Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 17
"Arrisque-se!"


Notas iniciais do capítulo

Leitores! Ah que saudades de vocês!
Peço perdão pelos dois meses sem dar notícias, dessa vez foi pior. Chega deu um aperto no coração quando vi a fanfic marcada como abandonada, lutei muito para não ver aquela interrogação ali. GENTE, eu NÃO abandonei a história. Foi por isso que eu escrevi um capítulo completamente Leonetta. Ainda estou apaixonada por esse capítulo.

Obs.: é só o início.

Amo vocês e tenham uma boa leitura! ♡



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Casar com o melhor amigo reduz em 70% as chances de divórcio— Francesca leu em voz alta o que estava numa revista de curiosidades.

 

— Escutou Vilu? Hastag: partiu casar com o León – provocou o Maxi.

E mais uma vez me perdi em pensamentos pelo que disseram hoje. Preferi me calar a responder isso. Vim para o Studio mais cedo para evitar falar com o León, tanto que nem tomei café. Estou com fome. Eu sei que não deveria estar o evitando, eu prometi, mas preciso de um tempo até que eu consiga enxergar as coisas como elas realmente são. Respirei fundo e tentei aguentar as besteiras que meus amigos estavam dizendo, se é que escutei. Só via suas bocas se movendo produzindo sons que eu não conseguia distinguir, por isso não dei muita atenção. Agora estávamos esperando o namorado da estrelinha chegar para o ensaio. Maxi estalou os dedos na minha cara e só então acordei. Pisquei os olhos de forma rápida e em seguida voltei-me para eles.

— Você escutou o que dissemos?

— O quê? O que vocês disseram? – falei perdida.

— Nós sempre levamos essa história que você gosta do León na brincadeira, nunca foi sério, mas...

— Mas...? – incentivei.

— Maxi eu já disse que a Vilu não tem certeza em relação a isso! – exclamou Francesca.

— Quer dizer que agora vocês estão dando conta do que eu sinto e do que eu confirmo?

— Você gosta de alguém Vilu, mas será que conseguiria ficar com o Jonas, irmão do León?

— Está me desafiando, Maxi? Pode esquecer isso, pois não haverá nada mais, nada menos que amizade entre nós dois.

León entrou na sala e não cumprimentou a nenhum de nós três, colocou a sua mochila em cima de uma cadeira vazia e foi diretamente até a Fran.

— Chegou a debutante! – gracejou a italiana.

— Que engraçadinha! – ele falou sem humor.

— Algum bicho te mordeu hoje? – perguntei.

— O mesmo que te espantou mais cedo – rebateu.

Como não queria discutir, tomei o silêncio e não fui a única. Francesca que tem boca tagarela – suspeito que tenha tomado água de chocalho quando pequena – ficou calada pela primeira vez. Começamos a ensaiar, no entanto não havia conexão entre eles. Estavam cantando uma música romântica e sequer havia sentimento e carisma nas palavras emitidas. Já estava encabulada, agoniada. A Fran se esforçava ao máximo que podia e o León parecia um robô que só estava obedecendo as ordens de seu operador. Parei a música no mesmo instante e os três me olharam expressando confusão.

— O que foi? – Maxi foi o primeiro a perguntar.

— Falta ligação.

— Nós estamos tentando, Vilu – falou a Fran.

— Você está, ele não – apontei para o León.

Ele bufou me olhando.

— Você que sabe, princesinha! – falou colocando play na música.

Eles tentaram mais uma vez, o que foi melhor. Agora León parecia romântico, ou ao menos queria parecer. Francesca cantava segura de si, mas no momento em que precisou olhar o seu par, segurou o riso de uma maneira impressionante. É uma pena que ela não tenha aguentado por muito tempo. Sua gargalhada logo ecoou pela sala e ninguém entendeu o porquê. Rapidamente, León parou a música.

— O que foi dessa vez? – ele perguntou chateado.

— Esse não é você – ela respondeu rindo.

— Violetta…

— Tá, tá. Cinco minutos para beber água e já voltamos!

Os três assentiram. Fran e Maxi se juntaram atrás do notebook, conversando coisas que eu não queria entender e León apontou para a porta da sala, me olhando. Sai de lá e ele veio atrás de mim. Esperei que passasse na minha frente e me guiasse, quando o fez, fui levada a um banco na frente do Studio. Nos sentamos de maneira com que ficássemos um de frente para outro.

— Aconteceu alguma coisa? Você está tão estranho…

— E você me evitou o dia todo hoje – rebateu.

— Está mal por isso? – perguntei, não com indiferença, mas com preocupação.

— Terminei com a Ludmila – ele disse.

— Ah – falei sem graça.

Não me surpreende que o Carlos tenha solicitado o término desse namoro. Eu desconheço os motivos, mas devem ter sido graves. Talvez o insulto que ela deu a minha mãe. Ele não teria aceitado pelo laço que nossas famílias têm há anos. Meu pai disse que os quatro – ele, a mamãe, a Ceci e o Carlos – se conhecem desde o ensino médio, por isso tanto respeito. Só não entendia essa tristeza no León. Não era o que ele queria?

— Eu preciso de você, Vilu – ele sussurrou e deitou a cabeça no meu ombro.

O meu coração parou por um momento. Ele nunca tinha dito isso, não com todas as palavras, não dessa forma. Então cada momento que passamos juntos veio a minha mente. O seu aniversário de cinco anos onde, sem querer, derrubamos o pedaço de bolo um no outro; o dia em que ele sentiu ciúmes porque o Jonas não se desgrudava de mim; quando ele me deu aquela pingente do nó da amizade e um abraço apertado para me consolar, o beijo roubado e nossas brigas. Depois delas nossa amizade nunca foi a mesma até hoje. Mas ali, no meu ombro, estava León Vargas, o meu melhor amigo e não mais que isso. Eu precisava dele tanto quanto ele precisava de mim. Acariciei seu cabelo e fechei os olhos.

— Eu também preciso de você, León – abracei-o fortemente.

Era ali onde eu queria estar: no abraço de León. A vida poderia conspirar contra nós e nos colocar a um Sistema Solar de distância, mas ele continuaria sendo o meu porto seguro. Cresceremos, mudaremos e formaremos nossas famílias. Eu teria orgulho de levar a minha filha para brincar com os seus filhos, apesar de não conseguir imaginar quem seriam nossos pares.

— Vilu – ele me chamou depois de um tempo.

— Oi.

— O que você faria se escutasse a pessoa que você gosta dizer que não existirá nada mais que amizade entre vocês? Você já escutou né?

— Ela disse diretamente pra mim sem saber o que eu sentia.

— Eu sei que você gosta de alguém e pretendo saber quem é... Eu o conheço ou ele é da Espanha?

Ri de imediato. Eu realmente senti atração por alguém na Espanha. Nada demais, nem de paixão pode ser chamada. O nome dele é Tomás e é sobrinho da Amanda, governanta do palacete da mamãe em Madri. O máximo que aconteceu entre a gente foram beijos, pois não podíamos ter um relacionamento sério. É um salto gigantesco na diferença entre as nossas classes – eu sou descendente de nobres e ele classe média –, mesmo que eu não me importasse com essa barreira, meus pais não aceitariam. Eu teria que namorar e casar com um garoto da mesma classe que a minha e nem conheço tantos. Outro motivo é que todos contavam que eu me inscrevesse para o Studio Madrileño e eu até pensei em fazê-lo, mas tinha amigos em Buenos Aires que esperavam que eu voltasse. De certo modo, voltei pelo León. Era dele que eu realmente gostava – e não o trocaria por nada – só não sabia como chamar tal sentimento.

— Acho que foi eu quem disse a ele que queria só amizade...

— Você?

— Sim León, mas quero saber de você. Quem foi a garota em sã consciência que disse que quer ser só sua amiga?

— Você é minha amiga.

— Sou, mas é diferente. Nos conhecemos há muito tempo e vi várias meninas te pedindo só uma chance.

— Justamente por isso. Todas me pedem, menos ela!

— Se você ficar parado nunca vai conseguir. Não espere por ela, arrisque-se. Talvez ela mude de ideia.

Ele sorriu me olhando. Olhei a hora no seu relógio e vi que precisávamos voltar. Antes de irmos, pegamos duas garrafas com água e bebemos, afinal, esse era o motivo do intervalo. Voltamos para a sala e a Fran já estava de cara feia.

— Água demorada, não? – ela reclamou.

— Deixa Fran – Maxi riu –, fala logo o que a gente pensou.

— Bem, nós fizemos aquela votação sem escutar a Vilu cantar. A minha voz e a do León não estão se encaixando em sintonia. Será que vocês dois podem fazer uma pequena demonstração disso?

Olhei para ele que ria de cabeça baixa. Logo sussurrou no meu ouvido:

— Eles estão aprontando com a gente.

— Nada mais justo Fran, já que eu tenho cobrado tanto de vocês – respondi a ela.

+++

León insistiu para que eu dormisse na sua casa de novo, dizendo que o seu pai não parava de falar o quanto eu tinha gostado do quarto. Ri fraco. Eu me sinto feliz sabendo que posso contar com essa família maravilhosa e tão unida, até me sinto parte dela mesmo não carregando o sobrenome dado pelo sistema patriarcal. Os Vargas são muito respeitados no Distrito de Buenos Aires, assim como qualquer outra família que está no “topo da pirâmide da sociedade”, mas eles tinham algo especial e diferente. Cecília vem de família humilde e se casou com o Carlos, não pelo dinheiro que ele tinha, mas por amor. A mãe sempre ajuda os filhos a cultivarem o melhor, por isso, essa família entende bem a diferença entre preço e valor. São como a Ceci, humildes, acolhedores e cheios de amor no coração. Não sei dizer muito da minha família, pois vivi apenas com o meu pai. Jonas estava jogando videogame na sala e a Luna ao seu lado acompanhava a TV bem quietinha. Ceci e Carlos não estavam.

— Onde estão o pai e a mãe? – León perguntou.

— Ocupados – Jonas respondeu sem tirar os olhos do jogo.

— E o jantar?

— Não está pronto ainda.

Eu e León nos entreolhamos. Ele seguiu para a cozinha e, quando vi a carinha de choro da Luna, peguei-a no colo e a levei junto com o carrinho para onde seu irmão mais velho estava. Pedi para que ele a segurasse enquanto ajeitava o colchão do carrinho, quando o fez, a pequena começou a rir. Eles eram parecidos, não como irmão e irmã e sim como pai e filha. Era enorme o carinho que León sentia por ela, afinal é a sua única irmã. Ele a deitou e deixou com ela o mordedor. A Luna consegue segurar o brinquedo, mas não com tanta firmeza, então coloca diretamente na boca. Nós nos divertimos muito cuidando dela e preparando o jantar. Momentos como esse deveriam acontecer todos os dias.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Tomás? O que vocês pensam que esse nome pode trazer?
Violetta e León quase admitiram um para o outro, ou até o fizeram porém não perceberam. O que dizer disso?
Sobre a Luna: não é a menina da série. Eu dei esse nome há três anos quando idealizei a fanfic.
Mais uma vez peço desculpas, fiquei mal mesmo por isso. Quando o capítulo ficou pronto, eu melhorei um pouco. Espero que vocês tenham gostado dele.

Obs.: É só o início.

Quero manter contato com vocês sempre, seus lindos! Já li os comentários, só não tive tempo de responder.
Eu voltei e não vou abandoná-los.

Em breve, gostaria que soubessem o motivo de tanta demora. Um dia eu lhes conto.

Beijos! Love you ♡