School Days escrita por Isa


Capítulo 115
Capítulo 115: Possibilidades




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Rony não entendia o porquê de ser obrigado a estudar sobre gente morta. Sério, em que momento da vida, além das provas, precisaria saber de cór todas as guerras e suas consequências? Quantas pessoas no planeta consideravam aquilo como um tópico interessante para uma conversa? E como se toda a inutilidade da matéria não fosse suficientemente odiável, ainda tinha a senhorita Pillsbury com aquela mania irritante de passar milhares de trabalhos ao longo do bimestre, todos valendo uma quantidade indispensável de pontos. Se não fosse por Josh – que apesar de também odiar História e a professora, se dedicava um pouco mais aos estudos – o ajudando com certeza se daria mal. Claro que, às vezes, o namorado também acabava “se distraindo” durante as semanas de estudo, o que resultava em uma ou outra nota vermelha, mas nada desesperador. Graças ao outro garoto, não passava pela mesma situação de 90% do time: possibilidade de repetência.

Precisava admitir: ver o desespero de Cooper cada vez que os professores entregavam as provas chegava a ser hilário. Àquela altura, era mais do que óbvio que o “rival” não conseguiria evitar repetir o ano. Quem sabe assim ele aprenderia a lição? Bom, não teria a chance de descobrir se em algum momento o neandertal evoluiria, já que em breve chegaria a formatura e poderia ir para a faculdade, estudar algo que fosse realmente de seu interesse. Só faltava descobrir o que, já que não tinha a menor ideia do que queria fazer da vida. Sinceramente? Assim como Noah, esperava conseguir algo jogando futebol. Isso pouparia muitos esforços, apesar de não ter interesse em seguir carreira como atleta. Se bem que existiam profissões relacionadas aos esportes que não envolviam obrigatoriamente a parte de praticá-los...

Bem, fosse qual fosse a profissão que escolhesse, teria de ser algo que não implicasse em manter-se muito afastado da família e dos amigos. Sem falar, é claro, que jamais poderia atrapalhar seu relacionamento com Josh... Amava o namorado e honestamente conseguia se imaginar ao lado dele por um longo tempo. Na verdade, mesmo parecendo um pouco utópico, nos dias mais otimistas – e em que tinha crises de romantismo – imaginava-se com ele para sempre. Sabia quão “conto de fadas” aquilo soava, mas não conseguia evitar, estava perdidamente apaixonado, afinal.

(...)

— O que exatamente você quis dizer com “fugiu”? – Perguntou Noah, incerto sobre ter ou não compreendido o que a melhor amiga tentava dizer.

— Me diz, quantos significados a palavra “fugiu” pode ter para você estar assim tão confuso? – Gwen não pôde evitar retrucar. Às vezes a lerdeza do garoto era realmente frustrante!

— Olha...

— Okay, eu explico melhor! – O interrompeu, antes que algum dos argumentos malucos dele acabasse – como sempre – fazendo sentido. – Nós estávamos... ... Caramba, como posso falar sem dar detalhes gráficos?

— Eu não me incomodaria de ouvir os detalhes gráficos. – Brincou, abrindo um sorrisinho pervertido que sabia que ela odiava, recebendo um olhar de “idiota” como resposta. – Tudo bem, me desculpe, pode continuar... E, apesar de que eu adoraria saber, não precisa dizer o que estavam fazendo. Só explique a parte do “fugiu” mesmo.

— Certo... – Ela assentiu. – Bom, do nada, ela parou e saiu do quarto. Quando fui atrás, ela já tinha ido embora sem nem me avisar...

— Nossa... Que estranho... – O comentário a fez revirar os olhos. – Desculpe, sei que isso é meio óbvio. Ninguém acharia normal a namorada simplesmente sair em momento desse tipo. Agora... Eu não sei mesmo o que te dizer. Nunca aconteceu nada assim comigo. Quer dizer, geralmente quando eu tendo avançar ainda mais o sinal a Jenn me afasta, às vezes me empurrando e me fazendo cair do sofá ou da cama, mas ela ainda é virgem então...

— Noah! – Novamente, teve que interrompê-lo. “Então é assim que as pessoas se sentem quando eu começo a divagar?” Questionou-se, por um breve instante e... Nossa, se fosse a mesma coisa ela era super irritante. – Estamos falando de mim, não de você e da Jenn.

— O egocentrismo da Liz é contagioso, então? – Ele debochou, recebendo um leve tapa no ombro, que o fez rir.

— Podemos falar sério, por favor?

— Tudo bem... – Concordou, “desativando” o modo brincalhão. – Você já pensou em conversar com ela sobre o assunto?

— Claro que já! Eu só... Sabe... – Noah lançou-lhe um olhar de “mesmo?” carregado de ironia. – Okay, não.

— É meio que a opção mais óbvia de todas...

— Até que sim, mas eu queria desesperadamente entender o que aconteceu e você, apesar de em boa parte do tempo ser um idiota, já dormiu com boa parte das garotas dessa escola, o que também te torna meio babaca, mas útil quando se trata de dar conselhos.

— Agradeço os elogiossantinha, e lamento informar que essa sua lógica não faz o menor sentido. Ou seja, você só está tentando arrumar uma desculpa para não ter pensado em ir conversar com ela.

— É, você está certo, admito. Mas... – Arqueou uma sobrancelha. – O que quis dizer com “santinha”, Noah?

— Não sei. – Sorriu malicioso. – O que acha que eu quis dizer?  Já esqueceu o que aconteceu no seu aniversário de dezesseis anos?

— Eu só estava curiosa! – Exclamou, ruborizando e fazendo-o gargalhar. – Argh! Você é mesmo insuportável...

— Como eu queria poder discordar de você, Gwen. – Disse Jenn, ao passar pela porta com um sorriso enorme. Em mãos, ela trazia dois copos médios de cappuccino gelado.

— Ei! Que tipo de namorada é você? – Noah “reclamou”, fingindo estar ofendido.

— O tipo que te trouxe isso... – Entregou-lhe um dos copos. – Então nem pense em reclamar.

— Me convenceu. – Ele sorriu, puxando-a pela cintura para um beijo.

Gwen resmungou um “eca”, soando mais brincalhona do que incomodada. O que, de fato, realmente não estava. Os dois formavam um casal até que fofo, algo impressionante para um relacionamento que envolvia Noah. De todo modo, precisava interromper o pequeno momento dos dois, pois ainda queria um conselho melhor que “fale com ela”. Queria saber as possíveis causas para a atitude bizarra de Liz, afinal, precisava estar preparada para quando fossem conversar sobre. Senão, acabaria pensando nas piores possibilidades e ficando neurótica. Como se já não estivesse...

(...)

Terry não podia estar mais feliz. Apesar de ainda preocupada com “aquele assunto” – honestamente, preferia tentar não pensar em Sebastian, para evitar que sua raiva chegasse ao ponto de fazê-la se meter em alguma confusão – ter sido coroada como rainha do baile a deixava com um ótimo humor. A ideia de que as coisas em Roosevelt finalmente estavam começando a mudar era algo muito positivo. De certo modo, a “vitória” também acabou por fazê-la subir um degrau na escala social do colégio, o que era bom, pois evitava as piadas maldosas que alguns jogadores idiotas costumavam fazer. Não que ela se importasse com a opinião deles, afinal, o único rapaz que precisava gostar dela se chamava Isaac Clark. Porém, em alguns momentos, as ofensas acabavam a machucando, graças àquela maldita insegurança que insistia em persegui-la, mesmo que tivesse um namorado que considerava nada menos que perfeito.

— Hey, Terr! – Quase como se soubesse em quem ela estava pensando, ele apareceu.

— Isaac! – Como sempre, o cumprimentou com um selinho. – Achei que não fosse vir hoje...

— Eu realmente não pretendia, até porque Destiny não vai zerar sozinho, mas... Queria te ver, então acho que aguento um tempo sem jogar e dois horários chatos com o senhor Hale.

— Own, você deve me amar muito mesmo para mudar seus planos de gamer viciado por mim... – Brincou, sorrindo para ele.

— Você sabe que eu amo. – Olhou-a com uma seriedade incomum, antes de beijá-la carinhosamente.

Assim que o beijo foi encerrando, Terry o abraçou, o gesto sendo retribuído quase que instantaneamente. Sem dúvidas, ela estava mais do que certa ao atribuir o adjetivo “perfeito” ao garoto.

(...)

Matt sempre seria péssimo para lidar com situações estressantes. Jamais imaginou que um de seus melhores amigos, alguém com quem crescera, poderia ser algum dia capaz de tentar abusar sexualmente de outra pessoa. Àquele ponto, sequer se importava com os bons momentos que passara ao lado de Sebastian, ele havia ultrapassado todos os níveis perdoáveis. Agora, só conseguia desprezá-lo e honestamente desejava que fosse preso ou, no mínimo, sofresse algo igualmente ruim.

Entretanto, sua raiva não chegava nem perto da de Josh e Frannie. Ambos chegavam ao ponto de bolarem planos para o caso de McKean conseguir livrar-se de uma punição digna. Alguns deles até o assustavam um pouco... De qualquer forma, não era nada que o babaca não merecesse.

De qualquer forma, não era sua maior preocupação no momento. Por ter, ao lado de Rony, tido uma “conversinha” com o diretor Kemmer mais cedo, tinha se dado permissão para ocupar a própria mente com outras coisas sem que um sentimento de culpa surgisse. E bem, o último jogo da temporada era indiscutivelmente algo importante. Além de ser seu último como quarterback dos WildTigers, segundo o treinador Walker nele estaria presente um importante recrutador. Precisaria ter em campo um desempenho perfeito se quisesse uma bolsa de estudos para uma boa faculdade...

Afinal, por mais rico que fosse sua família, suas notas eram no máximo medianas e ele realmente não tinha muitas opções além de seguir carreira como atleta. Era uma das poucas coisas nas quais conseguia ser realmente bom e provavelmente a única que gostava o suficiente para querer fazer pelo resto da vida.


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