School Days escrita por Isa


Capítulo 116
Capítulo 116: Esclarecimento


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente, sinto muito pela demora. :/
Tive um bloqueio criativo HORRÍVEL e mesmo conseguindo terminá-lo o capítulo não ficou como eu queria. Espero que gostem apesar disso.



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Ódio era um sentimento até que familiar para ele. Em seus dezessete anos de existência, já havia chegado a odiar verdadeiramente muitas pessoas. Os principais e mais recentes exemplos? O casal de garotas que se uma delas morresse provavelmente comemoraria. Talvez isso soasse meio doentio, mas nem se surpreendia mais, graças ao ponto da história em que se encontrava. Não podia mentir, as culpava um pouco – lê-se totalmente – por toda aquela situação. Afinal, se as duas não estivessem juntas jamais teria tentado algo tão arriscado e estúpido. Honestamente, não sabia dizer qual delas odiava mais. Por um lado, Liz desde sempre o tinha tratado mal e atrapalhado seu “quase lance” – que, na verdade, só chegara a existir em sua cabeça – com a garota que até então considerava como sendo perfeita para ele. Por outro, Gwen o tinha rejeitado diversas vezes, em algumas até fazendo com que se sentisse um tanto quanto humilhado. Sem falar nas falsas esperanças que ela sempre lhe dera – se recusava a acreditar que tudo fora fruto de sua imaginação – quando eram amigos.

De qualquer forma, o ódio que sentia pelas duas não chegava nem perto do que sentia de si mesmo. Como pudera ser tão burro? Agir por impulso e ainda por cima embriagado? Sério que conseguira pensar que a possibilidade de ser preso – para ele, um maldito reformatório continuava sendo sinônimo de prisão – não seria um problema, desde que conseguisse machucar a baixinha?

O pior de tudo era que sequer conseguira ir até o fim. Culpa daquela puta e do imbecil do Laurent. Noah. Estava aí outro que ele odiava... Assim como Rony e Matt. Ficaria com o rosto detonado por muito tempo, graças àqueles idiotas. Sem falar em Frannie, “a intrometida”. Se não fosse por ela, o quarterback jamais cogitaria a hipótese dele ter planejado a suposta traição de Liz e não seria obrigado a fazer algo tão perigoso com Gwen. E tinha Josh... Ótimo melhor amigo ele, o abandonando daquele jeito!

Quanto aos outros, o que sentia era mais indiferença mesmo.

Sabia que passar o tempo todo reclamando e culpado os ex amigos – e Liz – não adiantaria de nada e nem mudaria o fato de que tentar abusar sexualmente de alguém era uma atitude nojenta e desprezível, porém, continuava preferindo aquilo à ter que lidar com as coisas da forma considerada correta. Tinha poucas semanas de “liberdade” – que passaria por ordem dos pais trancado no quarto sem nada de interessante para fazer – antes de ser mandado para o tal reformatório, então que diferença fazia se estava ou não arrependido?

(...)

Fala sério, Noah. O que você está fazendo? — A voz de Gwen soou divertida.

— Não é brincadeira, Gwendy. Eu realmente estou estudando para a prova de sexta-feira. – Tornou a afirmar, um tanto quanto ofendido pela descrença da melhor amiga. Ele não podia ser tão mau aluno assim, certo? “Errado.”— Sei que geralmente eu roubo as respostas da sala dos professores, mas dessa vez eu quero fazer as coisas direito.

Sei...

— Por que não acredita em mim? – Embora tentasse parecer indignado, acabou rindo.

Só admita de uma vez que a Jenn te obrigou!

O riso que antes era baixo transformou-se em uma gargalhada. Realmente, Gwen o conhecia muito bem para cair naquela história de “surto de responsabilidade”. Às vezes nem ele conseguia entender como podia ser amigo de alguns dos maiores nerds de Roosevelt, sendo daquele jeito.

— Okay, eu admito!

Sabia! — Gwen exclamou e, mesmo que não pudesse vê-la, teve certeza que ela havia feito no ar algum gesto aleatório de comemoração por estar certa.

— Já conversou com a Harrison? – Se arriscou a perguntar.

Bem, tecnicamente não, e foi por isso que eu te liguei.

— Como assim?

A Liz me mandou uma mensagem, perguntando se estava tudo bem e se podia vir aqui. Ela já deve estar chegando, aliás.

— Então qual o problema? – Questionou, não compreendendo.

Nenhum. Eu só queria te contar mesmo.

Mais uma vez, riu, antes de soltar:

— O que eu quero saber sobre esse relacionamento você não me conta.

Idiota! – Ela “xingou”, também rindo.

— Só estou falando a verdade. – Defendeu-se. – Pelo menos me diga se ela é...

Não é da sua conta! – Sabendo perfeitamente qual seria a pergunta, ela o cortou. – Me recuso a responder qualquer coisa que alimente suas perversões lésbicas.

— “Perversões lésbicas”? Isso é um absurdo! Só estou curioso...

Com certeza. – Ela ironizou, fazendo-o sorrir. Nem adiantava tentar argumentar, como não fazia a menor questão de esconder, todos sabiam sobre seu nível de poluição mental. – Uh, a campainha tocou. Deve ser ela, mais tarde te ligo. Ou não. Sei lá, tchau.

Antes que pudesse respondê-la, a chamada foi encerrada. Dando de ombros, voltou aos estudos. Por mais que brincasse sobre isso, sabia que Jenn estava certa ao dizer que precisava levar as coisas um pouco mais a sério...

(...)

Gwen contou mentalmente de zero a dez ao alcançar a maçaneta. Embora se perguntasse quase que desesperadamente o que havia acontecido, ao mesmo tempo tinha dúvidas sobre se realmente queria saber a resposta. Várias possibilidades se passavam em sua cabeça e não sabia mesmo qual delas lhe parecia pior.

Ignorando todos os pensamentos negativos abriu a porta. Abriu a boca para dizer “oi”, mas não teve tempo:

— Você está brava comigo, não é verdade?

— Bom, eu não acho que “brava” seja a palavra. Estou mesmo é confusa. – Esclareceu, não conseguindo evitar o suspiro que veio logo em seguida. – Vem, entra. Vamos para o meu quarto.

Liz limitou-se a assentir – desconsiderando o duplo sentido não intencional da frase – e segui-la. Ao chegarem lá, sentaram-se na cama e por um tempo considerável permaneceram em silêncio, meio que não sabendo como deveriam iniciar a conversa.

— Por que saiu daquele jeito?

Inusitadamente, a loira estranhou a pergunta. Aparentemente, não esperava que Gwen dissesse aquilo.

— Sei que foi esquisito, mas eu me senti péssima pela forma como te pressionei. Não devia ter feito aquilo e só para deixar claro foi algo completamente não intencional. – A “explicação” só serviu para confundir a menor ainda mais. Liz lamentava a própria atitude e odiava a si mesma por ser estúpida àquele ponto. Também, tinha medo que a morena estivesse com raiva, por mais que ela negasse. Então, prosseguiu: – Sinto muito por ter forçado a barra, como eu já disse, eu era a minha intenção...

— Mas do que você está falando? – Indagou Gwen, totalmente confusa. – Pressionar, forçar a barra... Que papo idiota é esse?

“Então ela não...?” Sequer teve tempo de completar o pensamento para si mesma, menos ainda de formular uma resposta, pois a baixinha voltou a falar:

— Isso tem a ver com o que o Sebastian fez? – Mais uma vez, apenas assentiu. – Amor, isso é ridículo, não precisa se preocupar desse jeito porque eu sei que você nunca tentaria algo assim.

Inevitavelmente, Liz suspirou. Primeiro, porque só de pensar no que aquele troço fizera uma súbita – e justificada – raiva aparecia, e segundo por se sentir ainda mais idiota. Às vezes tinha a impressão de que se preocupava demais e não tinha certeza se era necessariamente uma coisa boa.

— Eu só achei que depois daquilo você fosse precisar de um tempo, sabe? E no momento eu tive medo de acabar ultrapassando algum limite. – Ela achou melhor esclarecer. – Pensando melhor agora, foi mesmo idiotice.

— É, foi. – Gwen concordou, recebendo um olhar de “ei!”. – Você não poderia, quem sabe, perguntar? – A sugestão foi repleta de ironia. – Mas eu entendo. Alguns dias antes eu provavelmente não me sentiria mesmo à vontade... Apenas tente conversar da próxima vez que algo estiver te preocupando, okay?

— Certo... – Sorriu, em seguida recebendo um doce e demorado selinho. Quando afastaram os lábios, envolveu os braços ao redor da cintura da baixinha, a abraçando com carinho. – Não sei como consegue suportar todas essas minhas neuras...

— Diz isso como se eu fosse menos complicada. – Gwen retribuiu o abraço, sendo trazida para o colo da namorada. – Você não faz ideia de todas as teorias malucas que pensei antes de termos essa conversa.

Liz riu porque, na verdade, a conhecia suficientemente bem para conseguir imaginar quais eram as tais teorias. E a única dúvida do momento não tinha relação alguma com qualquer uma delas:

— Então, quer dizer que você não tem mesmo nenhum problema com...

Antes mesmo que pudesse finalizar a pergunta, foi “puxada” pela nuca para um beijo. É, se sua interpretação estivesse correta, o gesto servia perfeitamente como resposta.


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Notas finais do capítulo

Então, apesar de eu ter tentado escrever algo mais próximo disso alguns capítulos atrás, eu decidi que nessa fic não irei escrever nada "hot". :/
Quero evoluir mais nisso ainda, para que não acabe ficando ridículo e estranho. :P Por isso, como a história já está entrando na "reta final", não terá nada assim.



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