School Days escrita por Isa


Capítulo 15
Capítulo 15: Resoluções




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Já passava das quatro da manhã e Isaac não tinha chegado nem a cochilar. Certo, o garoto não estava realmente tentando dormir, mas sim passava a noite tentando zerar Sharpshooter 3, o que acabou demorando bem mais do que ele esperava, já que seus pensamentos sempre mudavam de rumo para a ex namorada.

Quase um mês desde o término do relacionamento e ainda pensava nela. Na cabeça dele, o motivo que o levou a terminar era bem válido, já que era frustrante amar sozinho. Se sentia de tal forma há anos e não queria ouvir um "eu gosto de você" ou um "eu me importo muito com você". Isaac queria o amor da baixinha e assim que percebeu que não o tinha, pôs fim ao relacionamento. Não queria dar chance para que ela terminasse com ele para ficar com Sebastian ou alguma outra pessoa.

O que mais o incomodava era saber que Gwendolyn já tinha seguido em frente, por mais que não estivesse necessariamente com outra pessoa. Vê-la beijando garotos e garotas aleatórios o fazia sentir algo que não podia ser descrito por nada menos que raiva. De fato, ele não era o único interessado em conseguir o amor da baixinha. Queria reconquistá-la. Se existia alguma coisa que o empolgasse mais que uma boa partida de FPS, essa coisa era com certeza um desafio. E, sem sombra de dúvidas, conquistar o amor de Gwen Collins era um grande desafio. A garota dos seus sonhos - mesmo tendo uma lista relativamente grande de relacionamentos - nunca havia se apaixonado verdadeiramente. Isaac queria ser o seu primeiro e, quem sabe, último amor.

– Isaac? - Ouviu a voz gentil de sua irmã o chamar. Pausou o jogo e olhou para ela. - Está tudo bem? - Frannie podia ver bolsas roxas que já tomavam forma embaixo dos olhos do gêmeo. - Não me diga que passou esse tempo todo jogando! - Seu tom passou a ser de irritação, quando viu a tela ainda aberta do jogo no computador.

– Não consigo dormir. - Murmurou em resposta. - O que faz acordada uma hora dessas? - Decidiu perguntar, já que tinha usado os fones de ouvido durante toda a jogatina.

– Discuti com o Noah por telefone. - A garota cruzou os braços. - Ele nunca para com essa ideia absurda de ciúmes do Dave.

– Bom, eu não me surpreenderia se David estivesse realmente interessado e você fosse a única a não perceber. - Falou, dando de ombros.

– Isso não faz diferença. Noah precisa confiar em mim. - Argumentou Frannie.

– Mas mudando de assunto... - Passou o braço pelo ombro do irmão. - Acho melhor você ir dormir agora. Não quer que eu acorde o papai e diga que está passando a noite em claro outra vez, quer?

– Não, eu não quero. - Suspirou cansadamente. - Da última fez fiquei sem poder jogar por três meses.

(...)

Noah e Matt haviam acabado de dar seis voltas ao redor do campo de futebol e decidiram que mereciam um bom lanche após o exaustivo treino. Agradeceram mentalmente por seus próximos horários serem vagos. Noah mexia em seu celular, conversando com a namorada sobre o que Sebastian e Josh planejavam para todos na sexta, por esse motivo, Matt levou o notebook, tinha uma pesquisa para entregar naquela semana.

– Desejam alguma coisa? - A voz da garçonete era educada.

– Um cappuccino com canela extra e chantilly. - Informou Matthew.

– Eu vou querer um milk-shake de baunilha com morango. - Disse Noah, dando uma olhada nada discreta para a mulher que anotava o pedido.

Assim que terminou de escrever, a jovem praticamente correu até a parte de trás do balcão, um pouco incomodada com o olhar que recebia do garoto. Logo, Noah estava novamente compenetrado em seu celular. Trocava mensagens com Frannie, que tentava convencê-lo a ir com ela ao ringue de patinação, que havia sido a decisão final do grupo. Estavam no meio de mais uma briga quando o telefone dele começou a tocar. E era ela.

– Eu tenho que atender. - Mostrou o visor para o amigo e caminhou para fora da lanchonete.

Matt estava concentrado demais em sua pesquisa para prestar atenção no que

Noah dizia, chegando ao ponto de nem perceber que o outro tinha saído para conversar com a namorada.

(...)

Liz estava de cabeça baixa, cochilando durante a aula de Artes. Normalmente isso não acontecia. Era uma aluna exemplar. Mas estava cansada. Seus pais haviam passado a noite discutindo e isso atrapalhou o seu sono. A líder de torcida foi despertada pela voz de Rebecca, que a chamava a cada cinco minutos.

– O que foi? - Perguntou com a voz grogue.

– Preciso que me faça um favor. - A voz da amiga era agitada. - Como você sabe, a Britt adora sair com o grupinho da Hobbit e temos feito isso muito ultimamente. Mas não é tão divertido sem você. E bem, vamos todos ao ringue patinação essa sexta e...

– Não, não, não! - Interrompeu. - Nem pense em me pedir para ir com vocês. E não me venha com essa desculpa de que não é a mesma coisa sem mim. Nós nunca saímos. E quando fazemos, vocês sempre arrumam uma desculpa para ficarem sozinhas e darem uns amassos em algum lugar onde ninguém possa ver. - As bochechas da morena ganharam um tom avermelhado.

– Por favor, Lizzie! Britt pediu para que eu conversasse com você e te convencesse a ir com a gente... Se não por mim, faça por ela. - Insistiu. - Sei que não gosta da Gwen e do Isaac, mas Noah é seu amigo e com os outros você nunca teve nenhum problema...

– Tenho certeza que a Hobbit e o Kick-Ass não vão me querer por perto.

– Eu já falei com eles. - Um sorriso vitorioso surgiu no rosto de Rebecca. - Isaac não gostou muito da ideia, mas não questionou. Já a Gwen, ela não se importa nem um pouco se você estará ou não lá, desde que não a provoque. Vamos, se não por mim, faça pela Britt.

– Saiba que está me devendo um grande favor!

(...)

Joshua odiava aquela parte de sua vida escolar. Odiava ter que lidar, todos os dias, com eles. Caleb, Jefferson e Charles eram simplesmente insuportáveis. Repetia para si mesmo todos os dias que o preconceito dos três era apenas resultado da ignorância, mas isso não fazia doer menos. Ser chamado de "bicha" ou algo do tipo não o incomodava. Ele era de fato gay e se orgulhava disso. Não se importava com as piadas de mau gosto. Mas quando era empurrado contra os armários, jogado em uma caçamba de lixo ou tentavam afogar sua cabeça em um vaso sanitário, isso sim era atormentante. Sem falar nas tentativas de agressão que eram impedidas por Matt e Isaac.

De todos, Charles era o que menos o incomodava. Chegava a ser até simpático em alguns momentos. Geralmente só o atormentava quando estava na presença dos amigos. Caleb havia parado de incomodá-lo desde o momento em que o treinador o tirou do time. Jefferson, por outro lado, jamais parava de ir atrás dele. Fazia de tudo para fazer de sua vida um inferno. Afinal, seus "amiguinhos" davam risada e isso o tornava popular. Era patético ver como algumas pessoas naquela escola se importavam tanto para impressionar pessoas das quais sequer sabiam direito os nomes.

(...)

Sebastian tentava com todas as suas forças se concentrar no que o seu professor dizia, mas seus esforços eram em vão, já que Susan o chamava constantemente. Estava começando a se cansar da insistência da ex namorada.

– O que foi? - Virou-se para ela, frustrado.

– Podemos sair hoje? - Questionou Susan.

– Não. - Balançou a cabeça negativamente enquanto falava.

– Quando então? - A pergunta fez Sebastian revirar os olhos. Será que ela não entendia que ele não estava interessado?

– Nós. Não. Vamos. Voltar. - Disse, pausadamente.

– Por que não?

– Eu não gosto mais de você desse jeito, eu já disse. - Explicou pela milésima vez.

– Não pode nos dar uma última chance? - Suplicou Susan.

– Que parte de "não gosto mais de você desse jeito" você não entendeu? - Perguntou, começando a se irritar.

– Como pode esquecer tudo o que vivemos em apenas um mês?

– Sem drama, Sue. Me deixe em paz, por favor.

– Você vai se arrepender disso!

– Apenas pare de insistir.

– Quando você vier atrás de mim eu juro que...

– Acredite, eu não vou vir.


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