School Days escrita por Isa


Capítulo 105
Capítulo 105: Impressionantemente inútil




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– Caramba, o cara tem mais de trinta anos! Como é que ele ainda pode ser virgem? – Questionou Noah, um tanto quanto indignado.

Amor, é o Sheldon Cooper. Ele passar a beijar a Amy já é um milagre. – Jennifer respondeu, dando de ombros.

– É, e me colocando no lugar dela me sinto meio culpado por ter reclamado sobre isso com a Gwendy na semana passada. – A afirmação a fez rir.

– Sabe o quão bizarro é vocês contarem esse tipo detalhe íntimo um para o outro?

– Ah, quem me dera ela me contasse algum “detalhe íntimo”! – Ele exclamou, fazendo aspas com os dedos. – Na verdade, o que ela faz é esfregar na minha cara que estou sem sexo há uns cinco meses! Culpa sua, aliás.

– Você é muito idiota... – Precisou revirar os olhos. – Não é como se sexo fosse a melhor coisa do mundo...

– E você não tem como saber, já que nunca fez. – O “argumento” a fez rir mais uma vez. Realmente, Noah não tinha jeito...

Momentaneamente, pôde voltar a prestar atenção no episódio – o terceiro da oitava temporada –, até ele decidir voltar a falar, citando diversas supostas razões para que ela mudasse de ideia.

– Noah? – “Chamou”, fazendo-o murmurar um “hum?”. – Não vai funcionar.

– Que droga... – Ele resmungou, consigo mesmo, fazendo-a rir novamente.

(...)

– Pensei que já tivesse vendido essa coisa... – Comentou Frannie, vendo o irmão ligar seu Playstation2.

– Claro que não! – Isaac olhou-a como se ela tivesse dito algo muito absurdo. – Apesar dos gráficos ultrapassados, essa maravilha aqui tem alguns dos melhores jogos de todos os tempos...

– Hm... – Fran apenas murmurou, dando de ombros. – O que vai jogar?

Star Wars: The Force Unleashed. – Ele respondeu, sentando-se no sofá. – Cansei de Battlefront, mas preciso me manter no clima para O Despertar da Força.

– Entendi... – Falou, pegando a bolsa que estava jogada ao lado dele e se levantando. – Bom, tenho que ir agora. Como o Josh e o Ron saíram juntos, o Mattie me chamou para ir até a casa dele, você sabe, para vermos um filme...

– Aham, sei... – Disse ele, rindo, ao mesmo tempo em que selecionava no menu inicial qual cor de sabre de luz usaria. Não que isso afetasse de alguma forma o desenvolvimento da história, apenas achava o verde mais legal. – Divirta-se, com o filme... – Sorriu, malicioso.

Fran fingiu uma risada, resmungando um “muito engraçado” não muito alto, ato que só serviu para diverti-lo ainda mais.

– Pode me zoar o quanto quiser, irmãozinho. Mas você nunca me pegou no flagra, bem no sofá da sala... – Fez questão de lembrar daquele dia, sorrindo satisfeita ao ver as bochechas deles adquirirem um tom meio avermelhado. – Own, que fofo...Ficou coradinho...

– Okay, você venceu. – Ergueu as mãos, admitindo derrotada, logo voltando a segurar o controle. Odiava aqueles Stormtroopers! Por que diabos eles erravam os tiros apenas nos filmes?

– Agora é sério, eu vou indo. – Afirmou. – Hum... Se o papai chegar, diga que eu saí com a Gwen, entendeu?

– Não acho que vá funcionar, mas tudo bem. – Concordou, atento ao jogo.

(...)

“Sério?” – B

“Sim.” – C

“Nossa, isso é bem legal.” – B

“Com certeza. Achei que demoraria séculos para me enturmar por aqui, mas não.” – C

“O pessoal da escola é bem legal...” – C

“Hmm...” – B

“Não sinta ciúmes, não sinta ciúmes, não sinta ciúmes...” Britt pensava constantemente, durante sua conversa por meio de mensagens com Claire. Nem conhecia – ou sabia se eram heterossexuais – mas já não gostava nem um pouco das tais Marley e Katy. Ah se ficasse sabendo que alguma das duas tivesse algum interesse em sua ruiva... Seria, falando sério, viajar até a nova cidade da namorada apenas para arrumar confusão com as vadias. Certo, precisava mesmo parar com aquilo. Uma delas gostando ou não de Claire – o que não era algo muito difícil de se acontecer, considerando o quão incrivelmente maravilhosa a garota conseguia ser – isso não significava que precisava daquele drama todo. O importante era que esse tipo de sentimento não fosse recíproco... “Espera! E se ela se apaixonar por outra pessoa?” Questionou mentalmente, se sentindo uma bela idiota por estar sendo tão insegura. “Droga! Tenho que parar com essa merda.”

“E então... Tem algum plano para o fim de semana?” – C

“Ainda não. Por quê?” – B

“Talvez eu consiga ir te visitar...” – C

“Quando a minha mãe chegar do trabalho eu confirmo com ela.” – C

“Vou ficar esperando... :)” – B

Finalmente, Britt sentiu um alívio. Iriam se ver logo na primeira semana, então talvez visitarem sempre uma a outra não fosse algo assim tão difícil... É, desse jeito ficava bem mais fácil deixar as preocupações de lado...

(...)

– O que acha desse? – Quis saber Rony.

– Hm, não gostei. Prefiro o outro. – Expôs Josh.

– Sério? – Ergueu ambas as sobrancelhas, surpreso. – Por quê?

– Esse chama muita atenção e te deixa bonito demais.

Rony balançou a cabeça de um lado para o outro, dando uma risadinha discreta.

– Qual é o problema em eu estar “bonito demais”? – Fez aspas ao repetir a expressão usada pelo outro.

– Simples: não quero aquelas líderes de torcida e jogadores enrustidos babando pelo meu namorado no baile. – Josh explicou com a maior naturalidade do mundo, como se aquilo fizesse total sentido.

– Bem, meu gaydar pode não ser dos melhores, mas tenho certeza absoluta de que sou o único gay no time. E a maior parte das líderes de torcida que eu conheço são lésbicas. Sem falar que esse seu ciúme é ridículo, ao ponto de considerar garotas como possíveis ameaças.

O casal estava em uma loja de blazers no shopping, para escolherem quais usariam no baile, que se aproximava cada vez mais. Inicialmente, o loiro não tinha intenção alguma de ir, mas após muita insistência do mais baixo, acabou cedendo. Se Josh valorizava tanto aquilo, talvez houvesse um motivo e ele acabasse conseguindo se divertir.

– Primeiro, seu gaydar é péssimo, porque aquele Rick vive te despindo com os olhos. Segundo, você conhece apenas quatro, o que faz a maioria das que você conhece serem Britt, Becky e Liz. E terceiro, não as considero como possíveis ameaças, apenas me sinto desconfortável quando ficam te olhando com aquelas caras de “por favor, seja o pai dos meus filhos”.

Rony até pensou em argumentar contra, mas desistiu. Conhecendo o namorado como conhecia, sabia que ele não daria o braço a torcer e provavelmente acabariam fazendo com que aquele “debate” durasse mais tempo que o necessário. Em vez disso, decidiu concordar:

– Tudo bem, vou levar o outro. – Suspirou, jogando o blazer que segurava ao lado dos vários outros que havia experimentado e desaprovado logo em seguida. – Acho que é até melhor eu usar algo mais simples e discreto mesmo...

Saíram então do provador, colocando as peças sobre o balcão da vendedora, que falava ao celular. Esperaram pacientemente que ela desligasse o aparelho e decidisse atendê-los, mas não aconteceu. Cansado de toda a demora, Josh reclamou, o que gerou toda uma “mini-confusão” com a garota de vinte e poucos anos. Rony apenas se sentou em uma cadeira ali perto, aguardando o momento – que provavelmente demoraria bastante para chegar – em que os dois parassem com a discussão.

(...)

Raiva. Basicamente o sentimento que definia Sebastian naquele momento. Estava cansado de ser rejeitado! Porra, o que aquela puta da Harrison tinha de especial para Gwen estar assim tão apaixonada? Nada! Era só mais uma vadiazinha egoísta, que inclusive, não muito tempo atrás costumava ter como seu hobbie atormentar a baixinha de todas as formas possíveis. Sério que ela conseguia dizer “eu te amo” para uma garota que a maltratava? Simplesmente inaceitável.

Vingança, vingança, vingança! Era apenas no que conseguia pensar, a ideia lhe soando cada vez mais agradável e interessante. Há tempos havia chegado o momento de transferir parte daqueles sentimentos negativos para a sua pessoa favorita. Se Gwen não valorizava o amor que sentia e se recusava a dar-lhe uma oportunidade, ela precisava de uma lição. Uma boa lição. Algo que a fizesse se arrepender amargamente por tê-lo rejeitado todos os dias, sem exceção. Mas o quê? Como machucá-la ao ponto de que ela nunca conseguisse esquecer? Precisava ser cruel, fazer algo que fosse muito além do antiético / não convencional. Teria de ser algo... Horrível. Infelizmente, naquele momento estar embriagado não o fazia ter nenhuma grande ideia...

– Hey, Ally... – Chamou, fazendo com que a garota bufasse, frustrada. – Preciso de ajuda.

– Psiquiátrica? Porque se for isso, eu já sei. – Allison respondeu, vindo em sua direção. – Agora falando sério, se esqueceu do nosso acordo? Você pode ficar aqui e beber o quanto quiser, desde que não me perturbe.

– Mas é que estou precisando de um conselho. – Falou, bebendo mais um gole da garrafa de vodka que tinha em mãos. – Sobre o seu assunto favorito: vingança.

– Tecnicamente meu assunto favorito é Cara Delevingne, mas acho que esse pode ser considerado o segundo. – Ally inclinou um pouco o corpo, apoiando os braços na superfície de granito do balcão. – Espero que não queira nenhuma ajuda prática, porque realmente cansei dessa história toda.

– Não, nada disso. Só quero algumas... Ideias... – Respondeu, ajeitando-se melhor no banco, em uma tentativa falha de ficar mais confortável. – Digamos que cansei de correr atrás da Gwendy e quero fazê-la se arrepender por todas as rejeições.

– Soa familiar...

– Além de arruinar o namoro dela, o que já vimos ser impossível, o que pode ser feito?

– Olha, não sou muito criativa, então arruinar o namoro acaba sendo o único plano em que consigo pensar. – “Informou”.

– Ah, ótimo. Ajudou muito. – Seb ironizou, revirando os olhos.

Impressionantemente inútil era na opinião dele a melhor expressão para definir a ex melhor amiga de Gwen. Sério, além de falhar miseravelmente em suas tentativas de seduzir Liz, também não servia para dar conselhos!

“Saco...” Reclamou, em seus pensamentos. Teria que pensar em um plano de vingança sozinho...


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