School Days escrita por Isa


Capítulo 28
Capítulo 28: Estranho


Notas iniciais do capítulo

Continuo?



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Dave mexia no zíper do próprio casaco, enquanto a aula não começava. Seus olhos vagavam pela sala quase vazia. Odiava estudar em Roosevelt High. Quase todos ali eram extremamente homofóbicos. Os jogadores de futebol, as líderes de torcida e até mesmo alguns excluídos o considerariam uma aberração se descobrissem o "segredo" que guardava. Apenas sua mãe, primos e Frannie - que era sua melhor amiga naquela escola - sabiam de sua sexualidade.

Estranhou quando viu um garoto loiro de olhos verdes entrar. Geralmente, ninguém escolhia Francês como uma de suas matérias opcionais no meio do ano letivo. Presumiu que deveria ser o novato, que ouvia várias garotas - e Joshua - falando a cada cinco minutos. Tinha que admitir, o tal Rony era realmente bonito, mas definitivamente não era o seu tipo. Preferia morenos. Ou ruivos... Na verdade, era meio obcecado com cabelos alaranjados.

– Abercrombie! - A voz delicada da melhor amiga chamou sua atenção.

– Fran! Oi! - Sorriu para ela, que se sentou na carteira ao lado da dele.

Não tiveram muito tempo para conversar, já que a professora não demorou a entrar na sala e iniciar sua aula. Dos quinze alunos ali, dez provavelmente estavam interessados apenas em assediar a mulher de trinta e poucos anos. Frannie era a única garota na classe e ele provavelmente o único gay. Além deles, os únicos que realmente tinham interesse na matéria eram Christopher e Oliver, dois irmãos que tinham certa paixão pela língua.

Os alunos foram dispensados vinte minutos depois, com a obrigação de fazer a tradução de um pequeno texto. Frannie murmurou um "droga" ao ver as palavras escritas na lousa. Embora tivesse boas notas, não era muito boa em Francês. Entendia a matéria e as regras gerais, mas era simplesmente incapaz de traduzir uma frase inteira.

– Pode me ajudar com o trabalho? - Perguntou, se virando para o amigo.

– Claro... - Dave balançou a cabeça positivamente.

(...)

"Eu devo ter algum tipo de problema. Como uma pessoa pode começar a gostar de outra apenas a observando? Pelo amor de Deus! Foi a mesma coisa com a Gwen!" Pensava Isaac, enquanto observava Matt e Terry conversando. Estava cada vez mais interessado na gordinha e isso era bom e ruim ao mesmo tempo. Ainda se achava sortudo por ter conseguido namorar Gwen e um idiota por ter estragado tudo. Não queria que a história se repetisse.

Percebeu quando Matt se despediu da garota e ao passar por ele, recebeu um olhar de "boa sorte". Sorriu minimamente. Era ótimo saber que o quarterback não queria namorar Terry. Seria impossível conquistá-la, caso ele quisesse. Era impossível competir com Matthew Carter.

– Só estou dizendo que você deveria implicar menos com o que não conhece... - Ouviu a voz de Gwen atrás de si.

Se virou e viu ela conversando com um Sebastian - que provavelmente havia aparecido em Roosevelt apenas para conversar com a baixa - completamente incrédulo. Sorriu para si mesmo ao perceber que não sentia mais ciúmes em ver os dois juntos. Certo, ele sabia que não estavam juntos como um casal, mas o interesse de McKean pela baixinha era óbvio e ficava feliz por não se incomodar mais com isso.

Estava finalmente seguindo em frente...

(...)

– Isso é muito sexy... - Comentou Noah, com um sorriso nos lábios.

– Se fosse há um mês atrás, eu não acreditaria. - Disse Frannie, dando de ombros. - Mas vendo as duas interagindo, é realmente bem óbvio... Por que não assumem logo?

– Devem ter medo de serem julgadas... - Indicou Matt. - Meu irmão é o único gay assumido nessa escola e todos sabem o que alguns jogadores, líderes de torcida e até mesmo os membros do clube de xadrez fazem.

– Sem falar nos pais delas. Só não são piores que os da Harri... - Começou Frannie, mas interrompeu a si mesma ao ver Rebecca e Brittney se aproximarem.

– Bom dia! - As duas exclamaram juntas, com enormes sorrisos.

– Muito sexy... - Repetiu Noah, recendo uma cotovelada de Matt.
As garotas fingiram não notar que o assunto tinha acabado no momento em que apareceram, ou o comentário esquisito do running back, assim como os olhares estranhos que lançavam na direção delas. Nenhuma das duas queria mais drama.

– Bom dia, garotas! - Noah saudou, sorrindo de canto.

– Bom dia... - Matt e Frannie murmuraram ao mesmo tempo.

– Então, como foram as aulas? - Questionou Brittney, se sentando ao mesmo tempo que a "namorada".

– Foram péssimas. - Afirmou Frannie. - Vocês têm sorte por não terem aula com a senhorita Palmer... Pior professora de Química do mundo!

(...)

Gwen estava na ponta dos pés, esticando seu corpo ao máximo em uma tentativa inútil de alcançar o livro que ela queria. "Por que diabos colocam os melhores livros no alto? Será que não pensam nas pessoas que têm apenas 1, 58 de altura?" Soltou um longo suspiro, frustrada. Não queria ter que pegar a escada. O rangido daquela a fazia pensar na possibilidade de uma queda e traumatismo craniando.

– Depois reclama quando Becky e eu te chamamos de Hobbit. - Disse uma voz mais do que conhecida, atrás dela. A mão feminina puxou o livro. - Dom Quixote? - Leu o título. - Esse é realmente bom.

– Você já leu? - Gwen franziu o cenho, em uma mistura de surpresa e desconfiança.

– Duas vezes. - Respondeu. - Líderes de torcida também fazem isso, sabia? - Sorriu irônica.

– Não quis dizer que você é burra. - Afirmou Gwen. - Suas notas são melhores que as minhas, aliás. - Completou. - É só que... Não pensei que gostasse de ler esse tipo de livro. - Explicou. - Eu já te vi lendo em algumas aulas e geralmente são livros de terror. Stephen King, principalmente.

– Eu tenho preferência por terror e suspense, é verdade. - Concordou. - Mas eu leio de tudo. Desde clássicos até YA. Sou meio viciada em livros. Quase como você com filmes, só que menos obcecada.

– Eu não sou obcecada! - Protestou Gwen.

– Você sabe de cór todos os movimentos cinematográficos. - Argumentou. - Isso não é obsessão?

– Você sabe de cór as coisas que mais me irritam e nem por isso eu te chamo de obcecada. - Retrucou. - E deve ter uma lista para Isaac, Terry e Frannie.

– Na verdade, irritar apenas você é bem mais divertido. - Deu de ombros. - De qualquer forma... Eu não te vi na hora do almoço.

– Almocei com o Seb hoje. - Enunciou.

"Seb é um apelido terrível." Pensou Liz, revirando os olhos.

– Não sabia que estavam saindo... - Denotou, sem saber o certo o porquê da hipótese a incomodar.

– Não estamos. - Alegou a baixinha, sem entender o porquê de todos pensarem aquilo. Noah, Frannie, Terry, Josh, a garçonete... Será que ela e Sebastian se pareciam tanto assim como um casal? - Apenas almoçamos juntos. Como amigos. Convenhamos que a comida de um restaurante é muito melhor que a da cantina.

– Qualquer comida é melhor do que a da cantina. - Teve que concordar. - Às vezes nem parece ser de verdade...

Era obrigada a admitir, sentiu certo "alívio" ao ver a menor negar que estava em algum tipo de relacionamento com Sebastian McKean. Não sabia exatamente o porquê, mas preferia pensar que o motivo era ser desproporcional demais. Um projeto de Daniel Radcliffe com mais de 1, 85 e uma Hobbit. Não funcionariam juntos. Sem dizer que Sebastian não parecia ser... Bom o bastante.

(...)

Sebastian mantinha os olhos fixos no trânsito, porém, seus pensamentos estavam longe dali. Ele teve a chance de tentar beijar Gwen na saída daquele restaurante e ficou parado, feito um idiota. Mas... Se ele o fizesse, qual seria a reação da garota? Corresponder? O empurrar? Nunca mais olhar na cara dele?

Pouco depois de estacionar o carro em frente a própria casa - milagrosamente não tendo recebido nenhuma multa - ouviu o som do rugido do Chewbacca se repetir algumas vezes, indicando novas mensagens.

"Conversei com o Josh hoje sobre enfrentar Charles e Jefferson e acho que talvez isso possa realmente funcionar. Obrigado pelo conselho." - M

Sorriu.

"Matt e Frannie não estão mesmo tendo algo, certo?" - N

Revirou os olhos.

"Obrigada pelo almoço. Me salvou de uma tarde com dor de barriga. ;) " - G

Sorriu novamente.

Sentiu necessidade de responder apenas as mensagens de Matt e Gwen.

"Com certeza vai funcionar. Quando eles perceberem que o Josh não tem medo deles, irão parar com as provocações." - S

"Não precisa agradecer. Foi ótimo passar mais tempo com você." - S

Saiu então do carro e caminhou até a entrada da casa não tão grande assim, na qual vivia com os pais e avó. Abriu a porta da frente e ao entrar se deparou com uma cena não muito agradável: seus pai e sua mãe se beijando no sofá. Decidiu que o melhor a fazer seria ignorar, então subiu para o quarto. "Eu realmente preciso de mais menos liberais!"


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