School Days escrita por Isa


Capítulo 117
Capítulo 117: Ciúmes bobos




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A inspiração de Isaac para assistir a “maratona” de Inglês e Biologia era praticamente inexistente, considerando a noite dormida e o irritante bom humor matinal da irmã, que o havia atormentada com um “show” de One Direction cantado pela belíssima voz que parecia ser algum tipo de carma na família Clark. Ninguém naquele apartamento parecia ser capaz de cantar uma única música – sério, nem mesmo “Parabéns para você” – sem estraga-la de maneira vergonhosa.

Sem falar que ficava ainda mais difícil se concentrar nas explicações dos professores quando sua linda namorada está sentada logo à frente, te passando alguns bilhetes com mensagens fofas. Que, obviamente, precisava – a necessidade que sentia de ser sempre o melhor namorado do mundo para Terry – responder à altura. Podia soar meio estranho para alguns caras, mas ele valorizava bastante a parte mais “fofa” do relacionamento. Afinal, qual o objetivo de manter um compromisso sério com a gordinha se não gostasse de demonstrar os sentimentos?

Quando o sinal finalmente tocou, seguiu ao ado de Terry até o laboratório de Química. Na verdade, nem tinha aquela matéria naquele horário, apenas queria acompanha-la mesmo. Próximos à porta, trocaram um demorado selinho, seguido de dois “eu te amo” simultâneos. Observou-a por mais alguns segundos, enquanto ia até seu lugar e ajeitava os livros sobre a bancada. Porém, o sorriso em seu rosto morreu ao ver um garoto desconhecido sentar-se com ela e receber um “oi” exageradamente simpático. Com muito esforço conseguiu ignorar o sentimento de ciúmes, deixando escapar um longo suspiro. Eram a “realeza” do baile e as pessoas se lembrariam disso por mais algumas semanas. Então, esqueceriam e parariam com as tentativas de aproximação interesseiras. Além do mais, não tinha o direito de reclamar, com Kelly Watson – se perguntava como o tal Danny podia continuar a aturá-la – convencida de que conquista-lo seria bom para sua reputação. Precisaria de uma calculadora para saber quantos foras dera na líder de torcida apenas naquela semana...

Como ainda faltavam dez minutos para o início da entediante aula de Filosofia que teria antes do horário de almoço, decidiu ir até o armário pegar um exemplar do Homem-Aranha para ler escondido durante os torturantes cinquenta minutos que perderia naquela maldita sala. Faltavam apenas dois pontos para passar, ou seja, já não precisava ficar se preocupando com aquelas inutilidades.

Sendo honesto, até que gostava de aprender e indiscutivelmente sentiria falta de Roosevelt ao se formar, no entanto, certas matérias não seriam nem um pouco úteis no futuro. Sabia perfeitamente o que queria – e conseguiria – ser: um desenvolvedor e programador de jogos. Amava jogar videogame e não conseguia pensar em palavras suficientes para descrever o quão satisfatória devia ser a sensação de “fazer a mágica acontecer”. Não carecia de ideias e, modéstia a parte, considerava algumas delas como sendo absolutamente geniais. Trabalhar em uma grande empresa como a Rockstar Games— quem sabe até mesmo ter a sua própria – não era apenas um sonho, mas um objetivo a ser realizado.

(...)

Becky estaria mentindo se afirmasse não estar explodindo em felicidade por ela e Ashley terem decidido oficializar o que tinham e começarem de fato a namorar. Embora ainda não tivesse 100% de certeza sobre até onde iam seus sentimentos pela outra morena, sabia que gostava muito dela e que não pensava em Britt quando estavam juntas. Claro que ainda devia sentir alguma coisa pela amiga, mas estava no caminho certo para superar de uma vez por todas e seguir em frente.

Falando em Brittney, tanto ela quanto Liz – a loira em menor escala, pois fazê-la dar muita atenção aos problemas alheios era praticamente impossível – começavam a se preocupar com o rumo que o namoro à distância com Claire tomava. Não que as duas brigassem, longe disso, elas continuavam seguindo o habitual padrão “casal perfeito”. Só que Britt estava exagerando nas preocupações bobas, que deixavam de serem normais para se tornarem problemáticas. Geralmente, preferiria não se envolver, mas sabia que se as duas viessem a terminar por um motivo tão estúpido a ex namorada ficaria arrasada e não queria vê-la assim. Até porque isso acarretaria a ter de consola-la, o que não conseguiria fazer sem ter que cancelar seus encontros com Ashley, ou seja, se recusava a permitir que tal coisa acontecesse.

Estava decidido. Conversaria com Claire e as obrigaria a resolverem essa situação e continuarem sendo um casal estranhamente estável!

(...)

— Jenn! – Noah chamou, enquanto ia até ela, após um extremamente cansativo treino de futebol. Chegava a ser assustadora a forma como o treinador Walker ficava cada vez mais rígido a cada dia... Mas não podia dizer que não gostava daquilo, afinal, o esporte sempre seria uma de suas maiores paixões. Tanto que seus planos para o futuro o envolviam. – Ficou aí assistindo o tempo todo? – Perguntou, pulando a placa disposta no campo para poder alcançar as arquibancadas e se aproximar da namorada.

Uhum. Sabe como é, posso até não gostar muito de futebol, mas você fica um gato nesse uniforme. – Jennifer respondeu sorrindo, antes de retirar o capacete que ele usava e puxá-lo pela camisa, o beijando. 

— Sabe, eu andei pensando... – Começou, ao finalizarem o beijo. – O que você acha de fazemos um jantar romântico?

Jenn olhou-o desconfiada, já que o namorada há tempo suficiente para saber que ele nunca propunha coisas assim. Porém, ao invés de questioná-lo sobre isso, decidiu aproveitar:

— Acho uma ótima ideia! Onde?

— Algum lugar que só tenha nós dois, como a sua casa ou a minha. – Ao ouvir a sugestão, Jenn automaticamente revirou os olhos, contendo a vontade de rir. “Mas é claro!” Pensou.

— Ah, então é mais uma tentativa de fazer um encontro acabar em sexo... – Ela concluiu, em voz alta. No entanto, não soou brava ou incomodada. Muito pelo contrário, estava mais para... Divertida.

— É, mas seria um sexo romântico! – O argumento veio acompanhado do sorrisinho de canto que sabia que a garota por alguma razão achava fofo.

Jenn ficou em silêncio por alguns instantes. Estava, realmente, considerando a proposta. Já não se sentia tão insegura quanto a isso e, verdade seja dita, queria tanto quanto ele. Então, não havia razão para adiar ainda mais...

— Okay, eu topo.

— Espera, o quê? – Noah questionou, rindo bobamente, como se não acreditasse no que tinha acabado de ouvir. – Está falando somente do jantar ou...?

— Não, eu falo de tudo. – Jenn respondeu, confiante, abrindo um sorriso ao vê-lo dar um soquinho no ar murmurando “isso!”.

Em seguida, foi envolvida pelos braços fortes em um abraço e assim continuaram, por um tempo considerável.

(...)

— Já pensou se algum dia fizessem um filme sobre a vida do Leonardo DiCaprio e o ator que o interpretasse ganhasse o Oscar de melhor atuação? – Disse Josh, mais para si mesmo do que para a amiga, que o olhou com uma expressão de “hein?”. – Não é nada, esquece. Do que estávamos falando mesmo?

— Se fosse o Rony você teria prestado atenção! – Reclamou Frannie, balançando a cabeça de um lado para o outro, não realmente brava, apenas frustrada.  

— Oh, não. Se fosse o Ron nós dois provavelmente estaríamos nos beijando no banheiro! – Corrigiu Josh, brincando.

— Idiota. – Ela “acusou”, mas riu. – Eu perguntei se tem alguma notícia daquele babaca.

— Do Sebastian? Não, nenhuma. – Josh suspirou. – Mas meus pais vão até a casa dele, então acho que ficaremos sabendo hoje à tarde.

— Espero não ver aquela cara de rato-toupeira-pelado outra vez, senão já aviso que irei me descontrolar. – Fran advertiu, arrancando uma gargalhada do amigo como resposta.

— Rato-toupeira-pelado? Isso é realmente um animal?

— Procure no Google se não acredita...

Uh, melhor não. – Fez uma cara de nojo. – Pelo nome, não me parece ser uma imagem nem um pouco agradável de ver e eu acabei de comer aquela porcaria no refeitório!

— Argh. – Ela grunhiu, lembrando-se do gosto terrível do purê que definitivamente não podia ser de batatas. – Melhor mudarmos de assunto.

(...)

Na saída do colégio, Sue ignorava os comentários idiotas feitos pelas colegas de classe. Deus, como as desprezava! Eram todas umas falsas cretinas, que a julgavam sendo que tinham 99% de chance de acabarem na mesma situação, mas pior, sem o apoio do namorado, como ela tinha. Tentava não ligar, mas no fundo sabia que as “piadas” estavam corretas. Costumava sim ser uma vadia – odiava essa palavra – inconsequente, mas as coisas eram diferentes agora. Aquela criança a estava fazendo mudar para melhor, assim como ocorria com Caleb. Além de se tornar mais responsável e menos egoísta, estava se permitindo amar de verdade um garoto pela primeira vez nada vida. Certo, ela até passou por uma “fase” em que esteve meio que obcecada por Sebastian – algo que atualmente não conseguia compreender – mas não o amava realmente, sabia disso agora que conhecia direito o sentimento. Jamais admitiria em voz alta, mas era extremamente sortuda por tê-lo ao seu lado.

(...)

— “Gostoso”? – Repetiu Liz, incrédula, praticamente ofendida.

— Mas ele é! – “Argumentou” Gwen, ainda focada no episódio de Teen Wolf. – Tudo bem, ele pode até ser um idiota, mas olha esse...

— Okay, chega! – Cansada daquilo, a loira pegou o controle remoto e desligou a televisão. – Não vamos mais assistir uma série em que os garotos vivem tirando a camisa!

— Ah, qual é sunshine, a história é ótima!

— Olha, minha paciência com essa coisa acabou no momento em que você disse que se casaria com a Lydia. – Afirmou Liz, revirando os olhos. – Agora, você me vem com essa! Sabe o que a palavra “namorada” significa? Você não deveria ficar desejando corpos alheios.

— Oh meu Deus! Não acredito que está mesmo com ciúmes! – Gwen gargalhou. – Amor, são personagens, lembra?

— Interpretados por pessoas reais. – A líder de torcida retrucou. – Que, aliás, são no máximo dez anos mais velhos que você, que pretende trabalhar com cinema. Ou seja, a possibilidade de conhecê-los algum dia é bastante significativa!

— Você está sendo ridícula... – Por mais que tentasse, a morena não conseguia parar de rir.

— Não estou! – Liz protestou, embora soubesse que estava um pouco – lê-se totalmente –, sim. – Você não disse que acha ele “gostoso”? Então! Ah, e já que se casaria com a Lydia, imagina o que faria se conhecesse a atriz, huh?

— Acho que é a maior besteira que já te ouvi dizer desde a época em que cismou que eu pudesse ter algo com a Trisha. – Disse Gwen, finalmente cessando as risadas, mas ainda achando graça da situação. Como alguém podia ser tão ciumenta? Pior: como ela podia achar aquilo fofo? – Ele é gostoso, sim. E a Holland Roden com certeza está na lista de pessoas mais pegáveis do mundo...

— Espero que saiba que a cada palavra que diz só está piorando a situação. – Liz interrompeu, olhando-a com uma expressão ainda mais enciumada.

— Ei, calma! Eu ainda não terminei... – Gwen riu, mas dessa vez brevemente. – Qual é, vai dizer que não admira “corpos alheios” também? – Fez aspas com os dedos ao usar a mesma expressão que a namorada, que abriu a boca para protestar, mas não teve tempo: – Nem tente negar, eu tenho a senha do seu celular e já mexi na sua galeria, lembra?

“Depois me acusa de ser ciumenta...” Ironizou Liz, em pensamento.

— Eu posso simplesmente ser fã da Crystal, não?

— Fã da aparência só se for, porque você mal conhece o trabalho dela! – Debochou Gwen. – Como eu ia dizendo, existem pessoas no mundo e é normal achá-las bonitas. E gostosas. – Sorriu maliciosamente, recebendo um leve tapa no ombro, seguido de um “está andando demais com o Noah”. – Mas... Isso não significa que eu queira ficar com elas. Até porque, eu namoro a garota mais bonita e gostosa do universo, então eu seria meio burra se quisesse.

Own... – “Falou” Liz, antes de beijá-la. – Mas hey, você cometeu um errinho básico nesse discurso eliminador de ciúmes.

— Sério? Qual? – Realmente quis saber porque em sua opinião havia escolhido as palavras perfeitamente.

— Você disse que namora a garota mais bonita e gostosa do universo. – “Informou” Liz. – Só que não pode namorar a si mesma, então não faz sentido.

Gwen sorriu, trazendo-a para outro beijo. Diferente de um de seus personagens favoritos – no caso, Sheldon Cooper de The Big Bang Theory— podia dizer que amava mudanças quase tanto quanto amava aquela loira. Já não conseguia mais imaginar como seriam as coisas se Britt não tivesse se auto convidado para sentar-se com ela e os amigos naquela lanchonete, trazendo consigo Liz e Becky. Nossa, analisando a situação dessa forma, Brittney merecia um prêmio de melhor pessoa por tê-las feito parar com aquela inimizade idiota. Caramba, como podiam ter passado de “inimigas” – apesar de nunca a ter pensado nela desse jeito – para namoradas?  Correção: almas-gêmeas. Certo, possivelmente estava exagerando, mas não conseguia evitar!


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