School Days escrita por Isa


Capítulo 103
Capítulo 103: Goodbye




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Josh assistia Star Wars Episódio V – O Império Contra-Ataca pela milésima vez. Havia tirado aquele dia para fazer sua maratona para O Despertar da Força, que estrearia em exatamente quatorze dias. Para ele, aquele era indiscutivelmente o melhor filme de toda a saga e também o único da trilogia clássica que a versão remasterizada não o incomodava tanto. Claro que as mudanças continuavam sendo totalmente desnecessárias, mas pelo menos não interferiam na trama como acontecia na cena de Mos Eisley no Episódio IV.

Infelizmente – ou felizmente, já que se o namorado estivesse ali não conseguiria assistir o filme – Rony havia saído com Matt e Danny para “espionar” o time do colégio Harding, consequentemente fazendo com que ficasse sozinho em casa. Até pensou em chamar Gwen, mas logo se lembrou que muito provavelmente Liz também apareceria. Não que tivesse algo contra a líder de torcida, até gostava dessa versão que não distribuía café quente por rostos aleatórios, porém, logicamente odiaria passar todo o tempo da maratona vendo as duas “interagindo”. O mesmo valia para Isaac e Terry. Amava ambos e os considerava um dos casais mais fofos da história, mas odiava segurar vela.

(...)

– Não vou assistir yaoi com você, Jenn! – Protestou Noah.

– Eu assisto um monte de animes ecchi com você sem reclamar. – Jennifer fez questão de lembrar, revirando os olhos.

– Ah, mas são coisas totalmente diferentes...

– Assisto yuri também. – Ela acrescentou, interrompendo-o.

– Está bem, você venceu! – Ele revirou os olhos, dando-se por vencido e jogando-se no sofá. – Mas nada de lemon explícito, por favor... Nunca te fiz assistir orange...

– Certo. Nada de hentai. – Jenn concordou, rindo. – Só muita fofura romântica...

– Nunca vou entender essa sua tara por casais gays. – Noah resmungou, consigo mesmo.

– Disse o pervertido que fica fazendo perguntas para a Gwendy sobre o relacionamento dela com a Liz... – Jenn retrucou. – E antes que pense em dizer, não são coisas totalmente diferentes.

– Odeio ficar sem argumentos. – A reclamação a fez rir mais uma vez.

– Pensei que já estivesse acostumado... – Comentou, vendo-o bufar e revirar os olhos, para então sorrir e murmurar um “deveria estar”.

(...)

– Será que podem, por favor, evitarem fazer isso no meu sofá? – Pediu Frannie, evitando olhar para o casal, que se encontrava em uma situação no mínimo embaraçosa.

– Achei que só fosse voltar de noite... – “Justificou” Isaac, saindo de cima da namorada, enquanto vestia novamente sua camisa de Super Mario Bros.

– Eu esqueci a minha bolsa. – Explicou a – vinte minutos – mais velha, enquanto ia em direção ao próprio quarto.

Agora sentado, Isaac olhou para a namorada, que não podia estar mais vermelha. Achou isso ao mesmo tempo algo engraçado e fofo. Antes que pudesse fazer algum comentário, Frannie retornou.

– Estou saindo. – Avisou, girando a maçaneta. – Mesmo assim, não façam isso aí, é nojento...

Assim que ela saiu, os dois se entreolharam, como se perguntassem: “Está pensando o mesmo que eu?”. Bem, estavam sim, pois simultaneamente se levantaram do sofá e caminharam em passos relativamente rápidos até o quarto do rapaz.

(...)

– Você vai ao Baile? – Quis saber Gwen.

– Hm? – Pela primeira vez desde o início do filme, Liz desviou os olhos da TV. – Ah, é... – Havia se esquecido de que o “evento” aconteceria em breve. – Sei lá, acho que sim. – Não deu muita importância.

– “Sei lá”? – Gwen repetiu, surpresa.

– Uhum. – Liz murmurou. – Acho que já deixou algo assim tão importante...

– Então não vai concorrer como rainha? – Um sorriso nada discreto tomou conta dos lábios da baixinha.

– Não. – Respondeu, olhando-a um tanto intrigada. – Isso te deixa feliz?

– Muito. – Gwen admitiu.

– Por quê? – Arqueou uma sobrancelha, embora já suspeitasse da resposta. Na verdade, só queria ouvi-la dizer mesmo.

– Porque se você concorrer, vai ganhar. E se ganhar, vai ter que dançar uma música lenta com algum babaca que ganhe como rei. – A explicação fez a loira rir levemente, antes de dar-lhe um selinho.

– Está aí a prova de que você não pode me chamar de ciumenta. – Liz disse.

– Você mandou a Kelly jogar café na Trisha, porque achou que pudéssemos ter algo. – Gwen fez questão de lembrar, rindo baixo. – E também, odeia quanto o Noah me abraça...

– Em minha defesa, você sorria demais para essa garota. – “Argumentou”. – E vocês dois já namoraram, é totalmente justificável que eu tenha ciúmes... Sem falar que a senhorita teve uma pequena crise quando me ligou e a Becky atendeu. Acha que ela não me contou?

– A palavra “consolar” pode ter vários significados. – Deu de ombros. – Vamos entrar em um acordo então: nós duas somos meio ciumentas.

– Okay. – Liz concordou. – Nós duas somos meio ciumentas.

“Mas você é mais.” Gwen pensou, mas não disse. Em vez disso, permitiu-se analisar a possibilidade de irem ao Baile. “Talvez possa ser divertido...” Concluiu.

– Acho que eu gostaria de ir... – Afirmou, após alguns segundos em silêncio.

– Ao Baile? – O olhar de Liz mostrava desconfiança. – Sério?

– É. Por que a surpresa?

– Você nunca foi... – Explicou.

– E você percebeu? – Indagou, divertida.

– Claro. – Sorriu. – Sempre reparei bem mais em você do que gostaria...

A “confissão” fez com que o sorriso já presente nos lábios da morena se alargasse, antes deles serem tomados pelos da loira, que iniciou um beijo que era ao mesmo tempo carinhoso e quente. Gwen logicamente retribuiu. Entretanto, não durou muito.

– O jantar está pronto, meninas! – Martha anunciou, com um grito vindo da cozinha.

As duas suspiraram frustradas, se afastando.

(...)

Sebastian adentrou o estabelecimento, frustrado. Após horas tentando lidar com a situação de forma calma e relativamente madura, acabou percebendo que de maneira alguma conseguiria fazer isso. Era simplesmente impossível. Não conseguia parar de torturar a si mesmo, entrando no perfil de Gwen no Facebook e vendo as várias fotos de / com Liz que a baixinha postava. Qual, afinal de contas, a necessidade das duas mostrarem para toda a sociedade o quão felizes estavam com aquela merda de relacionamento?

Sentou-se em um banco aleatório, próximo ao balcão e esperou que alguém viesse atendê-lo. Olhando ao redor, notou facilmente que aquele não era o seu habitat natural. Nerds de ficção científica definitivamente não se encaixavam em um bar como aquele. Ao ver um dos brutamontes tatuados que jogavam sinuca lançar-lhe um estranho olhar de raiva, desviou sua atenção para o palco, onde uma hippie estranha e sem o menor talento se apresentava, sendo alvo de muita zombaria.

– Olha só o que temos aqui... – Disse uma voz conhecida, em um tom que notavelmente misturava ironia e divertimento. – Como vai, Sebastian?

– Hey, Ally... – Cumprimentou, de má vontade. – Trabalha nesse lugarzinho, também?

– Você sabe que estou precisando de dinheiro. – Ela deu de ombros. – Julgando pela sua cara, imagino que a resposta para a minha pergunta anterior seja “tudo uma merda”, ou algo do tipo. Acertei?

– Em cheio. – Suspirou. – O plano não deu muito certo...

Allison gargalhou.

– As duas voltaram? – Quis saber.

– É, menos de dois dias depois! – Seb revirou os olhos ao contar. – Acredita nisso? O pior é que fui burro o bastante para me entregar...

Outra gargalhada.

– E agora?

– E agora o que, Ally? A Gwen sequer fala mais comigo... Se eu for tentar algo novamente, terei que esperar...

– A resposta é simples: desista.

– Irônico que logo você esteja me dizendo isso. – Ele disse.

– Bom, se quer saber, fazer tudo pela segunda vez nem teve tanta graça... Em parte porque fui rejeitada pela loirinha, óbvio, mas também porque toda essa raiva já não faz mais nenhum sentido.

– Não faz porque você já não sente mais nada por ela. – Explicou o óbvio. – Eu ainda sinto. E não estou disposto a perder para a Harrison.

– Tanto faz. – Ela deu de ombros, desistindo. – O que vai beber?

– Qualquer coisa forte que tiver aí... – Respondeu, simplesmente.

(...)

Brittney não imaginava que aquele momento fosse chegar tão depressa. Esperava, na verdade, que fosse ter mais tempo para passar com a namorada. Mesmo sabendo que não era algo definitivo e que Claire estaria sempre por perto, a visitando, continuava sendo algo difícil. Odiava despedidas, não sabia como lidar com esse tipo de coisa.

– Britt... – Pelo tom usado por ela, Britt pôde perceber que Claire se encontrava igualmente triste.

– Vou sentir muito a sua falta. – Disse, interrompendo-a e fazendo questão de frisar o “muito”.

– Eu também. – Claire beijou-lhe nos lábios com delicadeza.

– Nós vamos nos falar todos os dias. – Britt achou importante decretar. – Seja pelo Skype, por ligações ou mensagens. Certo? – Segurou-se para não derramar as lágrimas que insistiam em brotar em seus olhos azuis. Não queria parecer fraca ou insegura.

– Claro que sim... – Claire também segurava o choro, pela mesma razão. – Eu amo você.

– Eu também amo você! – Repentinamente, puxou a ruiva para um beijo longo e apaixonado.

Separam-se apenas por causa da voz vinda de dentro do carro, dizendo: “Filha, temos que ir.”

– Ligo para você assim que chegar. – Foi a última coisa que a loira ouviu da namorada, pois logo essa entrou no carro, que em poucos minutos começou a se afastar.

Doeu. Sem dúvida nenhuma, ver aquele veículo distanciando-se cada vez mais a fez sentir uma dor inexplicável. Não fazia muito sentido, ela sabia. Afinal, não era como se nunca mais fossem se ver, ou que aquilo significasse o fim da relação. Mas mesmo assim, doía.


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