Segredos de vida escrita por Lana Talita


Capítulo 9
Capítulo Nove


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores favoritos, capítulo novinho pra vocês. Quero pedir desculpas por qualquer erro, espero que gostem! Quero também agradecer a linda da Princess Lalfeyson pela recomendação M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A que fez da minha fic! Você divou, fiquei muito feliz *-* . Boa leitura a todos!



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Rafael e eu estávamos na mesma padaria que fomos quando me contou sobre seus pais, ele comia um croissant e eu bebericava um refrigerante. Eram dezessete horas de uma quarta-feira, segundo Rafael toda segunda e quarta às dezoito horas Vidal e Helena iam caminhar antes de irem para casa do meu pai. Portanto depois do lanche iríamos direto para casa de Vidal, esperaríamos ele sair e tentaríamos ser rápidos já que com Helena com a perna machucada a caminhada seria mais um passeio curto em que ela acompanharia o marido usando a cadeira de rodas que Vidal comprou.

Ele quis saber o motivo de irmos à casa de seus pais, mas fiquei na dúvida se deveria contar o que vi, não seria fácil para ele saber que os pais estavam envolvidos com prostituição. Portanto apenas disse que queria ver se lá tinha alguma pista que pudesse indicar quais são os negócios de seus pais, sendo que queria mesmo era a agenda que vi Vidal anotando algo. Ele aceitou minha resposta por hora, então começou a contar piadas horríveis e falar sobre quando era criança. Disse que era briguento quando mais nove, mas como era pequeno e magro sempre saía perdendo, contou que quando tinha nove anos um menino que estudava com ele resolveu discutir sobre super-herói dentro da sala de aula na hora do intervalo. Durante a discussão ele e o menino discordaram várias vezes até que as coisas começaram a esquentar, os outros meninos da sala se juntaram ao redor deles e Rafael foi ficando nervoso porque o menino colocava o dedo próximo à sua cara e dizia repetidamente “você não sabe de nada, é burro”.

Então Rafael partiu para cima do menino, caíram em cima de uma mesa e começaram se bater, até que alguém chamou a diretora da escola e quando ela chegou separou os dois e ligou para os pais. Vidal e Helena o colocaram de castigo o resto da semana, mas ele não se abalou com isso, pois foi uma das melhores semanas que teve. A mãe entrou em recesso na mesma semana, logo passaram os sete dias brincando o dia todo, vendo filmes e contando histórias.

– Agora me fale sobre você. – Pediu.

– O que quer saber?

– Ah sobre as coisas que gosta, sobre seus amigos, sua escola, seus sonhos, qualquer coisa. Quero te conhecer.

– Bom, eu gosto muito de comer enquanto vejo filmes e de falar durante eles. Minha amiga, Marcela, até se estressa comigo porque eu tenho que dar a minha opinião enquanto o filme roda. A Marcela é uma das minhas poucas amigas, mas é a melhor, ela me conheceu no inicio desse ano já se mostrando confiável e incrível.

– Já gostei dela. – Interrompeu.

– Não tem como não gostar. Enfim, o meu maior sonho é cursar odontologia. Mas não quero entrar em uma faculdade particular, não tem necessidade nenhuma para isso e a pública é bem mais conceituada, então pretendo entrar na *UFRJ. Acho que consigo, tudo bem que andei faltando algumas aulas, mas não atrapalhou no meu desempenho escolar.

– Ah não tem necessidade mesmo de ir para uma faculdade particular não, meus pais sempre falaram que não vão pagar faculdade cara para mim se tem faculdade de graça que é muito boa.

Conversamos mais um pouco até que deram dezessete horas e quarenta minutos, era o momento de irmos. Pegamos um ônibus e descemos no ponto a duas ruas antes da minha casa, era possível ver o quanto Rafael ficou tenso, pois se manteve em silêncio todo o percurso. Ao descermos no ponto seguimos a pé, andamos reto por cinco minutos até passarmos em frente a minha casa. Pedi para ele esperar um pouco e entrei correndo dentro de casa, fui até meu quarto e peguei meu celular que havia esquecido em cima da cama. Quando saí de casa Rafael estava impaciente, apenas sorri e tentei andar o mais rápido que conseguia. Ele andava muito rápido, então toda hora eu tinha que dar uma corridinha para alcança-lo, em determinado momento pegou minha mão e começou a me puxar fazendo meus pés se moveram mais rápido do que eu imaginava ser capaz. Depois de quinze minutos chegamos à casa de Vidal, parei um pouco colocando as mãos no joelho e respirando desesperadamente, não estava acostumada a andar tão rápido.

Rafael soltou uma gargalhada debochada dizendo que eu era muito fraca, coloquei minha melhor expressão de irritada no rosto e lancei um olhar que tenho certeza que o fez gelar, pois parou de rir no mesmo momento. Fui em direção a casa bufando e comecei a procurar uma janela aberta, uma porta destrancada, no entanto não encontrei nada na frente do local então tentei pular o portão do lado direito da casa que dava para um corredor e depois provavelmente para os fundos do lugar. Dei um pulo e segurei na parte de cima do portão, que era pouco maior que eu, e tentei forçar meu corpo a subir, mas apenas consegui ganhar uma dor nos braços e cair em pé com os joelhos parcialmente dobrados.

– Por que você não me ajuda? – Perguntei.

– Porque é engraçado vê-la tentar, e também estou vendo quanto tempo leva para lembrar que já morei nessa casa, tenho a chave.

– Não acredito que me deixou fazer papel de besta!

Novamente ele riu enquanto balançava a chave na minha frente, fui até ele, peguei a chave, o xinguei e empurrei com toda a força que tinha, mas ele só deu alguns passos para trás e continuo rindo. Entrando no local deparei-me com a sala que tinha visto pela janela, do lado esquerdo tinha três cadeiras, uma mesinha de centro e a estante de livros e DVDs. Já do outro lado encostado na parede estava o sofá, o tapete felpudo e a parede vermelha, sendo que na direção do sofá e colado na parede tinha uma estante com uma televisão em cima, imaginei que colocaram o móvel e a TV naquele dia, pois há dois dias quando estava olhando pela janela eles não estavam lá. Saí daquela sala e segui em frente me deparando, ainda no mesmo cômodo, com um espaço grande e vazio e depois com outra sala com apenas uma mesa e um computador em cima, uma cadeira e uma poltrona. Rafael seguiu por um corredor dizendo que ia procurar algo, mesmo não sabendo exatamente o que eu queria, então voltei para a sala anterior e abri as portas da estante de livros e filmes.

Eram três portas, dentro de uma estava cheio de discos de vinil, na do meio havia controle remoto, papéis, manete de videogame, fios e um abajur pequeno com estrelas daqueles que quando acende forma um céu estrelado no teto. A última portava estava uma completa bagunça, não tinha condições de procurar algo nela. Resolvi colocar minha atenção nas gavetas em cima das portas, a primeira gaveta tinha apenas papéis de ofício, a segunda estava vazia e a terceira me fez pular de alegria. Do lado de canetas, borrachas e lápis se encontrava uma pequena agenda com capa preta. Abri a agenda e logo reconheci a letra de Vidal, mas quando ia ler a primeira página Rafael disse que ouviu seus pais conversando com a vizinha. Meu coração acelerou e meu corpo tremeu, entretanto antes que ficasse paralisada me obriguei a pegar o celular que estava em meu bolso e começar a tirar fotos das folhas.

– Ana anda, precisamos nos esconder. Por Deus, como vamos sair daqui? – Perguntou.

– Relaxa, nós vamos dar um jeito, mas tenho que tirar essas fotos se não terá sido em vão nossa vinda.

Rafael correu para a janela e agachou de forma que apenas parte de sua cabeça e seus olhos fossem vistos por qualquer pessoa do lado de fora.

– Chega, eles estão entrando. Meu pai está tirando minha mãe da cadeira de rodas. – Ele disse um tanto irritado.

Ele arrancou a agenda das minhas mãos, fechou a gaveta e me puxou para seu antigo quarto, mas a lei de Murphy resolveu entrar em ação fazendo com que a porta estivesse agarrada, portanto corremos para os quartos dos pais e ele me empurrou para debaixo da cama. Enquanto eu sentia-me idiota, é claro que os pais dele iriam aparecer enquanto eu ainda me encontrava no recinto, claro que acabaria comigo debaixo da cama do quarto do casal, parecia que as longas horas assistindo filmes de suspense não me ensinaram nada. Rafael se aproximou de mim e apertou meu ombro sussurrando “nós vamos sair daqui rapidinho”. Depois de alguns minutos ouvimos uma voz feminina reclamando, a porta rangeu um pouco e uma voz grave falou que já voltava, eram Vidal e Helena. Concluí que ele tinha colocado Helena em cima da cama antes de pegar a cadeira de rodas, o que tornava a nossa fuga ainda mais complicada. Uns dez minutos se passaram e ouvimos passos e Vidal chamar por Helena, a cama fez um barulho mostrando que ele se deitara nela.

Os dois começaram a conversar e a trocar selinhos, Rafael me olhou e colocou a mão na boca fingindo que ia vomitar enquanto eu segurava o riso que insistia em sair. Então ouvimos um pequeno gemido e Vidal dizendo “hoje não, você está machucada não pode ter nenhum tipo de esforço e daqui a pouco tenho que trabalhar”, depois silêncio. Agradeci mentalmente pela recusa de Vidal e senti que Rafael também estava feliz, de repente pés foram ao chão fazendo com que Rafael se assustasse e me puxasse para perto dele, estava tão nervosa que nem me importei com a distância mínima entre nós. Vidal andou até o armário no mesmo instante que a campainha tocou, então saiu do quarto e depois de alguns minutos voltou dizendo que precisavam ir conversar com a pessoa que chegou e pegando Helena no colo. Quando ouvi a porta ser fechada saí debaixo da cama sentindo que podia respirar novamente, Rafael saiu em seguida aparentando estar sem graça.

– E agora? – Perguntou apreensivo.

– Agora vamos descobrir em qual cômodo eles estão e como sairemos daqui.

– Fique aí que eu irei descobrir, se não der certo e ele me ver consigo enrolá-lo. Mas torça para não me ver, é capaz de brigar feio comigo porque quando fui para casa da Fernanda disse que eu não podia vir aqui em nenhuma circunstância sem avisá-lo antes.

– Seja discreto.

Ele abriu a porta tão rápido que não houve tempo para que ela rangesse, assim que passou por ela sentei na cama e comecei a apertar minhas coxas, sempre fazia isso quando estava extremamente nervosa. Meus pensamentos caíram sobre o motivo de Rafael não poder visitar a própria casa, mas imediatamente entendi a razão, afinal ele poderia aparecer em um momento inconveniente e testemunhar os próprios pais “testando a mercadoria”, que no caso são as mulheres que vi. Se eu fosse Vidal não gostaria que ele presenciasse tal cena. Depois de um tempo, não sei dizer exatamente quanto, Rafael apareceu me puxando pela mão sem dizer nenhuma palavra, também não o questionei já que estávamos em uma situação complicada. Passamos pelo corredor, pela sala com poucos móveis e a sala principal e saímos como se não houvesse ninguém naquela casa, mas quando pisamos no chão fora da casa Rafael começou a correr ainda me puxando, me forçando a acompanhar seu ritmo. Quando estávamos de volta na frente da minha casa caí no passeio tentando pegar algum ar, meu rosto devia estar completamente vermelho e meu cabelo todo bagunçado.

– Você... não cansou não? – Perguntei quando minha respiração foi se acalmando.

– Claro que cansei, mas não tanto quanto você. Estou acostumado a correr.

Olhei para a cara dele franzindo a testa e voltei meu olhar para a rua, eu mal estava acostumada a andar durante muito tempo já que meu motorista levava-me para os lugares, que dirá correr. Passados uns cinco minutos finalmente perguntei o que martelava na minha cabeça desde que saímos da casa de Vidal.

– O que aconteceu para sairmos lá do seu pai numa tranquilidade e do nada começarmos a correr? Eu sei que tinhamos que ser rápidos, mas pelo jeito calmo que andávamos antes de sair achei que estava tudo bem.

– Quando fui ver onde meus pais estavam vi que eles estavam nos fundos da casa conversando animadamente com o homem de terno, o parceiro do meu pai nos negócios. Aquele que te contei, lembra?

– Lembro sim.

– Então, tínhamos que sair tranquilos para não perceberem nenhuma movimentação dentro de casa, duvido que se fizéssemos algum barulho os três não ouviriam. E depois te fiz correr para que não corrêssemos riscos do homem ou até mesmo meu pai sair da casa e nos ver no meio do caminho.

– Entendi.

Levantei do passeio e falei para entrarmos, depois de tantas emoções precisávamos comer algo. Entrei na cozinha e coloquei uma pipoca de microondas para esquentar e depois peguei um refrigerante no armário. Rafael encarava a pipoca rodar no microondas com uma expressão ansiosa.

– Você sabe que não precisa tomar conta da pipoca né? – Perguntei.

– Claro que sei.

Seu estômago roncou o deixando extremamente sem graça e me fazendo rir, ele estava com mais fome do que eu imaginava. Servi refrigerante para nós assim que a pipoca ficou pronta, fomos para a sala de estar e sentamos no sofá.

– Então, eu tenho um amigo. Aliais, não é bem um amigo, é mais um colega que está me devendo um favor e ele é bom em seguir as pessoas, podia nos ajudar. – Rafael comentou.

– Por que ele está te devendo um favor?

– É que ano retrasado, no terceiro ano do ensino médio, eu livrei a cara dele em uma briga. Sabe, ele se meteu em confusão com uns garotos fracotes da sala, só que esses meninos tinham amigos que não eram nada fracos. Então esses caras passaram uma semana procurando por ele até que eu me humilhei em público pedindo desculpas para esses meninos e implorando para que pedissem para os outros caras parassem de procurar o meu colega. Desde então ele está me devendo um favor. E ele sempre gostou muito de dar uma de detetive, ficava se metendo na vida alheia, igualzinho você.

– É por uma boa causa! Não ficarei sob o mesmo teto que uma pessoa perigosa.

– Mas você ficou a vida toda! – Tentou argumentar.

– Mas antes eu não sabia de nada.

– Enfim, esse meu colega vai ser de grande ajuda. Mas ele é muito correto, então não podemos fazê-lo presenciar algo fora da lei e esperar que não vá correndo denunciar. Por isso acho melhor a investigação pesada ficar com a gente e com ele ficar coisas como buscar agendas e... sei lá, ver aonde meu pai vai. Antes de falar com ele você poderia me dizer o que já descobriu quando decidiu ignorar meu pedido para ficar longe, sabe, para eu poder dar mais detalhes para meu colega.

– Legal, gostei da ideia. Pode falar com ele mesmo, e não posso contar não.

Rafael bufou e depois balançou a cabeça em sinal positivo, ligou a televisão e se aproximou de mim. Sentei-me toda reta e tensa fazendo com que ele risse e me empurrasse para o encosto, passou o braço ao redor do meu ombro e sorriu. Ele passou para a TV fechada e colocou em um canal que passava Hora de Aventura, já havia visto algumas vezes e sempre ficava com a sensação de que o desenho não fazia sentido algum. O garoto ao meu lado não parava de rir do desenho e eu apenas o observava com o canto do olho. Já tinha reparado que ele tinha uma cicatriz que ia da sobrancelha até a pálpebra inferior (pulando o olho), mas nunca havia perguntado o motivo de tê-la. Portanto, quando percebi, minha língua foi mais rápida que meu cérebro e perguntou o que havia acontecido para ter a cicatriz, recebendo como resposta apenas um “não lembro, tenho ela desde pequeno”. Dito isso ele sorriu e voltou a prestar atenção na televisão enquanto enfiava a mão que não estava no meu ombro na bacia com pipoca. Quando o desenho acabou Rafael tirou o braço que estava em volta de mim e encostou a cabeça no meu ombro sussurrando um “oi” no meu ouvido que me fez estremecer.

– Você está vermelha, está sentindo alguma coisa? – Perguntou levantando e me encarando.

– Não estou não, sou vermelha naturalmente.

– Entendi. Sabe, eu estive pensando que nós podíamos sair sábado. Ir ao cinema e depois lanchar, fazer coisas que pessoas normais fazem. O que acha?

– Gosto de cinema. Tudo bem, mas eu escolho o filme.

– Fechado, me manda mensagem falando o filme e a hora, e aí te encontro aqui.

– Beleza.

Rafael voltou a encostar a cabeça no meu ombro e a prestar atenção na televisão. Fiquei incomodada com isso, era bom tê-lo ali, mas meu ombro não era encosto e em poucos minutos começaria a doer. Portanto levantei a cabeça dele e fiz bico forçando uma cara de brava.

– Você tem que parar de ser tão folgado!

– Não estava sendo folgado, assim você machuca meus sentimentos.

– Ah claro, estou com tanta pena. Coitadinho de você. – Ironizei.

Ele se calou e cruzou os braços, me encarou imitando o bico que eu tinha feito minutos antes e começou a prestar atenção na televisão novamente. Depois de uma hora resolveu ir embora dizendo que minha tia devia estar morrendo de preocupação já que ele passou o dia todo fora e nem ao menos a avisou antes de sair. Abraçou-me e deu um beijo na minha bochecha saindo em seguida, voltei para dentro de casa indo direto para o banho. Depois do banho coloquei um pijama e liguei para Marcela, se não contasse tudo o que envolvesse o Rafael ela era capaz de me torturar e depois matar. Ela ficava muito sensível quando eu não contava algo.

– Olá querida. Tenho novidades. – Cumprimentei.

Desembucha logo, já estou curiosa.

Quando acabei de contar todos os detalhes, até mesmo sobre a ida à casa de Vidal, ela passou uns segundos em silêncio e depois falou:

Você é maluca, está querendo morrer. E o Rafael é lindo, babei nele.

Por fim marcamos de ela vir me ver no dia seguinte para que eu possa repetir tudo o que já disse, finalizei a ligação me lembrando das fotos que havia tirado, coloquei nelas e antes mesmo que começasse a ler Marcela falando que eu estava querendo morrer veio a minha mente. Eu estava indo para um caminho que talvez fosse ser sem volta, mas que todo meu ser julgava como certo percorrê-lo.


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Notas finais do capítulo

*UFRJ : Universidade Federal do Rio de Janeiro

Espero que tenham gostado, qualquer coisa só falar. Beijinhos