School Days escrita por Isa


Capítulo 107
Capítulo 107: Antes do baile




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– Elizabeth Harrison! – Gritou Becky, pelo celular. – Pare de comer a anã porque o Rony já está perdendo a paciência.

Liz bufou. Não estava, tecnicamente, fazendo sexo com Gwen. Na verdade, a baixinha quem tivera a “brilhante” ideia de começar a distribuir beijos pelo seu pescoço, enquanto ela tentava conversar com a melhor amiga.

– Não chama ela assim! – Ralhou Liz, apesar de ter a autoria daquele e de todos os outros apelidos “maldosos” – eram para ser, pelo menos – pelos quais costumava chamar a namorada. – E nós não estamos... – Não pôde finalizar a frase, pois interrompeu a si mesma ao deixar escapar um baixo gemido. Agora sim entendia como a outra havia se sentido durante a exibição de Star Wars – O Despertar da Força.

Do outro lado da linha, Becky riu.

– O que dizia mesmo sobre não estarem se comendo? – Perguntou, com a voz carregada de sarcasmo.

– Cala a boca, Becky. – Disse Liz, “empurrando” Gwen delicadamente e fazendo com que ela caísse ao seu lado na cama, rindo. – E qual é, até agora foram apenas cinco minutos de atraso. Fala para ele vir me buscar depois das sete!

– Beleza, mas se for assim ele irá cobrar mais caro. – Becky achou importante informar. – Falando nisso, o que a sua Hobbit está fazendo aí dentro, ela deveria estar aqui fora com a gente, bancando a amiga.

– Meu pai ainda não chegou... – Liz explicou, dando de ombros apesar do gesto não poder ser visto. – Agora, tchau. Tenho outras coisas para fazer.

– Sexo? – O “questionamento” de Becky veio seguido de uma gargalhada e antes que pudesse responder qualquer coisa, a amiga encerrou a ligação.

– Acho melhor eu ir... – Disse Gwen, voltando a ficar por cima de Liz e traindo a própria fala ao iniciar um beijo apaixonado.

Uhum, ainda falta eu me arrumar. – Concordou Liz, também se contradizendo ao inverter as posições na cama, mergulhando as mãos sob o vestido que a namorada usava, na intenção de tirá-lo.

– Calma... – Gwen riu. – Sua mãe está em casa, lembra?

– Ah, droga. É verdade...

E quase como se as escutasse, a senhora Harrison começou a bater na porta, dizendo:

Lizzie, o seu amigo está te esperando e o seu pai acaba de chegar.

– Okay, mãe. Já estou descendo. – Asseverando, ficando de pé imediatamente.

As duas garotas permaneceram em silêncio, até os passos de Lily sumirem escada abaixo.

– Então... Quer ajuda com o vestido? – Gwen perguntou, sugestiva.

– Vai embora. – Liz “mandou”, embora risse. – Te encontro lá em baixo.

Abriu a porta do quarto e a namorada saiu. Observou-a descendo os degraus por um breve instante, antes de retornar ao quarto e se arrumar. Menos de meia hora depois, estava pronta.

Lizzie, anda logo. Seu par está te esperando! – Lembrou a mãe, berrando do andar de baixo.

Por um segundo, Liz conseguiu visualizar Gwen a esperando ao pé da escada, com aquele sorriso perfeito, que sempre a encantava e contagiava. Mas a ilusão se desfez quase que imediatamente: sairia de casa com Rony, fingindo que eram um casal, para que o “pai” – as aspas porque na opinião dela ele não merecia ser chamado assim – não desconfiasse de sua sexualidade. A ideia havia partido da mãe, que apesar de não compreender, a aceitava e tinha certas preocupações quanto a reação de Jonathan.

A escolha de Rony para ser seu “par fake” acabou não sendo muito difícil de se tornar, considerando que suas outras opções eram Josh e Matt. Não que tivesse algo contra algum dos dois, muito pelo contrário, mas o “mais novo” até a pessoa com o pior gaydar conseguia identificar como sendo um habitante da terra do arco-íris – termo obviamente criado por Noah – e o quarterback ao ser cogitado despertou ciúmes tanto em Frannie quanto em Gwen. Compreensível, apesar de totalmente sem sentido.

– Está atrasada. – Jonathan disse, com seu habitual tom crítico.

– Não me importei de esperar, senhor. – Afirmou Rony, disfarçadamente pegando os quinze dólares prometidos pela não-tão-amiga.

– Onde estão os outros? – Questionou Liz, verdadeiramente querendo saber apenas de Gwen.

– No carro. – Ele respondeu, simplesmente. – Hã... Eu te trouxe uma coisa.

– Mesmo? – Ergueu uma sobrancelha.

– Claro... – Tirou a caixinha do bolso. – Quando eu vi na loja, não pude deixar de comprar.

Ele abriu a caixinha e colocou o buquê de pulso em Liz.

– Combina com os meus olhos. – Constatou, impressionada com o quão bom ator o namorado de Josh era.

Com um sorriso no rosto, Rony mexeu os lábios falando um “foi o que ela disse” sem realmente vocalizar.

– Bem... Vamos? – Ele estendeu-lhe o braço e ela assentiu. Despediram-se dos pais da loira e saíram da mansão em que vivia a “família” Harrison.

Seguiram até o conversível de Becky, que estranhamente seria Josh quem iria dirigir.

– Você está perfeita... – Elogiou Gwen, assim que a loira sentou-se ao lado dela no banco de trás.

– Eu sei. – Sorriu, convencida. – Só não sei se consegui chegar perto do nível de perfeição da minha namorada. – Beijou-lhe os lábios suavemente.

– Argh! Vocês duas me fazem querer vomitar... – Resmungou Becky, implicante.

– Só diz isso porque está solteira. – Retrucou Liz, rindo em divertimento.

– Sabia que você é uma péssima, sabia Harrison? Deveria me apoiar nesses tempos difíceis e não tirar sarro do meu sofrimento. – Fez uma voz teatralmente chorosa, fazendo Liz e Gwen revirarem os olhos.

(...)

T-Terr... – Isaac balbuciou, com os olhos azuis fixos na namorada. Você está... Uau! – Acabou sendo a única palavra suficientemente satisfatória para descrever tamanha perfeição.

– Você também está lindo. – Terry afirmou sorrindo. – Quem diria que algum dia da minha vida te veria usando um smoking? – Perguntou, divertida.

Sem dizer mais nada, ele se aproximou e beijou de forma extremamente carinhosa os lábios da gordinha. A beleza dela, mesmo sendo diferente do padrão de muitos caras – imbecis, diga-se de passagem – era inegável. Além, claro, daquela personalidade maravilhosa e encantadora... Como podia não ter se apaixonado?

– O Matt e a Fran estão nos esperando lá em baixo... – Avisou, após o beijo fantasticamente incrível. – Quer descer de uma vez, ou prefere esperar mais um pouco?

– Melhor irmos. – Terry respondeu, dando um sorriso largo.

De mãos dadas, caminharam até a portaria. Vez ou outra, trocavam aqueles olhares apaixonados, coisa que acontecia desde o início do relacionamento. Sinceramente? Àquela altura do campeonato, sentiam como se já não houvesse ninguém no mundo de quem pudessem gostar mais. Era como se fossem feitos um para o outro, apesar de ter levado tempo até demais para que percebessem.

Ao saírem definitivamente do prédio, viram Matt e Frannie se agarrando no carro. Simultaneamente, sorriram maliciosamente um para o outro.

– Que pouca vergonha! – Isaac exclamou, assustando-os.

Começaram então a rir, enquanto Matt os fuzilava com o olhar e Frannie bufava.

(...)

– Você vai ao baile do seu colégio? – Susan questionou, arrependendo-se logo em seguida. A resposta era meio óbvia, considerando a roupa que ele trajava naquele instante.

– Vou. – Caleb respondeu.

– Bom, divirta-se... – “Mas não muito.” Ela completou, mentalmente.

O slotback debruçou-se na grade da sacada, desejando que a ruiva o acompanhasse, porém sem coragem o bastante para lhe pedir isso. Sabia o quão desconfortável estava sendo para ela estar em lugares muito cheios de pessoas. Se bem que perguntar não ofendia, certo?

– Não quer mesmo ir?

– Desculpa, mas prefiro aqui ficar assistindo TV. – Sue respondeu, sentando-se no sofá e pegando o controle remoto. Na verdade, ficava meio mal por não ir com ele, mas também não estava disposta a passar a noite na agitação de um baile escolar.

– Queria muito que você fosse... – Caleb suspirou, longamente. – Mas tudo bem... Eu passo aqui amanhã de manhã, está bem?

Uhum... – Sue murmurou em resposta, recebendo um beijo na testa. – Eu te amo.

– Eu também. Amo vocês duas...

Um sorriso involuntário apareceu quando o ouvir mencionar a bebê. Às vezes ficava impressionada com o quão mudado ele estava. Era impossível não amar esse “novo Caleb”, até porque, por mais que odiasse admitir, ela já amava o “antigo”.

(...)

O garoto tinha um sorriso cruel quando adentrou aquela lanchonete. Naquela noite, Gwen pagaria por ter a ousadia de rejeitá-lo. Seu lado mais racional ainda considerava aquele um péssimo plano, até porque, queria e não queria machucá-la daquele jeito, ao mesmo tempo. Porém, era a única – e também a pior – coisa que podia fazer para que a baixinha percebesse o erro terrível que havia cometido. Ela precisava sofrer algo irreversível para aprender que com Sebastian McKean não se brincava.

Ah, sim. Ela entenderia da pior forma possível que não deveria ter dito “não”.

Logicamente, já tinha bebido “um pouco” antes de sair de casa. Mas ainda conseguia conversar normalmente e agir como se estivesse sóbrio. Claro que, assim que passasse pelos portões de Roosevelt a verdadeira bebedeira teria início. Não conseguiria fazer aquilo sem uma boa dose de coragem.

Também, teria de ser tudo milimetricamente calculado, para que ninguém descobrisse.

Antes mesmo que pudesse alcançar o balcão, reconheceu parte do grupinho de seus ex amigos sentados em uma das mesas.

Resistiu ao impulso de revirar os olhos ao ver Gwen “roubar” um selinho de Liz.

“Aproveitem.” Foi o que pensou, simplesmente. Sabia que depois do que iria acontecer naquele baile, a morena jamais seria a mesma. Podia até não separá-las, mas aquele já não era mais seu objetivo. Agora, tudo que queria podia ser resumido pela palavra “vingança”.


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