School Days escrita por Isa


Capítulo 20
Capítulo 20: "Soluções"?




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"Você é uma irresponsável! Uma vergonha! Não te quero nessa casa enquanto essa barriga não parar de crescer!" Foram as palavras de seu pai ao descobrir sobre a gravidez. Agora ela estava morando com os avós maternos. Estava tão perdida quanto Caleb. Nenhum dos dois sabia o que fazer. Sentia-se cansada e os enjoos eram frequentes. Sua ginecologista havia receitado alguns compostos vitamínicos para evitar problemas.

"Eu vou te apoiar, está bem? Te ajudar no que for necessário... Não estou pronto para ser pai, mas... Eu... Eu quero ficar do seu lado nisso." Para a sua surpresa, Caleb a estava apoiando e ajudando em absolutamente tudo. Até mesmo trabalhava meio-período para ajudá-la com as contas dos exames. Ainda não sabia se ficaria ou não com a criança, mas abortar não era uma possibilidade. Nenhum dos dois achava certo. Passar por aquilo não era nada fácil, mas estavam decididos a enfrentar as dificuldades de forma madura. Não sabia se poderia ser uma boa mãe. Era jovem, irresponsável... Mal conseguia cuidar de si mesma!

– Sue... - Ouviu a voz de sua avó a chamar. - Está tudo bem se não quiser ir a escola hoje, querida...

– Não, eu vou. - Respondeu, convicta.

– Tem certeza? - A mulher de setenta e dois anos quis confirmar.

– Quero aproveitar meus últimos meses de juventude. - Disse, quase que em um sussurro, sorrindo fraco.

(...)

Quarta-feira.

– Onde está a Gwen? - Perguntou Frannie, sentando-se à mesa do refeitório onde Rebecca e Brittney já se encontravam. - Escuta... Vocês duas são grudadas? Ou chegam juntas aqui, ou eu chego e já estão. - Revirou os olhos e colocou os cotovelos sobre a mesa, apoiando a cabeça nas mãos, esperando as respostas.

– Está com o namoradinho dela. - Rosnou Isaac, se sentando ao lado da irmã.

– O que é completamente aceitável, já que é o namorado dela. - Constatou Becky, fazendo Brittney e Frannie rirem.

– Eles não namoram, na verdade. - Lembrou Frannie. - E você precisa seguir em frente.

– Não vou fingir que não estou com ciúmes. - Falou o rapaz, bufando. - Você também não é nada discreta quando vê Noah flertando com alguma líder de torcida.

– Tudo bem, mas Noah e eu terminamos há umas duas semanas. Vocês já não estão mais juntos a mais de um mês. - Argumentou Frannie.

Isaac estava pronto para retrucar quando uma voz surpreendeu a todos.

– Bom dia. - A voz grave vinha de trás de Frannie, que se virou rapidamente para encontrar Noah ali.

– Bom dia. - A garota respondeu normalmente.

Os olhos se tocaram por poucos segundos, poucos segundos que fizeram toda a diferença. Por um segundo, Frannie conseguiu ver algo diferente dentro daquele olhar. Tristeza. Quase se sentiu mal por isso, mas logo se lembrou do motivo de ter terminado com ele.

– Bom dia Noah. - As vozes de Isaac, Brittney e Rebecca se misturaram, tirando os dois da "bolha" que estavam criando mais uma vez.

Ele apenas acenou com a cabeça e saiu de lá, em direção a mesa que vários jogadores do time de futebol e algumas líderes de torcida se encontravam.

– O que ele tomou? - Perguntou Brittney, recobrando a atenção de Frannie, Rebecca e Isaac, que observavam Noah conversando com Jefferson.

– Chá de liberdade. - "Informou" Isaac.

– Você deveria tentar. - Frannie sorriu para o irmão. - Está mais do que óbvio que a Gwendy não quer voltar... Por que não tenta sair com outras garotas?

– Eu não sei se eu quero seguir em frente. - Denotou o garoto. - Sei que não devo ficar alimentando esperanças, mas ela é o meu primeiro amor. Não estou pronto para superar.

– Deveria dar uma chance ao seu coração. Eu mesma já estou dando. - Frannie olhou em direção a mesa em que estavam sentados alguns membros do Clube de Debate.

– Qual deles? - Questionou Brittney, curiosa.

– James Hawthorne. - Respondeu, suspirando.

– Vocês nunca conversaram! - Isaac encarou a irmã, indignado.

– Eu não espero que ele se torne meu namorado, irmãozinho... Apenas quero superar Noah e uma nova paixonite ajudaria muito nisso. - Explicou Frannie, sorrindo largamente.

(...)

Liz tentou disfarçar a trilha que seus olhos faziam, acompanhando cada movimento da "rival". Engoliu em seco, mordendo o lábio inferior com certo nervosismo. Aquilo era bem mais difícil do que imaginava que seria.

– Hey, Gwendolyn. Preciso falar com você. - Anunciou, se aproximando. Os olhos escuros se arregalaram no mesmo instante. - Não vou te insultar, ameaçar ou algo do tipo. - Assegurou, dando um sorriso simples e levemente amigável.

– Okay, pode falar. - Gwen passou a encará-la fixamente, ainda desconfiada.

– Por que está sendo tão legal comigo? - Perguntou, optando por ser direta.

– Como assim? - A baixinha franziu o cenho, confusa.

– Você agiu como se fóssemos amigas no ringue de patinação e no Wendy's. - Explicou Liz, beirando a irritação. - Por que está fazendo isso?

– Oh, isso... - Gwen finalmente entendeu. - Preferia que eu tivesse me vingado, ou algo do tipo?

– Não, eu só... Não faz sentido agir assim. Você tão pode ser tão boazinha e altruísta! - A loira vociferou, agora de fato irritada. Estava começando a se sentir culpada e não gostava nem um pouco disso.

– Eu não sou "boazinha e altruísta"... - Fez aspas com as mãos. - Olha, eu sei que você espera que sejamos inimigas ou alguma coisa assim, mas eu não te odeio.

– Por que não? - Liz questionou, cruzando os braços. - Sou horrível com você.

– Isso não significa que eu tenha que ser horrível com você, sunshine. - Gwen deu de ombros. - Somos amigas das mesmas pessoas agora. Sebastian, Terry, Matt, Frannie, Isaac, Josh e eu saímos todas as sextas, sem exceção. Rebecca e Brittney fazem parte disso agora. E você é a melhor amiga delas. Seria idiotice continuar com essa richa, que aliás, só existe na sua cabeça.

– Certo... - Liz suspirou longamente. Tinha certeza de que se arrependeria do que estava prestes a dizer. - Então... - Estendeu a mão direita. - Amigas?

Uma expressão de desconfiança tomou conta das feições da menor por alguns segundos, mas logo foi substituída por um sorriso minimamente amigável.

– Desde que isso signifique que você não vai mais jogar café quente em mim... Amigas. - Confirmou, apertando a mão da líder de torcida.

(...)

A semana de provas estava apenas começando e Brittney sabia que precisava de ajuda. Nunca conseguia decorar todas aquelas fórmulas, nomes estranhos e fatos sobre as mais variadas guerras sem que ninguém explicasse de uma maneira mais simples que seus professores. Observou a melhor amiga entrar no quarto e sorriu para ela, antes de se levantar e recebê-la com um selinho seguido de um abraço apertado.

– Chegou bem na hora, Becky! - Exclamou, enquanto voltava a se sentar na cama.

Rebecca sorriu e retirou os livros da bolsa. Ajudar Brittney a estudar, além de ser divertido, era uma desculpa para passar mais tempo com ela.

– Então, podemos começar com História? - A loira perguntou, tirando um lápis do estojo lilás e abrindo o caderno.

– O que você preferir. - Becky se sentou ao lado dela, abrindo o livro e olhando feio para Elliot que estava deitado ali. Odiava aquele bicho infernal com todas as suas forças, mas como ele fazia "sua" Brittney feliz, decidiu que suportaria conviver com aquele demônio disfarçado de gato obeso.

Depois de algum tempo, Britt finalmente parecia ter entendido a matéria, e percebeu que talvez não fosse assim tão mal na prova. Rebecca observava a amiga começar a fazer desenhos em seu caderno, já cansada de estudar aquilo e decidiu mudar a matéria. Após uma detalhada explicação de Geografia e de uma revisão completa de Literatura, as duas se deitaram abraçadas e se aconchegaram melhor na cama, encaixando perfeitamente uma na outra. E assim permaneceram por muito tempo.

(...)

Matt já estava farto daquilo. Embora Caleb tivesse parado de mexer com Josh, Jefferson e Charles ainda faziam da vida de seu irmão um inferno. Sempre que ele não estava por perto, o kicker e o holder empurravam, xingavam e jogavam Josh em alguma lixeira. O pior era que o diretor não fazia nada e o treinador menos ainda. As reclamações eram frequentes e até mesmo Isaac havia chegado ao ponto de entrar em uma briga para proteger Joshua, que se sentia mal por não conseguir se defender sozinho.

"Isso não é justo. Por que ninguém faz nada a respeito? Só porque os dois tiram boas notas e são ótimos jogadores não significa que possam sair impunes disso!" E como se isso já não fosse o suficiente, Noah, que costumava ser seu melhor amigo, agora fazia parte do "grupinho" dos bullys.

– Josh poderia se transferir para Boehner. - Sugeriu Sebastian, enquanto os dois caminhavam pelo campo de futebol de Roosevelt. - Lá temos uma política de tolerância zero a qualquer tipo de agressão. Peter foi expulso justamente por isso.

– Já conversamos sobre isso, mas ele não quer. - Afirmou Matt. - Ele diz que não pode fugir. Não quer acabar como Wally.

– Mas o Wally está bem... Em outra cidade, mas bem. - Lembrou o mais alto.

– Sim, mas está no armário. Josh não quer ser covarde e se esconder. Quer enfrentar o preconceito. - Explicou o quarterback.

– Ele é bem corajoso... - Constatou Sebastian. - Você sabe, pode não ter muitos atributos físicos, mas é bem mais forte que muita gente, emocionalmente falando.

– Sim... Ele é... - Concordou Matt, sorrindo fracamente.

Admirava muito o irmão "mais novo". Dois meses apenas, na verdade. Mesmo assim, desde pequeno, era meio superprotetor. Quando tinham onze anos, um garoto mais velho chamado Garret deu uma surra em Josh e disse a ele que aquilo era para ele aprender a "deixar de ser bicha". Matt se recusava a aceitar que alguém ousasse machucar seu irmão outra vez. E agora tinha que ficar quieto, aceitando Jefferson e Charles fazendo bullying, sem que ninguém tomasse uma providência.

O pior era ouvir seu Josh dizer que estava tudo bem, que ele já havia se acostumado. Definitivamente, aquilo não era certo. E não ia permitir que continuasse daquele jeito.


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