School Days escrita por Isa


Capítulo 112
Capítulo 112: Aviso prévio


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por estar tão curto, mas é meio que um capítulo de "transição".



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Novamente, Gwen despertou. Como em todas as outras vezes naquela noite, suava frio e as lágrimas eram derramadas de forma involuntária. Sempre que conseguia dormir, a mesma situação se repetia: Sebastian tentando forçá-la àquilo. Medo, ódio... Sinceramente não sabia qual das duas palavras deveria ser usada para definir o que sentia em relação ao garoto. No momento, tudo que queria era fazer com que os pesadelos parassem.

Dois dias. Haviam se passado dois longos e dolorosos dias desde o ocorrido. Nessas quarenta e oito horas, as únicas pessoas com as quais falara foram seu pai, sua mãe, Liz e Noah. Sabia que os outros amigos já sabiam da tentativa de estupro que sofrera, mas se recusava a conversar com eles. Não queria perturbá-los com aquilo. Já não bastava ser incapaz de passar muito tempo sem telefonar para a namorada ou para o melhor amigo.

Chegava a ser ridículo: ao mesmo tempo em que queria ficar sozinha, quase como se para evitar que as pessoas se preocupassem, era totalmente dependente de outras duas. Em especial, Liz. Por mais clichê e estúpido que parecesse de alguma forma a loira sempre sabia como acalmá-la, pelo menos momentaneamente. Mesmo que todos os sonhos ruins acabassem retornando, era ótimo ter ao menos algumas horas de sono tranquilo...

Odiando a si mesma, pegou o smartphone sobre o criado mudo.

Alô? – Liz atendeu, após seis toques. – Gwen?

– Oi... – Murmurou, em um tom extremamente baixo. Sentia-se a pior namorada do universo. Pela voz da loira, pôde perceber que a tinha acordado... Droga, precisava mesmo encontrar outra forma de lidar com a situação. Uma que, de preferência, não envolvesse ficar acordando Liz no meio da madrugada.

– Outro pesadelo?

– Sim...

Ouviu um suspiro vindo do outro lado da linha. “Sou mesmo uma idiota!”

– D-Desculpe, e-eu... – Gaguejou, xingando-se mentalmente. Liz deveria a estar odiando naquele momento! – Eu não deveria ficar te ligando assim e...

Ei, pode parar. – Liz a cortou, porém não de maneira ríspida. – Está tudo bem. Fui eu quem te disse que poderia me ligar sempre que quisesse. E eu não me incomodo, okay?

– Certo...

Quer que eu vá aí?

Relutou muito antes de responder. Por um lado, queria e muito a presença da namorada. Abraçá-la certamente a faria se sentir melhor... Por outro, não queria incomodá-la ainda mais. Se bem que fora ela quem oferecera...

– Seria bom...

Chego em vinte minutos, no máximo. – Foi a última coisa que ouviu, antes da chamada ser encerrada.

(...)

Sebastian não conseguia dormir. Além das dores no corpo causadas pela surra que levara de Noah na noite do baile, sua consciência também não o deixava em paz. Por bizarro que pudesse parecer, não sentia culpa. O que realmente o incomodava era saber que estava fodido. Provavelmente acabaria na cadeia, ou pior. Deus, definitivamente precisava encontrar alguma maneira de se redimir! Gwen era uma boa pessoa, talvez se colocasse a culpa na bebida conseguisse ser perdoado...

“Ilusão imbecil!” Exclamou, internamente. Mesmo se existisse uma possibilidade remota de fazer a baixinha deixá-lo livre, com os outros não funcionaria. Talvez devesse criar uma identidade falsa – ou algo do tipo – e mudar de estado. Claro que, sentiria falta dos pais, mas qualquer coisa era válida para se livrar da merecida punição.

– Sebastian? – A mãe o chamou, batendo na porta.

“Merda!”

Sabia que ela, provavelmente, estaria novamente procurando alguma explicação para o olho roxo e para o fato de ter quebrado o nariz. Apenas “briguei com um cara do time de futebol” não era o suficiente. De repente, a mulher havia cismado de se preocupar e inventado de começar com vários questionamentos tolos!

– Filho, acorda! – Mesmo sendo ignorada, ela persistiu. – Matt e Josh querem falar com você, disseram que é importante...

Ao ouvir isso, entrou em pânico. O que faria se os pais descobrissem? Tudo acabaria ficando ainda pior! Teria que tentar convencê-los a manterem o bico fechado, de alguma forma...

– Já estou descendo! – Disse, levantando rapidamente, pegando em um canto aleatório uma camisa do Flash e vestindo-a.

Praticamente correu ao descer as escadas. Assim que chegou à porta, viu os dois ex amigos, acompanhados de Rony, Isaac, Frannie e Terry.

“Fodeu.” Acabou sendo a primeira palavra a se passar em sua mente. Olhando para eles naquele momento, todos se pareciam muito com assassinos treinados prestes a tirar-lhe a vida da forma mais dolorosa que pudesse ser imaginada. Não que não merecesse aquilo, mas foi realmente algo assustador.

– Qual é o seu problema, seu doente mental? – Questionou Josh, assim que o viu.

“Okay, tente contornar a situação, McKean. Tente contornar a situação!”

– Eu estava bêbado! Esboçou teatralmente uma expressão de arrependimento. – Sei que isso não justifica, mas... Não sei o que pensei no momento, só...

– Corta essa, imbecil. – Isaac o interrompeu.

– Já ouviu falar que a bebida só nos faz fazer o que não temos coragem de fazer sóbrios? – Perguntou Frannie, retoricamente.

– Mas eu estou falando sério! – Insistiu. – Matt, por favor, você me conhece... Eu posso ter sido um estúpido, mas nunca faria nada assim.

– Eu conheço? – A ironia na voz no quarterback era evidente. – Porque o cara com quem eu cresci, aquele que eu achava conhecer, ele também não seria capaz de todas aquelas outras coisas, Sebastian. E não me interessa se foi “culpa do álcool”. – Fez aspas com os dedos. – Não existe nenhuma justificativa para o estupro!

Instintivamente revirou os olhos e, impaciente com todo o “discurso moralista” – se ele ligasse para isso não teria feito aquilo – acabou soltando:

– Querem ir direto ao ponto? Não estão dizendo anda que eu já não saiba!

– O ponto, Sebastian, é que isso não vai ficar assim. – Afirmou Terry.

– Já sei. Algo mais? – Nesse momento, se xingou de todas as formas possíveis. Sério que não conseguia mesmo continuar fingindo? Precisava mesmo “libertar” sua arrogância? Pronto! Agora sim estava completamente ferrado!

– Não. – Josh balançou a cabeça negativamente. – Pode voltar a dormir, amigo. Só não estranhe se a polícia aparecer aqui qualquer dia desses...


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