School Days escrita por Isa


Capítulo 111
Capítulo 111: Pós-baile




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Gwen tremia e chorava nos braços da namorada, com o rosto escondido em seu ombro. Liz não queria pensar no que teria acontecido se tivessem chegado cinco minutos depois, muito menos se escolhesse esperar a baixinha voltar. Observava Sebastian, no chão, sendo esmurrado por Noah. Não sentia a menor vontade de intervir. Na verdade, queria que o amigo quebrasse todos os ossos daquele filho da puta. Como ele pudera ter a coragem de fazer algo do tipo? Era repugnante, detestável, baixo... Mal conseguia encontrar palavras suficientemente satisfatórias para descrever o nível de desumanidade necessário para sequer pensar em cometer uma atrocidade daquela!

Naquele momento, o maior desejo de Noah era estraçalhar a cara daquele desgraçado, ao ponto de fazê-lo implorar para que parasse. Abaixo dele, McKean se debatia, tentando inutilmente revidar, o que só o fazia usar mais e mais força. Propositalmente, acertou o nariz do mais alto, que grunhiu de dor. Em um acesso de raiva, Sebastian conseguiu empurrá-lo, acertando um golpe em seu queixo. Porém, a “alegria” do quase estuprador durou pouco, pois isso só serviu para enfurecer ainda mais o running back, que “voou” sobre ele novamente, esmurrando-o com ainda mais brutalidade.

Após vários socos, McKean desistiu de lutar. Já nem tentava mais se defender, apenas “soltava” alguns gemidos e grunhidos de dor ao receber os golpes. A boca dele sangrava, assim como o nariz e a camisa branca estava parcialmente manchada de vermelho quando desmaiou. Noah respirava lentamente, o sangue fervendo devido à adrenalina. Os olhos vagaram preocupados em direção ao casal de garotas, que permanecia na mesma posição de minutos atrás. Se afastou do ser humano nojento e desprezível abaixo de si e “correu” até elas.

Gwendy... – Tentou tocá-la no ombro, mas ela instintivamente recuou, “afundando” ainda mais no abraço da líder de torcida. – Ei, sou eu, você não precisa...

– Desculpa, eu... – Gwen murmurou, chorosa, se soltando dos braços de Liz. – É que ele ficava me chamando assim e... – Novas lágrimas começaram a brotar nos olhos castanhos.

Não aguentando, Liz a “puxou” para um novo abraço. Ver a namorada daquele jeito doía de verdade. Só de pensar na possibilidade daquele projeto de aberração que ousava se considerar uma pessoa a ter machucado... Deus! O pior é que podia ver que ele de fato havia feito isso. E não “apenas” fisicamente, o que tornava tudo ainda mais terrível. Foi quando percebeu que, até aquele baile, nunca chegara a odiar realmente Sebastian McKean. Pelo menos, não tanto quanto o odiava naquele momento.

Inicialmente, quando ainda namorava Matt, até que a existência do outro garoto não a incomodava. Na verdade, ele até conseguia ser meio útil em alguns momentos, a livrando de encontros indesejados com o quarterback. O problema mesmo começou quando o viu conversando com sua até então inimiga. A amizade dos dois a incomodava, assim como o namoro da baixinha com Isaac. Quando percebeu seus verdadeiros sentimentos, a situação só foi piorando gradativamente. Porém, mesmo após todos os planos estúpidos armados por ele para separá-las, incluindo toda a confusão com aquela Allison, jamais chegou a odiá-lo tanto quanto naquela noite. Vendo-o ali, caído ao chão, desmaiado e cheio de ferimentos, só conseguia pensar no quanto desejava que o estado dele piorasse ainda mais. Estava quase cogitando a hipótese de pedir para que Noah voltasse a bater naquele troço e que não parasse até que fosse necessário chamarem uma ambulância.

– Bom... – Noah falou, após alguns segundos em silêncio, observando-as. – Acho melhor eu voltar lá e avisar a Jenn que estou indo embora... Depois, bem, disso, não vou mais conseguir me divertir nesse baile estúpido. Mas... Se precisarem de alguma coisa, podem ligar. Okay?

– Obrigada... – Liz agradeceu, enquanto afastava Gwen cuidadosamente. – É meio óbvio que também não continuaremos aqui, então avise os outros que a estou levando para casa...

– Certo...

– Noah? – Gwen chamou e ele se virou imediatamente, com uma expressão justificadamente preocupada. – Você... Pode não contar o que aconteceu, por favor? Não quero que isso arruíne a noite deles.

O rapaz balançou a cabeça, concordando. Assim que ele se virou novamente e começou a caminhar em direção ao ginásio, Liz entrelaçou os dedos aos da baixinha e sussurrou um “vamos?” quase que inaudível.

– Eu não sei se quero ir para casa agora. – A afirmação de Gwen fez a loira lançar-lhe um olhar confuso. – Meus pais... Se me virem assim, começarão a fazer perguntas e eu honestamente não quero falar sobre esse... Incidente.

– Posso conversar com eles por você, se preferir. – Sugeriu Liz, surpreendentemente recebendo um quase sorriso em resposta, acompanhado de um “okay” dito em tom de voz baixo.

(...)

Josh ria de alguma piada aleatória contada por Rony, ao mesmo tempo em que Becky contava para Britt e Claire as coisas que haviam acontecido entre ela e Ashley, notavelmente empolgada. Já devia passar das onze e o baile ainda acontecia, porém, todos do grupo de amigos estavam extremamente cansados.

Isaac e Terry vinham logo atrás, conversando sobre Maze Runner. Os dois ainda usavam as coroas de rei e rainha e tinham enormes sorrisos no rosto. O gamer era obrigado a admitir: o “evento” havia sido bastante divertido, mesmo sendo algo que o tirasse de sua zona de conforto. Principalmente a parte do smoaking, algo que ele odiava vestir. De qualquer forma, os vários elogios vindos da namorada acabaram fazendo aquilo valer a pena também.

(...)

Com um sorriso bobo brincando em seus lábios, Caleb observava Sue dormir, ali mesmo no sofá, aconchegada no abraço carinhoso que ele fazia questão de manter. Não sabia ao certo como explicar, mas realmente conseguia se imaginar passando o resto da vida ao lado da ruiva. Dela e da criança que nasceria em alguns meses.

Às vezes se perguntava como podia ser possível amar alguém que ainda não havia nascido. Para alguns – Jeff e Charles, por exemplo – parecia uma ideia idiota e utópica a decisão de ficarem a bebê. Porém, sabia que se arrependeriam pelo resto da vida se a entregassem para a adoção. Sem falar que o dinheiro que recebia mensalmente dos pais era mais que o suficiente para que conseguisse ajudar Sue a criá-la. De alguma forma, mesmo após todos os erros estúpidos que em certos momentos se odiava por ter cometido, as coisas pareciam conspirar para a sua felicidade.

Estar apaixonado era com certeza mil vezes melhor do que aquela relação estranha baseada em sexo que tinham antes. Pelo menos, essa mesma “relação” foi uma das principais razões para que abrissem os olhos e enxergassem o que estava bem à frente de ambos todo o tempo. Claro que sabia de seus sentimentos por Susan desde antes dela contar-lhe sobre a gravidez, mas apenas naquele momento percebeu que talvez as coisas entre eles pudessem sim mudar, e para algo absurdamente superior...

(...)

– O quê? – John Collins se levantou do sofá, em um estado de ódio notável. Ao contrário da esposa, que permanecia imóvel, quase como se estivesse congelada. Provavelmente, ainda processando a informação. – Qual o nome desse garoto?

Liz suspirou. Não sabia se Gwen queria que ela contasse, mas não podia fazer diferente. Sebastian precisava ser punido. Com isso em mente, respondeu:

– Sebastian. Sebastian McKean.

Pela forma com os olhos de Martha se arregalaram, ficou bem óbvio que ela o conhecia.

– Ele ainda está no colégio?! – John questionou, literalmente berrando. – Pois eu vou atrás do desgraçado agora mesmo!

– E-Eu não faço ideia, senhor Collins. – Foi sincera. Estava começando a ficar extremamente difícil falar sobre o assunto enquanto se mantinha calma, entretanto, havia feito uma promessa para si mesma de que seria forte pela namorada e que a ajudaria a passar por aquilo, amenizando todo o sofrimento que fosse possível, já que impedi-lo por completo era impossível. – Depois do que o Noah fez com ele, não tenho certeza se já conseguiu acordar.

– Esse desgraçado merecia mesmo é nunca mais acordar... – O homem rosnou. – Cadê a Gwen?

– No quarto. – Martha respondeu por Liz, falando pela primeira vez desde o momento em que recebera a “notícia”. – Quando as duas chegaram, ela me disse que estava se sentindo indisposta...

– Por favor, não suba. – Pediu Liz, recebendo um olhar de “ficou louca?” de John.

– Como assim “não suba”? Eu preciso ver minha filha!

– Ela está dormindo. – A capitã explicou-se. – Por favor, não a acorde para falar sobre isso. Ela precisa descansar depois de tudo o que aconteceu. Pode conversar com ela amanhã...

– Tudo bem. – John assentiu, passando as mãos pelos cabelos e respirando profundamente. – Mas que uma coisa fique clara: esse moleque irá se arrepender muito por ousar fazer algo assim com a minha filha!

“Assim espero.” Pensou Liz, antes de ir novamente em direção às escadas e subir lentamente os degraus, seguindo então até o quarto da namorada. Definitivamente, não seriam somente Noah e o pai da baixinha quem acabariam com Sebastian por aquele ato horrível!


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Notas finais do capítulo

Bom, vou ser sincera: esse capítulo não ficou bem como eu queria que ficasse. Mas após um tempão o reescrevendo acabei na mesma situação. Mas espero que tenha agradado mesmo assim.



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