo que tentou me beijar e agora não sabe como deve agir. - Foi a resposta de Liz. "Certeira." Conseguia imaginar Becky dizer.

As bochechas de Gwen começavam a tomar cor e aquilo não era nada bom. Pelo menos não para ela.

– Eu não estou te evitando. - Tornou a afirmar, ignorando o assunto do quase beijo.

– Oh, não mesmo? - O sarcasmo da líder de torcida era evidente. - Então por que você entrou na sala do grêmio estudantil quando te chamei no corredor?

– Não ouvi você chamar. - Disse, tentando ganhar tempo para pensar em uma desculpa melhor.

– Isso não responde a minha pergunta. - Insistiu.

– Eu estava indo... - "Pensa em alguma coisa! Rápido! Qualquer coisa!" - Falar com um amigo. - Soltou o ar que nem sabia que estava prendendo até então.

– Boa saída. - Liz riu brevemente. - Mas ainda não me convenceu.

– Eu não tenho que te convencer! - Irritou-se.

– Você fica fofa irritada. - Sorriu. - Mas agora... Que tal falarmos sobre o que aconteceu ontem? - Decidiu continuar sendo direta. Como Becky havia dito, se não fizesse isso, provavelmente Gwen daria um jeito de mudar de assunto. Uma coisa boa que tinha aprendido com seus anos de popularidade era esconder coisas. E estava se saindo muito bem fazendo isso com o seu nervosismo. - Você tentou me beijar. - Deixou bem claro que era daquilo que falava. - Ou estou enganada?

Gwen suspirou longamente antes de responder:

– Você está certa, eu teria te beijado se o seu celular não tivesse tocado. - Fez uma pausa. - Mas em minha defesa, estávamos perto demais e tenho certeza que não preciso dizer que você é a garota mais bonita do colégio. Então por favor, não me odeie por isso! - Finalizou, falando rápido e gesticulando com as mãos.

Um sorriso brincou nos lábios de Liz, enquanto ela estacionava em frente à casa da baixinha.

– Sabe... - Começou, sem saber se aquilo soaria ou não ridículo em voz alta. - Meu celular está desligado agora.

Gwen arregalou os olhos, sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. Havia sim, por algum tempo, suspeitado de que talvez Noah pudesse estar certo, mas logo a hipótese foi descartada por ser absurda demais.

– V-Você está brincando, certo? - Se xingou mentalmente por ter gaguejado. Pelo amor de Deus, estava agindo como no dia em que conheceu Jane... Aquilo era simplesmente patético!

Ao ver a expressão da quase amiga - que em sua cabeça era também sua futura namorada - Liz sorriu levemente. É... Nada a impediria de fazer o que tanto queria. E ela fez: desprendeu seu cinto de segurança e avançou sobre a morena, beijando-a de repente. Por uma fração se segundos seus lábios se separaram e nenhuma das duas se moveu ou surtou.

Então foi a vez de Gwen de tomar a iniciativa, acabando com aqueles milímetros de separação. As mãos da baixinha foram para a cintura de Liz, trazendo-a para mais perto. Antes que o beijo pudesse ser realmente aprofundado, ouviram o som de uma tosse forçada e a mais baixa se afastou abruptamente. Ambas as garotas olharam em direção à porta da casa e viram o John Collins ali, parado, encarando-as. Isso fez com que corassem violentamente.

– E-Eu f-falo com você amanhã na escola. - Afirmou Gwen, enquanto destravava seu cinto de segurança e saia do carro o mais rápido possível. Caminhou então em direção ao pai, que não parecia nada feliz por pegá-las naquela situação.

Quando percebeu que talvez o homem pudesse chamá-la, girou a chave e "fugiu" dali o mais rápido que pôde.


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Notas finais do capítulo

Bom, não sei se vai atender às expectativas mas... Espero que tenham gostado.



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