Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 13
"O mundo inteiro resolveu sumir hoje"


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey leitores! Como estão?
Ah, eu estou bem!
Enfim, sei que demoro muito a publicar um capítulo e agradeço por vocês terem paciência.
O que está acontecendo? De repente vejo poucos reviews nos capítulos... Esforcei-me muito, o máximo que eu pude para estar hoje publicando este capítulo beeem pequeno de 2.049 palavras. Espero que gostem.
Depois de tanta insistência de alguns leitores e amigos, criei um perfil no Wattpad (link no meu perfil).
Han, semana que vem, dia 27 de maio, é o meu aniversário ^^

Boa leitura! :)



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O Sol me despertou contra a minha vontade. É sexta-feira, dia que, geralmente, acordo tarde e depois do sonho que tive noite passada me sinto exausta. Sentei-me na cama e fiquei a olhar o tempo. Vai começar tudo de novo. Respirei fundo, levantando-me para iniciar um novo dia.

Fiz a minha higiene matinal, tomei banho e vesti-me. Desci as escadas cantarolando a melodia que não saía da minha cabeça. Assim que meu pai me viu, levantou e me deu o mais apertado dos abraços, me cumprimentando:

— Bom dia, minha princesinha!

— Bom dia, papai! – sorri.

Vi minha mãe entrar na sala pela cozinha e apertei o meu pai mais forte que podia.

— Assim não filha! – rimos.

Minha mãe apenas observava séria. Baixou a cabeça, respirou fundo e logo a ergueu novamente. Soltei-me de meu pai, cumprimentei-a e fui em direção à cozinha. Era horrível pensar que estavam separados. Sentei em um dos bancos do balcão e peguei a torrada com geleia que Olga, a governanta da casa, tinha preparado para mim. Enquanto olhava aquele pão com aquela gelatina vermelha percebi que nunca tive uma vida “normal”. A maioria das mães prepara o café da manhã para os seus filhos e eu nem cresci com a minha, pois ela não me deu oportunidade. A voz dela sempre esteve presente porque sempre a acompanhei pela televisão, pela rádio, pelo celular, mas eu queria sentir o amor dela e não escutar as suas músicas. Olhei a data no calendário. Dia do “Aguente Violetta”.

Já faz sete anos.

Sete anos.

Há exatamente sete anos, tudo virou de cabeça para baixo. A diferença de opinião entre os meus pais, levou o casamento deles ao divórcio. Antes disso, sempre fomos uma família unida que distribuía amor e carinho. Eu tinha uma vida de princesa com tudo o que eu queria, mas as discussões entre os meus pais se tornavam cada vez mais frequentes por esse motivo me trancava no quarto todos os dias que eles chegavam do trabalho. Quando decidiram assinar aquela papelada, não pensaram em mim e ficaram totalmente surpreendidos quando perguntaram com quem eu ficaria. Mais outra confusão e com ela a situação ficou mais crítica, fazendo a Cecília me levar para a sua casa e deixar a decisão pela justiça. Passei vários dias na casa dela acompanhada por León que me fez sorrir muito e até me deu uma fina corrente de ouro, a amizade dele me fazia esquecer o que estava acontecendo. Meu pai foi me buscar na casa da Cecília e então achei que não precisaria mais esconder-me no quarto, mas quando cheguei a casa minha mãe não estava lá. Desde então tenho vivido com meu pai, até ela aparecer com a Tradição.

Comi a torrada, bebi o leite e respirei fundo. Deveria ter aceitado o convite da Cecília de dormir na casa dela. Levantei e andei devagarinho até a sala.

— Você sabe muito bem que eu não queria assinar aquele papel, Maria – falou meu pai, controlando o tom da sua voz –, mas quero que fique bem claro que a minha Violetta você não forçará a nada.

Quando percebeu minha presença, meu pai veio me abraçar. De novo. Ele me pedia perdão, mas pelo quê?

— Eu ainda vejo uma grande engenheira em você, minha querida – sussurrou no meu ouvido e saiu.

Olhei para a minha mãe tentando encontrar respostas, porém ela não me deu.

— Melhor ir para a aula, filha.

E assim fiz. Quando cheguei ao Studio, procurei por León, pois necessitava do seu abraço. Sem sucesso, talvez ele não tenha chegado ainda. Vi Francesca na sala de dança e fui até ela.

— Viu o León? – perguntei desesperada.

— Bom dia para você também, Violetta! – cumprimentou irônica.

Suspirei.

— Ele não chegou ainda – bufou –, foi buscar a loira de farmácia em casa.

— Ah – falei sem graça.

Era estranho falar com a Francesca depois de ela quase ter beijado o meu melhor amigo em um sonho. Não sei se é coisa da minha cabeça por ter escutado a ideia do Jonas, mas eu precisava perguntar.

— Fran, em algum momento você... Hã... Você já sentiu algo pelo León?

Minhas mãos suavam e meu estômago atou um nó só de pensar na resposta dela. Francesca riu, me deixando mais nervosa e logo respondeu:

— Calma Vilu! O León é todo seu e você sabe que nunca tive pretendentes.

— O León nunca foi meu...

— Ah, mas um dia vai ser! Vocês dois vão se casar, viajar para a Europa na Lua de Mel e terão dois filhos lindos – sorriu com a expectativa de que tudo isso vai acontecer – É o seu sonho né?

— Na verdade, o meu sonho é ter um cachorro – brinquei.

— E o Bob?

— Não quero falar disso! – baixei a cabeça.

Bob é o nome do cachorro que eu tinha com apenas seis anos, infelizmente ele teve uma morte trágica.

— Eu escutei alguém falando no Bob – alguém falou.

Olhei em direção a porta e vi León parado com os braços cruzados e sorrindo.

— Sim falávamos nele! – sorri.

Ele veio até mim e estalou um beijo na minha testa.

— Estava procurando por você – falamos em uníssono.

— Sua mãe me ligou dizendo que você viria sozinha, então percorri todo o caminho da sua casa até aqui. – explicou – Para nada!

— Ela veio voando para cá, nem se preocupe! – riu Francesca.

— Claro Fran, você sabe o que é necessitar de um abraço?

— Eu estava aqui o tempo todo. – falou como se fosse óbvio.

— É bem diferente! – abracei o León.

— A autoestima do León foi lá em cima agora – murmurou.

Ri fraco.

O abraço de León me fazia sentir nas nuvens e quando ele começa a acariciar meu cabelo eu vejo arco-íris. Com isso, eu me esquecia de tudo. Dos problemas em casa e até do meu próprio nome.

— Hey, tem alguém que completa quinze anos mês que vem! – lembrou León.

Olhei para ele.

— Vai ter festa? – se empolgou Francesca.

— Ah, vai – afirmei sem graça.

Ter uma festa de quinze anos era o meu sonho desde criança. Animava-me só em pensar nas luzes, nos balões, no enorme bolo, na valsa com meu pai e namorado. Sim. Quando sonhei com isso, tinha apenas nove anos e acreditava que pelo menos na minha festa de quinze, eu teria um namorado com quem poderia dançar valsa comigo. A realidade é que não consigo um nem alugando.

— Que animação é essa, Violetta? – falou León sacudindo os meus braços.

— É só uma festa, León!

— Sim, a qual eu vou ser convidado especial!

— Você vai ser debutante! – brinquei.

Ele me olhou sério. Talvez não tivesse aceitado a brincadeira. Encarei-o rindo e quando percebi que logo ele começaria a rir, corri o mais rápido que pude evitando aproximar-me dos instrumentos – o que foi impossível. Ele vinha atrás de mim e devido a minha agilidade não conseguiu chegar perto, mas foi estratégico ao mudar o sentido em que corria. Não deu tempo fazer o mesmo, León me alcançou e segurou meus pulsos sem muita força, rindo enquanto eu estava gargalhando.

— O que você disse? – perguntou, ainda rindo.

— Você vai ser debutante! – repeti.

— Ah não!

— Ah sim!

Ficamos assim ainda por alguns minutos antes do professor chegar e anunciar que a aula já ia começar.

 

+++

 

Anotei o que pude da música. Não tinha muita prática em partituras e isso me fez demorar uma tarde inteira. Eu precisava ser ágil. Não queria perder um som tão lindo de se escutar. Quem sabe se eu posso precisar um dia?

Por outro lado, foi só uma desculpa para não ir a casa. Imagino que lá deve estar a maior gritaria e quero evitar escutá-la. Já estava grande demais para chorar e dizer para, sabendo que não teria atenção.

O Studio estava cheio, mas eu estava só.

Meus amigos estavam com suas famílias.

Respirei fundo e voltei a tentar registrar a música. Estava indo muito bem, porém cada palavra da discussão de hoje voltou a minha cabeça.

“Você sabe muito bem que eu não queria assinar aquele papel, Maria.”

“(...) quero que fique bem claro que a minha Violetta você não forçará a nada.”

“Eu ainda vejo uma grande engenheira em você, minha querida.”

Tentei associá-las.

Meu pai não quisera assinar o divórcio, mas por quê?

Como tinha tanta certeza que eu não seria obrigada a cumprir a Tradição?

Porque ainda tinha esperanças se nem eu as tenho?

Uma luz veio.

Minha mãe sempre conseguia o que queria, talvez tivesse forçado meu pai a assinar. Ainda assim, não fazia sentido. Ele tinha certeza do que disse. Estava confiante na sua palavra.

Desde aquele dia, acreditava que o divórcio tinha sido pedido do meu pai, mas até então não é o que parece.

“(...) vejo uma grande engenheira em você”.

Ignorei essa lembrança e voltei a concentrar-me na música.

A Tradição já é o meu maior problema agora.

Antes que escurecesse, fui para casa. Quando cheguei, tudo estava calmo. Minha mãe estava no sofá fazendo algumas anotações e meu pai não estava lá. Estranhei. Ele sempre me espera na sala quando saio. Vasculhei toda a sala, fui à cozinha e ao seu escritório. Sem sucesso, voltei.

— Mãe, onde está o meu pai? – perguntei aflita.

 Ela me olhou.

— Onde está a sua educação? – replicou.

— Onde está o meu pai? – repeti.

O mundo inteiro resolveu sumir hoje.

Quando percebeu o tom de preocupação na minha voz, apontou para o andar de cima. Corri até lá. Abri a porta do quarto dele com cuidado. Meu pai estava sentado na cama concentrado em algo em suas mãos. Sentei ao seu lado e pude ver uma foto, nela uma família comemorava o aniversário da única filha. A minha família.

— Era o seu aniversário de cinco anos – ele me olhou – e tudo o que você pediu foi nos ter ao seu lado para sempre.

Sorri fraco e deitei a minha cabeça no seu ombro.

— Eu sempre te dei tudo. Tudo. Mas não pude te dar uma mãe presente.

— O senhor não tem culpa.

— Eu deixei isso acontecer, filha. Por um momento naquele tribunal, me senti bem, pois você não seguiria Tradição alguma, mas aí eu te levei para a Espanha a seu pedido.

— O senhor sabia? – meus olhos lacrimejaram.

— Porque acha que não queria te levar?

Fiquei sem reação. Eu tinha mais culpa que qualquer outra pessoa. O meu orgulho me levou diretamente ao que considero pior.

— Há tanta mentira nessa Tradição...

— Posso saber quais?

­– Não, por enquanto. Logo perceberá, mas acredito que até lá, estará livre.

Estava incrédula. Acreditava que o costume, uma vez começado não teria fim.

— Como?

— Basta você querer! – acariciou o meu cabelo.

Era maravilhoso saber que pelo alguém estava comigo. Meu pai e a Cecília.

“Violetta Castillo, a engenheira do seu próprio destino!”

“Basta você querer!”

São distintas palavras que dão a sensação de conforto.  Sentia-me livre antes de ter a liberdade. Uma hora saberei como poderei tê-la de fato e eu mal posso esperar. Era uma traição, eu sabia, mas eu preciso cuidar do meu destino sem que ninguém me puxe.

— E o que o senhor quer?

Ele hesitou. Foi pego de surpresa e não estava preparado para essa pergunta.

— A princípio, quero que você seja feliz. – sorriu.

— Mais alguma coisa? – peguei um papel e uma caneta e anotei o seu pedido como se estivéssemos numa lanchonete.

— A nossa vida de antes, o que acha?

— Eu ainda tenho esperanças...

— Foi só um pedido, filha. Não significa que aconteça de verdade.

­­– Mas – contrariei – quando o senhor falou em ter a nossa vida de antes, fala também no seu casamento com a mamãe?

Meu pai olhou para mim como se quisesse entender o motivo da pergunta. Talvez soubesse. Baixei a cabeça depois de sua insegurança em responder. Podia parecer uma frase interrogativa qualquer, mas para ele não. Estava incomodado, perdido. Não achava que essa pergunta teria que fazê-lo pensar tanto. Ergui a cabeça e suspirei. Pelo seu olhar, sua mente estava longe a, no mínimo, 65 anos-luz daqui. Seus olhos brilhavam mais que o Sol. Então, um sorriso se formou em seu rosto. Depois de tanto tempo, vi meu pai sorrir. Só pode ser um sonho e eu não queria que ninguém me acordasse, por isso nem arriscaria piscar. Por fim, ele me olhou e, ainda sorrindo, disse:

— Sim, filha.

Abracei-o fortemente.

Eu não tinha mais o que duvidar. Meu pai ama a minha mãe.


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Notas finais do capítulo

E então? Tem o que se esperar do Germán e da Maria? Será que ainda existe alguma chance de eles voltarem a estar juntos? Bem, é tudo o que a Vilu quer!
Imaginem o León como debutante :v
O que acharam da nova capa da fanfic?

Vou tentar publicar com mais frequência, mas ainda assim, preciso saber que terei leitores...

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Beijos da Laryssa!



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